imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



terça-feira, 30 de junho de 2009

O TAO E O AMOR

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"Dizem os taoístas que depois que a criança sai do útero, o espírito primal começa a residir no terceiro olho. Entre os dois olhos existe um terceiro, exatamente no meio, que no mapa Yoga chama-se ajna chakra, o centro do terceiro olho. É o que os taoístas chamam de morada do espírito primal. O coração físico está completamente dependente do mundo exterior. É afetado pelo mundo exterior, é parte do mundo exterior que está dentro de você. Este não é o verdadeiro coração.

Os taoístas dizem que o verdadeiro coração está no terceiro olho; não se move, é imóvel; é sempre o mesmo. O coração físico está sempre no caos e o coração espiritual, no terceiro olho, está sempre em ordem. É a própria ordem. É por isso que os hindus o chamam de ajna chakra, o centro de onde emanam as ordens, onde brota a disciplina. Se algo vem do terceiro olho, é imediatamente seguido; todo corpo obedece, todo o ser obedece. É o centro de onde as ordens são emitidas. Mas está profundamente adormecido. Você vive no seu coração físico. Não conhece ainda o seu coração espiritual.

O coração físico pensa que o coração espiritual é fraco porque ele não se move. E porque ele não se move, você não fica consciente dele. Você só se torna consciente das coisas quando elas se movem. Se algo permanece absolutamente imóvel você o esquece. E o coração inferior se acha muito forte e pensa no coração celeste, no coração espiritual, como num ser fraco, quase morto, porque ele não se move. Por causa disto, o coração inferior tornou-se o seu senhor.Mas se você começa a tornar-se mais e mais alerta, mais e mais consciente, descobrirá que fortificou o castelo primal no terceiro olho. Sempre que ficar atento, ficará surpreso: começará a funcionar a partir do terceiro olho. Torne-se apenas um pouco mais atento e sentirá uma pequena tensão no terceiro olho. Sempre que se tornar alerta, o esforço é maior no terceiro olho. Alguma coisa começa a vibrar no terceiro olho, alguma coisa começa a pulsar ali.Quando a atenção move-se para o terceiro olho e o faz funcionar, ele torna-se vivo... É por isso que os hindus o chamam de chakra.

Chakra significa roda. A roda necessita energia; quando a energia entra, a roda começa a mover-se. Por 'movimento' quero dizer que ela começa a funcionar. Uma grande revolução acontece então em seu ser; imediatamente o coração inferior inclina-se ao coração superior. Quando o mais alto chega, o inferior sempre se inclina. Ele governa apenas quando o mais alto não está presente.Essa é a diferença entre uma religião verdadeira e uma falsa religião.

A religião falsa diz: 'Tente controlar-se. Faça isso, não faça aquilo. Controle seus sentidos. Discipline seu corpo'. A verdadeira religião diz: 'penetre no centro do terceiro olho e deixe o coração espiritual funcionar, e tudo estará controlado e disciplinado. Deixei que o senhor venha e tudo ficará em ordem imediatamente'.Permita apenas que o senhor entre e não haverá necessidade de fazer qualquer esforço para criar uma ordem em sua vida, não haverá necessidade de criar um caráter. Por isso eu digo, não fique preocupado com o caráter.

Simplesmente coloque todas as suas energias em ser mais consciente. A consciência é seguida pelo caráter, assim como você é seguido pela sua sombra. Se você tentar cultivar um caráter, seu caráter será falso, fictício, e você se tornará um hipócrita. Essa é a maneira de atingir o supremo. Esta é a suprema mágica. Por que chamá-la de mágica?

Porque uma vez que o coração superior começa a funcionar, é como se um mágico milagre acontecesse... Antes, os seus sentidos nunca estavam em ordem, sua mente estava sempre confusa. Você estava sempre hesitando: fazer isto ou fazer aquilo? Ser ou não ser? Você estava em constante tensão: para onde ir? o que escolher? Subitamente, como se alguém tivesse feito um milagre, toda a confusão desaparece, chega a claridade, a vida se torna transparente. Você simplesmente faz o que tem que ser feito.

De fato, quando o coração celeste começa a funcionar, tudo o que você faz é bom; não consegue fazer errado, é impossível.E são três os constituintes desta suprema mágica: a semente-água, o espírito-fogo e o pensamento-terra. Três símbolos taoístas. Você deverá entendê-los.Semente-água é eros, a energia que você conhece como energia sexual, a energia da paixão. Neste momento ela apenas cria problemas para você e nada mais. Neste momento ela finge ser sua amiga, mas prova ser sua inimiga. Quanto mais atrás dela você for, mais ela o levará para misérias. Por isso se diz que o amor é cego.

O amor é cego porque você ainda não tem olhos, e uma grande energia que poderia ter se tornado uma grande bênção para você, transforma-se apenas em miséria. Eros é sua energia. E Freud está certo em buscar e pesquisar tudo em seu eros, em sua energia sexual. Mas ele está errado porque não sabe que este estado comum de energia sexual não é o seu estado natural, é um estado pervertido.No seu estado natural, a energia sexual sobe cada vez mais alto, leva-o para cima e não para abaixo.

Em seu estado natural, a energia sexual se torna a Flor Dourada dentro de você. No chamado estado comum, pervertido, ela simplesmente o leva para novas prisões, porque se move para fora e para baixo. Ela o dissipa e apenas traz a sua morte cada vez mais perto. Se a mesma energia começar a se mover para cima, ela lhe traz uma nova vida, vida em abundância. Torna-se o Elixir da Vida.Tal como um lodo pode se tornar um lótus, pois o lodo contém a semente dele, assim a sua energia sexual contém a semente da Flor Dourada. Mas a energia tem que se mover para cima, você não pode movê-la para baixo.

Existem pessoas que tentam fazê-la mover-se para cima, eles se tornam pervertidos sexuais e nada mais. Você não pode fazê-lo diretamente. mas pode fazê-lo indiretamente. Uma vez que seu terceiro olho, seu coração espiritual começa a funcionar, a energia começa a mover-se por iniciativa própria. Você criou um terceiro olho e a energia é atraída como se fosse por um imã. Neste momento, a sua energia move-se para fora porque você tem imãs no exterior, bem maiores que os do interior.

Você vê uma bela mulher e a energia começa a mover-se para fora; a mulher funciona como um imã. Quando seu terceiro olho funciona, você tem um imã tão forte que ninguém pode puxá-lo para fora. É apenas uma questão de ter dentro um imã maior do que o que existe no exterior. Então a energia se move para cima e para dentro.Se você voltar-se para fora, mover-se-á para o mundo da dualidade. Se para dentro, penetrará no mundo da não-dualidade; tornar-se-á não-polar. É esse exatamente o fundamento do que se chama metapsicologia, ou a psicologia dos Budas. Isso é pura religião. Não a religião dos rituais, mas a pura religião; nada tem a ver com cristianismo ou hinduismo, mas tem algo a ver com a sua fonte de energia.

O segundo é o espírito-fogo. É a luz, o logos; é a mente consciente. O eros movendo-se para cima, leva-o para além da mente consciente e inconsciente. O logos é a mente consciente. É a psicologia, a ciência.O pensamento-terra é a escuridão, a inconsciência, a intuição. É a parapsicologia, a arte. As mulheres vivem em pensamento-terra, na visão intuitiva. As mulheres vivem como seres inconscientes, ilógicos. Os homens vivem em espírito-fogo, logos, lógica, mente-consciente. Os artistas são femininos, os cientistas são masculinos. E a semente-água, eros, a energia única é não-dual. Leva-o além da arte e além da ciência. Leva-o para além da consciência e da inconsciência. Leva-o para além do homem e da mulher. Leva-o para o não-dual, o transcendental.Mas o segredo da mágica é deixar que seu coração celestial funcione, aquele que existe entre os seus dois olhos.



"OSHO - O Segredo dos Segredos, vol. 1 - Cap. 7 - Tao Editora Ltda.

Encontrado em
http://aflechadopoder-brigit.blogspot.com/2009/06/tao-e-o-amor-o-momento-atomico.html

domingo, 28 de junho de 2009

AGORA O SHOW É NAS ESTRELAS!!!

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Nunca fui fã do Michael,já apreciei algumas de suas músicas,mas presto aqui minha homenagem ao artista,aquele que ousa criar um estilo diferente,que manifesta a Beleza com a alma.Apesar de suas excentricidades,suas loucuras(à que todo artista tem direito),sua vida trágica,o que importa é que mais um gênio da música se foi,e mesmo que sua representação da Arte não seja do estilo que aprecio,sei que ele está lá,ousado,criando,cantando,na Terra do Nunca,dançando entre as estrelas...
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PARA SEMPRE REI ENTRE AS ESTRELAS!

DESCANSE EM PAZ!

1958-2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

OPINIÃO DE UM HOMEM SOBRE O CORPO FEMININO

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"Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra.... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.


As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas. Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los·


Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.·
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor. As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas...
Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.
Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim.
Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.


É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.·
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.
Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.


As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.


Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram!


O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!


A beleza é tudo isto.

autor: Paulo Coelho
(reproduza com os créditos do autor)

Encontrado em: http://femininoessencial.blogspot.com/2009/06/opiniao-de-um-homem-sobre-o-corpo.html

terça-feira, 23 de junho de 2009

LA MARIPOSA,A MULHER BORBOLETA

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"Limitar a beleza e o valor do corpo a qualquer coisa inferior a essa magnificência é forçar o corpo a viver sem seu espírito de direito, sem sua forma legítima, seu direito ao regozijo. Ser considerada feia ou inaceitável porque a nossa beleza está fora da moda atual fere profundamente a alegria natural que pertence à natureza selvagem."

"É claro que a natureza instintiva das mulheres valoriza o corpo e o espírito muito mais por capacidade de vitalidade, sensibilidade e resistência do que por qualquer avaliação da aparência. Esse ponto de vista não pretende descartar aquilo que seja considerado belo por qualquer segmento da cultura, mas, sim, traçar um círculo mais amplo que inclua todas as formas de beleza, forma e função.

"Para falar sobre o porder do corpo de um outro ângulo, tenho de lhes contar uma história, uma veradeira e bem longa.

Há anos, os turistas atravessam barulhentos o enorme deserto norte-americano, cobrindo às pressas o 'circuito espiritual': Monument Valley, Chaco Canyon, Mesa Verde, Kayenta, Keams Canyon, Painted Desert e Canyon de Chelly. Eles espiam pela pelve do Mother Grand Canyon, abanam a cabeça, encolhem os ombros e voltam correndo para casa, só para no verão seguinte atravessar de novo o deserto, olhando, olhando um pouco mais, espiando, observando um pouco mais.

Subjacente a tudo isso está a mesma fome de experiência espiritual que os seres humanos sentiram desde o início dos tempos. Em alguns casos, porém, essa fome é exacerbada pois muitas pessoas perderam o contato com seus antepassados. É muito comum que elas não saibam os nomes dos que vieram antes dos seus avós. Perderam, em especial, as histórias das suas famílias. Em termos espirituais, essa situação provoca tristeza... e fome. Por isso, muitos estão tentando reciar algo de importante para o bem da alma.

Há anos, os turistas també vêm a Puyé, uma grande mesa poeirenta no 'fim do mundo', no Novo México. Aqui os Anasazi, os antigos, costumavam se chamar de uma mesa para a outra. Diz-se que na pré-história foi o mar que entalhou os milhares de bocas e olhos, sorridentes, debochados e queixosos, nas paredes rochosas daquele lugar.

Os descendentes dos navajos, dos jicarilla apaches, dos utes do sul, dos hopis, zunis, Santa Clara, Santa Domingo, Laguna, Picuris, Tesuque, de todas essas tribos do deserto, reúnem-se aqui. É aqui que eles conseguem voltar, através da dança, a pinheiros nativos, aos cervos, às águias e Katsinas, espíritos poderosos.
Para aqui também vêm visitantes, alguns dos quais estão privados dos seus mitos genealógicos, isolados da sua placenta espiritual. Eles também já se esqueceram dos seus deuses ancestrais. Por isso, vêm observar os que não se esqueceram.

A estrada que sobe até Puyé foi construída para cascos de cavalos e para os mocassins. Com o tempo, no entanto, os automóveis foram ficando mais potentes, e agora tanto os habitantes do local quanto os turistas chegam em todo tipo de carro, picape, caminhonete e conversível. Os veículos sobem pela estrada, guinchando o soltando fumaça, num desfile lento e empoeirado.

Todos estacionam trochimochi, de qualquer jeito, no terreno irregular. Antes do meio-dia, a borda da mesa dá a impressão de um angavetamento de mil carros. Há quem estacione bem junto a pés de malva-rosa de um metro e oitenta de altura, pensando que basta afastar os galhos da planta para sair do carro. Só que esses pés de malva-rosa são centenários e parecem feitos de ferro. Quem estaciona junto a eles fica preso dentro do carro.

Antes mesmo do meio-dia, o sol é uma fornalha acesa. Todos caminham pesadamente com sapatos que queimam os pés, carregando guarda-chuvas caso chova (o que vai acontecer), uma cadeira de armar de alumínio caso eles se cansem (o que também vai acontecer) e, se forem turistas, talvez uma máquina fotográfica (se lhes for permitido) e latinhas de filme penduradas no pescoço como se fossem fieiras de alho.

Os turistas vêm com todo tipo de expectativa, desde as sagradas até as profanas. Vêm ver algo que nem todos conseguirão ver, um exemplo do mais selvagem dentre os selvagens, um espírito vivo, La Mariposa, a Mulher-borboleta.

O último evento é a Dança da Borboleta. Todos aguardam com imenso prazer a tal dança de uma só pessoa. Ela é apresentada por uma mulher, e que mulher! Quando o sol começa a se pôr, aparece um velho resplandecente no seu traje de cor turquesa que deve pesar uns vinte quilos. Com os alto-falantes guinchando como um pintinho que detectou um falção, ele sussurra no microfone de cromo da década de 1930, 'E nossa próxima atração vai ser a Dança da Borboleta'. Ele se afasta arrastando no chão e bainha dos jeans.

Ao contrário de uma apresentação de balé, na qual o número é anunciado, as cortinas se abrem e os bailarinos aparecem, inseguros, aqui em Puyé, como em outras danças tribais, o anúncio formal da dança pode preceder a aparição da dançarina em desde vinte minutos a uma eternidade. Onde está ela? Arrumando seu trailer, quem sabe. Aqui são comuns temperaturas superiores a 40 graus centígrados, e são necessários retoques de última hora na maquiagem do corpo desmanchada pelo suor. Se um cinto da dança, que pertenceu ao avô da dançarina, se partir no caminho até a area, ela simplesmente não faria sua apresentação pois o espírito do cinto precisaria descansar. Os dançarinos também podem se atrasar porque está tocando uma ótima música na 'Hora índia de Tony Lujan' na rádio Taos, KKIT (em homenagem a Kit Carson).

Pode acontecer de um dançarino não ter ouvido o alto-falante e precisar ser chamado por mensageiro a pé. E depois é claro que o dançarino precisa falar com todos os parentes no caminho até a arena, e com a maior certeza deve parar para que seus sobrinhos e sobrinhas dêem uma boa olhada. Como as crianças ficam assombradas de ver um imponente espírito Katsina que desperta a suspeita de se parecer, pelo menos um pouco, com tio Tomás ou uma participante da dança do milho que dá a impressão de ser mesmo muito parecida com tia Yazie. Afinal, existe a possibilidade sempre presente de que o dançarino ainda esteja lá na rodovia de Tesuque, com as pernas balançando da goela escancarada de uma picape enquanto o escapamento polui o ar por mais de quilômetros a favor do vento.

Enquanto esperam a Dança da Borboleta num estado de agitação irrefreada, todos tagarelam acerca das virgens das borboletas e sobre a beleza das meninas zunis que dançaram num antigo traje vermelho e preto, de um ombro só, e com vibrantes círculos cor-de-rosa pintados nas faces. Elogiam, também, os rapazes da dança do cervo que se apresentaram com galhos de pinheiro amarrados aos braços e às pernas.

O tempo passa.

Passa.

E passa.

As pessoam sacodem moedas nos bolsos. Chupam os dentes. Os turistas ficam impacientes para ver essa maravilhosa bailarina borboleta.

Inesperadamente, já que todos estão pra lá de entediados, os braços do tocados de tambor começam a fazer soar o sagrado ritmo da borboleta, e os cantores do coiro começam a gritar para os deuses com toda a alma.

Para os turistas, uma borboleta é algo delicado. 'Ah, a frágil beleza", sonham eles. Por isso, ficam necessariamente abalados quando surge aos saltos Maria Lujan. E ela é grande, grande mesmo, como a Vênus de Willendorf, como a Mãe dos Dias, como a mulher heróica de Diego Rivera, que construiu a cidade do México com um simples voltear do seu pulso.

E Maria Lujan é velha, muitíssimo velha, como uma mulher que voltou do pó; velha como um rio velho; velha como os pinheiros nos pontos mais altos das montanhas. Um dos seus ombros está nu. Sua manta vermelha e preta, um vestido-saco, pula de um lado para o outro com ela dentro. Seu corpo pesado e suas pernas muito finas fazem com que ela lembre uma aranha saltitante envolta numa pamonha.

Ela salta num pé só, e depois no outro. Ela abana seu leque de penas por toda parte. Ela é A Borboleta que chegou para dar forças aos fracos. Ela é o que a maioria considera não ser forte; a velhice, a borboleta, o feminino.

O cabelo da Donzela Borboleta cai até o chão. Ele é denso como dez feixes de milho e é de um cinza de pedra. E ela usa asas de borboleta do tipo que se vê nas crianças que fazem papel de anjos em peças de escola. Seus quadris são como duas enormes cestas balouçantes e a parte carnuda do alto das nádegas é larga o suficiente para carregar duas crianças.

Ela salta, salta e salta, não como um coelho, mas em passinhos que ecoam.

- Estou aqui, aqui, aqui...

- Estou aqui, aqui, aqui...

- Acordem. Acordem. Acordem!

Ela abana o leque para cima e para baixo, salpicando a terra e o povo da terra com o espírito polinizador da borboleta. Suas pulseiras de conchas chocalham como cascavéis; suas ligas provisas de sinos produzem o som da chuva. Sua silhueta com sua grande barriga e pernas pequenas dança de um lado do círculo para o outro. Seus pés deixam pequenos remoínhos de poeira.

As tribos ficam reverentes, envolvidas. No entanto, alguns turistas olham uns para os outros, perguntando, aos sussurros, de aquilo é a Donzela Borboleta.

Eles estão perplexos, alguns até mesmo decepcionados. Parecem não mais lembrar de que o mundo dos espíritos é um lugar em que os lobos são mulheres, os ursos são maridos e as velhas de dimensões avantajadas são borboletas.

É, é apropriado que a Mulher Selvagem/Mulher-borboleta seja velha e corpulenta, pois ela traz o mundo dos trovões num seio, e o mundo subterrâneo no outro. Suas costas são a curva do planeta Terra com todos os seus frutos, alimentos e animais. Na sua nuca, ela traz o sol nascente e poente. Sua coxa esquerda guarda todos os pinheiros; sua coxa direita, todas as lobas do mundo. Em seu ventre estão todos os bebês que um dia ainda irão nascer.

A Donzela Borboleta é a força feminina fertilizadora. Ao transportar o pólen de um lugar para outro, ela fecunda por cruzamento, da mesma forma que os arquétipos fesrtilizam o mundo concreto. Ela é o centro. Ela aproxima os opostos ao tirar um pouco daqui e levá-lo para lá. A transformação não é nem um pouco mais complicada que isso. É essa a sua lição. É assim que a borboleta faz. É assim que a alma atua.

A Mulher-borboleta corrige a idéia equivocada de que a transformação é só para os torturados, para os santos, ou apenas para os tremendamente fortes. O elf não precisa mover montanhas para se transformar. Um pouco basta. Um pouco vai longe. Um pouco muda muita coisa. A força fertilizadorea substitui a movimentação de montanhas.

A Donzela Borboleta poliniza as almas da terra. É mais fácil do que vocês pensam, diz ela. Ela abana seu leque de penas e saltita porque está derramando pólen espiritual sobre todos os presentes, índios norte-americanos, criancinhas, turistas, todo mundo. Ela está usando seu corpo inteiro como uma bênção, esse seu corpo velho, frágil, grande, manchado, de pernas curtas e quase sem perscoço. Essa é a mulher vinculada à natureza selvagem, a intérprete da força instintiva, fertilizante, a que conserta, aque rcorda antigas idéias. Ela é La Voz Mitológica. Ela é a encarnação da Mulher Selvagem.

A intérprete da dança da borboleta tem de ser velha por representar a alma que é velha. Ela é larga da coxas e ancas por carregar tantas coisas. Seu cabelo grisalho garante que ela não precisa mais obedecer a tabus ligados ao contato com outras pessoas. É permitido que ela toque a todos: meninos, bebês, homens, mulheres, meninas, os idosos, os enfermos, os mortos. A Mulher-borboleta pode tocar qualquer pessoa. É seu privilégio de tocar a todos, afinal. Esse é o seu poder. Seu corpo é o de La Mariposa, a borboleta."

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"O corpo é como um planeta. Ele é uma terra por si só. Como qualquer paisagem, ele é vulnerável ao excesso de construções, a ser retalhado em lotes,e se ver isolado, esgotado e alijado do seu poder. A mulher mais selvagem não será facilmente influenciada por tentativas de urbanização. Para ela,as questões não são de forma, mas de sensação. O seio em todos os seus formatos tem função de sentir e de amamentar. Ele amamenta? Ele é sensível? Então é um seio bom.

Já os quadris são largos por um motivo. Dentro deles há um berço de marfim acetinado para a nova vida. Os quadris da mulher são estabilizadores para o corpo acima e abaixo deles. Eles são portais, são uma almofadinha opulenta, suportes para as mãos no amor, lugar para as crianças se esconderem. As pernas foram feitas para nos levar, às vezes para nos empurrar. Elas são as roldanas que nos ajudam a subir; são o anillo, o anel que abraça o amado. Elas não podem ser criticadas por serem muito isso ou muito aquilo. Elas simplesmente são.

No corpo não existe nada que 'devesse ser' de algum jeito. A questão não está no tamanho, no formato ou na idade, nem mesmo no fato de ter tudo aospares, pois algumas pessoas não têm. A questão selvagem está em saber se esse corpo sente, se ele tem um vínculo adequado com o prazer, com o coração, com a alma, com o mundo selvagem. Ele tem alegria, felicidade? Ele consegue ao seu modo se movimentar, dançar, gingar, balançar, investir? É só isso que importa."

"Há um verso em for colores girls who have considered suicide/ when the rainbow is enough, de Ntozake Shange. Na peça, a mulher de roxo fala depois de lutar para lidar com todos os aspectos físicos e psíquicos de si mesma que a cultura ignora ou deprecia. Ela resume com estas palavras sábias e pacíficas:

here is what i have...
poems
big thighs
lil tits
&
so much love

(é isso o que tenho.../poemas/coxas grossas/peito pequeno/&/tanto amor)

É esse o poder do corpo, o nosso poder, o poder da Mulher Selvagem. Nos mitos e contos de fadas, as divindades e outros espíritos poderosos testam o coração dos seres humanos ao aparecer sob diversas formas que disfarçam sua natureza divina. Aparecem usando mantos farrapos, faixas de prata ou com os pés enlameados. Aparecem com a pele morena como madeira escura, ou em escamas feitas de pétalas de rosas, como uma frágil criança, como uma velha de um amarelo-esverdeado, com um homem que não sabe falar ou como um animal que sabe. Os grandes poderes estão querendo descobrir se os seres humanos já aprenderam a reconhecer a grandeza da alma em todas as variações.

A Mulher Selvagem aparece em muitos tamanhos, formas, cores e condições. Mantenha-se alerta para poder reconhecer a alma selvagem em todos os seus inúmeros disfarces."

Fonte: http://lobasquecorrem.blogspot.com/2009/06/la-mariposa-mulher-borboleta.html

domingo, 21 de junho de 2009

ÚTERO

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ESCURO PORTAL DA ESPERA DA GUERREIRA
PONTO ZERO,ONDE TUDO E NADA SÃO UM E AINDA O MESMO
MATRIZ SAGRADA
NINHO DE AMOR E COMPAIXÃO
PROFUNDIDADE
MISTÉRIO
GERMINAÇÃO
PUREZA
FONTE DE PODER
LUGA SAGRADO
INÍCIO E FIM DA DEUSA...



Fonte:http://jardinsagrado.blogspot.com/

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ESTRANHA MULHER

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Ela vai pela vida como quem dança de olhos fechados... mas enxerga tudo nitidamente.

Tudo que é tocado pelos Deuses, é tocado por ela também.

É com Eles que ela fala quando dança de olhos fechados, movimentando seu corpo com movimentos circulares.

É com Eles que ela conversa quando grita e ninguém ouve.

Quando chora e nem vê.

Quando ama e nem mesmo se dá conta.

Estranha mulher que caminha pelo mundo e atrai para si a atenção de alguns, o desprezo de outros, e ânsia de todos. Ela é aquilo que todos desejam ser.

Por isso ela ri, chora, encara o espelho negro e reconhece a face dos Deuses.

Por isso ela passa pela vida e deixa sua marca... um afago inesquecível... um talho profundo na carne.

Ao passar pelo mundo, ela é vista como sacerdotisa, mãe, moça, irmã, bruxa, puta...

Ela é a vida para os capazes de mergulhar libertos em seu caldeirão, a morte para quem mergulha agarrado ao medo.

É fácil apontar quem é essa mulher.

Difícil é compreender a extensão de seu poder.

Difícil é conviver com tamanha luz e tamanha escuridão.

Por isso ela é chamada de muitos nomes, por isso ela é venerada e afastada, idolatrada e desprezada.

Ela contém o real brilho do Sol, a verdadeira escuridão da Lua, e a inigualável força da Terra.

Ninguém pode domar sua natureza de loba, de águia, de coruja, de serpente...

Ela é a mulher que arrasta ruas, que derruba montanhas, que acalma as águas.

Ela é a mulher da terra, do asfalto, da caverna.

Ela é a Deusa transformada em Demônio.

...ELA MORA DENTRO DE VOCÊ.

Fonte: http://universoecofeminino.blogspot.com/2009/06/estranha-mulher.html

quinta-feira, 18 de junho de 2009

SEJAM AS MULHERES COMO AS ROSAS

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Sejam as mulheres como as rosas
Ou como as aquarelas
Quando estão conosco,quando não
Quando vibram,quando alegram
Quando doem,quando vem e quando vão
Quando descem as ladeiras
Quando sobem passarelas.

Tragam com elas os incorruptíveis
Sinais de beleza,ainda que se saiba
Impossível sua erupção
Fora da alma feminina,do corpo da mulher
Esse vulcão que tabalha nosso desatino
Faz a nossa inelutável rendição.

Ainda que se pense em mar,em céu
No incrível arco multicor,no ar
Que impregna a flora e balança
Os frutos verdes após a chuva.

E até no rodopio do ciclone
Que louva Deus bailando
Sua aterradora e tresloucada dança
Nas noites austrais,nas auroras boreais
Numa explosão de luzes no setentrião.

Nada disso ou tudo isso sequer
Supera uma lembrança de mulher.

Fora de seu riso e de seu colo
Não há razão de ser,nem como florescer
A magia,a poesia,o êxtase,a canção.

Chama-se então deslumbramento
A essa compulsória devoção.
E nesse diapasão lírico
Celebro as que se foram
Cuja ausência confrange o coração
As que esperam e acenam da janela,aquelas
Que vão mitigar a dor de existir
Reinventar a fúria sagrada do amor.

As que passam magestáticas
E a gente acompanha com olhar refém.
Aquelas que apesar de entusiasmo e de desvelo
Só nos dão o seu desdém.

As que não são vilãs,nem heroínas
Nem escravas,nem rainhas,nem fundamentais;
Algo mais que a sina feminina
Ou a maioridade que a elas se negou.
Não se diga "é bela esta mulher"
Porém bonita sua própria condição.

Surpreendam sempre como o plenilúnio
O arco-íris,o solstício de verão
Não falte nesse comovido poema
Uma voz aveludada,uma mecha de cabelo
Os opulentos seios das hollywoodianas
As pernas de garça das nordestinas
A imensa tristeza das chinesas de pés pequenos.

Dê-se as mulheres o leme do mundo,deixem-nas
Recuperar o sentido perdido da ternura
Apontar um outro rumo,à margem
Da brutalidade,da carnificina masculina
Uma trégua para repensar se vale a pena
Parir e amamentar mísseis e canhões.

Dê-se a elas o sonho do homem grande e do menino
Dê-se às mulheres-mães o direito
De intervir no conselho de guerra das nações
O direito de escolha além da irracionalidade viril
E da imbecil mutilação dos homens tolos.

Que além de toda dor e corrupção
Cinja-se o corpo da mulher
Ao corpo do poema,e de ambos
Não se aparte a beleza suprema.

Vão é vosso esmero,estilistas da confecção!
Esse corpo de mulher,divino e magistral
Só precisa de raio solar,folha de parreira.

Mas dê-se a elas bom frascos de perfume
Batons variegados,provocantes lingeries
Vestidos de organdi.
Dê-se a elas inclusive a ilusão
De que precisam de séquito,vestais
De algo mais que a generosidade
De suas curvas,a seda de suas peles.

Deixem-nas pensar que podem superar
A grandeza de sua própria criação.

Sejam bem amadas as amantes
Orquestrados com cuidado seus suspiros
Inebriados,os frágeis cristais e os apelos
De sua carne insaciada.

Sejam os rompantes das mal amadas
Amparados com carícias em dosséis
E o fogo que elas trazem represado
Arda nos flancos,ao galope dos corcéis.

Sejam como as rosas abertas
Cintilantes,despudoradas,acesas
Ou como aquelas fechadas
Grávidas de promessas e belezas.

Sejam gráceis,redentoras.
SEJAM SALVAÇÃO.

(REDENTORAS,poema de Erorci Santana,in Maravilta e Outros Cantares)

O REINO DAS MULHERES

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O matriarcado dos Mosuo ...

Jürgen Vogt

Como funciona um matriarcado na realidade? O escritor argentino Ricardo Coler decidiu descobrir e passou dois meses com os Mosuo, no sul da China. "As mulheres tem um jeito diferente de dominar", explicou o pesquisador à Spiegel Online.

Spiegel Online: Você é da Argentina, que tem fama de ser um país com comportamento machista. Como foi viver por dois meses na sociedade matriarcal dos Mosuo, na China?
Coler: Eu queria saber o que acontece numa sociedade em que as mulheres determinam como as coisas são feitas. Como as mulheres funcionam quando, desde o nascimento, sua posição social as permite decidir tudo? Nós, homens, sabemos o que é um homem, descobrimos isso rapidamente - mas o que constitui uma mulher? Apesar disso, não fiquei mais sábio em relação a esse assunto.

Spiegel Online: A sociedade Mosuo é um paraíso para as feministas?
Coler: Eu esperava encontrar um patriarcado às avessas. Mas a vida dos Mosuo não tem nada a ver com isso. As mulheres têm um jeito diferente de dominar. Quando as mulheres governam, isso faz parte do trabalho delas. Elas gostam quando tudo funciona e a família está bem. Acumular riquezas ou ganhar muito dinheiro não passa pela cabeça delas. A acumulação de capital parece ser uma coisa masculina. Não é sem razão que a sabedoria popular diz que a diferença entre um homem e um menino é o preço de seus brinquedos.

Spiegel Online: Como é a vida do homem no matriarcado?
Coler: Os homens vivem melhor quando as mulheres estão no comando: você não tem quase nenhuma responsabilidade, trabalha bem menos e passa o dia todo com seus amigos. E fica com uma mulher diferente todas as noites. E, além disso, você sempre pode morar na casa da sua mãe. A mulher serve o homem, e isso acontece numa sociedade em que ela lidera e tem o controle do dinheiro. No patriarcado, nós, homens, trabalhamos mais - e de vez em quando temos que lavar os pratos. Na forma de matriarcado original de Mosuo, você é proibido de fazer isso. Quando a posição dominante da mulher está segura, esse tipo arcaico de papeis de gênero não têm muito significado.

Spiegel Online: O que mais o surpreendeu?
Coler: Que não há violência numa sociedade matriarcal. Sei que isso pode descambar para uma idealização - toda sociedade humana tem problemas. Mas resolver os conflitos com violência simplesmente não faz sentido para as mulheres Mosuo. Como elas estão no comando, ninguém briga. Elas não têm sentimentos de culpa ou vingança - é simplesmente vergonhoso brigar. Elas ficam envergonhadas quando o fazem, e isso pode até ameaçar sua posição social.

Spiegel Online: E quando não há solução para um problema?
Coler: Tanto faz, não haverá nenhuma briga. As mulheres decidem o que acontece. Algumas fazem isso de forma mais rígida e outras de forma mais amigável. Elas são mulheres fortes que sabem dar ordens claras. Quando um homem não terminou uma tarefa que recebeu, espera-se que ele admita isso. Ele não é censurado nem punido, mas em vez disso, é tratado como um menino que está aquém da tarefa.

Spiegel Online: Os homens são criados para serem incompetentes?
Coler: Para os Mosuo, as mulheres são simplesmente o gênero mais eficiente e confiável. Entretanto, elas dizem que as decisões "verdadeiramente importantes" - como comprar uma casa ou uma máquina, ou vender uma vaca - são tomadas pelos homens. Os homens são bons para tomar esse tipo de decisão, assim como para o trabalho físico. O líder oficial do governo do vilarejo, o prefeito, é um homem. Eu andei com ele pelo vilarejo - ninguém o cumprimentava ou dava atenção. Um homem não tem nenhuma autoridade.

Spiegel Online: Como essa divisão de papeis funciona no que diz respeito ao amor?
Coler: Na sociedade matriarcal, o amor e o erotismo são onipresentes. Mas há uma grande diferença entre os dois. Eles sempre fazem piadas ambíguas. Sempre tem alguém querendo lhe apresentar uma mulher e sempre há uma mulher sorrindo para você. Como eu disse, são mulheres muito fortes, que dão ordens e gritam com você como se você fosse surdo. Mas quando chega a hora da sedução, elas mudam totalmente. As mulheres agem com timidez, olham para o chão, cantam baixinho para si mesmas e ficam ruborizadas. E elas deixam os homens acreditarem que são eles que escolhem as mulheres e fazem a conquista. Daí eles passam a noite juntos. Na manhã seguinte, o homem vai embora e a mulher continua com seu trabalho como antes.

Spiegel Online: É um paraíso do amor livre, em outras palavras?
Coler: A vida sexual dos Mosuo é muito diferente e muito ativa - troca-se de parceiro com frequência. Mas as mulheres decidem com quem elas querem passar a noite. O lugar onde elas moram tem uma entrada principal, mas toda mulher adulta tem sua própria cabana. Os homens vivem juntos numa casa grande. A porta de cada cabana tem um gancho e todos os homens usam chapéus. Quando um homem visita uma mulher, ele pendura o chapéu nesse gancho. Dessa forma, todo mundo sabe que a mulher está acompanhada. E ninguém vai bater na porta. Se uma mulher se apaixona, ela recebe apenas aquele homem específico, e o homem só vai para falar com aquela mulher.

Spiegel Online: O que torna um homem atraente para uma mulher Mosuo?
Coler: Quando ela pode conversar com um homem, fazer sexo, e sair com ele, então ela está apaixonada. O amor é mais importante para elas do que o compromisso. Elas querem estar apaixonadas. O motivo para ficar com alguém é o amor. Elas não estão interessadas em se casar ou constituir uma família com um homem. Quando o amor acaba, então tudo está acabado. Eles não ficam juntos por causa dos filhos ou por causa do dinheiro ou outro motivo qualquer.

Spiegel Online: O conceito de casamento existe para os Mosuo?
Coler: Sim, as crianças são até mesmo ameaçadas com ele: "Se você não for bom, nós iremos casá-lo". As crianças entendem o casamento como uma história de terror. Perguntaram para mim como é que nós vivemos.
Eu disse: o homem conhece a mulher, eles se apaixonam, têm filhos e vivem juntos para o resto da vida. Ah, disseram, isso deve ser ótimo. Mas no fundo dão risada do fato de nós sempre repetirmos uma coisa que nós mesmos sabemos que não funciona.

Spiegel Online: Podemos perguntar se você também pendurou seu chapéu num gancho?
Coler: Uma mulher quis ter um filho comigo. Eu disse a ela que não, não posso ter um filho com você porque você mora aqui na China e eu moro na Argentina. "E daí?", foi a reação dela. As crianças sempre ficam com as mães. Eu disse que eu não poderia ter nenhum filho que eu nunca pudesse ver. Ela apenas sorriu, como se eu estivesse levando tudo muito a sério. Quando elas têm filhos, as crianças são só delas - os homens não têm nenhum papel.

Spiegel Online: Na China, a sociedade dá mais valor aos filhos homens do que às filhas - isso é diferente com os Mosuo?
Coler: Uma família sem filhas é uma catástrofe. Além disso, essas famílias são menos prósperas economicamente, porque são as mulheres que controlam o dinheiro. Uma família tem de 15 a 20 membros.
Entretanto, há também famílias pequenas com cinco ou seis membros. Os Mosuo podem ter até três filhos, o que é incomum na China, onde a população urbana só pode ter um filho e as pessoas do interior só podem ter dois. Mas os quase 25 mil Mosuos são considerados uma minoria étnica, e portanto podem ter três filhos.

Spiegel Online: Os Mosuo têm uma palavra para "pai"?
Coler: Sim, existe uma palavra, mas não é nada parecido com o nosso conceito do que um pai deve ser. Esses deveres são assumidos pela mãe ou pela família. Normalmente, as mulheres não sabem quem foi que as engravidou. Então, as crianças também não sabem quem é seu pai biológico. Mas, para as mulheres, normalmente isso não é importante porque os homens quase não trabalham e têm pouco controle sobre as coisas de valor material. A família é o que importa, e elas jamais se separariam dela.



Tradução: Eloise De Vylder

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2009/05/31/ult2682u1183.jhtm

Ricardo Coler (autor do livro O REINO DAS MULHERES) nasceu em Buenos Aires em 1956. É médico, fotógrafo e jornalista. As suas notas, fotografias e ensaios sobre as suas experiências com sociedades matriarcais têm sido publicados em diversos meios de comunicação argentinos e estrangeiros. É fundador e director da revista cultural Lamujerdemivida.

Fonte: http://holosgaia.blogspot.com/2009/06/o-reino-das-mulheres.html

segunda-feira, 15 de junho de 2009

INFLUÊNCIAS DA LUA EM NOSSA VIDA

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No céu, à noite, uma avó cuida de seus netos.

A Mãe Lua, Anciã, é mais antiga do que a Terra e do que o Sol e é conhecida e estudada pela ciência como um satélite natural, um pedaço de uma estrela ou de outro astro que realiza uma órbita ao redor da Terra e não possui luz própria, além de ser bem menor que o planeta Terra.
Este satélite natural influencia as marés e sua história romântica e espiritual acompanha o imaginário do ser humano desde antigas eras, visto que várias sociedades assumiram ser a Lua o seu mais sagrado símbolo espiritual. Ela ensina sobre o tempo e é a força de comando no reconhecimento de um calendário que expressa os ciclos naturais.

Cada fase da Lua é reconhecida com sua potência, pois cada fase mostra, em sua presença, o que é.
A Lua Nova é quando a Mãe Lua se encontra mais oculta. Como não é vista em sua totalidade, ensina sobre o início de uma jornada, sobre a reunião interna e revela sua potência purificadora. Vai gerando no corpo físico a força de desintoxicação, ou seja, o que se encontra acumulado vai ser desagregado.
A energia da Lua, nesta fase, inspira o ser a ir buscá-la, já que encontra-se oculta; esta energia é a ignição para o movimento, a procura, a busca.
Neste período, a força de um vegetal encontra-se na região da raiz, nas regiões subterrâneas da terra, sendo também um bom período para plantar. É o momento de reduzir a alimentação para que o organismo possa fluir com a energia ignidora da desintoxicação.



No preparo de uma fervura de vegetais, a borra acumulada no fundo de uma panela irá engrossar mais, visto que a potência de reunião se encontra ampliada.
Na Lua Nova é muito escuro nas matas, fortalecendo a potência de vegetais que são lunares, ou seja, que não possuem aromas que expandem no ar. Este ciclo lunar produz o movimento interno, no ser que adentra em um local de natureza mais fechada, de um melhor desenvolvimento de sua observação, já que para cada passo dado é necessária muita atenção, pois existe vida debaixo da terra, acima dela, na altura dos olhos, no alto das árvores e também no céu.

Nesta época, toda a lenha que for multiplicada ficará com baixa resistência devido à ação da vida de fungos e outros pequenos seres que dela vão se alimentar.
A Lua em Fase Crescente traz a potência de expansão das energias vitais, seja no reino mineral, vegetal, animal e no ser humano, quando as energias pulsantes vão sendo expandidas, continuamente, produzindo uma intensificação no desenvolvimento do organismo físico - neste período os alimentos são mais bem absorvidos, pois o corpo assimila mais rápido seus efeitos - assim como no campo emocional e em níveis mais sutis.

Nesta fase, como a força do vegetal se expande para suas partes aéreas, é o momento de trabalhar com as ervas na ação de poda, de transplantar aquelas que são cultivadas e de colher as folhas, pois sua potência encontra-se ampliada.
A Lua em Fase Cheia é o momento em que a Mãe Lua expressa sua expansão - clareando as matas à noite e possibilitando a caminhada - realizando a potência refletora em sua totalidade e, desta maneira, produzindo intensos comandos no movimento das águas dos mares, rios, umidade do ar e em nuvens carregadas, além de agir na água dentro de nosso corpo e, portanto, será neste período que, ao ingerirmos água, os minerais serão bem assimilados pelo organismo.

Como ela atua no movimento das águas, produz efeito também na pressão arterial, já que o caminho do sangue é como o caminho dos rios, além de ser também a fase do parto, pois com a virada da Lua, a possibilidade da mulher parir aumenta consideravelmente. É na virada da Lua Crescente para a Cheia o período em que as nuvens se preparam para expandir a chuva renovadora.



FONTE: http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=18401

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A ROSA

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Rosa formosa
Sagrada rosa
Feminina flor
Fonte de amor
Aroma de vida
Sentida
Plena de Lua
Nua
Orvalhada de estrelas
Rubra centelha
Ventre fecundo
Portal do mundo
Parindo vermelho
Corola sagrada
Flor amada
Rosa dos ventos
Rosa dos tempos
Rosa mulher
Rosa sangue
Rosa sangrada
No palco dos Homens
Ferida,humilhada
Esquecido Poder
Essência Feminina
Do Éden das flores
Em êxtase sublime
Se redime
Num mundo de inocência reprimida
Deprimida
Renasce Deusa todo dia
Ana,joana,mariana,maria
Sempre flor,sempre formosa
Eternamente ROSA...



Anna Geralda Vervloet Paim
Porto Alegre,11/06/2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A EMANCIPAÇÃO DA DEUSA ENCARCERADA-a importância dos mitos celtas

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O título é sugestivo e até mesmo paradoxal: como pode uma Deusa estar encarcerada? Tanta fluidez no ir e vir de sua sacralidade daria à Grande Morrighu, Brighit ou Cerridwen mobilidade para além do bem e do mal, transitando, etéreas, na plenitude de suas essências...

A prisão a que me refiro, contudo, é aquela à qual nos condicionamos, quando inconscientemente construímos - nós - grandes deusas-guerreiras, cada parede gélida de uma cadafalso invisível, encerrando ali nossas almas sacrais. Impelimo-nos, pouco a pouco, nessa prisão mental, emocional e espiritual, para a estagnação de nossas essências, arrebatadas nos atropelos desse mundo em que ainda se insiste em pretender ferir a Grande Mãe!

Tenho muitas reservas em relação a Nietzsche (principalmente quanto à misoginia de seu discurso e ao desconhecimento preconceituoso dele quanto às expressões religiosas... mas, enfim, um desconto a ele e à sua época misógina!), mas, na Genealogia da Moral, uma célebre frase vem à mente: “não nos conhecemos, somos desconhecidas de nós. Nunca nos procuramos e, por conta disso, como, então, poderíamos nos encontrar?”. Como podermos, então, conhecer nossa identidade sagrada se, no cotidiano de nossas vidas, não conseguimos celebrar internamente a Divindade que habita em nós?

Estudar o Sagrado Feminino e celebrar os giros das rodas faz parte da minha trajetória. Sagrado, sacralidade, Feminino, Feminismo, antes de serem conceitos tão criticados – geralmente por quem nada deles sabe – sempre foram um prolongamento do que estou (ou sou, sei lá) nessa existência magnífica.

Talvez por conta disso eu tenha certa reticência quanto aos rótulos: bruxa, pagã, wiccana, wiccaniana etc. Eis-me aqui, nessa configuração corpórea, como simplesmente... eu, nascida na Divina Essência da Grande Mãe. Se, por qualquer vã tentativa, pretender compartimentar esse “eu” em diminutos espaços com significação, não mais seria esse “eu” a plenitude da Grande Mãe!

Um problema sério (não para mim, mas, nas conversas de corredor, para as pessoas que concebem outras realidades e não suportam a diferença): Não sigo dogmas ou liturgias pretensamente forjadas porque, tomando-me como expressão máxima da Natureza (Physis), a Ela me atrelo, sem re + ligare, pois entendo estarmos conectadas e conectados, todas e todos que, em nossas vidas, celebramos os ciclos na própria carne.

Não que isso seja uma crítica a quem celebra as faces da Deusa por meio de atos litúrgicos e cerimoniais. Respeito-os. Todos. Isso porque, minha essência é de respeito inquebrantável, mesmo diante do que considero aberração. Não, não pretendo aqui polemizar o que já se discute – há tempos – na Arte – pois acho que, fazendo isso, sem nos darmos conta, reproduzimos acriticamente as antigas discussões que enviaram tantas e tantos de nós às fogueiras.

Não poderia, entretanto, ficar alheia ao que acontece no mundo em termos de agressão ao Feminino e de encarceramento da Deusa.

(...)Nesse ir e vir dentro da mitologia celta, percebi – como, aliás, percebo, o quanto a misoginia ainda se reafirma nos discursos, nas práticas, na vida. Mas, aparentemente, a anestesia da alma impede que seja desbloqueado o desconfiômetro, porque, afinal, parece que estamos a viver na constância dos nefastos contos de fadas, que nos transformam em eternas "princesas" à espera de príncipes. Ou seja, espectadoras do viver alheio e objetos de satisfação da alteridade. Eis a sentença de confinamento para a Deusa.



Dentro disso, esquecemos que somos Deusas e, no esquecimento, nossas lindas almas de deusas-guerreiras reverberam, infelizmente, em torno do “rei da casa”, porque, sem ele, a vida nada tem de sentido! Acordemos!

Em cada letra de música que nos reifica – nós, deusas-guerreiras-mulheres - deslocando-nos de sujeitas de nossas existências para objetos de alheio bel-prazer. Em cada modelo anoréxico cultuado na televisão, em cada técnica de "embelezamento" agressivo à alma, tudo mostra o quanto chegamos ao fundo do poço, na contramão de nossas histórias.

As rugas, estrias e os seios que amamentam a vida deixam espaço para a violência indireta que assolam nossos corpos mutilados pelo sentido de busca de aceitação na alteridade. Por que nós, Deusas, precisamos tanto da referência do outro em nossa afirmação? Afinal, somos plenas, cheias, lunas! O culto, ao final, inverteu-se: de referência, passamos a referidas, moldadas e, portanto, encarceradas dentro de nossas divindades!

As rugas, essas tão antigas marcas da existência, são artificialmente apagadas, porque, quando não mais menstruamos, quando não mais temos sexo e, sobretudo, quando nos destacamos da costela de Adão, não mais valemos para esse discursinho falso e pobre que, em algum momento da História, afirmou o primado misógino que nos empurrou ao segundo plano da narrativa...

E não me venham, aqui, Grandes Deusas, com pactos: "vamos tomar o poder", "sejamos como eles". O que é isso? Empoderamento? Ou seria apenas a lógica ao inverso, com a mesma arrogância que nos trouxe até aqui, destruindo a Natureza, matando uns aos outros e gerando teorias que apenas sustentam a desigualdade?

Nos EUA, na África do Sul e na Austrália, o atentado mais crescente tem sido o estupro: encarceraram, pois, a sacralidade de nosso sexo, assenhorando-se de nós, Grandes Deusas, como se toma um continente de assalto (afinal, assim como os territórios, temos curvas!). No momento em que estamos lendo este artigo, a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada no Hi-Brasil (sim, aqui).

Nunca antes o ódio contra a mulher e a necessidade de empoderamento estiveram tão presentes num modelo de masculino misógino que pretende se apropriar de algo que toma como tributo natural – nossos corpos sagrados de Deusas. Em cada desqualificação do feminismo e dos femininos reside o esquecimento da Deusa, a amnésia em relação à realidade plúrima que nos une aqui, resultado das materializações do que historicamente construímos, vivenciando nossas MARAVILHOSAS DIFERENÇAS!!!!

Ontem uma alma perdida em seu desalento, sabedor de minha sacralidade (e desconhecedor profundo de tudo aquilo que foge de seu umbigo), enviou uma curiosa mensagem para mim. Trata-se de uma alma que, por ruptura de afinidade energética, trilhou por outros vales.

A mensagem, grossa, rude e ríspida, com invulgar impáfia e arrogância vil digna do conquistador romano que dizimou culturas e instalou o império da violência ao Sagrado Feminino, indagou-me se eu queria fazer sexo tântrico com ele. Uma ignorância. Mas acredito que falar sobre a ignorância colabora para sua diminuição e, mais, acredito que falar para as deusas a agressão a uma deusa seja uma forma de compartilhar o resgate ao sagrado, em termos comunitários.

Pois bem, onde reside a arrogância? Primeiro (mas não necessariamente mais importante), na maneira como se desrespeita um valor milenar hindu (numa manifestação de incomum eurocentrismo colonizador – referência a sexo tântrico como se fosse aquele ensinado nos manuais de R$1,99). Segundo – e, de fato, mais importante - na maneira como se desrespeitam nossos valores enquanto deusas-guerreiras-mulheres, por intermédio da reificação de uma deusa que é concitada a satisfazer o falo de um infeliz...

O mais interessante, contudo, é saber COMO ESSA TIPOLOGIA DE HOMENS MISÓGINOS AGE ASSIM E TOMA ISSO COMO VALOR MARAVILHOSO, REPRODUZINDO LIÇÕES DE CASA, de um lar MISÓGINO, DE EDUCAÇÃO MISÓGINA, e, no cotidiano de suas ignorantes vidas, tentam se APROPRIAR de nós... NÃO!!!!!

Uma centelha vem à mente: por que nós, mulheres plenas, simplesmente deixamos e permitimos isso? Onde foi que decaímos tanto, em qual momento histórico? Sempre fomos DEUSAS, e hoje, insistimos, muitas vezes, em ser a lixeira espermática de seres completamente toscos em seus propósitos!

Quando ligo a televisão, quando escuto uma música, quando ouço propagandas. Na sala de aula, nas conversas de bares, enfim, tudo exala à violência simbólica do ódio mortal às mulheres, a nós, mulheres, porque não ouso falar sequer na terceira pessoa! Recuso-me a me separar, a me apartar... Sou mulher e Deusa encarnada, e entendo que não estou no mundo para pedir licença por minha essência. Ao contrário, venho cobrar do mundo, por meio da socialização do conhecimento de meu clã, a conta em relação à iniqüidade que foi feita à Grande Deusa ao longo de nosso passado.

Nesse abismo todo, onde entram os mitos celtas?



Muito simples, eles são a narrativa livre de um arquétipo subversivo, que rompe com a linearidade história que foi contada pelos vencedores e opressores. O mito celta desencarcera a Deusa sufocada e, libertando-a, liberta a cada umas de nós, pois nos lembra que a força vital reside no útero e em tudo aquilo que a ele remonta.

Macha não pediu licença para chegar até as terras de Crunniuc. Ela veio com o Sol, impondo-se em sua potestade inquestionável. Enquanto respeitada no que tinha por mais sagrado – a Soberania – Macha revela a equidade de sua face terna. Inflamada, porém, em sua ira, por conta da traição do esposo, mostrou seu lado irascível, a raiva que o Ocidente sempre fez questão de acobertar em relação à Grande Deusa: “mocinhas não sentem raiva”.

Aliás, não só na mitologia celta, mas até mesmo em muitos momentos da narrativa greco-romana, a ira, a vendeta, o ódio sempre ficaram enjaulados, abscônditos em níveis profundos do inconsciente. A Sagrada Mãe passou a ser submissa, pois isso é o que se espera da mulher docilizada pelo masculinismo que se apropriou da narrativa mitológica.

Nos mitos celtas é interessante observar como a arrogância masculinista desencadeia a ira da Deusa. Cu Chulainn, quando rejeita Morrighu, sela seu triste destino, pois a grande Guerreira promete voltar no momento da derrocada do herói.

Mesmo que alguns narradores entendam que essa história representa uma versão poética de romanceada história de amor (como o genial Cláudio Crow), o que se revela, por trás, é a fúria implacável da Grande Mãe-guerreira que, ao final, volta, na forma de corvo, sorvendo as vísceras do herói que a repeliu outrora. Os corvos se fartam das vísceras do herói do ciclo, representando, assim, ao final, a submissão à imortalidade de Morrighu (já que a deusa permanece). Para os antigos, as vísceras eram sinal de profética força, a força vital que nos move e que, no caso de Cu Chulainn, retornou à Deusa-Guerreira, na forma de corvo.

Cerridwen, por sua vez, destila seu fel perseguindo Gwion, jovem que ousou se apropriar do conhecimento hermético contido nas três gotas de poção que a Mãe Deusa iria dar ao seu filho Affagdhu. A perseguição termina com a Deusa literalmente engolindo o jovem, para que ele pudesse, ao final, renascer Taliesin e, dentro da transmutação, vir a lume com a sabedoria de quem, ao final de tanta provação, passou a respeitar o feminino. Foi engolido pelo Feminino.

O que se pode dizer da Rainha-deusa Maeve? Libertária da expressão maior de regência de sua vida, de seu corpo e de sua sexualidade. Soberana, rainha que esteve à frente de exércitos, assim como a posterior Boudicca que, ao ser obrigada a assistir aos estupros de suas filhas, buscou dentro de suas entranhas feridas a força para dizimar a arrogância de uma falange inteira do exército romano. E, ao final, quando foi “capturada”, não se deixou dominar, tendo preferido sorver veneno a se prestar para a lascívia moral de Júlio César.

Quando se atravessa a narrativa mitológica para os contos de fadas celtas, a história de liberdade também se confirma, pois, ao contrário do universo simbólico dos contos-de-fadas modificados pela conveniência mercadológica dos conquistadores, a narrativa celta é repleta de histórias sangrentas – pois o sangue marca nossa alma de Deusa-que-sangra – de bruxas, heroínas e mulheres soberanas em suas escolhas. Senhoras livres em si e que, por expressão dessa liberdade, não esperam príncipes, pois sabem que, rainhas, têm diante de si seu Universo! Hey ho, grandes Deusas, desencarceremo-nos para a vida!



Por Audrey
Pesquisadora do Sagrado Feminino, dentro do foco celtíbero.

Fonte:http://www.templodeavalon.com/modules/articles/article.php?id=44

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O TEMPLO



A conexão com as forças espirituais não necessita de lugar, tempo ou espaço. Assim como para receber o prana, o ar que respiramos, não precisamos marcar hora com o Cosmos.

Esta conexão pode ser feita em qualquer lugar desde que saibamos perceber, sentir, intuir, em nosso corpo físico, emocional e mental a presença de algo que num primeiro momento não compreendemos, mas que parece ser uma forma diferente de comunicação ou relação, que é mais sutil, mais amorosa e profundamente nutridora e reconciliadora.



Esta comunicação pode ser feita com imagens, sensações, percepções auditivas ou sensoriais (arrepios por todo o corpo, estados febris, choros, vibrações, discreta taquicardia, sensação de frio e calor ao mesmo tempo, forte estado de preenchimento, alegria, vontade de cantar, impulso de sair abraçando todas as pessoas, pulsações de compaixão por si e pelo próximo, plenitude de amor por si próprio, vontade de mudar a vida, alargamento da consciência de si, do outro e dos acontecimentos da humanidade ou do dia-a-dia; um dar-se conta da imensidão do Universo; uma clara visão de quem se é e o que estamos aqui a fazer e muito mais).
De repente, podemos pensar, sentir, intuir, constatar que vemos imagens, cenas, filmes onde estamos em uma dimensão diferente, percebendo músicas, vivenciando emoções mais leves, agradáveis, profundamente tocantes.

Antigamente, as religiões criavam espaços especiais onde era suposto a gente sentir esta conexão.
Igrejas, templos, espaços demarcados onde íamos em certo dia da semana (ou todos os dias, dependendo da escolha de cada um) e neste tempo marcado no relógio da Terra nos era pedido e permitido transcender.




Findo aquele período, voltávamos para a casa e para os afazeres, um pouco que "esquecendo" as sensações que porventura sentíamos nestes templos.
Mas, lembrando um pouco São Francisco de Assis, vamos perceber que ele deixou o templo para viver junto à natureza. Conversava com o Sol, com a Lua a quem chamava "irmãos", com os animais, enfim, com todas as expressões das forças divinas.

Creio que esta é uma forma, a meu ver, criativa de se estar. Na presença do "presente" todos os dias, dia e noite, noite e dia, estarmos permanentemente conectados, lendo nos sinais, aprendendo com os movimentos, integrados no grande ritmo de todos os Universos.

Resumindo: nosso templo pode estar dentro de nós! O tempo todo!




http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=08756

sábado, 6 de junho de 2009

DEUSA RHIANNON

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A Deusa-Égua gaulesa, Rigatona ou Ringatona (Itália), Epona (Gália), Bubona (Escócia), Grande Deusa Branca eram alguns dos nomes originais de Rhiannon.

Seu nome significa "Divina Rainha das Fadas", sendo considerada uma Deusa da Lua. É também conhecida como a Deusa dos pássaros, dos encantamentos, da fertilidade e do submundo. Ela se identifica com a noite, a emoção, o sangue, o drama.

Rhiannon é a donzela saída do mundo subterrâneo e neste aspecto, relaciona-se com a Deusa Perséfone. Sua iconografia vincula-se ao simbolismo eqüino. Andava em um cavalo branco, vestida com um manto de penas de cisnes, sempre acompanhada por seus pássaros mágicos. Ela é venerada na Irlanda, no País de Gales, na Gália (Epona), mas também aparece na Iugoslávia, África do Norte e Roma.

Algumas imagens de Rhiannon, onde ela se apresenta com cestas de frutos e flores, nos remetem ao simbolismo da fertilidade e abundância da terra. Acho que realmente sempre houve sua associação com as Deusas-Mães.

Rhiannon era uma Deusa gaulesa da morte, filha de Hefaidd, Senhor do Outro Mundo. Vivia sempre acompanhada por três pássaros mágicos, que podiam encantar os vivos e acordar os mortos.

A DEUSA-ÉGUA

O que mais se destaca na saga de Rhiannon, é sem dúvida, o vínculo entre o cavalo e a Deusa. No início, é a Amazona que aparece montada num cavalo branco que vem em busca do amor de Pwyll. Essa é a imagem da Deusa de Outro Mundo, a fada apaixonada por um mortal, que vem levá-lo para o país da eterna juventude.

A Amazona não é só uma imagem da morte, mas também da ressurreição. Seu cavalo é branco, cor do dia, um símbolo solar. Pwyll vê pela primeira vez Rhiannon no cerro de Arbert, que um lugar mágico, que é idêntico aos cerros da Irlanda, os sidhs, onde vivem os Tuatha De Dannan, morada das fadas. Como Rhiannon surge desse cerro, ela é a Nossa Senhora da Noite.

Por outro lado, seu filho Pryderi aparece claramente associado a um potro. Ele é encontrado na cocheira de Teyrnon junto ao potro recém-nascido , e aos três anos domará e montará esse potro. Segundo seu primeiro nome, Gwri Gwallt Euryn, o jovem Pryderi possui uma cabeleira dourada comparável a crina de um corcel: a imagem não é só poética, mas também indica um símbolo solar fácil de entender.

Ao ser condenada injustamente pelo desaparecimento de seu filho, Rhiannon é obrigada a levar sobre suas costas os viajantes que se dirigem a fortaleza do rei. Seria uma associação à sua égua, pois servia como um animal de carga, o que reforça mais essa identificação.

O cavalo é um símbolo solar. O Sol, desde os tempos pré-históricos é figurado por um carro, que significa seu deslocamento e o cavalo em sua brancura solar é o seu condutor, que o faz percorrer o espaço. Os cavalos que puxam o Sol são consagrados a ele. Esse cavalo se presta, pois, para ser montaria dos heróis, das Deusas e dos conquistadores espirituais.

O cavalo é portanto, um animal mágico e misterioso, ligado às trevas e a Deusa-Mãe, que inúmeras vezes pode aparecer dessa forma. O aspecto de Deusa-Égua da Grande Deusa, não é assimilação somente celta. Deméter era honrada em toda parte sob o nome de Epona, ou das "Três Eponas" entre os gauleses.

O animal e, principalmente o cavalo, é utilizado com freqüência na simbologia religiosa celta e, por conseguinte, na iconografia e inclusive na decoração, algo que, por outra parte, resulta de todo normal para um povo que sempre se dedicou a criação de cavalos, assim como para equitação. Inclusive as moedas que usavam, todas elas magnificam o cavalo e faziam dele um animal fantástico, as vezes com cabeça de pássaro ou de homem.



A DEUSA PÁSSARO

Mas Rhiannon não era só a Deusa-Cavalo, mas também está relacionada com os pássaros. Os pássaros de Rhiannon são célebres na tradição gaulesa.

A DEUSA-MÃE

Rhiannon, representa também, a Mãe da Consolação, que dedica-se e ama às crianças. Querendo ou não, é a mãe que indica ao homem o caminho a seguir.

O relacionamento embriônico, bem como o infantil, da criança e a mãe, é o protótipo de todos os relacionamentos primais. Somente a consecução do desapego ao relacionamento primal, e uma atitude objetiva em relação a este último leva a descoberta do "Eu" masculino e à estabilidade.

A missão do homem é resgatar o "Feminino" (anima) da dominação materna, necessário para o seu desenvolvimento.

A mãe doadora de vida e administradora da morte, o Grande Poder Feminino, está bem visível na saga de Rhiannon.

O que todos nós precisamos é experimentar como uma pessoa se sente quando é amada. E, se nenhuma pessoa estiver disposta a proporcionar -nos essa experiência, então precisamos a aprender a amar a nós mesmos.

Podemos identificar Rhiannon, nas mulheres do nosso dia-a-dia. São na maioria mulheres fortes e lutadoras, como também sobreviventes da violência doméstica.



Essa Deusa é ainda, o arquétipo da Senhora Godiva, uma mulher que monta nua coberta somente com um véu um cavalo branco.

Rhiannon dos pássaros, da égua branca do mar é a Deusa Donzela do amor sexual e da fertilidade. Ela é virgem significando que é completa em si. A "Donzela" é a face mais jovem da Deusa, relacionado com os descobrimentos e aspectos mais criativos da nossa personalidade. É pura inocência e despreocupação, é alegria de viver. Se associa também com a primavera que celebramos durante o Festival de Ostara.

DEUSA DO INSTINTO

Rhiannon aparece em sua vida para que possas trabalhar o instinto. Duvidar de alguém, quando seus instintos acendem aquela "luz vermelha", até que é saudável. Mas, a desconfiança exagerada só lhe trará dor e sofrimento. Seria como negar-se a si mesma, e isso não ajuda muito. A maneira correta de se trabalhar uma dúvida é transformá-la em questionamento. Só através dele se alcançará respostas.

Você é daquelas pessoas que permite que a dúvida transforme seu otimismo em medo, sua confiança em baixa auto-estima e sua vitalidade? Talvez você esteja precisando exercitar mais seu ceticismo, em vez de confiar cegamente. Talvez também, estejam seus instintos solicitando mais informações antes de partir para a ação. Permita-se questionar mais a sua dúvida, para se assegurar da verdade.

Rhiannon, lhe diz para que não permita que a dúvida mine o seu "eu sagrado". Questione-se em vez de duvidar e obterá as respostas necessárias para prosseguir rumo à sua totalidade.




ORAÇÃO À RHIANNON

Canta os pássaros de ouro

Tragam esperanças para as almas ocupadas

Canto em honra a Rhiannon

Grande Rainha, Deusa do Cavalo

Que minha carga seja leve

Ajude-me em minhas aflições

Onde possa haver dúvida

Semeie a verdade

Faça com que a crise

encontre o seu fim

Dirija todos passos de nossa vida

Mãe da fertilidade e da morte

Nos traga a paz

Que esta canção lhe seja doce

Conforte minha alma

Que minha pena seja breve

E que meu coração permaneça inteiro.

http://www.rosanevolpatto.trd.br/deusarhiannon1.htm

sexta-feira, 5 de junho de 2009

DIÁRIO DE CÃO E GATO

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O Diário do Cachorro

8:00 AM - Oba, comida de cachorro, minha coisa favorita!
9:30 AM - Um passeio de carro, minha coisa favorita!
9:40 AM - Agora um passeio no parque, minha coisa favorita!
10:30 AM - Fui abraçado e mimado! Minha coisa favorita!
12:00 PM - Biscoitos de leite, minha coisa favorita!
1:00 PM - Brincadeiras no quintal, minha coisa favorita!
3:00 PM - Balancei o rabo, minha coisa favorita!
5:00 PM - Jantar!! Minha coisa favorita!
7:00 PM - Fui jogar bola, minha coisa favorita!
8:00 PM - Uau! Assisti televisão com pessoas, minha coisa favorita!
11:00 PM - Dormindo na cama, minha coisa favorita!


O Diário do Gato

Dia 983 de cárcere. Meus captores continuam me insultando com pequenos e bizarros objetos suspensos.
Eles comem carne fresca, avidamente, enquanto os outros da casa e eu somos alimentados por um tipo de empanado seco. Embora eu deixe bem claro meu desprazer com as refeições, preciso me alimentar para manter-me forte.
A única coisa que me faz continuar é meu sonho de fuga. Em uma tentativa de irritá-los, uma vez vomitei no carpete. Hoje, decaptei um rato e deixei que seu corpo sem cabeça caísse aos pés deles. Eu esperava que essas atitudes despertassem medo em seus corações, desde que claramente desmonstravam minhas habilidades, no entanto, fizeram apenas alguns comentários condecendentes sobre o “grande pequeno caçador” que sou. Bastardos!
Houve uma espécie de reunião com seus cúplices hoje à noite. Fui colocado em confinamento solitário durante todo o encontro. No entanto, pude ouvir barulhos e sentir o cheiro de comida. Ouví por cima que minha prisão era por causa do poder das “alergias”. Preciso aprender o que isso significa e como usar esse poder a meu favor.
Hoje, quase fui bem-sucedido na tentativa de assassinar um dos meus torturadores, quando passei por suas pernas enquanto ele caminhava. Preciso tentar isso novamente amanhã, desta vez no topo da escada.
Estou convencido de que os outros prisioneiros são lacaios e informantes. O cachorro tem privilégios, é libertado com freqüência e parece que está sempre muito ansioso para retornar. É obviamente um retardado.
O passarinho deve ser o informante. Observo sua comunicação com os guardas e tenho certeza que ele fala sobre todos os meus movimentos na casa. Os captores lhe providenciaram uma custódia protegida por uma espécie de cela elevada, portanto está à salvo…
Por enquanto...

FONTE DO TEXTO E IMAGEM:http://repositoriodamarilia.blogspot.com/2009/06/o-diario-do-cachorro-x-o-diario-do-gato.html

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A HISTÓRIA DE JASMINE

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Em 2003, a policia de Warwckshire, Inglaterra, abriu um galpão de um jardim e encontrou ali um cão choroso e encolhido. Ele havia sido trancado e abandonado no galpão. Estava sujo, desnutrido e claramente maltratado.
Num ato de bondade, a policia levou o cão para um abrigo próximo, o Nuneaton Warwickshire Wildlife Sanctuary, dirigido por um homem chamado Geoff Grewcock. Lugar este conhecido como um paraiso para animais abandonados, orfãos ou com outra qualquer necessidade.

Geoff e a equipe do Santuário trabalharam com dois objetivos: restaurar a completa saude do animal, e ganhar sua confiança.Levou varias semanas,mas finalmente os dois objetivos foram alcançados.
Deram a ela o nome de Jasmine, e começaram a pensar em encontrar para ela um lar adotivo.
Mas Jasmine tinha outras ideias.
Ninguém se lembra como começou, mas ela passou a dar as boas vindas a todos animais que chegavam ao Santuário.



"Ela fez o mesmo com filhotes de raposa e de texugos: ela lambe os coelhos e os porcos da Guiné e ainda deixa os pássaros empoleirarem- se em seu nariz"

Jasmine, a tímida, maltratada, pária abandonada, tornou-se a mãe substituta dos animais do Santuário, um papel para o qual ela nasceu.

A lista de jovens animais dos quais ela cuidou inclui cinco filhotes de raposa, quatro filhotes de texugo, quinze galinhas, oito porcos da Guiné, dois cachorrinhos e quinze coelhos.



E um cervo montês. O pequeno Bramble, com 11 semanas de idade, foi encontrado semi-consciente em um campo. Na chegada ao Santuário, Jasmine aconchegou-se a ele para mante-lo aquecido e assumiu inteiramente o papel de mãe substituta. Jasmine cumula Bramble de afeição e não deixa que nada lhe falte.
Eles são inseparáveis", diz Geoff. " Bramble anda entre suas pernas e eles ficam se beijando...Eles passeiam juntos pelo Santuário. É um prazer ve-los.



Jasmine continuará cuidando de Bramble até que ele possa voltar a viver na floresta.
Quando isto acontecer, Jasmine não estará sozinha. Ela estará muito ocupada distribuindo amor e carinho ao próximo orfão ou `a próxima vitima de abusos e maltratos

UM VERDADEIRO EXEMPLO DE AMOR INCONDICIONAL!
VOCÊ CONHECE MUITOS SERES CAPAZES DISSO???

...JASMINE ESTÁ AÍ PARA ENSINAR...


http://www.imagick.org.br/apres/ArtigoTextos/comportamento/jasmine.html