imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

HYPATIA DE ALEXANDRIA



Uma das coisas mais tristes do mundo é a intolerância religiosa, pois todas as religiões deveriam estar baseadas no amor e na compaixão. Alguns dos momentos mais negros da humanidade, algumas das guerras mais sangrentas, algumas das torturas mais cruéis existiram exatamente devido à intolerância religiosa. Um desses casos mais vergonhosos de intolerância foi o assassinato de Hipatia de Alexandria.


Uma raridade no mundo antigo Hipátia Nasceu no Egito no ano 370 D.C., filha de Theon de Alexandria. Muito cedo Hipátia deu provas do seu talento, tornou-se professora e deu aulas de matemática e filosofia na biblioteca de Alexandria, um dos maiores centros de conhecimento do mundo antigo, além de ter viajado para Itália e Atenas para tirar alguns cursos de filosofia.


Era considerada uma discursante muito carismática, as suas aulas eram bastante concorridas. Escreveu comentários a obras clássicas de matemáticos Gregos. Manteve-se solteira e declarava-se “casada com a verdade”. O conjunto da sua obra é tido como de relevo, e a sua morte, ocorrida em 415 D.C., trágica. Foi o último dos grandes nomes intelectuais a trabalhar na famosa biblioteca de Alexandria, por volta do ano 400 D.C. foi nomeada bibliotecária mor (diretora) da referida biblioteca, sucedendo ao seu pai Theon de Alexandria, um conceituado filósofo, matemático, e astrónomo, da altura. Foi também a primeira mulher que a história registra como dedicada á matemática.

Hipátia de Alexandria nasceu no seio de uma família com forte tradição intelectual. O seu pai Theon de Alexandria já referenciado neste documento como um conceituado, filósofo, matemático, e astrónomo, escreveu uma tese em 11 livros sobre o célebre tratado de “Almagesto” de Ptolomeu, que significa “ O grande tratado”, um tratado de astronomia. Esta obra é uma das mais importantes e influentes da antiguidade clássica. Nela está descrito todo o conhecimento astronómico Babilónico e Grego, nela se basearam a astronomia de Árabes, Indianos, e Europeus, até ao aparecimento da teoria heliocêntrica de Copérnico. No Almagesto, Ptolomeu apresenta um sistema cosmológico geocêntrico, isto é a terra está no centro do Universo e os outros corpos celestes, planetas e estrelas, descrevem órbitas em seu redor. Estas órbitas eram relativamente complicadas resultando de um sistema de epiciclos, ou seja Círculos com centro em outros círculos. Theon de Alexandria realizou ainda uma revisão dos “Elementos” de Euclides, de onde são baseadas as edições mais modernas da obra do conhecido matemático Grego.


As famílias fundadas sobre este lastro intelectual e de projeção social de Alexandria da sua época costumavam ainda cultuar o ideal Grego da “Mente sã, corpo são” (“men sana in corpore sano”). Com esse lema no pensamento, o pai de Hipátia não mediu esforços para torna-la o “ser humano ideal”, ensinando-lhe matemática e filosofia, e levando-a a fazer um programa de preparação física para lhe assegurar um corpo saudável. Todo esse esforço foi compensador.


Quando Hipátia começou a ser retratada a partir do renascimento, o seu rosto ganhou belos traços com um perfil nobre e altivo. Esses traços capturaram de uma certa forma uma projeção positiva que é feita da sua vida e obra, e um certo sentimento de reverência com respeito ao seu fim trágico.

No campo da matemática, Hipátia escreveu comentários sobre a “Aritmética” de Diofanto e as “cónicas” de Apolónio, fez investigações sobre a geometria de Euclides, interessou-se pelas ciências aplicadas, inventou um astrolábio e criou, nos ateliês da biblioteca de Alexandria diversos instrumentos de medida, como um nivelador de água, um higrómetro, e um aparelho para destilar água. O quanto se sabe ela interessou-se particularmente pelo estudo dos planos formados pelas intersecções de um cone e pelas curvas decorrentes dessas intersecções, as chamadas intersecções cónicas (hipérboles, parábolas, e elipses). A maior parte da obra escrita por Hipátia perdeu-se no tempo; mas no século XV foi encontrado na biblioteca do Vaticano uma cópia do seu comentário sobre a obra do matemático Grego Diofanto.

Devido á sua ambientação cultural e á influência da educação recebida do pai, é certo que Hipátia conheceu e estudou a obra do astrónomo Ptolomeu. A partir de cartas escritas por Sirénius, um dos seus alunos, sabemos hoje que Hipátia dedicou bastante tempo às suas actividades culturais desenvolvendo instrumentos mecânicos, alguns deles já aqui mencionados, utilizados para cálculos astronómicos e localização de astros no céu.


Na filosofia Hipátia abraçou a causa neoplatónica (ou “Platonismo”) que na sua época em Alexandria atuava em oposição aos grupos cristãos, fervorosos e atuantes. Ao longo do tempo, o cristianismo, por assim dizer, dominou e até mesmo assimilou o que lhe interessava do neoplatonismo, que na época era considerada uma filosofia pagã; isto aconteceu em Alexandria e por todo o mundo Romano.


Disputas religiosas e conflitos entre lideranças de Alexandria, apoiados por correntes religiosas, atraíram a ira dos devotos cristãos contra a “herege” Hipátia. A matemática, e a filosofia eram consideradas a face visível do neoplatonismo na cidade de Alexandria.


Existem várias versões sobre o seu trágico final, todas coerentes entre si, sendo que a mais difundida é a variante registada por Edward Gibbon, no seu livro “O Declínio e a queda do Império Romano”. Nesta versão numa manhã da quaresma de 415 D.C., Hipátia foi atacada na rua, por uma turba de cristãos quando regressava a casa na sua carruagem. A multidão enfurecida arrancou-lhe os cabelos e a roupa, esfolou-a com conchas de ostras, arrancaram-lhe os braços e as pernas, e queimaram-lhe o que sobrou do seu corpo. Atitude de uma verdadeira devoção bárbara.


O impacto dramático da morte de Hipátia fez com que no ano em que ocorreu alguns historiadores o interpretassem como o marco do fim do período antigo da matemática Grega. Para outros este desfecho só ocorrerá cerca de 100 anos mais tarde com a morte de Boécio também de uma forma trágica. Entretanto a morte de Hipátia de um certo ponto de vista sinaliza o fim de Alexandria como fonte do centro de maior conhecimento da matemática Grega da antiguidade.

A vida, a obra e a morte trágica de Hipátia despertaram a atenção de filósofos, matemáticos, e historiadores que a sucederam.

Damáscio, um dos seus antigos alunos, que mais tarde se tornou num crítico severo do seu trabalho, escreveu que ela era “por natureza, mais talentosa e refinada do que o seu pai”. Intelectuais desde Voltaire a Carl Sagan, passando por Bertrand Russel dedicaram-lhe comentários de apreço e reconhecimento. A sua vida foi reconstituída num romance de Charles Kingsley, (“Hypátia, or new foes an old face”. New York: E.P. Dutton, 1907), e contada por Maria Dzielsk (“Hypátia of Alexandria”, Trad. F. Lyra, Cambridge, M.A. Harvard Press, 1995).


Recentemente o conhecido Realizador Espanhol de cinema Alejandro Amenabar (“Mar adentro”, 2004) dedicou um filme á vida de Hipátia (“Ágora”), que é representada pela atriz Inglesa Rachel Weisz. No Filme, Ágora exibido no último festival de cinema de Cannes, fora da competição, não são apresentados os detalhes do final trágico de Hipátia de Alexandria descritos por Edward Gibbon. Hipátia de Alexandria é retratada como uma “mulher agnóstica e letrada, destruída por fanáticos Religiosos. Alejandro Amenabar declarou que o seu filme podia ser interpretado como uma espécie de reflexão sobre os fundamentalismos religiosos de todos os tempos.
 





Carl Sagan escreveu em seu livro Cosmos:


“Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e sua base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. Sua última cientista foi uma mulher, considerada pagã. Seu nome era Hipátia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciências, e devido a Alexandria estar sob o domínio romano, após o assassinato de Hipátia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época.”


Essa Grande Mulher nutriu toda uma época com a luz do conhecimento e do saber. Calaram-lhe a voz e empurraram sua lembrança para as profundezas do esquecimento. Mas, dois milênios não foram suficientes para apagá-la da memória de todos os famintos pela verdade. Hipátia retorna forte e vibrante ao alcance daqueles que buscam por seus ensinamentos.


Defende o teu direito de pensar, porque mesmo pensar de modo erróneo é melhor do que não pensar. . .




Hipatia de Alexandria 370/415 D.C.

http://codigodacultura.wordpress.com/2010/02/18/hipatia-de-alexandria-370-415-d-c/

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MULHER E LUA




Noite. Mistério. Insondável beleza.



Ó Lua, companheira da minha condição, sou a mulher desdobrada em mil que, contigo enlaçada, viaja no tempo, sujeita a ciclos de nascimento, vida e morte.


Venho escutar de novo os teus sussurros, como nas noites de outrora em que, pelo grande pássaro celeste, me entregavas o fruto das minhas entranhas.


Durmo contigo, ó lua, lua lânguida e serena sob a minha mão amante na hora mágica em que a feiticeira dos olhos de prata activa os fluidos misteriosos e dança com o lobo, em diálogo íntimo com o cosmos.


Todas as antigas civilizações veneravam o mistério do nosso laço, vozes remotas ecoam ainda nos éteres cânticos de amor à grande Deusa Tripla, Mãe Geradora, espelhada na vastidão das águas primordiais donde a vida procedeu.


Depois, tudo se apagou. Tudo se esqueceu.


Passaram a chamar-te pelo nome científico. Só os poetas retiveram nos olhos esclarecidos e no coração dourado a memória azul do teu mistério. Talvez por eles, ouça eu agora de novo, ó guardiã prateada, o silêncio como flor a florir e redescubra o fluxo dos meus gestos que se abrem na verdade do meu sentir – cresço e decresço, danço e repouso, em mim germina a vibratória pulsação da vida a renovar-se, apareço e desapareço, sou meia, sou uma quarta parte para logo, plena, me revelar sensorial e íntima, código de vida não decifrado.


Ó lua oculta, baixas dos céus pelo ardor úmido do meu corpo fecundo e penetras a terra com o teu bafo fertilizante. Senhora Lua Senhora Terra, entre as duas mães me descubro a contento, pois é doce teu olhar, luz da noite, mesmo quando trajada de branco e negro destróis as formas gastas em busca de nova criação.


Dormindo com a lua sonho-me para além do previsível. Desfeitos os absurdos formatos recebidos, esgueiro-me, ousada, na transcendência do que em mim conheço.


Do alto dos céus, governas esse mágico reino noturno que alberga os meus sonhos, reino onde me transformo em mulher-lua mulher-pássaro e vivo em insuspeita liberdade a respiração do meu antigo e feminino canto.


Durmo contigo, Lua, danço contigo, sonho-te e sigo-te na viagem.


Na noite da vida, roçam o meu corpo expectante os tentáculos dos teus devaneios oníricos na gira cósmica pelo grande fundo universal.


MARIANA INVERNO

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

GRANDE ENGODO DAS ALTERNATIVAS MISTIFICADORAS E O RISCO DE UMA NOVA QUEDA PARA A MULHER..


"Alquimizar e curar a relação masculino-feminino é a iniciação do nosso tempo e o fundamento do mundo ao qual a nossa alma aspira. Para além e a através de uma união mais íntima do que o conceito solar – lunar, mulher ou homem.”



Diana Bellego






Mais do que alquimizar e curar a relação masculino-feninino, a mulher precisa primeiramente e urgentemente de curar a sua ferida milenar da cisão das duas mulheres em si. Sem que a mulher integre e se consciencialize da sua separação interior e a fragmentação psíquica que vive como mulher metade nesta sociedade há séculos – entre a mulher anima, a mulher interior recalcada e esquecida do seu lado intuitivo e instintivo, e a mulher animus, masculina e de superfície que vive os estereótipos que o poder e domínio do masculino lhe destinou, reprimindo a sua natureza ctónica e telúrica, reduzindo a mulher à função de procriadora ou de objecto de prazer, não pode haver equilíbrio entre o masculino e o feminino de per se, nem se pode alquimizar a relação.


Sem a verdadeira mulher não há o casal alquímico nem há a OBRA..


A Alquimia entre os opostos complementares faz-se ou realiza-se quando a mulher está na posse do seu poder interno e consciente da sua natureza profunda…Não é esta mulher de superfície nem esta mulher intelectualizada-masculinizada e pretensamente feminina para agradar ao homem que vai unir-se ao verdadeiro masculino…se que ele existe também…


De qualquer modo a questão fulcral para a mulher deste tempo e que a sua alma aspira em profundidade é o encontro com ela mesma com as suas forças e poder interiores sem qualquer outro propósito…só depois e por acréscimo…haverá casamento alquímico ou não…se essa for a sua escolha, porque o homem precisa da mulher para SER…mas a Mulher não precisa do homem para SER ELA inteira!
 
ROSA LEONOR PEDRO

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DANCE COMO SE NINGUÉM ESTIVESSE TE OLHANDO



Decidimos que nossa vida será mais completa quando tivermos um automóvel melhor ou uma casa mais confortável; quando pudermos sair de férias, quando... quando... quando...


Nós nos convencemos de que a vida será melhor depois que nos casarmos, depois de termos um filho, ou depois de termos outro.
Então nos sentimos frustados quando nos casamos, tivemos os filhos e isso não resolveu nossa vida. Aí pensamos que seremos felizes quando eles crescerem.
Depois disso nos frustamos porque são adolescentes (difíceis de tratar).

Passamos a pensar que seremos felizes quando nossos filhos se tornarem adultos, cuidando da própria vida.
A verdade é que não há melhor momento para ser feliz do que agora. Se não for agora, será quando?
Tua vida está cheia de desafios; é melhor admitir isso e decidir ser feliz na situação que te encontras.


Uma de minhas frases preferidas é de Alfredo D. Souza: "Por muitos anos, parecia para mim que a vida estava a ponto de começar, a vida de verdade. Mas sempre havia algum obstáculo no caminho, algo a resolver primeiro, algum assunto a se terminar, tempo por passar, alguma dívida a pagar. Então a vida começaria. Até que me dei conta de que esses obstáculos ERAM MINHA VIDA."


Esta perspectiva tem me ajudado a ver que não há um caminho para a felicidade. A felicidade É O CAMINHO.

Assim, entesoura cada momento que tens, e entesoura mais quando o compartilhas com alguém em especial, o suficientemente especial para compartilhar de teu tempo. E lembra-te de que o tempo não espera por ninguém...

Assim, deixas de esperar:
Até que termines os estudos;
Ate que teu salário aumente;
Até que emagreças 10 quilos;
Até que te cases;
Até que tenhas filhos;
Até que os filhos tenham vida própria;
Até que te divorcies;
Até que chegue sexta feira à noite;
Até que seja domingo de manhã;
Até que pare de chover;
Até que chegue a primavera, ou o verão, ou o outono, ou o inverno, ou a primavera, ou...
Até que morras, para sentir que não há melhor momento que ESTE para ser feliz...


A FELICIDADE É UM CAMINHO, NÃO UM DESTINO.


Então trabalha como se não necessitasses de dinheiro.
Ama, como se nunca te houvessem ferido.


...E DANCE....


...DANCE COMO SE NINGUÉM ESTIVESSE TE OLHANDO !!!!....


...DANCE....


http://www.imagick.org.br/zbolemail/Bol03x02/BE02x11.html

PREDADORES E OVELHAS





por: Julio Cesar Guerrero

Primeiro ponto que lutamos para esquecer é que esta posição confortável que temos na vida, este estar numa casa, com comida, cercado de distrações, tudo isto, é de uma ilusão ímpar.




Para manter tudo isso temos que de alguma forma doar nossa energia a este sistema.
E dia após dia, a tal luta pela sobrevivência pode nos tirar a energia da vida, pouco a pouco, nos sugando.


Este nosso primeiro desafio, aprender a responder as demandas do meio sem nos destruirmos para isso. Isso não é uma metáfora.


MATRIX não é mera metáfora, é descritiva da condição humana.


Apenas a realidade é pior, pois nossos dominadores, a espécie predadora que nos pastoreia é uma espécie consciente de si, com toda a complexidade que a vida consciente de si é capaz de gerar.


A mente que usamos no nosso cotidiano é a prisão.




Esta mente não é nossa.


É uma instalação alienígena no mais puro sentido dessa palavra.


E é através dela que nossos pastores nos mantém em seu rebanho aguardando a tosquia 'sazonal e ao final a degola.


Portanto é claro que uma parte de nosso ser vai gritar que isso é viagem pura.


Tolice sem par, coisa sem sentido e quando menos percebermos já vamos estar pensando em outra coisa, querendo ir a algum lugar, uma ansiedade brota no peito e nos dissipamos, deixamos de ter foco na principal questão.


A mente que usamos normalmente é uma instalação .


O segredo é que podemos ir além dela e então vamos nos libertar, ganhando como bônus tal instalação.


Essa mente gera uma relação com a realidade estática, temos uma realidade apenas, um mundo no qual ficamos fixos.

O corpo humano metaboliza a energia telúrica e a energia do sol.


Também as energias estelares e planetárias são processadas pelo corpo, mas em doses mínimas, pois o tipo de limitação perceptual ao qual estamos presos, nos impede de perceber plenamente as energias cósmicas que incidem sobre nós, tanto quanto a luz do sol.


Físicos sabem que neutrinos passam por nós a todo instante e por vezes se surpreendem quando em seus experimentos partículas vindas do espaço, que chama de raios cósmicos, atravessam anteparos e afetam seus experimentos.


Nós recebemos energias das mais diversas em nossos corpos.


Ao metabolizarmos estas energias inconscientemente, respondemos com emocionalismos ou pensamentos a tais estímulos.


Assim, racionalismos e emocionalismos, nos levam a agir e agindo acreditamos que estamos fazendo, quando na realidade está tudo acontecendo, estamos apenas respondendo ao que os astros, nossas influências genéticas, a alma coletiva da Terra, o tonal dos tempos e tantos outros fatores, 48 em nosso mundo, nos levam a fazer.


E enquanto apenas respondemos mecanicamente, nossa energia é levada embora.


Sim, a energia destinada a fazer de nós navegantes da Eternidade, exploradores dos mistérios da existência, não em teoria ou "filosofiações " mas na prática, numa viagem empolgante pelos mistérios da existência, esta energia é sugada e levada embora para alimentar seres de outro mundo.


E nós nos limitamos a este mundo a este tempo, crendo que os objetivos reais da vida é ter o carro do ano, ter status, representar papeis para ser bem quisto, querido(a) e aprovado pelo meio.


Com a desculpa que mais tarde teremos tempo para nós passamos a vida correndo atrás de uma das formas de prisão desse sistema.


"Dinheiro".


Dinheiro é um meio, mas quando ele se torna um fim em si mesmo, passamos a colocar toda a energia nele, na sua busca.


Assim vive a maior parte do mundo, preocupado (a) com dinheiro, atrás de dinheiro.


Mas o dinheiro é algo simbólico, não tem valor em si.


Portanto colocamos uma energia tremenda em algo que em si não tem valor.


Para onde vai essa montanha de energia que dedicamos ao "dinheiro".

Deus, no sentido que este termo foi construído nessa cultura dominante e Dinheiro, são os dois conceitos vazios aos quais a maior parte da humanidade dedica sua energia.


E dedicando sua energia a conceitos vazios em si esta energia acaba indo para algum lugar.


Como na lenda da tigresa, temos que nos recordar que somos tigres criados entre ovelhas e por isso deturpados em nossa realidade.



Urge que despertemos para nossa real condição, urge que voltemos, discreta e sobriamente, a nossa realidade essencial.


Esse é o começo de tudo para quem busca a Liberdade.


Deixar o rebanho e fazer isso com tal sutileza que ninguém perceba o fato.

Nuvem que Passa

Texto completo em http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/predador.html

domingo, 21 de agosto de 2011

A TERRA E A MULHER


(...)A questão do feminino está entre aqueles temas que não se prestam tão facilmente a uma discussão, porque se situam no fundamento da cultura, para além daquilo que é imediatamente manifesto. Esse é um assunto basilar, constitutivo do próprio fundamento de onde tudo deriva, a trama primeira sobre a qual os outros fios são dispostos. De certa forma, pode-se dizer que tais temas nos possuem e nos dirigem e são insuficientemente visíveis, pois estão submersos por nossas criações. Talvez se possa dizer que é a partir dessas imagens primordiais, como a da Terra-Mãe, que todo o nosso imaginário é montado, em camadas, uma mesma idéia se diferenciando em inúmeras variações, vinculadas, entretanto, àquele desenho elementar, e que só ao olhar acurado ela se revela.


Na verdade, as nossas relações com o mundo, de modo geral, são reflexo da nossa relação com essas imagens primordiais, destacando-se, entre elas, a Terra e o Feminino. Tudo o mais seria como um jogo de espelhos, em que nos perdemos com imensa facilidade. De forma que, ao contrário do que é sugerido de imediato, uma visão cabal do feminino não se tece sem uma enormidade de elementos e, pelo menos para começar, torna-se imprescindível escolher uma fresta apenas, para olhar esse complexo quadro sem tanta dispersão.


O simbolismo da Terra pode nos fornecer um paradigma seguro para o feminino, porque sobre ela lançamos nossas raízes, dela viemos, dela nos nutrimos. Há todo um paralelo entre a Terra e o Feminino. E, uma vez que mantemos relações bem materiais com ela, é possível que, a partir de um escrutínio dessas relações, possamos explicitar melhor o lugar ocupado pela mulher em nossa cultura. A Terra, pois, será um bom ponto de partida para uma investigação rica do feminino, quanto mais que essa identidade, em outros tempos, promoveu um desenvolvimento harmônico em muitas sociedades.


Portanto, não partimos de uma idéia original. Muito pelo contrário, essa é uma visão que remonta a alguns milhares de anos, cultivada e vivenciada por nossos ancestrais em culturas das quais restam apenas o que a arqueologia consegue resgatar. É para com essas culturas que nos tornamos devedores. E, ao lado delas, para com algumas outras poucas sobreviventes, ditas primitivas, pouco influenciadas e pouco influentes no nosso mundo industrializado e globalizado.

(....)
(excerto) de A TERRA E A MULHER
de Josina Roncisvalle & Lais Mourão

http://rosaleonor.blogspot.com/2008/09/terra-e-mulher.html?spref=fb

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A PROSTITUTA SAGRADA



A prostituta sagrada era uma mulher humana que encarnava a deusa do amor. Representava a sexualidade da mulher sendo reverenciada; havia vínculo entre a espiritualidade e a sexualidade pois, surgiu dentro do sistema religioso matriarcal. Portanto, a Prostituta Sagrada é paixão, espiritualidade e prazer.



Caso o princípio patriarcal não seja contrabalançado pelo princípio feminino, tem-se uma vida, em certa medida, estéril.




As deusas do amor e da paixão, algumas, também, da fertilidade são: Inana (Sumária), Istar (Babilônia), Isis ou Hátor e Bastet (Egito), Astarte (Fenícia), Afrodite (Grécia) e Vênus (Roma). A deusa do amor e a prostituta sagrada são dimensões do princípio de Eros. A deusa e a prostituta sagrada são arquétipos e, por isso, não podem ser integradas totalmente; apenas aspectos parciais chegam à consciência.


A prostituta profana, ao contrário da sagrada, tinha uma vida difícil e era representante do lado negativo da sexualidade feminina.



A prostituição sagrada era um ritual do matrimônio sagrado, onde feminino e masculino se uniam sem qualquer preponderância, era a união da espiritualidade e da sexualidade. Já a prostituição profana declarava a separação absoluta da sexualidade e da espiritualidade.


Com a preponderância do dinamismo patriarcal sobre o matriarcal foi retirado o aspecto sagrado do feminino, ele foi rechaçado, associado ao demoníaco, ao pecado. Assim, a deusa deixou de ser venerada. A Igreja Católica separou o corpo da espiritualidade e tudo o que dizia respeito ao corpóreo estava passível de ser associado ao pecado e afastamento da religiosidade/espiritualidade.


A rejeição do que representava a prostituta sagrada traz insatisfação e neuroses tanto para as mulheres que dissociaram a sacralidade de seu corpo da alma, como para os homens que encontrarão intensas dificuldades no relacionamento com a sua anima como com as mulheres em geral.


A mulher que se permite reconhecer e conhecer a deusa interior (parte feminina do Self) valoriza-se, cultua-se, embeleza-se, mas não para satisfazer seu próprio ego ou de outros, mas sim por valorizar e reverenciar o feminino em si. Isso a leva a não supervalorizar a aprovação ou desaprovação dos outros; sabe o que quer, o que é bom para si mesma.



O feminino é, comumente, representado pela Lua. A mulher e a lua possuem fases, de um crescente de energia até seu total resplendor declinando até seu recolhimento e obscuridade.


Praticamente, todas as deusas que representam o amor e a paixão possuíam um filho-amante, que devia ser sacrificado. Com isso, toda mulher deve sacrificar, abandonar esse aspecto do maternal, seja de viver única e exclusivamente para satisfazer os desejos de seu filho como de viver as realizações dele como se fossem suas. Mas um parceiro, um marido pode representar esse filho-amante. Se a mulher não faz tal sacrifício de renunciar o desejo de controle e poder do ego, nenhum dos dois poderá crescer, há um vínculo simbiótico de mútua dependência. Se o homem não se libertar da mãe ou mulher possessiva, será incapaz de manter um relacionamento maduro.


Esta renúncia de algo tão precioso, carregada de emoções pranteadas é uma das tarefas mais árduas e de mais difícil integração, das faces da deusa. Para o homem, também, é algo muito doloroso pois terá que abandonar uma posição confortável infantil para tornar-se realmente um homem. Ele deve libertar-se das garras da mãe e da anima para poder, finalmente, encarar o feminino e a deusa sem medo; para render-se ao seu poder transformativo.



É através da imagem arquetípica da prostituta sagrada que a mulher consegue compreender os atributos da deusa do amor. E cabe aqui lembrar que o arquétipo da Prostituta Sagrada, também, é uma parte da Anima do homem.


Um dos exemplos mitológicos sobre uma mulher mortal encarnando os atributos da deusa é Ariadne (Teseu e o Minotauro) que é um mito correlato a libertação da mulher de sua identificação com o papel de filha do pai.


“A prostituta sagrada é a mulher humana que através de ritual formal ou de desenvolvimento psicológico, conseguiu conscientemente conhecer o lado espiritual do seu erotismo, e vive-o na prática, de acordo com suas circunstâncias individuais.”


 
O ARQUÉTIPO DO ESTRANHO



Nos cultos a deusa do amor, um emissário dos deuses ou mesmo um deus disfarçado, vinha para se relacionar com a prostituta sagrada, consagrando, assim, o ritual. Analogamente, nos processos psicológicos, o “estranho” revela um aspecto inconsciente que se faz consciente e promove a mudança. Denomina-se de estranho, também, por causar uma sensação de algo estranho ou diferente ocorrendo. É o princípio masculino, um aspecto do Animus.


As mulheres que são frias emocionalmente, ou que apresentam ressentimentos profundos com relação ao homem ou que são promiscuas, são aquelas que vivenciam o Animus negativo (aspectos do Animus que denotam que ele não foi integrado, aparecendo como uma voz crítica) que as impede de vivenciar o amor. O Animus positivo, aquele que foi integrado, que penetrou o feminino, proporciona à mulher aspectos positivos em seu cotidiano. Dá-lhe segurança, confiança, abolindo a submissão, os sentimentos de inferioridade da sociedade patriarcal. Cabe lembrar que integrar o Animus não significa identificar-se com o mesmo, ou seja, a mulher não precisa atuar no mundo como um homem, nem possuir suas características. Portanto, não se trata de masculinização.




O MATRIMÔNIO SAGRADO


O ritual do matrimônio sagrado é a representação simbólica da união dos opostos, do masculino e do feminino diferenciados. Ele ocorre tanto na vida psíquica aparecendo em sonhos, como no mundo exterior através da união de duas pessoas.






O ARQUÉTIPO DA PROSTITUTA SAGRADA E O HOMEM



Como toda mulher carrega em si sua porção masculina – o Animus, o homem carrega sua porção feminina – a Anima, que é um elemento de propulsão e transformação na psique masculina. Ela, como o Animus, apresenta inúmeras facetas: a donzela, a mãe, a bruxa, a sereia, a prostituta, etc. Se o homem não integrar sua Anima acabará por se relacionar com a mulher e com o feminino de maneira equivocada e que lhe trará muitas dificuldades no relacionamento, pois impede que ele se relacione com a mulher de verdade.


O adultério e o divórcio são conseqüências da maneira como o homem lida com sua Anima não integrada. Para fugir da Anima-Mãe ele assume a Anima-Esposa. Mas após a chegada dos filhos, a esposa se transformando em mãe e se identificando mais com esse atributo passa a ser vista pelo homem como Anima-Mãe. E ele vai buscar a Anima-Mulher-Fêmea novamente. Com essas dificuldades para lidar com o feminino, o homem acaba por se afastar do mundo dos sentimentos, que pertence aos domínios do feminino.




ESTÁGIOS DA ANIMA



Jung descreveu quatro estágios do desenvolvimento da Anima que são análogos aos da Prostituta Sagrada:


- 1º estágio: EVA: no qual a anima manifesta sua energia biológica, instintual e sexual. Ela deseja o homem mas um homem.


- 2º estágio: HELENA: no qual a anima utiliza-se da sedução, com beleza e graça, ela não é mais apenas um objeto sexual.


- 3º estágio: VIRGEM MARIA: implica na transcendência do físico e do sexual, onde há uma ligação com divino.


- 4º estágio: SOFIA: a sabedoria divina.




Tanto o homem ao vivenciar estes estágios da Anima, como a mulher ao vivenciar tais estágios do Feminino, vão experimentando aspectos diferentes do princípio feminino. Com isso, o homem poderá transformar sua vida dando-lhe um sentido, criatividade e a oportunidade de relacionamentos positivos com as mulheres. E, a mulher, resgatando seus aspectos do feminino, transformará seu Animus em aliado ao seu desenvolvimento.


Referência Bibliográfica:



Qualss-Corbett, Nancy


A Prostituta Sagrada


Editora Paulus.http://www.imagick.org.br/pagmag/themas2/ProstitutaSagrada.html