imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



terça-feira, 31 de maio de 2011

EQUINÓCIOS E SOLSTÍCIOS DE 2011 - OS ECLIPSES PODEROSOS DE 2011



Os Equinócios e Solstícios de 2011 são excepcionalmente poderosos e servem a vários propósitos. Na verdade, eles são catalisadores e acionadores da Ascensão. Esses dias potentes deveriam ser usados para orações em grupo, cura, liberação, conclusões, meditação e, certamente, para uma profunda auto-análise. Os solstícios e equinócios restantes nos dois próximos anos são complexos e carregados de múltiplas inserções holográficas para a Ascensão, tanto da humanidade quanto do planeta. Nós lhes asseguramos que estes eventos astrológicos são infinitamente mais poderosos do que os equinócios e solstícios dos últimos milênios. Pedimos a cada um de vocês que os aprecie e utilize como sugerido. Reúnam-se nesses dias e o poder da Consciência de Grupo crescerá exponencialmente.

OS ECLIPSES PODEROSOS DE 2011


Além disso, 2011 terá um conjunto extremamente raro de eclipses complexamente codificados. Haverá um total de seis eclipses em 2011, sendo que três deles ocorrerão num período de 30 dias entre 1º de junho e 1º de julho. Este período será acentuado pelo Solstício de Junho.


“TRÍADE DE ECLIPSES” DO MEIO DO ANO


A poderosa “Tríade de Eclipses” do meio do ano ocorrerá em:


1) 1º de junho


2) 15 de junho


3) 1º de julho


Os três ocorrerão com exatamente 15 dias entre um e outro. Serão dois eclipses parciais do sol, ensanduichando um eclipse lunar de lua cheia, com espaço apenas o suficiente para respirar; então se preparem para uma viagem poderosa! Tudo isto será acentuado por um Solstício poderoso em 21 de junho. Embora os dois “eclipses externos” da Tríade sejam solares parciais, não pensem que suas energias serão diminuídas pelo fato de não serem eclipses totais, pois a energia de todos os três será extremamente potente e será sentida por todo o planeta, independentemente de ser ou não visível do ponto específico do planeta onde vocês estejam. A energia envolverá o planeta e afetará cada um de vocês.


O eclipse solar de 1º de junho será o início. Na verdade, a energia de cada um desses eventos possui um campo de intersecção que se expande energeticamente para os 3 dias anteriores e os 3 posteriores ao eclipse.


AS ENERGIAS:


O padrão energético da Tríade se relaciona com liberação, cura e reconstrução.


1º de JUNHO: Liberação e limpeza. Liberação dos antigos padrões de energia; padrões que podem estar enraizados e até ocultos.


15 de JUNHO: Cura através da aceitação de Enfrentar os Desafios, sendo fiel a SI MESMO.


1º de JULHO: Força e Conclusão do “Novo Eu”. Não apenas através da visualização dos atributos que se deseja criar, mas também tomando as atitudes necessárias, dando os passos necessários para manifestá-los.


O Solstício de Verão (de Inverno, abaixo do Equador) será a amplificação do fluxo energético de todos esses eventos. E em 2011, ele acrescentará uma energia exclusiva que precederá o Portal 11-11-11

O PORTAL DE DATA TRIPLA



O Portal de Data Tripla de novembro de 2011 será o dia especial mais potente do ano. Massas de seres humanos formarão a rede humana e se ligarão à Energia Cósmica, que está acumulada nos estágios finais da ativação da Grade Cristalina 144. Em 11-11-11, os Cristais Mestres Atlantes se ativarão ainda mais com o despertar inicial do Cristal da Comunicação Multidimensional no Vórtice Cristalino.


Este despertar recodificará sequencialmente os 12 Discos Solares Dourados em todo o planeta. Estes discos estão sendo ativados em 12 espirais helicoidais. Eles estão emitindo uma energia divina de campo zero, de amor puro, amor incondicional, um código luminoso que só pode existir na quinta dimensão e acima.


Em 11-11-11, o Disco Solar do Vórtice Cristalino será ativado sob a área da Montanha Pinnacle, em Arkansas, e isto completará a energia do Vórtice de Arkansas e depois unirá em rede os novos códigos de DNA por todo o planeta.


Os Discos Solares Dourados são o DNA, o padrão para o campo cristalino unificado na Transição Cristalina do planeta. Na verdade, eles estão sendo reprogramados pela Grade Cristalina 144 e dentro dela!


Os Discos Solares Dourados emitirão uma hélice de 12 filamentos, numa energia espiralada que servirá como protótipo do DNA para o aspecto cristalino através da Grade 144. Na verdade eles correspondem à capacidade da Terra de se regenerar e se remodelar, tornando-se, nesse aspecto, o DNA padrão ou modelo da Nova Terra. Eles são espirais energéticas. Na verdade, são mais espirais do que discos, mas realmente se assemelham a discos quando vistos.


Quando a sua Ascensão se completar, vocês terão maior acesso aos aspectos multidimensionais de si mesmos. Na verdade, para alguns de vocês, a Ascensão já ocorreu, em termos de multidimensionalidade, entendem?


Agora, a Terra e a Espécie Humana precisarão da Transição Cristalina, tanto da Terra quanto das expansões de energias de vocês. Portanto, VOCÊS é que a provocarão. Ela os ajudará em muitas funções; talvez mais do que imaginam.


Ela modificará a maneira como o corpo humano recebe a luz solar; ajudará na transformação luminosa translúcida do corpo físico; acionará a transição do corpo humano da base de carbono para a base de silício; e, assim, modificará as necessidades nutricionais do corpo físico humano. Defenderá a magnetosfera da Terra, defletindo meteoritos e cometas; e diminuirá os efeitos dos raios gama na atmosfera terrestre. Ela se manifestará graças a um esforço natural e científico; é o fruto natural da conclusão da Grade Cristalina 144.
 
Vejam, em 21 de dezembro de 2012 a Terra Ascenderá e a Ascensão estará disponível para a Humanidade. Mas não esperem que a Terra tridimensional, que vocês vêem à sua volta agora, siga o exemplo instantaneamente. Isto ocorrerá em três séculos, mas a energia expandida da Transformação Cristalina que vocês chamam de Ascensão é que vai permitir a transição da humanidade… um coração de cada vez.



Nos próximos dois anos, o amor pelo poder começará a ser substituído pelo poder do amor. Não duvidem disto, pois já está em ação. A transformação ocorre em um coração de cada vez, dentro de cada um de vocês. Portanto vocês devem SER a mudança que desejam ver!


É um futuro de Ascensão que vocês estão criando… e lhes dizemos que esse período de menos de três séculos é um piscar de olhos.



Diante de vocês se encontra um incrível despertar e conclusão. O ano 2011 é um momento de onipotente revisão, re-calibração e reestruturação. É realmente um momento de aceleração, amplificação e, certamente, de celebração. Cada um de vocês fez a diferença e partirá deste planeta com mais luz do que quando entrou.
 
Texto completo em http://muraldecristal.blogspot.com/2011/05/ecletica-triade-de-eclipses.html

domingo, 29 de maio de 2011

NOTÍCIAS SELECIONADAS



Algumas pessoas dizem que precisamos ler as notícias para saber o que está se passando pois temos que ver a "realidade". Mas o que o noticiário passa não é a realidade completa. É uma parte da realidade. A pior parte dela. O que vemos na mídia é um filtro do que acontece. Existe todo tipo de notícia sendo anunciada o tempo inteiro, coisas boas e ruins. O ser humano, pela própria negatividade que carrega dentro de si, sente-se atraído pelas más notícias. Os meios de comunicação são feitos por seres humanos que também têm essa mesma tendência, e precisam dar o que a maioria quer para poder ter audiência.



De tanto vermos as piores notícias, vamos internalizando cada vez mais que o mundo é muito violento, que não tem jeito, que tudo vai se acabar, que hoje não é mais como era antigamente, que a corrupção não tem fim, que os preços estão pela hora da morte, e etc...


É claro que existem coisas negativas. Entretanto, ficamos com uma impressão que a realidade é muito pior do que o que realmente é, pois as notícias são selecionadas. Não importa o quanto de coisa boa aconteça, os jornais vão noticiar sempre mais noticias ruins do que boas.


Dando um chute estatístico, talvez em média 30% das notícias sejam boas ou neutras e 70% têm conteúdo negativo. Seria possível se alguém quisesse, criar um jornal somente com notícias horríveis, como também seria possível criar um somente com notícias ótimas. E isso teria um intenso efeito sobre como percebemos a realidade.


Imagine, então, como seria se os jornais invertessem os percentuais e reservassem 80% do tempo para noticiar coisas boas: projetos, realizações, iniciativas em andamento para melhorar a saúde, educação, pessoas que alcançaram grandes objetivos e etc... Como seria a nossa percepção da realidade? Certamente, seríamos uma sociedade bem mais otimista e teríamos uma sensação maior de segurança e bem-estar, o que acabaria se concretizando de fato.


Essa atração pelas notícias negativas, que provoca um misto de prazer e sofrimento, é causada pelos sentimentos negativos que acumulamos durante a vida. É como se o nosso sofrimento interior tivesse vida própria e desejasse se alimentar. Esse sofrimento guia muitas de nossas ações e desejos, e nós, de forma inconsciente ou semi-consciente, nos deixamos guiar. A nossa negatividade interior, então, "bebe" do sofrimento das notícias e se fortalece. Observe esse processo em você e em outras pessoas, quando achamos irresistível ouvir uma notícia trágica. Nos acidentes de trânsito, vejo as pessoas andando mais devagar com o carro, atrapalhando o fluxo, só para ver o acidente mais de perto. Se tiver uma vítima estirada no chão, fica ainda pior.


As tragédias que vemos na televisão nos deixam marcas emocionais. Não bastasse nossos próprios dramas familiares e com as pessoas próximas, acabamos por nos causar pequenos e até grandes traumas por absorver e nos emocionarmos com sofrimento de terceiros. Geramos mais raiva, tristeza, culpa e outros sentimentos para nós mesmos.


A quem isso ajuda? A ninguém. Pelo contrário, aumentando o sofrimento individual estamos aumentando o sofrimento coletivo, pois nos influenciamos uns aos outros de forma involuntária. 


O noticiário é certamente um grande contribuidor para o pessimismo, depressão, pânico e diversos outros problemas. Observe, então, o quanto nos fazemos mal, chegando ao ponto de algumas pessoas precisarem levar esses traumas absorvidos para o atendimento terapeutico.


Quando fui tomando consciência disso, fui me afastando cada vez mais das notícias. Já tem alguns anos que não leio jornais (só vejo a parte de cultura e entretenimento) nem vejo noticiários de televisão. O que percebi é que não fazem a mínima falta. Comecei a dar atenção aos programas, livros e notícias positivas. Isso realmente melhorou bastante meus pensamentos, que acabaram influenciando minhas ações me trouxe mais bem estar. Antes eu assistia a tudo e era um pessimista. Mas eu não achava isso. Dizia que eu era um realista bem informado. Realista nada, pois as notícias que vemos não são a realidade total, é apenas uma parte.


É isso que recomendo a todos. Não espere que a televisão ou o jornal mude. Comece a escolher voluntariamente o que assistir para se afastar da negatividade. Boa parte das vezes será necessário desligar a TV e não ver nada mesmo. Vão surgir pensamentos e vontades para levar você a se manter no antigo padrão. Entenda que é apenas a sua negatividade interior querendo se alimentar. Mas agora que você tem consciência disso, ficará mais fácil não ceder. Ela vai tentar lhe convencer que você precisa estar bem informado, que vai virar um alienado, que é importante assistir ao noticiário.


Os dois mundos existem ao mesmo tempo: o da negatividade e o das coisas positivas. A qual dos dois você quer estar mais ligado? Faça uma mudança de forma consciente para se ligar à parte positiva.
 

http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=26268

sexta-feira, 27 de maio de 2011

APROVEITAR O TEMPO



"...Aproveitar o tempo!...
Deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisas,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O regato casual das chuvas que vão acabando,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da Terra,
E estremece,  no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino."

Fernando Pessoa, trecho de "Apostila"

Imagem:"Joy Vibration, Rassouli

domingo, 15 de maio de 2011

...


Sua energia de Mulher nunca será acionada se você precisar depender de alguém.
Suas forças não existem para serem anuladas, e sim somadas, ampliadas.

...A maior violência que uma mulher pode cometer a si própria é se permitir ser dominada por seus apegos mundanos.
Dominada pelos interesses materiais ou financeiros.
...Você se mutila quando é comandada únicamente pelos interesses materiais.
Seu espírito se apequena para a vida, e sua sombra fica maior do que você mesma.

...Você tem o poder para brilhar e para ter independência em todos os sentidos.
O sexo-frágil não existe!

"Sexo-frágil" ...
Essa palavra foi criada para alimentar a ilusão das mulheres que se esqueceram o que elas são e também para as que, por comodismo, não querem se lembrar.

A mulher só se torna dependente por comodismo e medo.
Medo de agir, de convocar o seu poder.

...A mulher que não convocar seu poder e que não assumir seu compromisso de ser quem deve ser agregando energia essencial em sua vida, em suas atitudes, conquistando sua independência em todos os sentidos, irá se fechar para a Fonte e sentir a corrosão interna provocada pelo ego negativo.

...A dependência lhe consome e a torna menor.
A ilusão lhe adoece.

Seu Templo Sagrado é construído convocando seu poder nos atos simples da vida. 
Não é se tornando 'feminista' que você manifesta sua força, e sim agindo a partir dos aspectos da sua essência, em todas as atitudes de sua existência sublime.

Fonte: 'Mulher, a Essência Que o Mundo Precisa' Bruno Gimenes

INVERNOS EXISTENCIAIS



Por mais bela e florida que seja a primavera, o verão sempre pede passagem e traz consigo os dias quentes.

E mesmo que desejemos reter os dias ensolarados e agradáveis, aproxima-se o outono e, como que obedecendo a um chamado superior, instala-se, silencioso e decidido...
Depois de um lindo espetáculo de cores, as folhas caem, vencidas, transformando a paisagem... E o outono também parte...

Soberano, logo aparece o inverno e se faz sentir das mais variadas formas, com seus dias frios e cinzentos.
Passa o tempo e outra vez o espetáculo colorido de folhas e flores anunciam que a primavera está de volta...
E é assim que os ciclos das estações se repetem e trazem oportunidades de aprendizado para todos os seres vivos.

Semelhante às estações, o nosso viver também tem primaveras, verões, outonos e invernos...
Mas nem sempre percebemos as lições que cada estação enseja, e nos desesperamos diante dos dias frios e cinzentos dos invernos existenciais.
A primavera é agradável, não há dúvida. Flores e perfumes tornam nossos dias mais alegres.

No entanto, se as flores surgem na primavera, é no inverno que acumulam as horas de frio necessárias para fazer brotar a gema floral com o choque térmico no início da nova estação.
Sim! Se não fosse o frio não teríamos alguns tipos de flores e frutos.
O frio “quebra” a dormência das gemas que originarão a folhagem e os frutos na primavera, quando folhas e flores enfeitam a paisagem.

É assim que nós também podemos utilizar os invernos existenciais para favorecer a floração das virtudes que embelezam a nossa vida e nos trazem alegria...
Para as plantas, a escassez de umidade, o frio e a baixa luminosidade, ocasionadas pelo inverno, são qual jardineiro que desperta a vida adormecida em sua intimidade.
É assim que árvores e plantas perdem galhos e folhas, mas garantem floradas em todas as primaveras...

Por vezes, os seres humanos também passam pelos invernos existenciais e perdem temporariamente a exuberância. Sentem-se como uma árvore desfolhada, sem flor nem perfume...
Mas que importa se a vida que pulsa, além das aparências, está se preparando para produzir flores mais belas e perfumadas nas primaveras vindouras?

Geralmente são os dias mais difíceis que acordam em nós as sementes adormecidas da esperança...
Não há dúvida de que os dias ensolarados e alegres são encantadores, mas são os dias difíceis que mais desafiam as nossas potencialidades e quebram a concha da nossa acomodação...
O sofrimento que nos fustiga a alma é abençoado aguilhão que nos faz despertar para os valores reais da vida.

Assim, diante dos açoites do inverno, pense nas preciosas lições da natureza.
Observe as árvores desfolhadas, quais esqueletos nus na paisagem cinzenta e sem brilho, mas em pé...
Firmes e cheias de esperança.

Suportam os ventos, a chuva, o frio e a falta de luz, mas conservam a seiva da vida na intimidade...
Instintivamente aguardam o retorno da primavera que, com sua brisa morna, vem acariciar as flores e fazê-las frutificar...
Aproveite os dias ensolarados para armazenar o vigor que lhe sustentará nos invernos existenciais...

E quando os dias escuros surgirem na sua vida, não permita que a tristeza lhe roube a esperança de ver surgir, outra vez, a primavera...
Lembre-se que mesmo nos dias nublados, o sol está sempre à espreita, esperando sua vez de brilhar e espalhar vida por sobre toda a natureza...

http://www.imagick.org.br/apres/ArtigoTextos/comportamento/Invernos.html

terça-feira, 10 de maio de 2011

MÃE NOSSA


Se existe um Pai Nosso, tem que existir uma Mãe Nossa. Alterei a oração para o feminino... 

MÃE NOSSA

Mãe Nossa que és o Céu
E também és a Terra
Sagrados são todos os teus nomes
Teu é o reino de tudo o que é
Tua vontade já está feita
Assim na Terra como no Céu
O pão nosso de cada dia nos é doado de teu ventre
Perdoai todas as vezes que te ofendemos
Dai-nos tolerância, amor e compaixão
Para perdoarmos aqueles que nos ofendem
Não nos deixe ser seduzidos pelo  brilho das cidades
E livra-nos da escuridão da ignorância espiritual

Que assim seja e assim se faça

segunda-feira, 9 de maio de 2011

MÃE




Aceito o fluxo. A imensidão de meu ser navega em pétalas de divinas flores, que brotam no sempre. É o contorno delas. Onde a linha se faz perceber, é sempre o encontro da luz e da escuridão. Sou o entre. Porque sou mulher. Sou o contorno dessas linhas, sou o contorno de todas as formas. Somente a escuridão nos faz perceber a luz. Sou grata. Apanhei num ramo de sol um abraço. Foi quando ele atravessou a nuvem que vi a certeza de seu raio. O universo brinca de cores, e tudo isso não seria nada se não existisse a escuridão que agora me cala. A matéria existe porque a escuridão limita a luz. Ou estaríamos cegos. Nosso mundo é brincadeira do divino, para que a luz possa sair dela própria e se perceber de fora... “Oooolha... sou luz!” Diz o anjo olhando para o sol. Sem nem sempre saber estar diante de um espelho. O maior da nossa galáxia. E nós, anjos da Terra, somos o corpo de luz refletido pelo nosso astro.



Não estremeço, mas tudo é um só choro. À espera de meu sangue, tudo é água que lhe abre caminho. Meu ser chora de viver, chora de tristeza e alegria, chora de se compreender. Lágrima de mim é pura pulsação, sou gota de orvalho na flor. Estremeço a qualquer murmúrio de sua cor. Hoje sou assim: essa lágrima. E sou também a maciez da pétala que a ampara e lhe permite ainda os contornos de uma única gota...


Ah, pequena lágrima. Aprendestes com a nossa mãe. Como ela, tens forma e és pequena aos olhos de quem te olha, vulnerável. Mas és sempre ainda grande mar. Como nossa mãe. Essa mãe que nos acolhe, que aceita que possamos ainda acreditar estarmos apartados dela. Quando tudo vem de seu centro e apenas joga o jogo de se separar, ela sorri e sente cócegas, de seus filhos que passeiam por seu corpo-terra. Mãe Terra, que nos sustenta. Sorrio também ao saber que nossos passos confusos e brincalhões ainda a fazem rir. És bela e leve, e na suavidade reside tua imponência. Haverá no mundo um exemplo maior de humildade do que o teu? Teu colo é disponível ao filho que te sente, mesmo àquele que em arrogância julgou-se superior a ti...


Mãe Terra, generosa. Tua voz fala a teus filhos. Está no correr dos rios, está no sussurrar do mar. Coragem de quem te sente e te percebe por quanto és. Abundância suprema. Se honrássemos teu nome com o que mereces, não haveria em teus filhos nada que não fosse confiança plena.


Em mim, em ti, no laço que nos une está o pai. Sopro criador que em mim um dia dançou ciranda. Que linda dança a criação criou para gerar a vida. Recebe no teu corpo somente quem é digno, mãe. Honra teu nome e teu poder. Honra o que em ti é capaz de criar, honra os filhos que teu corpo gerou. Teu corpo é sagrado, mãe. És mulher, divina. Navegas águas jamais navegadas pelos homens, jamais conhecidas. Que outro ser haveria de receber o privilégio de conceber a criação em seu próprio ventre? A que outro ser poderia ser concedida a possibilidade de gerar, criar, nutrir, fazer crescer em doação e amor?




Vida e morte se entrelaçam, se completam no que em mim é vida. Qual é o oposto da morte, perguntaram. E aos que responderam vida nos foi dito: nascimento. Porque a vida é eterna...


Hoje, minhas lágrimas choraram morte e nascimento, e eram vida. Lágrimas alegres de viver... como vocês são bem vindas! Lágrimas de sorrir e de sofrer. Iguais, a mesma água. Em mim passeiam generosas e abundantes, como mulher que sabe ser fonte e não se reprime. Respeita minhas águas. Confia. Sou eu. Elas têm seu ritmo, seu tempo, sua linguagem. Elas são o que de mim pulsa de mais puro e verdadeiro, como só a água sabe ser. Enquanto houver o que limpar nos rios de minha mãe, enquanto os vulcões cuspirem fumaça como quem engasga, enquanto nosso solo envenenado suportar o alimento que não alimenta... Minha lágrima correrá. Porque sou feita à sua imagem e semelhança, mãe, porque enquanto você não se limpar eu também não vou me limpar, e quando teu corpo-terra me quiser mais pura, eu também me purificarei para te renovar.




Comigo falaram a linguagem dos céus. Quando tudo era nuvem, um rasgo de brilho se abriu na desesperança cinza, desenhando uma vulva. A imagem ouviu minha pergunta: tempo de me permitir um filho? A resposta veio do próprio pai, que iluminou meu rosto pela mesma brecha. Tempo de plantar um sonho em terreno fértil. Honrar pai e mãe no instrumento que há em mim. Meu corpo perfeito, potencial gerador. Terra adorada, espelho do que em mim sonha nutrir, crescer...




Talvez, o sonho do espelho seja ainda fruto em tudo o que a mim se manifesta. Esperança menina, esquecestes de mencionar que tua saia ainda dança, e que a propósito, sempre tivestes mesmo uma preferência por uma saia BEM RODADA. Ah, roda do infinito, que seria de ti sem as pétalas de tuas flores? A partir do centro, teu desenho cresce em múltiplas direções. Acordei no meu sentir o desejo que crescestes em mim, e agora tenho a sabedoria dos abismos.




O que você vê, quando fecha os olhos? Eu vejo vórtices que giram ao infinito, escadas que sobem a lugares desconhecidos, paisagens de sonho, unicórnios que voam e um anjo vermelho na caverna de meu útero, soando trompas. É assim, a cada vez. Nenhum outro veículo me levaria a paisagens assim tão insondadas. Quando outra mão guia a entrada no mistério, nossa imaginação assume a forma de uma carruagem de prata.


Gratidão pelo que em mim me permite crescer. Pelo que em mim reconhece o "a cada dia" do aprender a ser eu mesma e a ser mulher. Descomplicar o simples. Porque o mais importante ficou de lado? Recuperar o sagrado em mim é abrir espaço ao meu sangue, conceder-lhe o silêncio que lhe é próprio, ouvir histórias de suas vozes e expandir o peito para receber as bênçãos. Assim, conciliando os movimentos de nossas águas, aprendemos a girar com a lua e a renascer sorridentes. Possível só quando o silêncio da morte for honrado em sua sabedoria. Céu escuro e noite nos ensinam. Ao mesmo tempo em que as estrelas não nos deixam esquecer que nunca estamos sozinhas.




Obrigada, mãe. Tua generosidade assombra o que em mim ainda é mistério, mas mais ainda o que já é consciência e contemplação. Meu sorrir vem de ser sol depois de cantar para a lua, de irradiar brilho de prata e ouro em qualquer direção. Ah, sim, que reconhecer minha radiância é o passo mais importante para poder dormir no teu seio, para contemplar de perto a acolhida de teu colo, a paz de teu ventre. Que abraçando-te, mãe, eu possa sempre voltar lá pra dentro. Lembrando ser tua criança. Bênção de crescer, de não saber, de não lembrar. Para ser também filha.


Doce surpresa, o universo reserva para nós. Renascer, de nossas próprias mães, que também são filhas dessa Mãe maior... Sermos filhas de quem um dia fomos mães. Descobrir-nos mães sob o olhar de quem nos pôs no mundo e nos pegou nos braços.


Mãe, mãezinha... Quando vou te ninar de novo? Quero ser tua menina, mas também tua mãe. No infinito que é a mulher, podemos ser tudo isso. E a mesma lágrima que veio me abraçar correndo, fui eu, quando me recebestes infinita no teu ventre. Sou eu no momento em que me descubro filha querendo ser mãe de novo.


É isso o que nossos ciclos nos ensinam? Morrer e renascer a cada lua, brincando de percorrer em nós as estações? Meus invernos e primaveras atravessam meus outonos e verões. Entre folhas e flores, exposta ao sol ou ao frio, sou ainda mulher e menina, sou mãe e filha, claro e escuro, e sou sempre a mesma água que atravessa toda a criação. De que imensidão nos fala o nosso fluxo, quantas bênçãos se escondem em minha menstruação? Vermelho de vida e intensidade, cor que ousou ser sangue, mulher.


Me deslumbro. Me entrego. Me abraço. Ser montanha, quanta vastidão! De seu impassível lugar, vi em mim a dança do pequeno eu. Não chorei. Enquanto ele esperneava, eu observava imensa, com a compaixão de quem cresce o filho que ainda não quer aprender, sem impor-lhe uma sabedoria. Porque mãe que é mãe sabe que essa escola é a vida.


Encanto, escrevo... Meu sangue esperou que esse outro fluxo corresse de mim. Insistiu em não descer, paciente de encontros. Talvez se sinta novamente seguro quando estivermos reunidas na intimidade de um círculo. Dessa vez, com as bênçãos de nossas mães.


A gratidão pelo meu sangue, pelo meu fluxo, torna-se então gratidão por toda vida gerada por todo ventre. Sou grata, minha mãe. Pois com o meu sangue, experimento um pedacinho do amor com que você me fez. Até o dia em que meu ventre escolher repetir em mim a alegria de meu nascimento, presenteando-me novamente com a vida que você me deu.




Sem esperar ser mãe para fazê-lo, ofereço meu útero e meu sangue em nome de todas as mulheres que são mães no mundo. Que são mães DO mundo. Meu coração, da mesma cor, habita mais embaixo agora. Ali, onde a vida sempre pulsou. Hoje, mãe, e sempre, ele é todo seu.



(Larissa Lamas Pucci)

http://clafilhasdalua.blogspot.com/2011/05/dedicado-mae-que-existe-em-cada-mulher.html

domingo, 8 de maio de 2011

ADULTOS...OU ADOLESCENTES?




Não é raro encontrar uma pessoa de meia idade, ou na terceira idade, usando roupas adolescentes. Eu mesma comprei um caderno cheio de bonequinhas nas folhas, um forte indicativo de que estou igualmente infectada por essa febre em querer voltar à época teen. Outros sintomas da aborrecência? Adultos que vivem nas clínicas de estética aplicando botox, fazendo lifiting e usando outras técnicas de rejuvenescimento; pessoas que malham em desespero para chegar ao corpo ideal - que seria o corpo adolescente; a crença institucionalizada de que o importante é o hoje, o agora, por isso não há limites para se divertir - porque o amanhã é outro dia.

Poucos adultos começam a pensar no amanhã, e assim imitamos a educação que está entrando na vida dos nossos filhos pelas várias telas, desde às telas de televisão, computador ou celular, até mesmo às telas que emolduram produtos e serviços nas lojas dos shoppings.

Há outras variações que deixam claro que VIVEMOS UM TEMPO EM QUE TUDO É PERMITIDO, desde que o PENSAR seja descartado.

Difícil precisar o que é juventude. Quem não se considera jovem hoje em dia? O conceito de juventude é bem elástico: dos dezoito aos quarenta, todos os adultos são jovens. A juventude é um estado de espírito, é um jeito de corpo, é um sinal de saúde e disposição, é um perfil do consumidor, uma fatia do mercado onde todos querem se incluir. Parece humilhante deixar de ser jovem e ingressar naquele período da vida em que os mais complacentes nos olham com piedade e simpatia e, para não utilizar a palavra ofensiva – velhice – preferem o eufemismo “terceira idade”.

Passamos de uma longa, longuíssima juventude, direto para a velhice, deixando vazio o lugar que deveria ser ocupado pelo adulto. ''O Brasil de 1920 era uma paisagem de velhos'', escreveu Nelson Rodrigues em uma crônica sobre sua infância na rua Alegre. ''Os moços não tinham função, nem destino. A época não suportava a mocidade”. O escritor estava se referindo aos sinais de respeitabilidade e seriedade que todo moço tinha pressa em ostentar, na primeira metade do século XX. Um homem de 25 anos já portava o bigode, a roupa escura e o guarda-chuva necessário para identificá-lo entre os homens de 50, e não entre os rapazes de 18. Homens e mulheres eram mais valorizados ao ingressar na fase produtiva/reprodutiva da vida do que quando ainda habitavam o limbo entre a infância e a vida adulta chamado de juventude ou, como se tornou hábito depois da década de 1950, de adolescência.

A puberdade como fase de amadurecimento sexual das crianças, que marca a transição do corpo infantil para as funções adultas da procriação, tem lugar em todas as culturas. Da Grécia clássica às sociedades indígenas brasileiras, o/a púbere é reconhecido enquanto tal, e a passagem da infância para a vida adulta é acompanhada por rituais cuja principal função é reinscrever simbolicamente o corpo desse/a que não é mais criança, de modo a que passe a ocupar um lugar entre os adultos. Mas o conceito de adolescência, que se estende em certos países até o final da juventude (hoje em dia não hesitamos em chamar de adolescente a um moço de vinte anos), tem uma origem e uma história que coincide com a modernidade e a industrialização. A adolescência na modernidade tem o sentido de uma moratória, período dilatado de espera vivido pelos que já não são crianças, mas ainda não se incorporaram à vida adulta.

O conceito de adolescência é tributário da incompatibilidade entre maturidade sexual e o despreparo para o casamento. Ou, também, do hiato entre a plena aquisição de capacidades físicas do adulto – força, destreza, habilidade, coordenação, etc – e a falta de maturidade intelectual e emocional, necessária para o ingresso no mercado de trabalho. O aumento progressivo do período de formação escolar, a alta competitividade do mercado de trabalho nos países capitalistas e, mais recentemente, a escassez de empregos, obrigam o jovem adulto a viver cada vez mais tempo na condição de ‘adolescente”, dependente da família, apartado das decisões e responsabilidades da vida pública, incapaz de decidir seu destino.

O adolescente das últimas décadas do século XX deixou de ser a criança grande, desajeitada e inibida, de pele ruim e hábitos anti sociais, para se transformar no modelo de beleza, liberdade e sensualidade para todas as outras faixas etárias. O adolescente pós moderno desfruta de todas as liberdades da vida adulta mas é poupado de quase todas as responsabilidades.
Parece que ao escrever isso estou limitando o foco dessa análise aos adolescentes da elite, os únicos que de fato podem consumir e desfrutar da condição de jovens adultos cujos desejos e caprichos são sustentados pelos pais. Não é bem assim. Na sociedade pautada pela indústria cultural, as identificações se constituem através das imagens industrializadas. Poucos são aqueles capazes de consumir todos os produtos que se oferecem ao adolescente contemporâneo – mas a imagem do adolescente consumidor, difundida pela publicidade e pela televisão, oferece-se à identificação de todas as classes sociais. Assim, a cultura da sensualidade adolescente, da busca de prazeres e novas “sensações”, do desfrute do corpo, da liberdade, inclui todos os adolescentes. Do filhinho-de-papai ao morador de rua, do jovem sub empregado que vive na favela ao estudante universitário , do traficante à patricinha, todos os adolescentes se identificam com o ideal publicitário do adolescente hedonista, belo, livre, sensual. O que favorece, evidentemente, um aumento exponencial da violência entre os que se sentem incluídos pela via da imagem mas excluídos das possibilidades de consumo. Volto a esse ponto mais adiante.

O efeito paradoxal do campo de identificações imaginárias aberto pela cultura jovem é que ele convoca pessoas de todas as idades. Quanto mais tempo pudermos nos considerar jovens hoje em dia, melhor. Melhor para a indústria de quinquilharias descartáveis, melhor para a publicidade – melhor para nós? O fato é que nas últimas décadas viramos jovens perenes. Por que não? Se no tempo de Nelson Rodrigues todos queriam ser velhos; se cada época elege um período da vida para simbolizar seus ideais de perfeição – que lei, moral ou natural, deve determinar os critérios de maturação humana, os padrões de longevidade, o limite para o que podemos exigir ou desfrutar de nossos corpos? Se ainda não se sabe do que a máquina humana, feita de apetites e de linguagem, é capaz, por que o poder da cultura, do dinheiro, do cinema e da televisão não podem congelar cinco, seis gerações num estado de juventude perpétua? O ponto de vista da psicanálise.

Para Maria Rita Kehl, doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, a cultura ocidental é a que acredita ser possível viver sem nenhuma dor. Que acredita que boa vida é "só de prazeres, só de conquistas, realizações, sucesso, palavra muito usada". Assim, é uma cultura que "não produz modos de sofrer", ao contrário por exemplo do Cristianismo, "que durante séculos produziu modos se sofrer".

Na tradição judaico-cristã, observou, as pessoas "aceitam o sofrimento porque acham que Deus enviou o sofrimento, sofrer é normal, e isso não deixa de ser um conforto. As pessoas não deixam de sofrer, mas o sofrimento faz sentido".

A corrente literário-filosófica do Romantismo que prosperou na Alemanha e outros países entre os séculosXVIII eXIX também enfatizou o sofrimento, pela "perda de relação com a natureza, pela separação da natureza, pela impossibilidade da comunhão com o todo". No Romantismo, o sofrimento tornou-se, enfim, fonte de inspiração poética, sinal de sensibilidade.

Estes são os modos de produção de sofrimento no contexto de algumas culturas. "O sofrimento passa a ter sentido para a pessoa que sofre", disse.

A CULTURA DOS PRAZERES E DAS DROGAS

A atual cultura do Ocidente, em contrapartida, é uma cultura individualista e hedonista. "É a cultura dos prazeres, em que o sofrimento nos deixa em uma solidão absoluta. Cada um fica sozinho com seu sofrimento e tem vergonha de dizer para o outro que sofre. Porque, afinal, sofrer é coisa de otário! Quem é esperto não sofre!" No Brasil as pessoas ainda se amparam mais, mas em alguns países essa postura é exacerbada, notou.

E nesse sentido as drogas, salientou Maria Rita Kehl, se tornam uma porta de entrada, se transformam em um escape, "em algo que apazigua, se transforma em objeto poderoso, capaz de proporcionar grandes coisas, e também é um objeto proibido, que seduz".

MUDANÇA CULTURAL

A cultura dos prazeres, disse, está associada à cultura do consumo, atual fase do capitalismo. O capitalismo de produção, do séculoXIX e início do século XX, foi construído pelo culto à renúncia do prazer, "as pessoas tinham que se sacrificar para produzir, o que marcou muito a ética protestante, por exemplo, e Freud cuidou do sujeito produzido por esse contexto".

Mas agora é diferente. É o capitalismo de consumo,do imperativo do prazer. "Mas todos sabemos que não é bem assim, não é só fazer isso e o prazer vem imediatamente. E mesmo que os imperativos de consumo se dirijam a todos em uma sociedade, a resposta só é possível para alguns. Muita gente fica de fora. Aí é que a droga entra, como um objeto que substituiria a todas as outras mercadorias que o cara não pode ter e que ele todo dia vê anunciadas que ele deveria ter".

ADOLESCENTES, AS VÍTIMAS

Maria Rita Kehl entende que os adolescentes talvez sejam, hoje, "as maiores vítimas desse imperativo do gozo que está na cultura".

A publicidade, porta-voz mais importante desse imperativo de prazer, de felicidade absoluta, de gozo sem limites, "tem no jovem a figura privilegiada. Ele é o eleito para gozar. A criança ainda tem que ser educada, tem que ir para a escola, tem algumas tarefas, ainda está sob as ordens do pai e da mãe. Mas o adolescente, no imaginário da publicidade e da telenovela, é aquele que chegou, digamos, no potencial da vida adulta que já tem, com certa autonomia no ir e vir e de consumir, e ao mesmo tempo não tem as responsabilidades da vida adulta. Então, é a figura privilegiada, a qual se dirigem todos os apelos de consumo".

Mesmo quando a marca anunciada pela publicidade seja para consumo de adultos, a imagem que será usada é a do jovem e do adolescente. "A não ser que seja propaganda e um creme anti-rugas ou algo assim", brincou a psicanalista.


CERCADOS DE GOZANTES

Assim, todos estamos hoje, disse Maria Rita Kehl, "cercados de adolescentes gozantes", em propagandas de tênis, carro, roupa, cerveja, espalhadas por outdoors, televisão ou capas de revista.

E o adolescente, observou, naturalmente se identifica com essa imagem que é devolvida a ele, de gozo total. "Mas todos sabemos que ser adolescente não é um gozo absoluto. Ser adolescente é uma época de inseguranças, ele perdeu o corpo de criança e ainda não está à vontade com o novo corpo, que não é totalmente adulto ainda. Ele mudou de turma, a família não protege mais, tem que se proteger sozinho e tem medo da rejeição. O adolescente fica apavorado sem amigos".

De novo, a porta da droga se oferece. "Nessa idade - que não é o pleno gozo que a publicidade representa -é muito fácil para o adolescente resolver o seu problema, a sua inadequação, a sua solidão, a suadificuldade de dominar os códigos da vida adulta, o seu medo do futuro pelo caminho da droga, que está aberto para ele."


PORTAS DE ENTRADA

Maria Rita Kehl assinala que, em termos bem pessoais, acredita que a cultura ocidental oferece duas grandes portas para o adolescente entrar na vida adulta. Uma é a porta do shopping center, "onde ele pode ir sozinho, é lugar protegido". E a outra é "a porta da maconha", o rito de entrada para a vida adulta em alguns círculos.

Ela entende ser fundamental, então, que sejam oferecidas outras "portas de entrada" para o jovem, em termos por exemplo de atuação política, de ação social, de informação, de cultura, de estímulo à criatividade, como ocorria na geração da contracultura dos anos 60.


A VISÃO DOS ADULTOS

Outra questão a ser considerada, advertiu a psicanalista, é que "os pais também são influenciados pela cultura individualista, hedonista, da pós-modernidade. Achamos que temos filhos para poder dar tudo a eles. Se não pudermos dar tudo a eles, somos fracassados".

Muitas vezes, assinalou, os pais depositam nos filhos, principalmente na adolescência, "as nossas fantasias, o que a gente queria ter tido de boa vida e não teve. E essa nossa fantasia favorece o caminho da drogadição", alertou.

Pressionados, estimulados pela cultura do hiper-consumo e do prazer, os jovens podem encontrar na droga, de novo, a porta de entrada, e que muitas vezes será a porta de saída da vida. É assim um desafio para os pais procurarem entender o que está acontecendo e contribuir para ajudar os filhos a encontrar as outras portas, as da criatividade, das ações política e cultural, marcadas pela valorização da vida e do não-consumo pelo puro consumo.



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sábado, 7 de maio de 2011

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...Tenho contado sobre as grandes descobertas que os antigos videntes fizeram.Assim como descobriram que a vida orgânica não é a única vida presente na Terra, também descobriram que a própria Terra é um ser vivo...

...Os antigos videntes viram que a Terra tem um casulo.Viram que existe uma bola circundando a Terra, um casulo luminoso que contém as emanações da Águia.(nota: Águia - a força criadora do universo)



A Terra é um gigantesco ser consciente, sujeito as mesmas forças que nós...

Fonte: "O FOGO INTERIOR", C. Castaneda, pag 229,230

quinta-feira, 5 de maio de 2011

AQUI E AGORA




Penso que não existe nada mais sagrado do que honrar nosso corpo e nossa Terra, aceitando-nos como somos e onde estamos... afinal... só assim poderemos receber o Sagrado e sermos Um com o Tudo que é... É aqui na Terra, nesse corpo... que podemos acessar todo o Universo.

Não entendo porque as crenças e religiões sempre colocam o objetivo a ser alcançado como algo inalcançável aqui na Terra... como se a felicidade só pudesse ser do reino dos céus... Quanta culpa colocaram sob nosso ombros, ombros ainda inocentes de quem acaba de nascer... Quanto sacrifício para nos salvar e quanto peso colocaram... onde só havia Amor...

Ou melhor... até entendo... se para nos ter sob controle era preciso que não estivéssemos de posse de todo o nosso poder de humanos/divinos.

E o nosso corpo coitado... ficou como símbolo do pecado... quando na verdade é o recipiente perfeito para acessarmos Deus

A imagem é clara agora... Somos o que estamos buscando....

Somos corpo e Espírito em Um... e para realizarmos essa união precisamos honrar nosso corpo e aceita-lo como recipiente perfeito para o Divino se manifestar... como o Graal.

Eu que sempre busquei o Céu... agora busco a Terra para receber o Céu.
Mas foi um longo caminho... há se foi

É que nos contaram tantas histórias tentando nos desviar do obvio, do simples, que acabaram conseguindo... Acreditamos em tantas coisas que os livros antigos nos contam que quase nos esquecemos de olhar para a perfeição de quem somos aqui e agora...

Mas ainda é tempo... ainda é tempo de voltar para casa, ainda é tempo de perceber que nossa casa é aqui na Terra mesmo... e que nós só temos o presente...
A partir dessa aceitação poderemos viver o Céu na Terra, não antes... é assim que sinto.

Não adianta olhar para cima como se nossa felicidade estivesse lá... Ela está dentro.
Não adianta rezar por um reino que vamos alcançar em algum lugar ou algum ponto no futuro... o Reino é o aqui e agora...




imagem: La Sereníssima, Sami Edelstein

A CARTA



Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios.

Faz já mais de cento e cinquenta anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade.


A carta:


"Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A idéia não tem sentido para nós.


Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.


Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os gamos, os cavalos a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e do homem, tudo pertence a uma só família.


Assim, quando o grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós.


A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a nossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida do meu povo. O marulhar das águas é a voz dos nossos ancestrais.


Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a nossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.


Nós mesmos sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e seus irmãos, o céu como coisas a serem comprados ou roubados, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer aos olhos do homem vermelho.


Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada possa compreender. Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender.


O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento sobre a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume dos pinhos.


O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que vossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro.


Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques. Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: O homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.


Sou um selvagem e não compreendo de outro modo. Tenho visto milhares de búfalos a apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos.


Que será dos homens sem os animais? Se todos os animais desaparecem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo isso pode cada vez mais afetar os homens. Tudo está encaminhado.


Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza a as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: Que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa nós temos certeza: A terra não pertence ao homem branco; O homem branco é que pertence à terra. Disso nós temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também aos filhos da terra.


O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.


Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha e com quem conversa como um amigo, não pode fugir a esse destino comum. Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos.


Nós o veremos. De uma coisa sabemos, é que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo deus.


Podeis pensar hoje que somente vós o possuis, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho.


Esta terra é querida dele, e ofender a terra é insultar o seu criador. Os brancos também passarão talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa noite no meio de vossos próprios excrementos.


Mas no nosso parecer, brilhareis alto, iluminado pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes.


Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver."