imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O SONHO DE MIL GATOS

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Há muitas formas sutis pelas quais os dominadores se impõe em nossa vida.
Essa "sociedade civilizada" que aí está o que é ela senão um conjunto de valores oriundos dos conquistadores que em todos os continentes vieram sistematicamente exterminando os povos nativos e impondo seu modo de vida.

Estamos num momento delicado de nossa história enquanto espécie.
Temos os meios para destruir não só nossa própria espécie mas toda a vida e o próprio SER TERRA.

...O chamado "renascimento" do "esoterismo" que assistimos em nossos dias tem dois lados bem distintos.
Por um lado grupos e pessoas dotadas de seriedade estão vindo a público revelar conhecimentos e práticas, informações que estavam antes mantidas em segredo sendo passadas de boca para ouvido, de um para outro numa linha secreta que visava manter viva a chama desde o fim da última grande civilização global , há aproximadamente 10.500 anos atrás.

Se formos a Angkor, a Esfinge Egípcia, as pirâmides, vamos descobrir que estes monumentos estão astronomicamente orientados com eventos que nos levam a esta data: 10.500 anos atrás.
Uma civilização planetária.

Mas algo aconteceu, mudanças ocorreram e isto foi se perdendo, até que manobras diversas levaram a um eclipsar desses antigos povos e só lendas restaram.
De forma sistemática em todas as partes do mundo novas culturas tentaram destruir as antigas.

Se apropriaram da forma exterior de seu saber, mas não de sua essência.
Os povos nativos sempre tiveram sua forma de ser.
Tal forma de ser tinha como base a harmonia com o Ser Terra no qual vivemos.
A civilização na qual estamos inseridas "coisificou" tudo.
As pessoas se vêem como coisas, se tratam como coisas, a vida foi tornada uma coisa e agora sofremos a consequência disso, quer no caos social, quer no caos psicológico, quer no caos ecológico que vivemos.

Há duas posturas possíveis aqui.
A alienação, em várias formas, mas em essência a velha idéia de que o "que importa com o mundo não me incomoda, interessa ou diz respeito".
Esta a postura dominante, os que assim agem de uma forma ou de outra, por ação ou omissão servem aos que trabalham pela destruição.
Outra postura é a ação incisiva, direta, consciente, que pelo agir muda o mundo, sem ficar pregando, sem ficar escravo de teorias mas mostrando a realidade em atos.

Só atitudes podem mudar a realidade a nossa volta.A Tribo do Arco Íris se caracteriza por atos.
O Arco Íris é um ato.
Ali estão as gotas de chuva, suspensas, plenas em si mesmas e então a magia acontece.

O pai Sol está emitindo sua luz e da interação entre a luz que percorreu o espaço imenso, e as gotas de água, fonte de vida, surge a beleza, surge o Arco Íris, Bifrost para os antigos nórdicos, a ponte que une este mundo a outros.

Em outros tempos poderíamos nos esquivar de uma ação direta e incisiva sobre a realidade, mas hoje frente a realidade que enfrentamos todo ato de alienamento é uma colaboração a destruição contínua da mãe Terra.

Buraco na camada de Ozônio, vazamentos de óleo e petróleo, produtos químicos lançados aos rios, mercúrio dos mineradores, árvores sendo abatidas, animais exterminados pela destruição de seu habitat.
A caça foi tão deturpada quanto a idéia de combate e o termo caçador está tão empestado de falsos significados quanto o termo guerreiro.

Este o mundo que vivemos.
O mundo no qual estamos inseridos.

...Estamos numa batalha, um bom combate.
A convocação aos guerreiros e guerreiras do Arco Íris está sendo feita.
Precisamos de pessoas inseridas na realidade, que estejam no mundo sem ser do mundo.
Fugir do mundo alienando-se do mesmo já mostrou sua falácia.
Precisamos de pessoas que são mais fortes que o mundo, isto é, que estejam plenamente inseridas na chamada "normalidade", no chamado "cotidiano" mas que não estão presos(as).

...Esta é uma grande vantagem deste mundo desequilibrado.
Ele destrói ilusões, é implacável com as falsidades.
Só os que estão prontos para enfrentar a vastidão da eternidade suportam a loucura da realidade cotidiana.

...Dizer coisas, falar de teorias é muito fácil.
Mas eu não acredito em ninguém que não tenha uma vida concreta e efetiva neste mundo com atos que corroborem aquilo que falam.
E entre nós não temos seguidores (as) pois seguidores são algo menos que humanos, algo menos que seres viventes.
Autonomia intelectual e moral é o mínimo que esperamos para pessoas que pretendem cruzar a árdua fronteira do "conhecido" e entrar no "desconhecido".
E o primeiro desconhecido para quem desperta é aqui mesmo, no aqui e agora, pois estamos de tal forma isolados desta realidade, de tal forma iludidos no sono e no sonho que ficamos apenas teorizando, sem nada de fato realizar.

Assim estar no mundo sem ser dele, realizar atitudes na direção da cura do ser Terra no qual vivemos, agir conscientemente rumo a um novo estado de consciência me parece o primeiro e decisivo passo de quem pretende agir rumo a realidade maior que nos circunda e insiste em sussurrar além dos muros de certezas vãs que tantos erguem ao seu redor.

As pessoas querem fugir do incômodo, do vazio, da incerteza, preferem falsas constatações que a ameaçadora força da Eternidade que nos reduz ao que somos de fato: Poeira cósmica.
Mas aí está o mistério, aí o maravilhoso que parece ter escapado de tantos:
Nós que nada somos desafiarmos a incrível solidão e vastidão da Eternidade.

..."Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
EU não deixo meus passos no chão
Se você não entende não vê
Se não me vê não me entende
Não procure saber onde estou
Se meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse Sol
Se minha mente virasse Sol"

Estamos em atividade.
Temos que ser cuidadosos.
Me lembro dos Templários, traídos pelos que não conseguiram a eles se ligar.
Me lembro de nossos antepassados espirituais trucidados pelos terríveis conquistadores, com suas armas, cruzes e religiões de pecado, medo e dor.
Estamos em plena batalha. Ou iremos para a extinção de toda a vida neste planeta,com risco mesmo de morte do SER Terra,ou iremos para um novo mundo, um mundo que pode surgir se atingirmos a massa critica, isto é , se um número suficiente de nós conseguir "sonhar" o novo mundo.

É para isso que estamos aqui
Para partilhar esse sonho.
Para tecer esse novo sonho, com a ajuda da grande aranha dourada que teceu o primeiro mundo de nossos antepassados, que ainda tece o sonho destes , que podemos também sonhar.

O velho nagual dizia que entramos num rodamoinho e indo ao fundo cremos ir a algum lugar quando na realidade apenas nos aproximamos da destruição.
Sair desse rodamoinho, voltar a ser livre barco, navegando pela vastidão do mar escuro da consciência é o desafio que se apresenta a cada um de nós.
Sinto agora o vento da noite, a lua crescente no céu, a vida se mostrando no jasmim na minha varanda que renasce após a poda de inverno que realizei na lua nova de Agosto.

A vida retorna após a poda, assim vejo este momento que se aproxima.
Neil Gaimon em sua série SANDMAN conta algo belo quando fala :"Se mil gatos sonharem o mundo deixará de ser como é e voltará a ser um mundo de gatos".

Nós do povo felino entendemos a mensagem.
Sugiro a leitura de "Um sonho de mil gatos".
Aos que perguntam qual é meu objetivo respondo com este conto.
Trabalho apenas para que mil gatos sonhem...

http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/batalha.html

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