imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

PAGANISMO E CRISTIANISMO CELTA

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Quem pensa na fé irlandesa moderna, logo direciona sua mente para o catolicismo - religião oficial daquele país.

Mas isso não é novidade.

As ruínas de igrejas cristãs possivelmente construídas entre os séculos VI e IX - como as ruínas de Skellig, no Condado de Kerry - se espalham por toda a Irlanda.

Ao mesmo tempo, quem pensa na fé irlandesa antiga, logo direciona sua mente para o politeísmo, o druidismo, o paganismo.

Sendo assim, no que acreditavam os celtas?

Uma complexa transição entre a fé pagã e a fé cristã aconteceu desde o advento do cristianismo e sua entrada em solo europeu.

É preciso lembrar que, até então, o cristianismo era apenas uma fé de poucos, nascida no continente africano e tentando ganhar espaço entre religiões mais antigas que a própria presença do Homem na terra.

O território celta era extenso e poderoso.

A conexão de seu povo com a fé sempre foi total e irrestrita.

Sacerdotisas e sacerdotes em meio à Natureza, colaborando para a evolução do Todo.

DEUSES reverenciados à luz da LUA e à luz do SOL, com a mesma força, a mesma energia, a mesma entrega.

Místicos bosques - que recebiam o nome de Nemeton -, grandes planícies, círculos de pedra, beira-mar...

Os DEUSES estavam por toda parte, em cada mínima partícula da Criação - e deveriam ser honrados e celebrados em toda parte, em cada mínima partícula da Criação.

A fé cristã nasceu da fé hebraica, que sempre edificou templos em honra a seu DEUS.

Era natural que os seguidores do CRISTO - que jamais fez menção sobre a diferença de crenças entre os povos, muito pelo contrário - também edificassem templos em sua honra.

Mergulhar no seio espiritual europeu não era tarefa fácil.

Difundir uma nova religião, muito menos.

A fim de conquistar seguidores celtas para a fé cristã, muitos dos DEUSES pagãos foram "transformados" em santos pela igreja.

O maior exemplo é em relação à Grande Mãe da Nação Celta, DEUSA BRIGIT, que tornou-se Santa BRIGIT de Kildare da noite para o dia.

BRIGIT sempre foi venerada e adorada em toda extensão territorial dos celtas.

Era impossível tentar um mergulho em sua cultura sem colocá-La em um pedestal - e os cristãos recém chegados sabiam disso.

Mas o que fazer com DEUSES que abençoavam o sexo, tão açoitado pelo cristianismo?

O que fazer com DEUSES que abençoavam o vinho, o êxtase?

Não havia lugar para ELES entre os dirigentes do cristianismo.

A solução encontrada pelos novos habitantes da Europa foi transformá-Los em seres de imagem duvidosa e obscura.

A cura também não podia ser difundida entre os meros mortais. Sendo assim, todos aqueles que insistissem em passar adiante seus conhecimentos herbários, eram excluídos e condenados à morte.

Muitos DEUSES foram, ainda, rebaixados à condição de heróis do Povo Celta, quando as escrituras sagradas foram reescritas em mosteiros católicos da Irlanda e da Bretanha.

Séculos de dor e derramamento de sangue inocente separam os dias de hoje do reinado celta, em Hill of Tara.

Mas, ainda que a fé oficial irlandesa seja o catolicismo, há uma convivência pacífica entre o antigo e o novo mundo - paz que, infelizmente, não é encontrada em tempos modernos entre católicos e protestantes, nas tragédias pelas ruas de Belfast, Irlanda do Norte.

A extinção da "Lei de Caça às Bruxas" na Inglaterra - que se manteve atuante até meados do século passado - trouxe uma nova aurora para um povo que sempre se dividiu entre seus próprios costumes e os costumes de uma fé adquirida.

Claro que a extinção burocrática de tal lei não extinguiu o preconceito sobre as práticas mágicas dos celtas. Mas nada melhor que o Tempo - um dos DEUSES mais justos que conheço - para acalmar os ânimos, aparar as arestas e entrelaçar as mãos.

Hoje em dia, os Festejos de Saint Patrick são tão celebrados na Irlanda quanto os Festejos de Lughnashad. E essa harmonia que vem se restabelecendo é, certamente, um grande presente para todos nós, pagãos e cristãos, seres humanos.

Se aprendermos mais com exemplos como estes, dos celtas, vamos encontrar soluções para muitos outros impasses filosóficos - como o de judeus e muçulmanos -, raciais, culturais.

Esta é a Era de Aquário.

O tempo em que vale o AMOR pelo próximo e a sintonia com o Todo.

Próximos não são iguais.

Próximos são, tantas e tantas vezes, infinitamente diferentes.

Mas, mesmo com todas as diferenças, ainda assim, são próximos.


Por LYDIAH
Escritora, Narradora, Pesquisadora Celta e Numeróloga

http://www.templodeavalon.com/modules/articles/article.php?id=37

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