imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ANJOS E DEMÔNIOS

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A Evolução do Mal

Samuel Buttler disse uma vez:

"Ninguém nunca ouve a versão do demônio, porque Deus escreveu todos os livros.
Os seguintes retratos do hospedeiro negro podem de alguma forma quebrar esse monopólio. A queda dos anjos rebeldes é um assunto que padres e teólogos tem se esforçado muito para distorcerem. A lenda inteira não passa de uma longa e convencional história."


UM VELHO CONCEITO

Os antigos hebreus atribuíam tudo o que acontecia, seja no céu ou na terra, à um único deus. A evolução de uma poderosa força maligna que era oposta ao Deus Bom, apenas começou duzentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo.

O Velho Testamento de Deus não descreve esses tempos. Ele era sempre o único responsável por tudo o que ocorria no universo, como a divindade indiana, Shiva, camuflando a criatividade e a destruição em um indissolúvel princípio.

Isto é claramente estabelecido em Isaias 45:7 quando Deus diz "Eu formo a Luz e crio as Trevas; eu faço a Paz e crio a Maldade." Mas gradualmente no segundo século depois de Cristo, os hebreus trocaram sua fé de um deus ambivalente, por um deus somente bondoso.

Contudo, houveram muitas variações neste tema, uma crença em um Mal à parte gradualmente se desenvolveu. Este princípio maléfico é completamente distinto da vida, sendo totalmente oposto e alienado da benevolência natural do Todo-Poderoso.

Isto criou um dilema óbvio: Como uma Divindade bondosa que criou a tudo e a todos, incluiu em sua criação um oponente igualmente poderoso que sempre procurou superá-Lo? O resultado foi uma tensão paradoxal ao conceito de um único divino princípio básico em que o cosmo é dividido em dois: o Bom e o Mal.

Enquanto os rabinos tentavam livrar o Judaísmo de antigos conflitos, hoje em dia a doutrina da Igreja Cristã continua turva perante o crescimento de duas idéias essenciais e incompatíveis. E como uma sombra no centro do ciclone está o anjo negro.

A idéia de um mal à parte e dos Anjos Caídos não aparecem no Velho Testamento. Contudo encontramos o há-satan, "O Adversário". Ainda assim havia um substantivo comum que simplesmente significava "um oponente". Era possivelmente o título de um cargo que prossegue nas leis atuais, melhor do que qualquer nome de alguma personalidade diabólica.

O número exato de anjos que são conhecidos por terem se rebelado e foram punidos está no Livro dos Segredos de Enoch. Portanto existe um cânon à parte. Mas na época em que o Novo Testamento foi escrito, a influência de Enoch foi sigilosamente absorvida nas idéias dualistas do persa Zoroaster.

A noção de um hospedeiro caído foi escondida - pedra no dogma cristão. Em Revelações João de Patmos aponta um dedo sem hesitar para Satã, o velho dragão, "E sua cauda desenhou a terceira parte das estrelas (Anjos) do Paraíso e lançou-os na terra..., e Satã que iludiu o mundo inteiro; também foi lançado à terra e os Anjos o proclamaram." João nomeia o indivíduo específico de Satã, que a essa hora é claramente sinônimo do adversário acima citado.

No Velho Testamento a história de Jó não era nem boa muito menos perversa, mas no segundo século depois de Cristo tornou um símbolo de Maldade. Durante os dois seguintes milênios o Príncipe das Trevas solitário foi identificado como Azazel, Mastema, Beelzebub, Beliel, Duma, Sier, Salmael, Gradeel, O Anjo de Roma, Samael, Asmodeus, Mephistopholes, Lúcifer e na tradição Islâmica como Iblis.

Ele também atraiu um número de títulos populares atribuídos ao terror comum que ele provoca dentre eles Capeta, Diabo, Satanás, etc.

A INVENÇÃO DO INFERNO

A idéia de uma forma totalmente demoníaca de um anjo caído foi muito longe da experiência de Enoch de uma gigantesca Grigori. A superestrutura maligna e demoníaca com seu Inferno inteiramente localizado longe dos Pacíficos Portões do Paraíso, é relativamente uma invenção cristã.

Enquanto o conceito de demônios e criaturas monstruosas não foi inteiramente criado na Idade Média, os escritores daquela época certamente relacionaram tais criaturas com o Judaísmo. A inconsciente e negra Europa tinha uma imaginação extraordinária. Era uma era de magia e uma nova preocupação com os mistérios da Alquimia, a Kabbalah e certas áreas de conhecimento que depois se tornariam a proto-ciência.

Em tal atmosfera ambos Anjos e demônios foram invocados por praticantes Sagrados e diabólicos. Os pentagramas secretos abriram-se para revelar o pesadelo de legiões de anjos e demônios de uma coletiva, negra e inconsciente que vomitaram diante de torres majestosas no céu e escuridões profundas.

Para entender a natureza dos anjos que habitam os Reinos dos Trevas, é melhor examinar o retrato da entidade que é o mais enigmático e surpreende anjo de todos - SATÃ. O Inferno é inseparável do Maligno. Essa entidade negra é a antítese completa do arcanjo Miguel. Em algumas tradições o Príncipe do Mal olha através de um espelho negro e o reflexo é seu irmão gêmeo, CRISTO. Não há dúvida que sem o Demônio não haveria necessidade de um Cristo.
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...LUCIFER-SATAN

Nós chegamos agora a mais fascinante personalidade de todas. Lúcifer, Portador da Luz, Filho da Manhã, Dragão do Amanhecer, Príncipe do Poder do Ar que foi escolhido pelo seu Pai para ser o maior entre os anjos e favorito de Deus-Pai Senhor da Luz.

Mas ele também foi o primeiro a se separar da fonte divina. No Velho Testamento, no livro de Ezequiel 28 (13-15), ele trata Lúcifer antes do mesmo de sua queda em seu total esplendor. Tem sido discutido que essa passagem foi endereçada para Nebuchadrezzar, Rei da Babilônia, mas São Jerônimo nos afirma que tudo está direcionado aos anjos caídos, e devemos dar ouvidos.

"Tu que estiveste no Éden, Jardim de Deus; toda pedra preciosa que escondestes, o sárdio, o topázio e o diamante, o ônix, o rubi e o jasper, a safira, a esmeralda, o carbúnculo e o ouro: a engenharia de teus tabletes e canos foi preparada em ti no dia em que tu foste criado. Tua arte de ungir que os Querubins esconderam; e eu te devolvi: Tu foste contra a sagrada montanha de Deus; Tu andaste em meio as pedras de fogo. Tu foste perfeito em teus caminhos a partir do dia que fostes criado, até a iniquidade ser encontrada em ti."

Lúcifer, Filho da Manhã, de acordo com a mais distante interpretação da queda, ele é enlouquecido pelo ciúme quando Deus-Pai proclama o irmão de Lúcifer, Jesual, o Filho. De sua cabeça ele deu a luz ao Pecado e, com ela tramou, a Morte de seu pai.

Ele foi expulso do Paraíso e foi renomeado para Satan-el ; o Adversário. Na pintura, as várias figuras aladas tem seu pé direito à frente, denotando seu aspecto espiritual (é interessante notar que no Leste o pé esquerdo é invariavelmente sinal de líder espiritual).

Suas mãos esticadas seguram a orb e o cetro, símbolo de domínio terrestre. Parte de sua asa disfarça sua natureza andrógina original. Ele está cercado por uma comitiva carregando pífaros. Os pífaros estão associados com a música das esferas. Lúcifer, sendo a Estrela da Manhã e da Noite, foi visto morrendo e renascendo como luz no ar.

Ele compartilha com a serpente a habilidade de trocar sua pele velha e morta e ascender como um recém-nascido. Sua queda luminosa dentro do Abismo nos lembra que os Hebreus estavam ainda no Egito, lá havia uma Deusa serpente Egípcia, Sata, que é pai da luz e como Lúcifer caiu na terra. O babilônio Zu foi também um deus da luz que caiu como a serpente voadora e isso nos lembra o fato de Lúcifer ter sido um Serafim.

Lúcifer, como seu irmão gêmeo Cristo, é o filho que desafiou o Velho Pai (Cristo acusa os judeus de idolatrar o deus errado). E ele cai em sua luz fálica e na cova sem fundo da Deusa-Mãe Hel. Hel foi uma vez um santuário uterino, um útero ou uma caverna sagrada do renascimento. Cristo é como Deus o filho amante de Virgem Maria, sua mãe.

Mais em http://www.imagick.org.br/pagmag/themas2/anjos%20e%20demonios.html

... O Diabo é a dor de Deus. Na medida em que amou Satã até o extremo de fazer dele a mais bela e luminosa de suas criaturas e na medida em que, apesar disso - ao haver-lhe dotado de livre-arbítrio -, não pôde impedir sua queda, Deus passou a sofrer por seu anjo imediatamente depois de tê-lo condenado. Desterrado da relação de puro amor que havia presidido sua criação e sua vida na glória, o Diabo foi condenado precisamente ao mais atroz dos castigos: o da incapacidade de amar. Mas o próprio Deus, que não pôde deixar de condenar Lúcifer, não pode nem poderá nunca odiá-lo: condenado por sua vez à tortura de amar sem ser correspondido, espera na eternidade a epifania de seu amor, o momento em que a criatura deporá as armas e regressará ao seio do Pai para restabelecer a harmonia do universo.
Para alguns dos mais flexíveis teólogos contemporâneos, nesse mistério reside a razão necessária e suficiente da criação do homem: ligados por um dilema perpétuo, por causa de suas potestades e natureza, Deus e o Diabo precisavam de outra vontade (de outro livre-arbítrio) para resolverem sua disputa. O homem, porém, criado para redimir o Diabo, falhou também em sua missão. Por pusilanimidade, comodismo e astúcia, o redentor tornou-se cúmplice, e o cúmplice, escravo (como costuma acontecer nos pactos de aparente igualdade que se estabelecem com os poderosos). Desse modo, o Diabo, sem a ajuda de ninguém, vai tecendo suas manhas e ardis, esmerando-se incansavelmente num trabalho que despreza: rumina, desconsolado e impotente, sua nostalgia do céu.

http://www.imagick.org.br/pagmag/themas2/diabo.html

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