imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/



domingo, 13 de junho de 2010

ANCESTRAIS

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Aprendemos a celebrar os nossos ancestrais.


Mas raramente olhamos para eles com real respeito.


Não importa se nosso avô ou avó é cristão, mulçumano ou judeu. Seja pelo tempo que viveu ou pelas experiências que teve, precisamos reconhecê-los e ouvir suas histórias.


Resgatar a ancestralidade.
Respeitá-la de verdade.


Não estou me referindo a velas no altar ou colocá-los como múmias em museus que nunca iremos visitar.


Falo de trazê-los para sua realidade.
Porque eles podem falar de onde viemos. Do que somos feitos. Quem são aqueles que abriram nosso caminho no mundo.
Eles falarão das bençãos e das maldições que carregamos.
Algumas dessas histórias podem nos ajudar a compreender e até, quem diria!, a exorcizar uns fantasmas.


Podem nos ajudar a ver quem seremos.


Porque vamos envelhecer, não se esqueçam.
Se o curso esperado seguir, vamos perder as forças e ganhar rugas. Para as mulheres, cessará a menstruação. Para os homens, mesmo com viagras e afins, o corpo não terá a mesma disposição e elasticidade.


É preciso saber envelhecer.
É preciso amar o envelhecimento da sua carne, para compreender o seu ciclo nessa vida.
É preciso amar cada dia vivido, para poder amar o fim do ciclo.
É necessário não ter situações pendentes, desejos frustrados e uma vida pela metade para que se possa apreciar a velhice.
Para que se possa ter o que ensinar na velhice.
Para que se ame as rugas, as pernas fracas, as mãos trêmulas.


Para que finalmente se entenda que a beleza fenece porque ela também faz parte de um ciclo. E existe um ciclo onde a beleza está na profundidade e não na superfície. Está na tranquilidade e não no desespero. Está na história que se conta e não apenas na que se vive.


Vivam intensamente.
Envelheçam serenamente.
Amem e ouçam os idosos que podem lhe ensinar tanto hoje.





http://bruxadragao.blogspot.com/2009/11/ancestrais.html

sexta-feira, 11 de junho de 2010

UM NOVO SONHO

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Há dois mundos coexistindo.


Um deles está nitidamente se acabando.


Outro está começando.


Há um novo ciclo civilizatório se iniciando agora e ao mesmo tempo o antigo sistema tudo faz para tentar manter seu poder.

Grupos inexcrupulosos continuam a manipular sistemas pelo mundo inteiro perpetuando a mesma sandice imperialista que levou Roma a exterminar vários povos nativos do continente Europeu, depois a Igreja Românica a continuar este genocídio, que veio para nosso continente e levou a extinção de mais de uma civilização complexa e ancestral.

Nossos antepassados espirituais foram presos e marcados a ferro em brasa, nossa escravidão é mais sutil, porém presente.


A marca hoje é nos olhos, olhos apáticos, ansiosos em futuros, rancorosos em passados, mas inexistentes no brilho que caracteriza o estar pleno no aqui e agora.


As amarras, as correntes, mais sutis, insidiosas, ideológicas.

Há armadilhas muito sutis, há formas insidiosas de prisão.


Os mecanismos de aprisionamento estão sempre prontos a usar nossa própria ânsia de liberdade para seus próprios fins.

A maneira pela qual agimos a cada instante no mundo onde existimos é nosso sinal de força para esta nova realidade que sentimos surgir ou um ato subjugado a perpetuar o antigo mundo.


Cabe a cada um de nós escolher de que lado nos alinhamos e palavras apenas tem muito pouco valor aqui.


É na realidade de nossas atitudes que revelamos nossa realidade interior.


Que a LIBERDADE seja sempre nossa meta.


Que cada mínimo ato possa ser estratégico, uma combinação sóbria de implacabilidade, astúcia, paciência e gentileza.


Se meditarmos sobre o sentido desses termos, se impregnarmos nossos atos deles, com certeza começaremos a vislumbrar com mais intensidade este outro mundo que aqui já está e seremos colunas, alicerces da construção dessa nova realidade.


Este é um sonho novo, diferente do sonho de mundo que aí está.


O desafio é sonhar consciente.


http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/sonho.html

Imagem:Frizzell

sábado, 5 de junho de 2010

O CAMINHO DOS VENTOS

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O tema "ventos" é um tema bem vasto e faz parte daqueles temas que só podemos aludir sobre, especialmente nós homens, pois nós homens podemos travar amizade com os ventos, mas só uma mulher pode convidar um vento a morar em seu útero.

Quando falamos de vento não estamos falando do que conhecemos como vento.

Falamos da sensação do vento, do vento forte e da brisa, do vento trazendo frescor no fim de tarde de verão, no Minuano e seu frio implacável. Esse vento fato é do que falamos.

O vento/conceito intelectual, o que é vento, deslocamente produzido pela fricção de massas quentes e frias e tal é um conceito que pode ser ampliado.

Calor e frio, yang e yin se friccionando para fazer surgir algo que não estava ali antes: Vento.

Um dos pontos fundamentais, enquanto entes perceptivos, é notar esses três níveis de existência que temos.

Existimos enquanto energia em si, energia que metabolizamos e devolvemos ao meio.

Existimos enquanto consciência. A consciência que maturamos e ampliamos em complexidade, que enriquecemos enquanto vivemos nossas experiências. Existimos enquanto força vital e a força vital não é requerida pelo vasto mar escuro da consciência.

(...)Os ventos são poderes, chamá-los de ventos é aludir a algo que está lá mas só pode ser "compreendido" se for sentido.

(...)Estudar os Ventos é ir ao encontro do mistério feminino.

Pois os ventos como entes masculinos, mais correto seria dizer Yang, buscam as mulheres como parceiras e com o auxilio dos ventos podemos descobrir mais sobre essas parceiras fantásticas na trilha do conhecimento que são as mulheres.

Quando ainda na imaturidade de suas existências perdem muito de seu poder em atitudes das mais tolas, como nós homens também perdemos, por termos sido condicionados a assim agir.

Mas se encontram a si mesmas e descobrem seus potenciais as mulheres podem chegar num nível de profundidade no Xamanismo que nós homens podemos nos aproximar, não igualar.

(...)Homens e mulheres aqui na Terra trazem em si essas energias Yang e Yin que estamos falando e existem homens Yin e mulheres Yang, podendo manifestar ou não essa polaridade também sexualmente.

O que ocorre é que a lógica do rebanho ainda perpetua na civilização dominada e as pessoas são úteis quando produtoras e consumidoras das futilidades que o sistema oferece e úteis quando reprodutoras.

Uma mulher plena, que não tenha "furos" no corpo energético, uma mulher que tenha enfrentado e integrado sua sombra, pode, após ter feito o rito do sol e trazido a semente do sol para morar em seu útero, convidar o "seu vento" (cada mulher tem "um" vento próprio.) para vir morar em seu útero.

Os xamãs homens desenvolveram o feitiço da cabaça, para nela "guardar" um ente a partir do mirar de como as mulheres usavam suas cabaças internas para nela guardar poder.

E a diferença que o que está na cabaça é um ente, como um saci ou um ser inorgânico de outra extirpe, enquanto que a mulher guarda dentro dela um vento, um poder natural.

Falamos da diferença do poder de um ente e de um poder Natural, que tem sua fonte na própria força do ser Terra.

Dependendo da sua conformação energética e da quantidade de energia vital em si, podemos nos unir a "mulheres ventos", numa associação que nem pode ser citada pelas palavras, pois as palavras estão impregnadas de emocionalismos piegas e desarrazoados, de carências e irresoluções e este tipo de relação entre um Homem e uma Mulher pela troca de ventos internos é algo que transcende a tolice sem par do romantismo moderno, feito de carências e cinismo . É um sentimento que vem das esferas da não espectativa, do não apego.

Chegar aos ventos antes de ter se resolvido, antes de ter-se feito nuvem é arriscar ser parede que barra o vento, ser buraco que em sua própria natureza se afunda fugindo do vento, que ainda assim pode percorrer seu interior.

(...)Há muitas complexidades no caminho dos Ventos, mas ele não pode ser trilhado por "busca do amor perfeito" ou por quaisquer outros interesses egoticistas. Para poder fluir com os ventos temos de ser nada, para nele flutuar temos de ser inteiros.

A Terra é um ser vivo.
Os ventos fazem parte do poder da Terra.
Nós somos seres de energia.
Podemos transmutar energia.
Nós somos seres de consciência.
Podemos transmutar a consciência.
Nós somos seres vivos.
Podemos transmutar a vida.


http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/ventos.html

Imagem:The Wind and The Sea by Chrissie Cool

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A QUESTÃO DAS SOMBRAS

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(...)O primeiro passo que a transformação da Sombra precisa é o trabalhar com nossos ancestrais.

Pois temos muitos jeitos de reagir, de emocionar e de raciocinar que não são "nossos" de verdade, trazemos coisas de nosso pai, nossa mãe e de nossos ancestrais também, porque nossos pais trazem dos pais deles e estes dos deles e aí vai.

Temos de estar atentos se vamos mesmo lidar com nossa Sombra, temos de lidar com os fatos que somos, sem fantasias sobre nós mesmos.

A tradição xamanistica diz que só gente de verdade pode andar nas trilhas da Sombra interior e não ser devorado por ela, por isso a Vida é um dom tão raro, ensinam os (as) xamãs, só na trilha da Vida podemos andar pela Sombra e integrar seu tremendo poder em nós.

Depois que alguém passa pela avó Morte dizem que é quase impossível um homem ou mulher conseguir mais andar pela trilha da Sombra sem ser por ela devorado.

Pois a Sombra deve estar integrada a nós, não dominando, qualquer parte da vasta totalidade que somos que "domine" já está exercendo um tipo de poder que acaba se mostrando no final sempre nefasto.

Neste ponto é interessante lembrar que na Wicca, como no Xamanismo, a gente não tem aquela história de "dominar" os elementais, de ser "o senhor" (a) dos elementos.

Nós "encantamos", é a magia da Deusa, encantamento, outra forma de abordar o poder, com a mesma VONTADE.

Da mesma forma vamos "encantar" a energia tremenda de nossos antepassados que faz parte de nossa Sombra.

(...)Estamos entrando em outro paradigma quando trilhamos os caminhos da Bruxaria.
Precisamos despertar plenamente nossa natureza pagã, ser de corpo e alma um (a) pagão(ã), alguém que sente a VIDA sem intermediários, diretamente.

Recomendo muito ler Fernando Pessoa e seus textos e poemas pagãos para sentir o que estou querendo colocar como "ser pagão".

Os poetas, FP em especial, conseguem dar uma elasticidade a palavra que ela se torna mais ampla, capaz então de conter em si verdadeiras definições deste complexo estado que é ser pagão (ã).

É um estado de espirito onde vamos direto a ELA, a natureza, onde vamos além do que nos disseram ser a realidade para realmente SENTIR o que é a realidade.

Nós pagãos(ãs) nos sabemos parte DELA, sentimos em nós o Deus e a Deusa em seus movimentos.

Por isso um(ã) pagão sente os ciclos da vida e os celebra, as luas cheias e novas, os trabalhos da crescente e da minguante, sabe quando o sol nasce, o meio dia, o crepúsculo nos é porta, a noite escura véu que nos permite atravessar as fronteiras e nos aventurarmos em outros mundos pelo SONHAR.

Há uma mudança profunda que se opera em nós quando deixamos de lado o condicionamento, o "que fizeram de nós" e ousamos ser "o que somos"

O xamanismo coloca que neste caminho de auto descobrimento e auto realização, passamos por uma caverna, um lugar onde enfrentamos nossos fantasmas interiores, um lugar onde temos que aprender a integrar nossa sombra ao todo que somos.

A sombra quando não integrada gera uma turbulência na nossa totalidade e aspectos nossos não resolvidos podem vir a tona.

Somos os(as) filhos(as), dos(as) pais, dos(as) avós, dos(as) bisavós, dos(as) tataravós e por aí vai.
Temos em nós a ancestralidade masculina e feminina que remonta a épocas além da concepção humana.
Temos todo tipo de estilos de ser nessa nossa ancestralidade, assim precisamos de fato harmonizar toda esta tremenda carga informacional que trazemos em nós, da qual somos manifestação.

Temos uma visão muito pobre do passado, do que são nossos ancestrais.
Os(as) verdadeiros (as) construtores(as) dos monumentos de pedra que intrigam a humanidade, ainda são desconhecidos, mesmo com as explicações simplistas e postivistas dos que ainda se arvoram donos do saber, que julgam que suas teses são verdades que podem se sobrepor a realidade da existência.

Estamos querendo analisar o passado com olhos do presente, o passado tinha outros paradigmas, outra percepção da realidade.

Um jarro que tinha azeite não era só um vaso que tinha azeite como hoje uma lata de azeite numa mesa é prá nós.

(...)Pensem como era sobreviver na Idade Média, pestes, ladrões nas estradas, senhores feudais temíveis, padres em suas diligências contra a "heresia" e o "demônio" com livre trânsito para acusar quem quisessem e não apenas matar, mas torturar de forma atrós quem fosse acusado(a).

Os vencedores sobrevivem em maior número, os que perdem as batalhas de conquista só o fazem porque abrem mão de seus referenciais de vida.

Os que perdem as batalhas sobrevivem em corpo, mas sua história e sua continuidade exitencial lhes é negada, agora continuam para construir a realidade com os paradigmas dos vencedores.

Assim temos um mundo formado pelos referenciais dos vencedores das várias batalhas onde impérios mercantilistas foram conquistando e destruindo, quer completamente quer em parte, os povos nativos.
Quer os matando, quer os convertendo.

(...)Temos toda essa tremenda energia dentro de nós, temos forças ancestrais em nós que foram sábias e magnânimas, mas também temos forças ancestrais em nós que foram atrozes.

Por isso temos que harmonizar essas forças ancestrais em nós e uma parte da Sombra que falamos aqui é composta dessas forças ancestrais de tremendo poder, mas que podem nos deturpar com seus preconceituosos conselhos, podem usar toda sua habilidade para levar nossa percepção a focar o "jeito" de ser de alguém que já viveu, em outra época, outro momento, quando o desafio é sermos nós, entes singulares e vivermos do NOSSO jeito.

Um monte de gente vive preso a seus antepassados interiores e nem sabe.
Seus antepassados interiores lhe ditam como agir, como fazer tudo em sua vida e o "nós mesmos" é apenas um vozinha ainda frágil em nosso interior, por falta de uso, quase não é ouvida.

Mas é essa voz ainda nascente que é a única coisa que somos e se lhe dermos atenção, se começarmos a ser mais "nós mesmos" do que "o que fizeram de nós" vamos ampliar muito essa singular presença.

Temos que tomar muito cuidado para não sermos marionetes nas mãos das forças ancestrais que trazemos em nós.

Podemos ser uma vasta janela, pela qual nossos ancestrais masculinos e femininos espiam para a existência, mas não podemos ser fantoches manipulados pelas lutas e batalhas que quem nos antecedeu criou.

Somos livres para gerar um mundo novo e neste sentido precisamos de energia e de coragem.

A tremenda força que vem da Sombra pode ser usada , pode ser canalizada para este tremendo propósito, gerar uma nova realidade existencial para nós.

Isso é magia pura, parar de tentar mudar o mundo e mudarmos de mundo.

A sutileza da ARTE é que quem está ao nosso lado, pouco ou nada deve perceber disso.

Se estiverem mesmo entendendo o que estou escrevendo aqui verão que a proposta de "mudar de mundo" passa por mudar nossa relação com o mundo a nossa volta.

A forma pela qual nos relacionamos com o mundo a nossa volta revela muito se estamos mesmo prontos(as) ou não para trabalhar nossa Sombra.

Se tu és agressivo(a) responde no soco com as pessoas , mesmo que sejam só algumas, se tudo te irrita, se tem vontade de agredir pessoas, tudo isso indica uma personalidade que está precisando se trabalhar antes de ir ao encontro da Sombra.

A Sombra é para ser visitada quando já resolvemos estes lados mais superficiais nossos.

Podemos dizer que estes conflitos são a "ponta do iceberg" que é a Sombra, resolve-los é gerar energias tremendas que serão fundamentais no processo de integração da Sombra.

O xamanismo, em sua praticidade, levou os (as) xamãs a investigarem muito sobre o comportamento humano.

Descobriram algumas coisas úteis.

Nossa família.
Lidar com nossa família e as pessoas próximas é o mais complicado.
Por que nos conhecem, porque sabem usar tons de voz, expressões, tudo que pode ir além das barreiras que sabemos ter com os "de fora".

(...)Feito esse primeiro rito, prático, real, efetivo de se resolver com os ancestrais imediatos, que te deram o dom da vida, vamos ao mais profundo: nos resolvermos com nossos ancestrais remotos, com a força tremenda das linhagens feminina e masculina que vem de além das névoas da manhã do tempo e espaço e que chega em nós.

Já sentiram isso?

Há dois filamentos de energia que saem de nós, que brotam em cada gene, que mergulham na ancestralidade humana, indo para antes da história, antes do mito, antes da lenda...

Somos a manifestação de todo esse poder.
Ser pagão(ã) é lembrar disso.
Não somos crias de um deus, somos emanções da ETERNIDADE.
Sondas avançadas de consciência, vivendo a ETERNIDADE.
ELA, vive em nós, nossa consciência é DELA, vem DELA, um dia voltará para ELA.

Enriquecemos a consciência DELA, pelo maravilhoso mistério do Existir.

Podemos realizar esse trabalho de harmonização da nossa ancestralidade com um rito, um rito simples.



Rito de harmonização com nossos ancestrais femininos e masculinos:

Um lugar tranquilo, certifique-se que não vai ser interrompido, de preferência a noite, vamos olhar para as cavernas gêmeas que trazemos em nós, uma caverna tem em si toda nossa ancestralidade feminina, outra toda nossa ancestralidade masculina.

Abrir o círculo, posicionar as quatro energias dos quadrantes.
Sentir as quatro colunas de energia nos quatro cantos do círculo, eu gosto de mentalizar os quatro poderes (terra, água fogo e ar) como vastas colunas do Elemento, vindo do Infinito e entrando até as profundezas da Terra.
Depois me foco como o ponto no centro do quadrado e do círculo.
Me sinto então indo para outra realidade, como numa pirâmide, os quatro cantos me apóiam e sou o ponto que vai para o alto da pirâmide.
Ao chegar ao alto o poder do círculo, que realizou a quadratura nos quatro pilares de energia se manifestam me apoiando para que possa então sentir a energia da Deusa, a Fonte de onde tudo emana e para onde tudo volta.
Ela se manifesta como uma constante brisa que sopra trazendo fina e sutil energia.

Deixe que os atributos tranquilos da Deusa lhe impregnem o ser e permita te sentires o mais profundamente tu mesmo.
O que tens de mais singular, mais teu, aquilo que é mesmo tua essência, deixe que se apresente aqui.

Nesta energia sutil evocar a presença de seus antepassados masculinos, depois das antepadassadas femininas e se harmonizar com eles.

"Eu vos chamo além do tempo e do espaço, na beirada desse círculo mágico, vós, todos meus antepassados masculinos.
Eu sou o(a) que está aqui agora.
Meus olhos são, por vezes, janelas por onde olham para a existência.
Mas meus braços e minhas mãos, meu coração e meus pés minha língua e meu destino me pertencem, sou o (a) novo(a), sou quem está aqui agora, ficarei sempre grato(a) por seus conselhos e ajuda em momentos de grande necessidade, mas me respeitem e permitam que eu construa sabia e livremente minha vida. "

"Eu vos chamo além do tempo e do espaço, na beirada desse círculo mágico, vós, todas minhas antepassadas femininas.
Eu sou o (a) que está aqui , agora.
Meus olhos são, por vezes, janelas por onde olham para a existência.
Mas meus braços e minhas mãos, meu coração e meus pés, minha língua e meu destino me pertencem, sou o (a) novo(a), sou quem está aqui agora, ficarei sempre grato(a) por seus conselhos e ajuda em momentos de grande necessidade, mas me respeitem e permitam que eu construa sabia e livremente minha vida" .

Se encerra o ritual pedindo que cada poder que ali se apresentou retorne de onde veio, que o equilíbrio entre os mundos se restabeleça e faça sua forma pessoal de fechar o círculo.

Esse rito é muito profundo, se feito com uma preparação legal. A gente pode alcançar um estado de muita harmonia com as forças ancestrais em nós.

Isso é trabalhar a Sombra também, como disse acima temos poderosas forças que estão em nós, até a nível físico, em nossos genes.

Percebem que quando falamos a abordagem dos bruxos(as) e xamãs não tem nada a ver com a cristista não é que a gente está sendo radical, brigando e tal, é que não tem mesmo.
No paganismo a gente vai as questões com outro estado de espírito.

Sem medo, não somos pecadores com medo de um pai psicológico que pode nos condenar a infernos, castigar.

O que temos em nós são vivências e toda vivência plena tem seu valor.

No paganismo temos outra realidade, vamos ao encontro da Deusa, de quem fomos apartados, como o galho quebrado da árvore vai sequioso à terra.

Já viram dessas plantas que a gente tira um galho, põe na terra e ele brota e se torna nova árvore?
Pois este me parece nosso caminho agora.

Um galho que se torna promessa de nova árvore.

Que vai puxar da terra uma certeza de vida e então, o galho realiza uma magia profunda, se torna árvore.

Nós fomos podados da árvore da vida por um sistema tolo, que nos alienou de nós mesmos, que nos condicinou a chamar de realidade uma descrição de mundo totalmente tacanha.

Mas como galhos ainda com a VIDA podemos ousar nos conectar a DEUSA, a ELA, a TERRA e como árvores plenas renascermos.

E resolver a Sombra, integrá-la é parte dessse trabalho, pois é a Sombra que ficará sob a Terra e que se transmutará de parte, de galho partido, em raiz...

A magia da Sombra resolvida, dá chances ao galho que ia secar e ser queimado em algum forno da sociedade industrial, em tornar-se nova e vigorosa árvore.

Que tal magia se realize em nós...

(Nuvem que passa)



http://www.imagick.org.br/pagmag/guerreir/sombras4.html