imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



segunda-feira, 31 de agosto de 2009

HERMIONE,BELLA SWAN E O MACHISMO

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Machismo
não é um tema novo, embora seja atual. Recentemente, uma série voltada para o público jovem feminino reeditou o velho roteiro dos contos de fada que exploram a fragilidade feminina. Estamos falando de Crepúsculo, é claro. A série conta a história de amor entre uma garota tímida e um vampiro super-poderoso. Ao criar a personagem Bella, Stephenie Meyer deixou psicólogos em alerta sobre a influência dos ícones da literatura na formação da personalidade juvenil. Do outro lado, temos a bruxa Hermione, personagem da saga Harry Potter, da autoria de J. K. Rowling. Embora não seja protagonista, ela tem papel de destaque no desenrolar da trama. Pensei em confrontar rapidamente as duas personagens e verificar como as autoras desses dois grandes sucessos editoriais tratam suas principais figuras femininas.




Bella Swan, filha de pais divorciados, é uma adolescente reservada. Ao longo da história, demonstra-se frágil e sempre inclinada a sofrer acidentes. Ela cria um forte laço de dependência com o vampiro Edward Cullen, pelo qual declara amor num intervalo curtíssimo de tempo. A garota não poderia viver sem ele. Contrastando com a figura desajeitada de Bella, temos o Edward. Ele acumula um catatau de qualidades: é belo, rico, ágil e forte. É o cara perfeito. Ele preenche cada lacuna dos mais profundos requisitos para príncipe encantado. E é justamente nesse contraste entre Bella e Edward que mora o perigo. Examinando as disparidades entre os dois, enxergamos como a protagonista é uma figura indefesa e necessitada da forte figura patriarcal de Edward. Para ilustrar essa dependência, podemos citar o episódio em que ela foi capaz de pôr a própria vida em risco apenas para ter alucinações com o amado. A autoridade do vampiro sobre a jovem fica expressa, por exemplo, no caso em que ele vandaliza o caminhão da mesma para impossibilitá-la de visitar o amigo Jacob.




Hermione Granger é uma garota que ama bibliotecas. Não faz bem o tipo bonitona, já que têm os cabelos absurdamente cheios e é um tanto dentuça. Apesar de não ser a figura central da série Harry Potter, Hermione tem um papel decisivo na solução dos desafios que surgem ao longo da história, sempre decifrando ou indicando as pistas que levam à solução dos mistérios. Ela tem um talento excepcional na realização de feitiços e tira ótimas notas na escola. Hermione se apaixona pelo amigo e companheiro de aventuras Rony Weasley. Apesar disso, não demonstra dependência à figura do amado. Na verdade, Rony e Harry é que demonstram depender dela em vários momentos da série, tanto no que diz respeito aos trabalhos acadêmicos quanto na realidade prática, quando a bruxa executa feitiços extremamente úteis e muitas vezes desconhecidos dos garotos.

Desde pequenas, as garotas são acostumadas a ouvir histórias em que princesas são resgatadas por príncipes corajosos. É impressionante o alcance que os romances têm na formação dos valores da sociedade. Com base nessa influência, psicólogos têm chamado atenção para o relacionamento entre Bella e Edward, onde há uma dose excessiva de dependência, o que estimularia a formação de relacionamentos amorosos doentios, onde um parceiro não pode viver sem a companhia do outro. Organizações feministas criticaram a maneira como Stephenie Meyer retrata a figura feminina, deixando-a ora dependente de Edward, ora dependente do lobisomem Jacob.

É preciso que estejamos atentos para as mensagens que livros e filmes estão nos transmitindo. Em Os Contos de Beedle, o Bardo, Joanne Rowling tece uma pequena crítica às fábulas trouxas (não-bruxas) em que as mulheres esperam que “alguém lhes devolva o sapatinho perdido”. Segundo ela, as bruxas retratadas nas histórias de Beedle “são muito mais ativas quando se trata de partir em busca da fortuna do que as heroínas dos nossos contos de fadas”. Elas “são mulheres que tomam o destino em suas próprias mãos”, diz a autora.(...)

http://potterheaven.com/noticias/

THE SOUND OF SILENCE

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"Olá escuridão, minha velha amiga,
Venho falar com você de novo,
Porque uma visão se aproximou suavemente,
Deixando suas sementes enquanto eu estava dormindo,
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Dentro do som do silêncio.

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas, talvez mais.
As pessoas falando sem falar,
Pessoas ouvindo sem escutar,
Pessoas escrevendo canções que vozes nunca compartilham
E ninguém pode
Perturbar o som do silêncio ".

Sound of Silence, Simon and Garfunkel

A mansuetude, a gentileza, o silêncio, coisas raras de se viver, nos dias de hoje. Levamos vidas muito ativas, sempre correndo contra o tempo; somos ensinados a revidar as ofensas recebidas - sinal de inteligência - e não temos muito espaço para guardar silêncio, numa cultura invadida pelos sons externos - rádios, televisões, DVDs, CDs, etc. Nem em nossos quartos, recolhidos, podemos usufruir das delícias do silêncio, pois residimos geralmente em apartamentos situados em ruas onde o tráfego é mais ou menos intenso, onde este ruído nos acompanha, dia e noite. Já nem o ouvimos, de tão corriqueiro que se tornou.

Que pena! Parece-me que enquanto isto acontece conosco, o que é mais verdadeiro e valioso ocorre também, no silêncio, mansamente, em paralelo, sendo que somos parte disto, mas não temos consciência e não aproveitamos ou gozamos deste grande milagre que é a Vida. Assim, a semente pequenina, silenciosamente, na terra, vai se transformando numa plantinha, materializando o que era apenas essência luminosa, em um ser palpável e visível, que pode chegar a ser alimento, ou apenas adorno para o nosso planeta.

No ventre materno, mansamente, células vão se subdividindo e aos poucos ganhando formas que num certo momento farão parte do organismo complexo e deslumbrante de mais um ser humano. Assim, por trás do que é visível, está o inefável, a energia de vida, divina, que vai movendo a vida, trazendo mudanças para o nosso mundo, sem alardes, sem barulho, apenas sendo, se manifestando, seguindo em frente, diante de nossos olhos incrédulos e cegos...

Sementes se tornam árvores enormes. Gotinhas d'água se juntam nas nascentes formando rios caudalosos. Pessoas se olham no silêncio, sentem-se atraídas, apaixonam-se, juntam-se e se amam, unidas por esta energia que faz chegar a este planeta, através delas, outros homens e mulheres, almas oriundas de dimensões espirituais, para uma nova etapa de aprendizado, rumo ao progresso e à felicidade.

No silêncio de um desejo, de um pensamento que vira prece, realidades se modificam, sem qualquer outra explicação, a não ser a presença da energia divina, que a tudo permeia, que está em nós e em tudo, em torno de nós! Estamos imersos n'Ela.

Mansamente, a água vai ocupando espaços vazios, vai aplainando arestas pontiagudas, vai modificando as paisagens. Maleável, flexível, constante, entregue a um movimento que nem sempre é capaz de ser visto, mas que acontece e é real.

No silêncio de uma entrega a este movimento da Vida, a esta Energia Divina, está uma grande sabedoria. E o reconhecimento de quem somos, em essência, e do que viemos fazer, quando encarnamos na matéria planetária, por um tempo. Cumprir um caminho que é só nosso, buscando no silêncio do nosso Ser as respostas para os questionamentos mais difíceis, irmanados com todos e tudo, reconhecendo que jamais estamos sós, pois nos conectamos com o Todo, por razões intrínsecas!

Vivemos um momento grave de nascimento para esta realidade tão simples e ao mesmo tempo, complexa, por força da forma usual de raciocinarmos. Somos centelha divina e nisto reside a nossa salvação!(...)



http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=19398

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

AS MÃES FEITICEIRAS

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Do grande continente africano trazemos não só a origem, mas também toda uma crença ancestral que exalta a figura feminina como a grande provedora que principiou a vida do Homem. Um desses mitos conta que no início de tudo, ligadas às origens da Terra, havia as Mães Feiticeiras. Donas do destino da humanidade, elas eram o ventre do mundo. Conhecedoras dos segredos da Vida, continham em si a capacidade de manipular os opostos e, assim, manter o equilíbrio do Universo. Traziam consigo a força criadora e criativa do planeta. Raízes de um misticismo que abrigava em sua sabedoria a dualidade do cosmos, detinham o poder sobre a Vida e a Morte, o Bem e o Mal, o Amor e a Cólera, o Princípio e o Fim.

Extraído do texto sobre as Candaces:
http://liesa.globo.com/2007/por/03-carnaval07/enredos/salgueiro/salgueiro_meio.htm

“Falar de Candace... É preciso olhar pra trás para ir pra frente. Porque atrás de nós tem um espelho e é nele que está nossa cara verdadeira. Nosso espelho é um espelho de Rainhas. Rainhas-Mães, Rainhas Guerreiras. Candaces. Somos herdeiros dessas Rainhas, temos a fala de nossos ancestrais”. (Trecho da peça Candaces – A Reconstrução do Fogo)

Eleva-te ao panteon das matriarcas ancestrais da África e invoca a Candace dentro de ti. Resgata a Força Feminina das Guerreiras Imortais, Rainhas-Mães de todos os tempos, para abençoar e iluminar teus filhos, emanando o Axé, poder vital da bondade e do afeto, energia que comanda o mundo.

Majestade, Soberana, Guardiã da Sagrada Chama da Vida; enfeitiça os sentidos com tua beleza negra, libertando corpo e alma!



http://clafilhasdalua.blogspot.com/2009/08/as-maes-feiticeiras.html

ORAÇÃO A GRANDE MÃE





Mãe nossa,

Cujo corpo é a Terra,

Santificado seja o teu ser.

Floresçam os teus jardins.

Seja feita a tua vontade,

Assim nas cidades como na natureza.

Agradecemos a este Dia,

O alimento, o ar e a água.

Perdoa nossos pecados contra a Terra,

Como nós perdoamos uns aos outros.

E não nos deixes ser extintos,

Mas livra-nos da nossa insensatez.

Pois tua é a beleza e o Poder,

E toda a vida, do nascimento à morte,

Do princípio ao fim.

Amém.

http://magiasefaznacozinha.blogspot.com/2009/08/oracao-grande-mae.html

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

LILITH

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Lilith, intimamente associada aos Vampiros e às bruxas, é um espectro que paira sobre a religião judaica. No ato sexual ela ficava por cima de Adão, e não quis ser subjugada pelo macho, daí sua revolta.

Este fato retrata, talvez, a transição, dos cultos a Deusa para o Deus judaico, de uma sociedade agrária ou coletora para uma pastoril.

Este fato se repetiu inúmeras vezes pelo mundo (com isso não estou falando de sua existência objetiva, mas sim subjetiva, mas com exteriorizações).

Lilith, em sua origem, deve ter sido um arquétipo da grande deusa mãe, que tentou resistir a invasão do patriarcado. Possivelmente Abel, o pastor, foi sacrificado a esta grande mãe.

Mas as coisas não foram tão fáceis para os pastores patriarcais. Muitas mulheres judias ficaram fascinadas pelo culto à grande mãe. Um bom exemplo é a história de Sodoma e Gomorra.

Lot foi expulso da cidade, vejam esta passagem: "o povo de Sodoma cercou a casa de Lot, do mais velho ao mais jovem. E eles proferiram: que se vá embora, um estranho, que veio morar conosco e agora quer ser um juiz?". Com isso fica claro que eles não eram judeus (os habitantes de Sodoma), e que a alegoria da conversa entre Lot e Deus é um acréscimo posterior.

A parte mais curiosa tem a ver com a mulher de Lot, que não quis acompanhá-lo, pois possivelmente preferiu ficar com o culto à Grande Deusa. Ou seja, a história de virar uma estátua de sal é mais uma alegoria. Lot afogou suas mágoas com as duas filhas em uma relação incestuosa.

O nome Lilith vem da Mesopotâmia, encontrada nas civilizações sumeriana, acadiana e babilônica, onde há várias divindades nas quais ocorre o fragmento "lil" como, por exemplo, os deuses Nilil, Enlil entre outros.

Belit-ili, Lillake, a cananéia Baalat, a Divina Senhora são alguns de seus nomes. Nas representações mais antigas de Lilith ela apare-se como Lilake (cidade de UR 2000 A. C).

Lilith está intrinsecamente associada à coruja, sendo representada como uma mulher sedutora, torneada, de seios bem formados e suculentos, uma yoni* (Nota: vagina) que exala o perfume do amor, com pés de coruja e asas.

Na literatura hebraica, ela é a primeira mulher de Adão. Ao que tudo indica para a cabala, (Zohar) o deus judaico criou Lilith e Adão como gêmeos. Ela queria igualdade para com ele, mas lhe foi negada. Ela não se subordina a Adão, e conseqüentemente incorre na ira do deus.



http://www.imagick.org.br/apres/ArtigoTextos/TesourosMitologicos/Lilith.html

Imagens:
obras do artista Renso Castaneda

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

SOB O PODER DE UM NOVO DEUS

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O mercado é o deus do mundo pós-moderno, diz o filósofo francês Dany-Robert Dufour. Não, ele não usa uma metáfora, mas faz uma afirmação literal. "É preciso não esquecer que o mercado não é uma invenção dos mercadores, mas de teólogos", afirma. "O que era justamente o caso de Adam Smith, como hoje se sabe."

A reportagem é de José Castello e publicada pelo jornal Valor, 14-08-2009.

O economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790) foi o primeiro a falar a respeito de uma "mão invisível" que levaria o mercador ou negociante a, mesmo sem decidir isso, "fazer o bem". Afirma Dufour: "A expressão que emprego - o divino mercado - não é uma metáfora, ela deve ser entendida literalmente: está postulado que existe uma religião natural". De acordo com ela, não é preciso ceder à santidade; basta deixar agir o interesse privado.

"O Divino Mercado" é justamente o título do mais recente livro de Dany Dufour (Companhia de Freud, tradução de Procópio Abreu). Nesse novo ensaio, Dufour, que é professor de Ciências da Educação na Universidade Paris VIII e diretor de programa no Colégio Internacional de Filosofia, desenvolve algumas das teses já tratadas em "A Arte de Reduzir as Cabeças", estudo sobre a nova servidão na sociedade ultraliberal (Companhia de Freud, 2005, tradução de Sandra Regina Felgueiras). Como pano de fundo dos dois livros, os efeitos da grave crise econômica que sacode o planeta.

Por que um filósofo se interessa pelo estudo da sociedade ultraliberal contemporânea? O motivo é simples: no seu entender, o salto do liberalismo clássico para a sociedade ultraliberal produziu, além de mudanças radicais na realidade econômica e social, uma drástica alteração na noção de sujeito. Ela mudou os parâmetros a partir dos quais o sujeito se constitui.

"As mudanças na economia mercantil não são tão inócuas para a economia psíquica", diz Dufour. Mudou a economia, mudou o sujeito que nela se movimenta. O antigo sujeito que chegava aos consultórios de psicanálise era, em geral, um indivíduo "crítico e neurótico", isto é, guiado pelo desejo de compreender e pela retenção de suas pulsões. Problemas que levava para seu analista.

Afirma Dufour: "O novo sujeito que hoje se apresenta é acrítico e pós-neurótico". Compreender não lhe interessa mais, é algo que, antes disso, o entedia. O mercado promete atender a cada um de seus apetites - logo, em vez de reter as pulsões, ele as "resolve" com o vício, o mais frequente deles por drogas. Esse novo sujeito, acrescenta Dufour, "é levado a adotar condutas perversas (instrumentação do outro em função de seus gozos e interesses pessoais)". E, consequência final, "se ele não consegue fazer isso, ele se deprime, o que acontece frequentemente".

Drogas, perversão, depressão - marcas de um novo sujeito, figura típica de um mundo onde os padrões de regulação social se enfraqueceram ou desapareceram. Cenário despedaçado, nos sugere Dufour, que levou à grave crise financeira de hoje. O novo sujeito, além de tudo, habita um presente contínuo e imóvel. Argumenta Dufour que a nova religião do mercado "deixa um vazio quanto ao velho tormento humano da origem e do fim".

Na nova vida ultrapragmática de hoje - extremo paradoxo - há um aumento da necessidade de transcendência. Essa necessidade, alerta o filósofo, "pode permanecer dentro dos limites do razoável, mas pode ir até os delírios fundamentalistas". Não é por acaso, portanto, que o fundamentalismo de vários matizes se espalha pelo planeta; sua disseminação é o avesso de um vazio que a nova realidade do mercado acentua. É o vazio criado pelo deus mercado que exacerba a onda fundamentalista. Ela não passa de sua contrapartida. Assim como a ascensão dos dogmas é o avesso do desprestígio do pensamento crítico.

Acredita Dufour que muitos dos mais graves problemas contemporâneos estão associados a esse novo deus. Por exemplo, os escândalos de corrupção que ocupam, cada vez com mais frequência, as manchetes dos jornais. Afirma ainda que a corrupção - ao contrário do que em geral acreditamos - não pode mais ser vista na perspectiva da psicologia individual, como um desvio de conduta ou uma expressão da maldade. A corrupção, ele diz, é hoje um problema que está muito além do caráter e da moral.

"Como querer que um sistema que tem como fundamento o princípio do egoísmo não suscite inúmeras formas de corrupção?", Dufour pergunta. Para ele, a atual crise financeira fez "desabar um mito mantido cuidadosamente pela narrativa ultraliberal: aquele que afirma ser preciso distinguir os negócios saudáveis dos negócios suspeitos".

É evidente: não que todo mercado seja sujo e todo negócio, digno de desconfiança. "Nenhuma pessoa séria pode ser contra o mercado em geral", o filósofo argumenta. "Pela simples razão de que o mercado é como o pulmão: é por onde as pessoas respiram." Recorda Dufour, a propósito, a beleza de dois tradicionais mercados que visitou recentemente: o de Tepoztlán, no México, e o da Medina de Fez, no Marrocos. "Por que eles são tão bonitos? Simplesmente porque neles a economia está inserida no social." Em todos os tempos, acrescenta, o mercado soube integrar o princípio altruísta que dá à cultura o seu lugar.

Ao contrário, o que caracteriza o mercado da era ultraliberal é a destruição das culturas. "Ele é, abertamente, a promoção da anomia [a ausência de leis], a suspensão das interdições e de tudo o que possa interpô-las ao ímpeto dos apetites." Para Dufour, essas mudanças não só produzem um novo sujeito, obsessivo, perverso e deprimido, mas põem profundamente em questão a própria civilização.
Diz ainda Dany Dufour que, no mundo ultraliberal de hoje, "a distinção entre dois mundos, um perverso e outro moral, não somente não se sustenta como se trata de um puro trompe-l'oeil, ilusório e mentiroso". Não se trata de um problema de caráter ou da maldade deste ou daquele agente econômico em particular. Não é um problema pessoal, mas um problema estrutural.

Pensando novamente na crise econômica de agora, lembra Dufour que em 2000, nos Estados Unidos, eram lavados, a cada dia, cerca de US$ 1 milhão "provenientes de máfias diversas". Número que representava entre dois terços e a metade dos investimentos estrangeiros diretos. "O produto criminal bruto, no ano 2000, ultrapassava em muito 1 bilhão de dólares anuais, ou seja, 20% do comércio mundial." Para agravar a situação, a atividade econômica oficial pôs-se a fornecer, ela também, uma massa de capitais suspeitos.

Comenta Dufour: "Esses capitais corrompidos provêm de uma série de atividades bastante difundidas em grandes empresas, tal como demonstraram vários escândalos recentes". E enumera exemplos: cartéis, dumping, vendas forçadas, especulação, absorção e desmonte de concorrentes, balancetes falsos, manipulação de contabilidade, fraudes e evasão fiscal, desvios de créditos públicos, etc.

Lembra ele ainda - e a crise atual aí está como prova - que "o último estágio da dominação do capital financeiro sobre o capital industrial consistiu em diversas montagens de operações financeiras ultra-arriscadas, como o empréstimo em grande escala de dinheiro inexistente a pessoas que não tinham como pagar suas dividas". A desordem se instalou, a anomia tomou conta do mercado, e a crise que hoje enfrentamos se tornou inevitável.

Analisa: "Trata-se de um momento de regressão sem precedentes". Constatação que não o impede, porém, de conservar algum otimismo. Diz Dufour que aos indivíduos resta, em vez de consumir obsessivamente os objetos manufaturados que lhe prometem a felicidade, "trabalhar para desenvolver o objeto singular que só ele pode produzir". O investimento no singular se torna fundamental para a sobrevivência do indivíduo e para o desenvolvimento de uma comunicação viva com os outros homens.
A produção desses objetos singulares, seja na literatura, na música, na psicanálise, etc. -, "ainda são remédios, ou antídotos, à produção de indivíduos estandardizados", sugere. Ajuda a compreender que temos apenas uma vida e que, melhor do que permitir que ela seja manipulada, é "dar a essa única manhã de primavera, como dizia o filósofo, um sentido ou um sabor que só você pode dar".

Ministrando conferências pelo mundo, como a que pronunciou no dia 8 a convite do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, Dany Dufour tem ouvido, muitas vezes, que suas ideias colocam em palavras claras o que as pessoas hoje sentem de modo confuso. "Essa consciência de uma ameaça planando sobre nós existe. As pessoas esperam novas maneiras de reagir, distantes dos esquemas do passado, como 'a grande noite', 'a revolução' ou o que seja mais."

Em resumo: a expansão do divino mercado exige a produção de novas posições críticas e de novas estratégias que abandonem os velhos modelos de contestação e tenham a coragem de encarar o presente.

http://metamorficus.blogspot.com/2009/08/sob-o-poder-de-um-novo-deus.html

MILHARES DE SÓIS

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No centro do olho espiritual, milhares de sóis.
No coração, só um chamado: o do Amor Incondicional.
Nos chacras, a pulsação psíquica.
Nas mãos, a luz da cura.

Ao deitar o corpo no leito, um chamado:
Aquele, da viagem espiritual...
No coração, uma prece ao Todo;
Para ser útil onde o Supremo assim desejar.

Discernimento e lucidez, serenidade espiritual.
Pensamentos profundos, para voar bem alto...
Alegria na jornada espiritual, para ficar bem leve.
Para ir e vir, sempre feliz.

Na Terra ou no Espaço, CONSCIÊNCIA.
Dentro ou fora do corpo, ALEGRIA.
Nos chacras, LUZ.
E no olho espiritual, MILHARES DE SÓIS.

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=5097#Topo

sábado, 22 de agosto de 2009

VOANDO PARA FORA DA GAIOLA

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"Meu corpo assemelha-se a uma gaiola com um pássaro dentro.
O pássaro é grande e a gaiola é pequena.
Um dia o pássaro tenta sair e bate as asas.
É preciso, então, abrir a gaiola para que o pássaro voe
E a gaiola se quebre."

- Xamã Iacute -



Encontrado em http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=687

Imagens:
* http://agressivesnowwhite.deviantart.com/art/Thoughts-are-free-107910805
* http://kagayastudio.narod.ru/starry_tales/

terça-feira, 18 de agosto de 2009

FACES OCULTAS DA DEUSA-MÃE

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Sob a luz me fiz nascer,
Deixando o casulo cósmico, voltei.

Refiz vestes e sonhos.
Busquei o amor e sonhei.
Amei e fui amada,
Desejei e fui desejada.

Voltei-me em vórtices contínuos
Transformei-me!
Pressenti a luz em mim,

Fecundei!
Pari as dores de ser.

Reparti cantos, danças e canções de ninar.
Embalei, contei histórias, falei da Deusa.
Da água, do fogo, do ar e da terra.

Arei, semeei e colhi.
Rompi barragens e deixei-me fluir.
Percebi minha serpente e minha águia.
Acalentei-as!

Percebi meus rios internos na cor de escarlate,
Abençoei-os!
Fertilizei meus sonhos,
Libertei minha liberdade, sem medos, sem bagagens.

Desbravei minha alma.
Busquei a luz!
Refiz mapas, tracei metas, divaguei em trilhas.
Fiz-me mulher!

Hoje, aquieto-me sob brumas.
Serenamente me entrego,
Num sopro ardente e de ardor lunático .

E ela, a Lua, arde em mim.
Vibra, sopra segredos envolventes.
Sinto-me estrela.
Sinto-me cúmplice do universo.

Bebo o vinho da noite em celebração.
Reparto o pão doando a vida.

E um dia, então, ela, a lua
Cobrirá meus negros cabelos de branca luz´.

E neste exato momento serei apenas um ponto,
Uma partícula a confundir-se com
Uma estrela no leito celeste.

- Graça Azevedo/ Senhora Telucama –
(Suma Sacerdotisa do Templo Casa Telucama)

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=2887



Mãe Divina,
Interpenetre os nossos centros vitais, os nossos pensamentos, sentimentos e energias.
Que nossos chacras sejam Seus!

Mãe,
Entra em nossos ossos, nosso sangue, nossas células e enche de amor os nossos corpos.
Faz de nós os seus avatares*, para que a Sua Luz verta a favor do bem de todos.
Cinge nossas cabeças com a sabedoria, unge nossos corações com a compaixão e transforma os nossos corpos em templos vivos de paz e de luz.

Mãe,
Vem deslizar em todos nós, em nossas águas vitais, com a embarcação do Seu Amor.
Senhora da luz e das águas curativas, abre os portais celestes e verte as essências de amor incondicional sobre a humanidade.
Une os nossos corações ao Seu Coração!
Semeia tudo de bom no terreno de nós mesmos, no centro do espírito.

Mãe Divina,
Que assume muitas formas, de acordo com a Sua vontade (Kwan-Yin, Maria, Yemanjá, Jagadamba, Kali, Ananda, Mataji e tantas outras deusas maravilhosas), abençoe
todos nós, encarnados e desencarnados, terrestres e extraterrestres, anjos e homens...

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=4131

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DANÇANDO COM A MÃE DIVINA

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(Quando a Flor Vermelha Desabrocha no Coração)

No meio da tarde ensolarada, Ela apareceu de surpresa.
Saudou-me e tocou meu ombro direito carinhosamente.
Sorrindo e olhando diretamente em meus olhos, ela dançou.
Contente, observei seus movimentos leves e suaves.
Que mulher linda! Que graciosidade! Que presente vê-la!
Então, Ela entrou em mim, fundindo-se na minha energia.
E os meus chacras começaram a pulsar junto com ela.
Ou, melhor dizendo, começaram a dançar com ela.
Por sua graça, uma flor vermelha se abriu em meu coração.
Uma suave alegria tomou conta de todo meu ser.
Encantado, agradeci a Ela pelo presente sutil.
Dentro de mim, Ela apenas ria e dançava.
E algo intuitivo me disse que a vida é isso:
Movimento contínuo, dança, alegria e flexibilidade.
No movimento vital, a experiência.
Na dança, celebração.
Na alegria, a festa da vida.
Na flexibilidade, a quebra do ego.
Sim, Ela veio aqui e entrou em mim.
E agora, tudo é festa, pois a Grande Mãe está aqui.
Parvati, Kali, Jagadamba, Durga, Devi... são tanto os seus nomes.
Mas, aqui e agora, é somente minha Mãe querida, que dança nos meus chacras.

http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=4362

domingo, 16 de agosto de 2009

GUARDIÃO

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Nas asas do trovão
Com Honra vinculada
Procura-me,como o som do tambor
Como furacão na noite
Dragão venha, meu guia de luz.
Protetor,guardião, amigo e não inimigo
Venha para mim,mostra-me o teu sigiloso brilho.
No encanto desta amizade forte e verdadeira
Eu te chamo,proteja-me contra o mal.
Com seu mágico redemoinho
Venha a mim
Com suas asas desfraldadas...

~ © 2000 Bill Wescott

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O MUNDO É ORACULAR PARA AQUELE QUE SE PÕE À SUA ESCUTA

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O MUNDO É ORACULAR PARA AQUELE QUE SE PÕE À SUA ESCUTA
Nancy Mangabeira

Para o pensamento que dominou os últimos dois milênios, a afirmação acima não soa como uma verdade, salvo para os poetas, artistas e algumas almas "empedernidas". Isso porque, ao mundo em busca de "desenvolvimento", foi vital substituir essa visão por outra mais pragmática, onde natureza e tempo se transformaram em dinheiro, onde o ser passou a valer pela capacidade de produzir e acumular bens materiais.
Dessa forma, não admira que o mundo tenha deixado de ser um oráculo pois, para ser lido, requer uma atitude sensível, disponível, reverente e receptiva.

A receptividade é um atributo do princípio feminino, que vem sendo enfraquecido pelo patriarcalismo, no modo de produção industrial contemporâneo. A rigor, o mundo patriarcal industrializado, ao se instaurar, teve que esvaziar todas as atitudes que conduziam à participação do ser humano na natureza, pois seu imperativo maior tornou-se consolidar uma imagem de poderio humano sobre um mundo exteriorizado e reificado, da natureza subordinada.

Se as culturas arcaicas, com seus ritos e mitos, reatualizavam a obra da criação nas atitudes fundamentais da vida, a urgência desta nova fase imprimiu uma cadência onde não há mais ocasião para qualquer sentimento de união. O religioso, o lúdico, o artístico, o imponderável, enfim, foram desvalorizados e banidos para um plano secundário. O ser humano tornou-se a medida de tudo.

As divindades máximas que antes eram femininas tornaram-se masculinas, subordinadas à potência do homem. E o mesmo aconteceu à terra, ao tempo, à vida. Tudo passou a ser quantificado. A progressiva coisificação da mulher e o esvaziamento do caráter sagrado da natureza acompanharam a supremacia da razão como forma dominante de apreender o mundo.
Com isso foram descartados todos os rituais que envolviam os processos de criação, que demarcavam as mudanças do tempo, que nos orientavam e que nos auxiliavam a lidar com as constantes tensões inerentes à vida.

Tudo foi engolido pelo projeto civilizatório do desenvolvimento industrial. O mundo foi despojado de todo encantamento. Parafraseando Jung, os lares e as cidades não têm mais as suas divindades protetoras; as cavernas não são mais guardadas por dragões, nem as árvores ou os rios são defendidos por seus espíritos protetores.
E o que foi colocado no lugar destes sentimentos? Nada. Tudo reduziu-se apenas ao cânone da disciplina do mercado, para atender a um consumo imediato.

Por isso, talvez seja correto afirmar que a crise que vivemos é, acima de tudo, religiosa e, por extensão, ética. A partir do momento em que abrimos mão de nossas responsabilidades para com a totalidade da vida em benefício apenas de interesses pessoais ou corporativistas, abolimos também nossa capacidade de discernir o mal em nós próprios e passamos a viver sob o tão consagrado lema de que "os fins justificam os meios".

Sob essa bandeira nasceu a ciência moderna, sempre atrelada ao poderio econômico. Para progredir, não transigiu com a natureza, pois seus pressupostos estavam assentados sobre a crença na superioridade humana e sobre a avidez do enriquecimento, mesmo se a realização de suas metas implicasse em exaurir todos os recursos naturais. Para tanto, teve que desrespeitar a Mãe Terra. Desautorizou toda linguagem simbólica que lhe conferia qualquer mistério inacessível à razão.
Para violá-la, era imprescindível despojá-la de qualquer caráter sagrado. O mesmo pensamento justificou tanto a dominação da matéria quanto da mulher, transformadas em mercadoria, valendo apenas pelos aspectos atraentes para as normas do consumo.

A título de ilustração, recentemente, num único jornal diário, tivemos dois eloqüentes exemplos disso. Duas mulheres, pacientes de uma mesma clínica de cirurgia estética, sofreram danos irreversíveis em sua saúde, uma chegando a falecer e a outra contraindo complicações cardíacas antes inexistentes. E tudo isso em busca de um ideal de beleza. Não se questiona aqui a busca da beleza. O que está em avaliação é o conceito de beleza, a estrita e estúpida subserviência da mulher às imposições de um esquema já arruinado e a desproporção dos riscos nessa empreitada, como também o flagrante desrespeito aos processos naturais e sagrados do seu corpo.

Há uma coisificação de um valor que deveria ser inalienável, que é o direito de envelhecer, com todos os seus imperativos bio-psico-espirituais. A própria mulher passou a vivenciar seu corpo como produto em exibição num mercado, ficando insensível ao fato elementar de que o envelhecimento do corpo acarreta processos psíquicos interiores que, interrompidos, podem frustrar vivências valiosas. Ela troca, dessa forma, os significados plenos de sua jornada natural por uma imagem falseada e irreconhecível.

Se nossa cultura descarta cruelmente a velhice como uma etapa indesejável da vida, e, em conseqüência, gera angústia e sentimento de abandono, cabe à mulher, em primeiro lugar, determinar aquilo que melhor lhe convém. Mesmo que a pesadas custas. E nós, que um dia renegamos as leis da natureza por parecerem demasiadamente primitivas! Fazemos a nós o mesmo que fazemos à Terra. Mas só agora começamos a nos dar conta desse fato. E é a própria Mãe Terra que nos abre os olhos, quando se rebela e nos mostra que não pode mais tolerar nossa ignorância. É de sua grandeza que vem a nossa cura. Basta que fiquemos à escuta.

Uma Ecologia do Feminino propõe uma nova escuta do mundo e da totalidade do ser. Percorrer o meridiano que sobe desde a terra, na planta dos pés, atravessa toda a coluna vertebral, passando pelo coração e saindo pela cabeça em direção ao céu. Responder à urgente necessidade de restabelecer o respeito e a religação com nossa Mãe Terra. Reativando a memória ancestral, da qual nos separamos, talvez possamos reatualizar em cada pessoa os processos eternos da criação da vida, fazendo reviver em nosso ser coletivo a vibração matricial do princípio feminino.

A primazia do Ser sobre o Ter poderá inverter os valores patriarcais, rompendo profundamente seus hábitos mentais, afetivos e espirituais. A compreensão da complexidade de nossas relações com a Mãe Terra deve levar-nos a uma reinvenção de novas possibilidades antigas, retomando, em meio a computadores e antenas parabólicas, à ressacralização do mundo.

A ligação com a Mãe Terra e com o Feminino é para ser experimentada por homens e mulheres, numa nova relação amorosa e criadora.
Essa cordialidade (que vem do cor-ação) será esteio para uma nova ética. Como princípio, o nosso lixo indesejável, seja ele de natureza moral, espiritual ou material, não mais será descarregado nas ruas, nem nos rios, nem mesmo mais distante, no espaço sideral. Estaremos cônscios da comunicabilidade de tudo e, com mais responsabilidade, espera-se, faremos melhores opções. E, para o melhor, poderemos sempre estar orientados pela natureza.

Texto completo em http://holosgaia.blogspot.com/search/label/yin

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MULHERES QUE CUIDAM DE MULHERES

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São crescentes os movimentos de cuidado de mulheres em relação a outras mulheres. Em associações, em organizações governamentais e não governamentais, em grupos terapêuticos, em propostas holísticas, em movimentos políticos, notamos cada vez mais a união de mulheres em prol das mulheres. Não se trata de algo novo em essência, mas talvez tenha ganhado um pouco mais de visibilidade. Quem nunca ouviu histórias de avós que se uniam com suas comadres na criação dos filhos, para bordar, trocar receitas e, mais que isso, para compartilhar toda uma vida, formando uma verdadeira rede muitas vezes silenciosa ou silenciada por uma sociedade que sufocava e anulava a sua expressão? Os risos, as lágrimas, os sonhos por muito tempo ficaram reservados à beira do fogão à lenha ou às margens do rio onde se lavavam a roupa e a alma. Hoje talvez se perceba com mais clareza a importância desses espaços de troca, de abertura, de compartilhar, e as mulheres tenham buscado mais conscientemente por algo assim.

Vemos mulheres que tomam a iniciativa de proporcionar algo a mais, mulheres que criam oportunidades e convidam outras a dividirem com elas esse pão de vida. Sem um espaço onde possamos ser aceitas - em nosso silêncio ou em nosso falar - nos sentimos sufocadas, aflitas, tristes e sem viço. Parece que algumas mulheres percebem isso no mais fundo da sensibilidade de sua alma e não sossegam enquanto não encontram um meio de expressão para ela e para as outras.
Ali, no caos que se instala nesse sufocamento, nessa sensação de vazio ou até de transbordamento, muitas mulheres encontram as chaves, os instrumentos, os ingredientes para verdadeiras transformações alquímicas, para recomeços, para novos caminhos.

Respirar fundo, voltar, ajudar... - No caos de situações que poderiam dilacerar, algumas mulheres descobrem força há muito guardada. E essa força chega para fazê-las respirar fundo o suficiente para encher seu corpo de energia e poderem, então, seguir. Mulheres que retornam das cinzas, por vezes meio chamuscadas, mas que percebem em suas marcas sinais de que caminhos outros elas podem seguir, de que cuidados precisam tomar e para além de si percebem algo mais: existem outras tantas que também sofrem com as batalhas de todos os dias, existem outras tantas que nem força têm encontrado para lutar.

Desperta, assim, mais que a energia para seguir sua trilha solitária, mas também a noção de que é preciso se unir a outras mulheres, de que é preciso que cuidemos umas das outras.(...) Muitas vezes, é só no sacolejo do caos que silenciamos um pouco a mente, que nos vemos sem respostas prontas e o novo pode emergir. É no novo que tanto assusta que podemos encontrar as mudanças que almejamos, mas que fazendo sempre as mesmas coisas não conseguimos alcançar.
Que saibamos deixar espaço para que essa força escondida dentro de nós resplandeça. Que permitamos que a mulher oculta dentro de nós possa vir à luz e cuidar de nossas feridas, uma mulher cuidando da outra como primeiro passo dessa ciranda.

Por Juliana Gomes Garcia - Psicóloga, Pós-graduanda em Psicodrama, Artesã, Facilitadora em trabalhos grupais com mulheres, Sócia-fundadora do Espaço Revitalizar - Psicologia, Educação e Artes.

Encontrado em http://clafilhasdalua.blogspot.com/2009/08/mulheres-que-cuidam-de-mulheres.html

PRECE NAVAJO DO BELO CAMINHO

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Prece nativo-americana para reconexão com a beleza (para ser feita antes de sair de casa) .

Hoje sairei a caminhar
Hoje todo o mal há de me abandonar
Serei tal como fui antes
Terei uma brisa fresca a percorrer-me o corpo
Terei um corpo leve
Sou feliz para sempre
Nada há de me impedir


Caminho com a beleza à minha frente ( estique um de seus braços, apontanto sua mão para a frente de seu corpo , na altura do seu coração )

Caminho com a beleza atrás de mim ( posicione o mesmo braço para trás de seu corpo )

Caminho com a beleza abaixo de mim ( desça o braço, apontando com a mão para o chão )

Caminho com a beleza acima de mim ( suba seu braço para cima, apontando a mão para o alto )

Caminho com a beleza ao meu redor ( faça gestos circulares com sua mão ao redor de seu corpo, no sentido horário )

Belas hão de ser as minhas palavras ( E saia )

Encontrado em http://www.xamanismo.com.br/Poder/SubPoder1195908025#Prece_Navajo_do_Belo_Caminho

    domingo, 9 de agosto de 2009

    O CAMINHO

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    (...)O mapa do caminho está escrito em cada vegetal, nas mudanças de estação, nas portas de cada direção cardeal, no movimento dos ventos, nos hábitos e talentos de cada animal, nas gravações de cada pedra, com a iluminação e o calor do Sol, nas fases da Lua , nas trilhas das estrelas. Harmonizar com a Criação, para poder alcançar o Criador.

    Parto da crença que o verdadeiro poder está dentro de cada um de nós. Ele provém do desenvolvimento de nossos próprios dons. Pode ser chamado de Eu Superior, Cristo Interno, Kundalini, Poder Mental, etc.

    O mais importante é reconhecer a Centelha Divina que cada um de nós possui por herança natural e saber como acessá-la.

    Entender que qualquer que seja o caminho espiritual escolhido, é preciso confiar, ter fé, entregar-se para poder integrar-se.

    Não temer a desilusão, pois a desilusão vem com a verdade. Acreditar que existe um Poder Superior que governa a lei de causa e efeito, e aquele que busca a verdade com o coração aberto e a mente limpa, pode até cair, mas jamais ficará no chão.

    Acredito que reconhecimento do Caminho da Verdade vem da expansão de nossa consciência, de nossas experiências pessoais, de nossos relacionamentos.

    (...)O entendimento de que "Tudo é Sagrado", permite-nos à unificação na corrente universal da beleza, da paz, do amor incondicional, da saúde do corpo e da mente.

    A "Obra da Criação" perpetua-se através do homem. A cada dia estamos criando um Mundo Novo, atraves da cadeia de pensamentos, palavras e atos. O que estivermos fazendo à Terra, estaremos fazendo a nós mesmos e às gerações futuras. Respeitar a Terra é respeitar o seu Criador.

    Que a corrente de consciência se expanda cada vez mais na linha da luz, para que possamos influenciar na paz, os líderes e governantes deste Planeta.

    A magia está dentro de nós mesmos. Só a busca interior, nos faz entender os processos que retardam a nossa caminhada, para que possamos efetuar as transformações necessárias para seguirmos no "Caminho da Beleza"

    Encontrado em http://www.xamanismo.com.br/Leo/WebHome

    sábado, 8 de agosto de 2009

    SAUDADE

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    Um retrato num porta-retrato
    Ou um quadro numa parede
    Uma rede
    Ou uma cadeira balançando
    Andando a passos lentos
    Vejo um livro
    Sinto um pefume
    Estremeço
    Te reconheço
    Ai que saudades do teu regaço
    Do teu abraço
    Mais que saudade no fim da tarde
    Que sempre invade e sempre vai
    Revoa,ressoa,retoma,toma
    E tráz de volta meu pai...

    Anna Geralda Vervloet Paim
    Porto Alegre,24/07/95

    sexta-feira, 7 de agosto de 2009

    A RODA DO TEMPO

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    A roda do Tempo gira no vácuo do Espaço. No seu aro estão situadas todas as coisas perceptíveis pelos sentidos que nada podem perceber senão no Tempo e no Espaço. E assim as coisas continuam aparecendo e desaparecendo. O que desaparece para um em certo ponto do Tempo e do Espaço, aparece para outro em outro ponto. O que pode ser dia para um é noite para outro, dependendo do "Quando" e do "Onde" do observador. Uma só é a estrada da Vida e da Morte, ó monges, sobre o aro da roda do Tempo, pois o movimento em círculo jamais pode atingir o fim e jamais se desgasta. E todo movimento no mundo é movimento circular.


    Então o Homem jamais se libertará do círculo vicioso do Tempo?

    Sim, o Homem se libertará, pois ele é herdeiro da Liberdade Sagrada de Deus. A roda do tempo gira, mas o seu eixo está sempre em repouso. Deus é o eixo da roda do Tempo. Conquanto tudo gire à volta dele no Tempo e no Espaço, ele é sempre sem espaço e sem tempo. Conquanto tudo seja procedente de sua Palavra, sua Palavra é tão sem tempo e sem espaço como Ele. No eixo está a paz. No aro a agitação. Onde quereis vós estar? Em verdade vos digo, escapai do aro do Tempo para o eixo e vos poupareis da náusea do movimento. Deixai o Tempo girar em volta de vós; porém não gireis vós com o Tempo.


    Como pode o Homem, criatura do Tempo, libertar-se das muletas do Tempo?

    Assim como a Morte te livrará da Morte e a Vida te libertará da Vida, o Tempo te libertará do Tempo. O Homem se cansará tanto das mudanças que tudo nele ansiará e almejará apaixonadamente por aquilo que é mais poderoso do que as mudanças. E é certo que se encontrará a si mesmo.

    Felizes os que almejam, pois estão já no limiar da Liberdade. É a eles que busco; é para eles que prego. Não vos busquei a vós porque ouvi aquilo que almejáveis? Mas desgraçados serão aqueles que se embalam nas voltas do Tempo e nelas procuram sua liberdade e paz. Tão logo sorriem para nascer e já principiam a chorar para morrer. Tão logo se enchem são imediatamente esvaziados. Quanto mais pensam que sabem, menos em verdade conhecem. Quanto mais avançam, mais na verdade retrocedem. Quanto mais alto sobem, mais fundo caem. Para estes, minhas palavras serão vagas e irritantes murmurações. Enquanto também eles não anseiam pela Liberdade, não terão seus ouvidos abertos para as minhas palavras.


    Mestre, para onde iremos depois de morrermos?

    Os vossos corpos, conquanto circunscritos ao Tempo e ao Espaço, foram retirados de tudo que está no Tempo e no Espaço. Aquilo de vós que veio do Sol, vive no Sol. Aquilo de vós que veio da Terra, vive na Terra. E assim com todas as outras esferas e ínvias regiões especiais entre elas.

    Só o tolo pensa que a única morada do Homem é a Terra, e que as miríades de corpos que flutuam no Espaço são meros ornamentos da morada do Homem e distração para os seus olhos. A Estrela da Manhã, a Via Láctea, as Plêiades não são menos moradas para o Homem do que esta Terra. Cada vez que elas enviam um raio para os seus olhos, o elevam até elas. Cada vez que ele passa sob elas, as atrai para si.

    Todas as coisas estão incorporadas no Homem, e o Homem está, por sua vez, nelas incorporado. O Universo é um corpo único. Comunga com a menor partícula dele e estarás comungando com o todo. E assim como morres continuamente enquanto vives, assim viverás continuamente quando estiveres morto; se não neste corpo, em um corpo de outra forma. Mas continuarás a viver em um corpo até te dissolveres em Deus; o que significa que terás vencido todas as mudanças.


    Voltamos à Terra enquanto viajamos de mudança em mudança?

    A lei do Tempo é a repetição. Aquilo que uma vez ocorre no Tempo está fadado a ocorrer de novo e tornar a ocorrer; os intervalos, no caso do Homem, podem ser longos ou breves, dependendo do desejo de cada homem e da vontade de repetir.

    Quando passais deste ciclo conhecido como vida para o ciclo conhecido como morte, e levais convosco uma sede que não foi satisfeita pela Terra e uma fome que não foi saciada pelas suas paixões, então o magneto da Terra vos atrairá novamente ao seu seio. E a Terra vos amamentará e o Tempo vos desmamará de vida em vida e de morte em morte, até que vos desmameis por vós mesmos, de uma vez e para sempre, de acordo com a vossa própria vontade.


    Quero ser desligado da Terra de uma vez para sempre. Como poderei fazê-lo, Mestre?

    Amando a Terra e todos os seus filhos. Quando o Amor for o único saldo de suas cotas com a Terra, então a Terra te dará quitação do teu débito.


    Mas Amor é ligação e ligação é aprisionamento.

    Não, o Amor é a única coisa que liberta da prisão. Quando amas a tudo a nada estás ligado.


    Pode alguém, pelo Amor, escapar à repetição das suas transgressões contra o Amor e, desse modo, fazer parar a roda do Tempo?

    Tú o podes conseguir pelo Arrependimento.

    A maldicão proferida por tua língua procurará outro pouso quando voltar para ti e encontrar a tua língua coberta de bênçãos provenientes do Amor. Assim o Amor evitará que aquela maldição se repita.

    Um olhar lascivo procurará os olhos lascivos e ao voltar encontrará transbordantes de olhares de Amor os olhos que o haviam enviado. E assim o Amor evitará a repetição daquele olhar lascivo.

    Uma intenção maldosa emitida por um coração maldoso procurará aninhar-se, e quando voltar encontrará o mesmo coração repleto de intenções provenientes do Amor. Assim o Amor evitará que se repita aquela intenção maldosa.

    Isto é Arrependimento.


    Ainda há uma coisa que perturba meu coração e anuvia a minha compreensão, Mestre: Por que meu pai morreu desta morte e não de outra?

    Tudo que é guardado na memória do Tempo fica profundamente gravado sobre as coisas do Espaço. A própria terra que pisais, o próprio ar que respirais, as próprias casas em que morais poderiam facilmente revelar-vos os mínimos pormenores do registo de vossas vidas - passada, presente e do porvir - tivesseis vós a capacidade de ler e a perspicácia de entender o sentido.

    Na vida, como na morte; na Terra ou além da Terra, jamais estareis sós, mas na constante companhia de seres e coisas que participam de vossa vida e de vossa morte, assim como vós participais da vida e da morte deles. Assim como os buscais, assim eles vos buscam. O Homem tem sua conta com todas as coisas, e estas têm sua conta com o Homem. Esse intercâmbio segue sem interrupção.

    O raio jamais feriria a casa se a casa o não atraísse. A casa é tão responsável pela sua ruína quanto o raio.

    O assassinado afia o punhal do assassino e ambos desferem o golpe fatal.

    O roubado dirige os movimentos do ladrão e ambos cometem o roubo.

    Sim, o Homem convida as suas próprias calamidades e depois protesta contra os hóspedes importunos, por se haver esquecido quando e como escreveu e enviou os convites. O Tempo, no entanto, jamais esquece; o Tempo entrega o convite no endereço certo, e o Tempo conduz cada convidado à casa do anfitrião.

    E em verdade vos digo, jamais protesteis contra um hóspede, para que ele não se vingue, demorando-se muito tempo ou tornando as suas visitas mais freqüentes do que seria normal. Sede bondosos e hospitaleiros para com eles, seja qual for o seu procedimento ou comportamento, pois na realidade são vossos credores. Dai aos mais importunos do que deveis, para que se vão gratos e satisfeitos e para que, se voltarem a visitar-vos, o façam como amigos e não como credores.

    Texto completo em http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2009/08/mirdad_da_morte.html