imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

HERÓIS

.


Os heróis? Eles estão por aí, só que nossa sociedade (que presta mais atenção às notícias ruins do que às boas) não os nota.
Na Alemanha de Hitler havia uma voz solitária, alertando para os perigos do partido nazista: Fritz Gerlich, um jornalista que não hesitou em desmascarar essa corja, mesmo com a absurda popularidade do Partido Nazista junto ao povo.
Ele pagou com a própria vida por tentar abrir os olhos do seu país: foi preso em 09 de março de 1933 (menos de um mês depois do discurso acima) e mandado ao campo de concentração de Dachau, onde foi morto em 1934.
Ele não ficou famoso como Hitler e seus asseclas, mas entrou para a história e foi retratado com destaque na minissérie "Hitler - A Ascensão do Mal".

No Irã, onde a tirania já chegou ao ápice com a reeleição fraudulenta de Mahmoud Ahmadinejad, acompanhamos o caso da mulher iraniana condenada ao apedrejamento (Sakineh Mohammadi Ashtiani).
Evitando entrar no mérito da questão, o que quero ressaltar é a corajosa atuação do advogado da mulher, Mohammad Mostafaei, que vinha conseguindo até agora evitar a condenação e alertando dessa prática medieval aos órgãos internacionais de Direitos Humanos.
Ele comprou briga com o judiciário, com o núcleo religioso e com o Ditador/Presidente do seu país sendo tão-somente um simples advogado. E assim ele defendeu vários presos políticos do regime e pessoas condenadas ao apedrejamento.
Numa luta de David contra um Golias, Mostafaei conseguiu evitar a pena de apedrejamento (mas não a condenação à morte), e ganhou atenção Internacional para o caso.
Mas sua luta não resistiu às pressões internas: sabendo que seria preso, Mostafaei fugiu para a Turquia, e hoje vive sob proteção diplomática da União Européia (UE).
Segundo ele, em entrevista ao Brasil:

Eu deveria ajudar minha cliente no Irã. No entanto, fui forçado a vir. O governo sequestrou minha mulher e prendeu meu sogro e meu cunhado. E afirmou que eu deveria ir à prisão para que eles fossem libertados. Eu não pude aceitar esse pedido. A polícia secreta iraniana espancou a mim e à minha família, invadiu minha casa, fechou meu escritório e me forçou a sair do Irã. Eu tenho certeza de que eles vão libertar meu sogro e meu cunhado, como fizeram com minha mulher.
É esse governo que nosso presidente legitima como democrático.

Me pergunto: Quantos de nós teriam chegado a esse ponto por uma cliente? Aliás, não só por uma cliente, mas por uma CAUSA. Por isso, mesmo com a aparente "derrota" do Mostafaei, o considero como um Herói de verdade. Mas há gente que vai ainda mais longe, ao dar sua própria vida pela causa. Gente como Chico Mendes que, mesmo ameaçado de morte por fazendeiros poderosos, resolveu ficar no seu estado e lutar pela conscientização da importância da Floresta Amazônica, numa época em que isso era no máximo considerado um "papo de vagabundo" (aqui no Brasil, porque lá fora Chico já era reconhecido e premiado). Ele, assim como Obi-Wan, sabia que seria mais forte morto do que vivo.

E há também heróis invisíveis, como as centenas de anônimos que realizam trabalhos sociais nos recônditos mais esquecidos pela sociedade, de forma desinteressada. Doando seu tempo, dinheiro ou conhecimento em prol de algo melhor, de um mundo melhor. Porque acreditam que, quando os outros "crescem" como Ser Humano, você TAMBÉM cresce. O MUNDO INTEIRO cresce.


Mais em: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2010/09/herois_de_carne.html

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O TEMPLO

.


O Templo de Salomão foi o primeiro Templo em Jerusalém, e funcionou como um local de culto religioso judaico central para a adoração a Javé, Deus de Israel, onde se ofereciam os sacrifícios conhecidos como korbanot. Era nele que ficava a Arca da Aliança. Esse Templo foi destruído totalmente por Nabucodonosor II da Babilônia, em 586 a.C., e consequente escravidão dos judeus pelos babilônios. Após essa época, os judeus voltaram e construíram no mesmo lugar um segundo templo, o qual foi destruído pelo imperador assírio Antíoco Epifanes. Em 4 d.C. o Rei Herodes, querendo agradar os judeus reconstruiu o templo, que foi mais portentoso que os dois primeiros. Foi este onde Jesus pregou e previu sua destruição, que aconteceu de fato em 70 d.C., pelas mãos dos romanos, por conta da Grande Revolta Judaica.

Hoje tudo o que resta do Templo de Salomão (em sua terceira encarnação) é o Muro das Lamentações, usado por judeus ortodoxos como lugar de oração.

Agora uma denominação evangélica pretende construir uma réplica do Templo de Salomão no distrito do Brás, em São Paulo. Com capacidade para receber 10 mil fiéis, o templo não será de ouro e prata, como o original, mas promete ter detalhes iguais ao do antigo santuário, inclusive com pedras trazidas de Israel. O Templo irá ocupar um quarteirão inteiro e promete ser maior que a "Catedral da Sé", maior igreja católica da cidade. A construção terá 55 metros de altura, o que correspondente a quase duas vezes a altura da estátua do "Cristo Redentor". Serão investidos 200 milhões de reais, que virão, claro, da doação dos fiéis.

Me perguntaram porque uma religião cristã precisa buscar no judaísmo a inspiração para ser o local mais importante de congregação deles, e logo lembrei que é porque o cristianismo historicamente NÃO TEM UM TEMPLO FÍSICO. A rigor, Jesus não fazia diferenciação de sua doutrina, que era aberta a todos, em especial os judeus, e por isso ele procurava o local de congregação tradicional dos judeus (sinagogas e o Templo). Busque na bíblia, e você verá que Jesus nunca deu importância ao aspecto físico de Templos ou lugares de oração, mas (ironicamente) era muito sério quanto a transformar um templo de oração num negócio:

E falando-lhe alguns a respeito do Templo, como estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse ele: Quanto a isto que vedes, dias virão em que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada
(Lucas 21:5-6)
Chegaram, pois, a Jerusalém. E entrando ele no Templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; e derrubou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas; e não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio; e ensinava, dizendo-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores
(Marcos 11:15-17)

Protestaram, pois, os judeus, perguntando-lhe: Que sinal de autoridade nos mostras, uma vez que fazes isto? Respondeu-lhes Jesus: Derrubai este santuário, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do santuário do seu corpo
(João 2:18-21)

Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o Templo
(Mateus 12:6)

E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará
(Mateus 6:5-6)


O Templo de Salomão significou uma era de esplendor e orgulho para os judeus. Com isso, os sacerdotes se afastaram, pela soberba, da essência dos ensinamentos da Torah e transformaram a mais importante casa de oração num comércio, vendendo os tais korbanot (tudo em nome do Senhor Javé, claro). E era isso q Jesus criticava quando falava dos Fariseus .E agora vem uma denominação cristã procurando erigir um símbolo da glória (e, consequentemente, da ruína) de uma civilização, algo que simbolicamente pra nós, cristãos, representa o ponto mais alto e ao mesmo tempo o mais baixo de um povo, pois fixou ali, em pedra, a espiritualidade que deveria ser carregada no íntimo (e, especialmente, em nossas atitudes). Isso Jesus nos advertiu. E não podemos negar que isso se tornou uma triste realidade para os judeus por séculos e séculos, onde tiveram de fazer (às escondidas) do seu humilde lar ou porão (mais dramaticamente ainda sua própria alma, quando não dispunham sequer da posse do seu corpo) o seu único santuário.

Não vou dizer que esses 200 milhões seriam melhor investidos em outra coisa, pois seria demagogia (todos nós poderíamos pegar o dinheiro do cinema e dar aos pobres, por exemplo), mas gostaria de lembrar que não conheço nenhuma religião que mobilize seus fiéis de forma tão contundente a construir algo realmente cristão, como um hospital público top de linha, por exemplo, que poderia ser construído e aparelhado com R$ 80 milhões, e mantido (R$ 40 milhões ao ano) com apenas uma fração do dinheiro do dízimo anual dessas igrejas gigantescas. Jesus certamente ficaria feliz.

Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração
(Mateus 6:19-21)


http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2010/09/o_templo_de_sal.html

sábado, 11 de setembro de 2010

A CONEXÃO E COMPREENÇÃO DA SOMBRA INTERIOR

.


Quando se fala em sombra, logo se pensa em algo “sombrio" ou " assombroso", quiçá até assombrado. Quando na verdade se trata de nosso "eu" mais profundo, nossa psique (expressão criada pelo pai da psicanálise Karl Jung).

Como um espelho que reflete o que realmente somos em nossa essência e que muitas vezes, ignoramos ou se quer sabemos que existe. Acontece que nosso ego se nega a confrontar-se com nossa Sombra, delimitando as ações e pensamentos que se originam desta Sombra.

A Sombra interna é nosso espelho negro ou branco, o oposto ou a semelhança. É algo trancado nos calabouços de nossos medos incompreendidos, dos quais aprendemos o dogma da repugnância, dos quais nossos pais e os pais de nossos pais, desde nossas raízes mais ancestrais, aprenderam que devem ser negadas e trancafiadas em lugares onde nunca teremos acesso em nossa existência. É o que nos escapa entre os dedos quando tentamos agarrar a areia, são nossos pesadelos ou sonhos "proibidos", é o "doar-se esperando que nos doem em seguida"... Quanto maior a intensidade da Luz, maior se projeta sua Sombra.

A intenção neste artigo é de uma forma consciente despertar o sentido adormecido, ou seja, a nossa conexão com esta sombra, de modo a compreendê-la, estudá-la e de alguma forma, ajudá-la a estar em equilíbrio com nossa consciência.

A consciência que é a certeza que transcende o medo, a ignorância e a preponderância dos preconceitos impostos pela "anti-natureza" humana. Nossos filhos herdam de nós o que formará parte de seus caráteres comportamentais, nossas ações e palavras reverberarão por toda sua vida e os guiarão nos momentos mais solitários, portanto, já é tempo de despertarmos para o real equilíbrio que rege o Amor e a compreensão universal.

Nas palavras de Patrícia Fox - idealizadora do projeto Hera Mágica: "... caminho na Luz, mas sabendo que ao meu lado caminha uma Sombra que precisa ser respeitada e compreendida.” A busca pelo real equilíbrio desperta e se alinha com as leis universais e resgata a nossa real integridade e verdade.


http://www.templodeavalon.com/modules/articles/article.php?id=82