imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A DEUSA

.


A DEUSA NÃO É UMA TELENOVELA…

A Deusa não é uma moda, não é uma montagem de cenários, nem um ritual.

Ela não é um culto nem uma prática, não é uma crença nem uma fé nem uma dança em círculo… nem um carnaval ou um Sabat.

A Deusa não é um folclore nem o uso de vestes particulares, colares e pulseiras a imitar as mulheres ou as sacerdotisas de qualquer culto antigo, templo ou lugar…

A Deusa não é um ritual pagão, nem Wicca, nem bruxa, nem profana…

A Deusa não é casta nem sensual, nem é Virgem nem Pecadora…

A Deusa não é um símbolo nem uma imagem para adorar ou adornar…

A Deusa não serve de imitação de nada nem pode ser um escape para a nossa frustração ou para o nosso ego...

A Deusa é a Terra Mãe onde nascemos, a fonte da Vida, a dadora de alimentos, a Mãe de todas as coisas. Ela é a Vida e a Morte, a Manifestação da Prima Matéria na Terra, tudo o que se manifesta através do Espírito Uno e é Verbo e se torna carne. A Deusa é cada Ser Humano na sua plenitude consciente da dualidade mas unidos os dois lados de tudo: feminino e masculino, sol e lua, dia e noite, prazer e dor…

A Deusa é toda a Terra e é ainda a parte reprimida da humanidade, a parte da humanidade não expressa, é a parte Feminina da Humanidade banida das leis e da sociedade, é a Natureza destruída pela mão do homem, é o Yin complemento do Yang, parte integrante do Tao, é a receptividade da humanidade, o lado direito do cérebro activo, é intuição, é oráculo, é o feminino por excelência manifestado na Natureza e em cada cardo, botão de rosa, animal, criança, mulher ou homem.


A DEUSA É CADA MULHER DE HOJE QUE SE TORNA CONSCIENTE DO FEMININO SAGRADO...

A Deusa é cada Mulher realizada na sua essência primeira, na união das duas mulheres que o patriarcalismo dividiu para reinar…é a mulher que através do resgate da mulher ancestral, da mulher que foi ocultada pela história dos homens e calada pelos seus padres, santos, professores e escritores e que dá voz viva aos mistérios sagrados, através dos seus sentimentos mais fortes e profundos e ousa ser ela mesma sem medo de represálias. Porque Ela é a mulher una, a Mulher Útero – abençoado o seu ventre - a mulher total cuja experiência é vivida no presente, no seu coração, em cada momento da sua vida e em cada dia, livre de preconceitos e de dependências.

A Deusa é a Vida e a Consciência Plena na Mulher que dá à Luz o Homem.

A Deusa é uma experiência viva, vivida na nossa carne, na nossa alma e no nosso SER INTEGRAL. É passado e futuro sobretudo presente e eternidade…

A Deusa são todas as memórias da Terra Mãe registadas no nosso ADN…e por isso devemos antes de tudo lembrar quem fomos e quem somos na nossa pele…




-"Devemos lembrar-nos como e quando cada uma de nós passou por uma experiência da Deusa, e se sentiu sarada e integral por causa desta. São momentos santos, sagrados, intemporais, embora por mais inefáveis que se possam revelar, sejam difíceis de reter em palavras. Mas, quando qualquer outra pessoa menciona uma experiência semelhante, isso pode evocar as sensações que voltam a captar a experiência; se bem que só aconteça se falarmos da nossa vivência pessoal. É por isso que necessitamos de palavras para os mistérios das mulheres, o que parece exigir que uma de cada vez explicite o que sabe - como tudo o mais que é de foro feminino. Servimos de parteiras às consciências umas das outras.”
(....)


IN TRAVESSIA PARA AVALON
De Jean Shinoda Bolen


Link desta postagem:http://rosaleonor.blogspot.com/2010/08/experiencia-da-deusa.html

Imagens:* Phellan
* Josephine Wall

domingo, 15 de agosto de 2010

A OUTRA

.


Seja qual for seu nome ou nacionalidade, dentre outras coisas, as bruxas têm em comum entre si o fato de simbolizarem o feminino renegado.

(...) Estar, por exemplo, de alguma maneira "antenada" com o lado subjetivo da vida, ainda costuma ser considerado uma espécie de excentricidade digna de bruxas, e por isso, muitas vezes renegada.

Nós mulheres ainda estamos pagando nossas contas com o mundo patriarcal pagando pelas que nos antecederam, e que se amalgamaram a esse sistema. Ainda somos as devedoras pelo crime da insubordinação cometido por nossa mãe Eva contra o Criador, pelos anseios que Sophia tinha por seu Amado, assim como ainda somos cativas da reação pelo medo e temor despertado por Lilith, a Bruxa Primordial, em nossos antepassados.

Reportando-nos a Lilith, vale lembrar que toda a sua mitologia retrata cenas de humilhação, diminuição, fuga e desolação, que lhe foram impostas, mesmo antes do advento de Eva. A partir de Eva então, Lilith acumula a rejeição e aversão que o sistema tem pela figura da outra, a despeito do fascínio que ela acarreta.

Lilith, a musa de Adão, a que povoava seus sonhos, mas que ainda assim se vê rejeitada e se torna vítima de sua própria pouca estima e diminuição, como resultado de seu exílio e dos tempos em que teve um destino errático nos desertos do Mar Morto, para homens e mulheres, se tornou perigosa.

Lê-se no Zohar :
"Ela se adorna com muitos ornamentos como uma desprezível prostituta, e posta-se nas encruzilhadas a fim de seduzir os filhos dos homens... O tolo a segue, extraviado, bebe do cálice de vinho, fornica com ela e perde-se atrás dela... O tolo desperta e pensa que pode divertir-se com ela como antes, mas ela tira seus adornos e transforma-se numa figura ameaçadora"


A quem Lilith ameaça? Às Instituições, ao casamento estabelecido, às regras, à submissão, ao sistema de valores advindos do patriarcado.

Uma das conseqüências desse mito, é a própria separatividade que vem ocorrendo entre as mulheres, umas em relação às outras, o isolamento de que acabam por padecer numa cultura patriarcalmente definida. Fomos todas separadas e isoladas desde nossa mais tenra infância em boa ou má, feia ou bonita, desejável ou não desejável, casável ou titia, Lilith ou Eva, enquadrada ou bruxa, esposa ou a outra.

Nosso destino foi a dualidade e nos agarrando em uma das extremidades como em uma brincadeira de cabo de guerra, cada vez mais nos obstamos ao contato com o extremo oposto, nosso rival e amiga, uma parte de nós mesmas, agora encarada como nossa antagonista.

Tal qual Hera, a deusa-esposa do Olimpo grego,
projetamos em uma outra tudo o que somos capazes de entender como o mal, e isentamos de culpa por seus erros, o masculino.

Uma vez mais ferindo, castrando, agredindo e amputando a nós mesmas, em proporções iguais, ou ainda maiores, do que o ambiente em volta e o sistema foram capazes de fazer por nós.

Carregamos o sistema de valores vigente em cada uma de nós, ele está em nós e atua por nosso intermédio.
Tal qual Hera, nos esquecemos do quanto necessitamos dessa outra, tão negligenciada, que se encontra lá na outra ponta na brincadeira de cabo de guerra.

No mito grego de Sêmele, ela é destruída pelas artimanhas de Hera, a esposa de Zeus. Através de mais um dos golpes de Hera, que isenta o masculino - Zeus, seu marido - de culpa, e assina a condenação da sua irmã rival. Ladinamente, incita Sêmele a pedir ao seu marido como prova de seu amor, que se mostre a ela em toda a sua magnitude e em sua essência sabendo que com isso, ela estaria condenada a própria morte.

Zeus se apresenta a Sêmele em sua essência e em toda sua maginitude como foi pedido e agora, como Zeus-raio, acaba mesmo que a sua revelia, matando Sêmele. Ela morre calcinada.

O que Hera não se deu conta, em momento algum, é que
ao matar Sêmele apenas deixou vago o espaço que não era capaz de ocupar para uma outra, sobre a qual certamente voltaria a recair a projeção do mal de seu próprio feminino renegado.

Encontramos ainda em nossos dias, em grandes proporções, a reedição do triânguilo Hera/Zeus/Sêmele e, aqueles que lidam com os dramas interiores do ser humano, sabem em que medida se deparam em seu quotidiano com Heras magoadas, vingativas, espumando de ódio e de raiva contra "aquela bruxa", " a outra" , que lhes roubou ou pretende roubar o marido.

O mais difícil nesses casos é se deparar com a honestidade em trazer a culpa ou a falta para si, a aceitação plena de sua sombra rejeitada. A culpa certamente também não recai sobre o marido, a vítima do mal, inocente, tal qual Adão instado por Eva a morder a maçã. Lilith, a devoradora de criancinhas, agora ameaça seus lares, quer destruir sua própria prole gerada com aquele homem prisioneiro e cativo da sedução da víbora.

Mas a serpente também é considerada um dos símbolos da consciência. Para a seita gnóstica dos Ofitas, a serpente era boa, e Javé mau. Dessa forma ela era adorada, e psicologiamente entendida como o símbolo da gnose, do conhecimento. Também no mito do Éden o ato de rebeldia, a conselho da serpente, constela a consciência dos opostos, etapa fundamental para o processo de consciência e individuação.

Assim como Hera necessitaria de Sêmele para alterar seu próprio destino de mulher amargurada e sistematicamente traída e machucada por um marido que não a respeitava, enquanto individualidade,
cada uma de nós, ao longo de nossa vida, precisamos soltar a ponta do cabo, ir pouco a pouco enrolando a corda e aproximando-nos de nossa rival, se almejamos nossa totalidade.

Não é sem razão que muitas mulheres efetivamente "acordam" quando se vêem em situações em que o triângulo é reeditado. Entretanto, não são todas as privilegiadas com esse ato de "acordar". O conhecimento da árvore do bem e do mal ainda não está acessível para todas, assim como nem todas também estão prontas a comer do fruto da consciência.




http://www.imagick.org.br/zbolemail/Bol06x10/BE10x3.html

Imagens:- http://artoftheempath.deviantart.com/gallery/#_featured

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CORPO DE MULHER

.


"O corpo feminino é um coletivo.
Multiplamente enredado em histórias, memórias, nuâncias, sombras e luzes, contornos e vãos.
O corpo de gerações de avós-mães e filhas.
Material e imaterial.
Húmido e flexível.
Misterioso para quem não o percebe.
Revelador pra quem aprofunda, mesmo que na tangência de suas superfícies.

O corpo da terra-mãe, o corpo da aldeia, da ciclicidade das luas e fluxos dos rios, de sangue e leite.

O Corpo que contempla o do outro.
Corpo-matriz do mundo.

Esta é a mulher, ao menos uma parte dela.

A semelhança que une, que ultrapassa eras e séculos, gerações e culturas.
Um algo que permanece sendo: vulva, vagina, útero, óvulos, seios, leite, clitóris, sangue, placenta (...).
O corpo-mulher compartilhado, reflexo de paradigmas mutáveis, porém perpetuados, o do patriarcado: da repressão, castração e contenção, controlado, cerceado, lapidado, modelado, escravizado, agredido nos mais diversos níveis de existência.
O corpo que muitas não desejam mais vestir.
E também daquelas que assim o permitem.

E sua outra parte, que mora nas diferenças, nas origens das descendências étnicas, culturais e sócio-econômicas.

Na reatividade emocional, na complexidade do ser único e infinito de possibilidades, na religiosidade e experiências vividas e aprendidas.
Nos pares que fazem e dos quais derivam.

Esta é a mulher: corpo-memorial, corpo-reflexo, corpo-resistência, corpo-político e espiritual.

Ainda nutriz, ainda mutável e flexível.
De formas que se arredondam e cedem a gravidade.
Que morre e renasce por meses e meses, em anos e anos.
Linhagem umbilical da continuidade das espécies.

Um corpo onde...
uma mulher são muitas e muitas mulheres são uma."



Fonte:http://shaktilalla.blogspot.com/
Imagem:obra do artista Renso Castaneda

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

MEDITAÇÃO DA LUZ

.


Muitas pessoas em todas as nações estão sentindo um grande desespero e muita raiva com relação à frustrante falta de ação frente à atual e crescente eminência de uma catástrofe em nosso amado planeta e lar. A meditação pode transformar este medo em desejos positivos, para uma rápida virada dessa situação. Os líderes das nações mais poderosas do planeta parecem não entender que ações bélicas, que se originam do medo, jamais podem criar a paz.

Descontentamento e terrorismo nascem de promessas não cumpridas e de injustiças cometidas; isso requer cura. Aqueles líderes motivados por seus próprios medos e pela ambição em controlar a riqueza do nosso planeta continuarão com suas intenções nefastas, incitando as massas a juntar-se a eles em seus medos.



É chegada a hora dos verdadeiros líderes de cada cultura se unirem em um esforço comum para apaziguarem as energias caóticas, criando uma atmosfera de aceitação, de conscientização de que todas as pessoas em todo e qualquer lugar fazem parte da raça humana e pertencem à família do homem e de que todos são preciosos e sagrados. Quando nos conectamos com o humano dentro do nosso centro cardíaco, nos conectamos ao mesmo tempo com um amor suave que é nossa divindade.

E é esse divino em nós que pode curar a separação e os conflitos em nosso lar. Só é necessário praticar, e a meditação é a maneira de agirmos. Meditação é o ato de focar sua atenção em um determinado objetivo, libertando-se por um tempo das complexidades do cotidiano, clareando as coisas e restabelecendo sua serenidade. Ela se inicia com uma profunda respiração com atenção, soltando na expiração todas as preocupações internas. Quando você internamente conseguir alcançar um estado de calma e perceber quem você é, que você é divino com poder de criar, continue a partir daí, criando uma realidade de sua própria escolha, visualizando as mudanças necessárias para nosso mundo e seus habitantes de forma que todos nós, juntos, possamos chegar ao estágio final de harmonia, que é a verdadeira justiça.



Quando nos conectamos com nosso centro cardíaco, estamos ao mesmo tempo nos conectando com nossa verdadeira essência, que pode então ser direcionada e infundida em toda a humanidade e suas civilizações, com a pureza do amor e da delicadeza que transformará todo o medo. Através do pensamento, leve a todos a mensagem de que chegou o momento de abraçar nossos irmãos e irmãs de todas as nações. É a mente que faz as coisas se manifestarem e possui o conhecimento de como fazê-lo.

Quando pessoas com o mesmo tipo de pensamento se unem, a capacidade de se criar harmonia aumenta proporcionalmente ao número de pessoas que participam desse encontro. Seres extremamente amorosos do plano invisível, até mesmo nossos ancestrais, irão se unir a nós em nossas intenções positivas com muita alegria.. Somos todos feitos à semelhança de Deus, o que significa que possuímos a perfeição dentro de nós. Quando nos conectamos com essa perfeição sabemos imediatamente o que está correto. Isso pode então ser direcionado através da mente e expressado. Neste momento, você poderá claramente ver que somos unidos, apesar de que muitos não conseguem perceber isso devido ao tipo de programação que possuem ou devido aos pensamentos permeados pelo medo.



As massas vêm sendo programadas pelos governos e religiões de forma a acreditar em suas políticas e orientações e desta forma as diferentes culturas de nosso planeta acabaram acreditando que conflito e competição são necessários e desta forma elas se fixam nisso. Precisamos agora acreditar em nós mesmos e nos concentrar na idéia de que todas as pessoas são importantes. Vamos visualizar a unificação, senti-la durante a meditação como se ela já estivesse acontecido e sua manifestação de fato acontecerá.



http://www.imagick.org.br/apres/PratickasNoImagick/Meditações/MeditacaodaLuz.html