"A obra de Carlos Castaneda poder ser considerada como uma das obras mais interessantes e revolucionárias de nosso século. Ali conceitos completamente novos são apresentados, abordagens realmente novas da realidade e da nossa percepção das mesmas, são apresentadas lado a lado com conhecimentos similares a encontrados no Taoísmo, certas linhas de Budismo, Islamismo, Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo chamadas de "esotéricas".
Existe um livro que tenta provar que Castaneda não viveu nenhuma das experiências que narra, o background espaço temporal que ele usa como contexto para expor os conhecimentos ali liberados pela primeira vez fora dos fechadíssimos, discretos e ciosos grupos que exploram há milênios esse mesmo saber.
O Doutor Carlos Castaneda tenta mostrar ser a América possuidora de civilizações tão complexas como as que deixaram seus sinais em outras partes do Globo. Perguntas fundamentais que resultaram como resposta à Arte , à Magia ou à Ciência oficial, em outras partes do mundo, aqui geraram formas de magia e ciência muito complexas e a dizimação quase completa dos povos nativos, ainda em curso diga-se de passagem, não quebrou esse elo de transmissão.
Para alguém que ensina a ausência de história pessoal nada mais coerente que ter um livro publicado por um estudioso sério desmentindo o fundo "pessoal" dos conhecimentos apresentados. Uma leitura atenta dos 3 primeiros livros onde este relato é mais intenso , revela que as informações chave, como os 4 inimigos daquele(a) que busca o conhecimento, tem valor intrínseco, independente do contexto que foram apresentadas. O valor do conhecimento expresso vai muito além do contexto onde ele está inserido. Se o Doutor Carlos Castaneda estava aprendendo com o velho índio no deserto mexicano ou no parque de sua cidade ou em seu quintal em Los Angeles não é este o ponto focal.
Mas o que me interessa bastante é que numa era de "paparazis" que são de uma forma ou de outra, co-responsáveis pela morte de uma princesa do Império Britânico, num mundo onde ninguém passa totalmente despercebido, num mundo cheio de recursos alguém que passou os últimos anos de sua vida dando seminários para mais de 300 pessoas em cada um deles, nos EUA e na Europa, não tenha mais que algumas poucas e contraditórias fotos suas. Nesta era de total invasão da privacidade em nome dessa imprensa marrom que sustenta o esporte preferido, mexericos, desde que os hábitos das cortes parecem ter contaminado nossas vidas, nesta era da imagem, quase nenhuma foto.
E depois que ele "morreu" de câncer de fígado, como Krishnamurti antes dele, em prometéica herança, o seu livro, mais vendido por meses, foi um livro chamado "Passes mágicos" - Um livro de posturas de poder, em fotos, para longevidade e bem estar, saúde e harmonia.
Contradição, paradoxo, os que lêem Castaneda são birutas mesmo, derreteram o cérebro brincando com plantas de poder?
O que sinto após tornar a ler a obra inteira de uma vez em duas semanas, é que estamos diante de um tratado, algo que supera grande parte dos tratados de magia escrito no século passado, embora integre harmonicamente os conceitos apresentados por muitas escolas competentes.
De alguma forma, nunca saberemos exatamente como, C. C., também conhecido como Joe, ou como Isidoro Baltazar ou outros nomes , entrou em contato com um saber ancestral. Por anos ele conviveu com homens e mulheres que eram herdeiros diretos desse saber.
Ponto um : Nenhum desses homens ou mulheres tinham a menor intenção de criar uma seita, uma religião ou fazer proselitismo de seu saber. Eles estavam apenas perpetuando uma linhagem. Estavam dando continuidade a uma magia antiga, a uma linhagem de poder e Ser que começara em tempo indeterminado na Era mítica. Cada um desses homens e mulheres afirmaram que só como mito poder-se - ia viver plenamente o caminho que eles apontavam ao relutante aprendiz. E por ser relutante, por ser difícil ele era bastante apreciado. Num caminho onde voluntários são vistos com reservas, pois voluntários costumam acreditar que sabem o que estão procurando e deturpam o conhecimento para adaptar-se a seus padrões pré concebidos. Pois para aqueles homens e mulheres, ao menos foram homens e mulheres um dia, voluntários raramente eram bem vindos. Voluntários tem idéias muito preconcebidas e raramente aceitam mudar realmente, não aceitam a morte que toda iniciação propõe.
E aprendendo de uma forma muito complexa começou Carlos Castaneda a aprender com aquele grupo. E nesse aprendizado se viu ludibriado várias vezes pelo velho índio que era estranhamente inteligente e sofisticado, coisas que o preconceito acadêmico raramente permite a um "nativo". Ludibriado, pois enquanto sua atenção estava fixa em algum aspecto que lhe era colocado a frente, a verdadeira ação de D. Juan Matus, também conhecido como John Michael Abelar e Mariano Aureliano entre outros, enquanto o verdadeiro aprendizado acontecia disfarçadamente, evitando que sua mente racional e condicionada lutasse contra tal saber, deixando que ele sedimentasse como ganho efetivo. Aprendizado complexo, pois lidava também com um outro estado de consciência que antes dele nenhuma escola esotérica explicitou com tanta clareza. Todos sabemos que estar dentro de uma escola, estar ligado a um mestre ou mestra cria uma atmosfera psíquica própria, a energia de quem ensina, quando é real, permite um catalisar do processo de aprendizagem, baixa a energia de ativação necessária para se alcançar certos resultados.
O método proposto pela escola Tolteca é muito sutil. Num nível alterado de consciência, num nível especifico, onde a lembrança do dia a dia fica mais fraca, um nível que não é lembrado no dia a dia, neste nível ocorre outra parte do treinamento do aprendiz. Aqui ele recebe conhecimentos de grande poder, conhecimentos que estarão protegidos pelo esquecimento até que o aprendiz tenha energia suficiente para acessar tal nível por si. Por isso ler a obra de C.C. implica em compreender que tudo que é apresentado tem uma complexidade muito maior.
C.C. começa seu caminho público quando aparece na mídia e vira guru alternativo, padrinho da nova Era, pela exaltação dos alucinógenos como caminho para se tornar "um homem de conhecimento". Quando chega em Viagem a Ixtlan ele muda suas colocações revelando que os aspectos mais importantes do saber que estava recebendo não eram de forma alguma as viagens que tivera sob efeito das plantas de poder.
E coloca que partes que havia anotado e deixado de lado se revelavam agora a espinha dorsal do sistema que começava a vislumbrar atrás dos atos aparentemente malucos de seu informante índio. Um velho, que exceto por um companheiro ainda mais louco, D. Genaro que representava ser realmente demente e capaz de fazer coisas que estarreciam a mente linear, parecia viver isolado e fora do mundo em algum ponto do México, na região de Sonora.
Quando C.C. lançou Viagem a Ixtlan, seu trabalho de mestrado, obteve uma resposta diferente da mídia. Pouco a pouco os meios de comunicação passaram a desgostar de sua mensagem, o governo mexicano, conhecido por uma política sistemática de extermínio dos povos nativos, ainda hoje em andamento, vide Chiapas, ficou preocupado. Os povos nativos de todo o continente pela primeira vez tinham suas reais tradições trazidas a tona, quando digo reais digo suas tradições esotéricas, não o arremedo exterior que ficou reproduzido pelos sobreviventes, exilados de si mesmos, como os africanos vieram exilados de sua terra. E neste continente, por estarem exilados de si mesmos, não puderam levar nada, nada sobrou e o mito da puerilidade dos ritos e crenças dos nativos dessas terras ganhou força.
Mas um grupo continuou ensinando seu aprendiz sem se ocupar disso. Escrever os livros era uma tarefa que C.C. recebera de seu mestre iniciador e cumpri-la era sua missão. Viagem a Ixtlan é um livro de acesso ao Xamanismo guerreiro. E é importante notar que estamos falando de Xamanismo Guerreiro. O Xamanismo que sobreviveu graças aos iniciados dos clãs guerreiros que sobreviveram aos massacres, primeiro de outras tribos em guerras várias, como os Astecas já um século antes da Conquista, depois dos invasores de além do oceano, que vinham para dizimar e apagar da história da ancestral civilização que se manifestava em muitas formas por todo o continente.
O fato é que aquele grupo vem da linhagem guerreira por isso nada mais ilusório que querer fazer proselitismo das idéias de Carlos Castaneda. A obra é o relato de uma linhagem, um partilhar de conhecimentos úteis a quem segue um determinado caminho. Como todo caminho rumo ao despertar tem muitas idéias que servem a todos que desejam um vida mais plena e forte, mas as nuances mais importantes do processo é algo específico para quem busca o despertar na forma que os(as) xamãs guerreiros(as) consideram a mais adequada para se tornar um ser pleno quando adentrarmos outros mundos. Entrar em outros mundos, atingir outros estados de consciência com autonomia e liberdade não como servos de criaturas ancestrais que já vivem nestas outras esferas e tem a terrível mania de nos tomar sob sua tutela, a um pesado preço: Nossa liberdade.
É nesse contexto que C.C. aprende e certo dia caminhando numa cidade do interior do México tem outro "assalto a sua razão". O caipira , o índio eremita estava na cidade grande, de terno e gravata, meias combinando como D. Juan mesmo chama a atenção. E começa uma nova fse do aprendizado. Um conceito complexo é apresentado : Tonal e Nagual. E a obra ganha nova profundidade, conhecimentos complexos são aprensetados e o inusitado também entra em cena. D. Juan Matus e D. Genaro desaparecem.
Antes disso criam um drama inciático catártico e como ato final Carlos Castaneda vai pular num precipício voluntariamente junto com outros aprendizes, corroborando em si e por si, os ensinamentos que havia recebido. O interessante é que em toda a história subseqüente a trajetória iniciática fica mais forte e os conhecimentos que acompanham a narrativa são dos mais interessantes. Carlos Castaneda justifica a publicação de sua obra como resultado de um "acidente". D. Juan quando o encontrou pensou que ele, C.C. fosse um nagual, um homem dividido, alguém com um tipo de energia suficientemente elaborada para não apenas aprender a complexa arte da magia tolteca mas também ser um guia de um grupo de xamãs.
No Xamanismo Tolteca não há mestres, gurus ou nada disso, existem apenas homens e mulheres que tem suas posições no grupo, de acordo com seus "ventos" ou conformações energéticas. O líder do grupo é um homem ou mulher que tenha uma energia extra, chamados de Naguais. Um homem ou mulher nagual, graças a sua energia extra pode ajudar o grupo a ir além da vastidão da Eternidade, rumo aos reais objetivos dos "Nuevos Videntes": Liberdade Total! Mas com o passar do tempo descobriu que C.C.não tinha energia para continuar a linhagem. Daí que C.C. e suas companheiras, só citadas nos últimos livros, resolvem publicar relatos de toda sua busca e uma parte dos ensinamentos recebidos, já que fechavam a porta dessa linhagem não queriam que tal saber simplesmente deixasse esse mundo. Se isto é exato, se de fato ocorreu assim ou é apenas uma esperta manobra do espreitador C.C. para apesentar sua obra ao mundo e escapar da condição de messias e guru que ainda assim lhe foi imputada, fica em segundo plano. O fato é que tivemos acesso a essa linhagem de conhecimento que apresenta conceitos complexos e diferentes, ancestrais em sua origem, originais em sua forma de colocar.
Existe um livro que tenta provar que Castaneda não viveu nenhuma das experiências que narra, o background espaço temporal que ele usa como contexto para expor os conhecimentos ali liberados pela primeira vez fora dos fechadíssimos, discretos e ciosos grupos que exploram há milênios esse mesmo saber.
O Doutor Carlos Castaneda tenta mostrar ser a América possuidora de civilizações tão complexas como as que deixaram seus sinais em outras partes do Globo. Perguntas fundamentais que resultaram como resposta à Arte , à Magia ou à Ciência oficial, em outras partes do mundo, aqui geraram formas de magia e ciência muito complexas e a dizimação quase completa dos povos nativos, ainda em curso diga-se de passagem, não quebrou esse elo de transmissão.
Para alguém que ensina a ausência de história pessoal nada mais coerente que ter um livro publicado por um estudioso sério desmentindo o fundo "pessoal" dos conhecimentos apresentados. Uma leitura atenta dos 3 primeiros livros onde este relato é mais intenso , revela que as informações chave, como os 4 inimigos daquele(a) que busca o conhecimento, tem valor intrínseco, independente do contexto que foram apresentadas. O valor do conhecimento expresso vai muito além do contexto onde ele está inserido. Se o Doutor Carlos Castaneda estava aprendendo com o velho índio no deserto mexicano ou no parque de sua cidade ou em seu quintal em Los Angeles não é este o ponto focal.
Mas o que me interessa bastante é que numa era de "paparazis" que são de uma forma ou de outra, co-responsáveis pela morte de uma princesa do Império Britânico, num mundo onde ninguém passa totalmente despercebido, num mundo cheio de recursos alguém que passou os últimos anos de sua vida dando seminários para mais de 300 pessoas em cada um deles, nos EUA e na Europa, não tenha mais que algumas poucas e contraditórias fotos suas. Nesta era de total invasão da privacidade em nome dessa imprensa marrom que sustenta o esporte preferido, mexericos, desde que os hábitos das cortes parecem ter contaminado nossas vidas, nesta era da imagem, quase nenhuma foto.
E depois que ele "morreu" de câncer de fígado, como Krishnamurti antes dele, em prometéica herança, o seu livro, mais vendido por meses, foi um livro chamado "Passes mágicos" - Um livro de posturas de poder, em fotos, para longevidade e bem estar, saúde e harmonia.
Contradição, paradoxo, os que lêem Castaneda são birutas mesmo, derreteram o cérebro brincando com plantas de poder?
O que sinto após tornar a ler a obra inteira de uma vez em duas semanas, é que estamos diante de um tratado, algo que supera grande parte dos tratados de magia escrito no século passado, embora integre harmonicamente os conceitos apresentados por muitas escolas competentes.
De alguma forma, nunca saberemos exatamente como, C. C., também conhecido como Joe, ou como Isidoro Baltazar ou outros nomes , entrou em contato com um saber ancestral. Por anos ele conviveu com homens e mulheres que eram herdeiros diretos desse saber.
Ponto um : Nenhum desses homens ou mulheres tinham a menor intenção de criar uma seita, uma religião ou fazer proselitismo de seu saber. Eles estavam apenas perpetuando uma linhagem. Estavam dando continuidade a uma magia antiga, a uma linhagem de poder e Ser que começara em tempo indeterminado na Era mítica. Cada um desses homens e mulheres afirmaram que só como mito poder-se - ia viver plenamente o caminho que eles apontavam ao relutante aprendiz. E por ser relutante, por ser difícil ele era bastante apreciado. Num caminho onde voluntários são vistos com reservas, pois voluntários costumam acreditar que sabem o que estão procurando e deturpam o conhecimento para adaptar-se a seus padrões pré concebidos. Pois para aqueles homens e mulheres, ao menos foram homens e mulheres um dia, voluntários raramente eram bem vindos. Voluntários tem idéias muito preconcebidas e raramente aceitam mudar realmente, não aceitam a morte que toda iniciação propõe.
E aprendendo de uma forma muito complexa começou Carlos Castaneda a aprender com aquele grupo. E nesse aprendizado se viu ludibriado várias vezes pelo velho índio que era estranhamente inteligente e sofisticado, coisas que o preconceito acadêmico raramente permite a um "nativo". Ludibriado, pois enquanto sua atenção estava fixa em algum aspecto que lhe era colocado a frente, a verdadeira ação de D. Juan Matus, também conhecido como John Michael Abelar e Mariano Aureliano entre outros, enquanto o verdadeiro aprendizado acontecia disfarçadamente, evitando que sua mente racional e condicionada lutasse contra tal saber, deixando que ele sedimentasse como ganho efetivo. Aprendizado complexo, pois lidava também com um outro estado de consciência que antes dele nenhuma escola esotérica explicitou com tanta clareza. Todos sabemos que estar dentro de uma escola, estar ligado a um mestre ou mestra cria uma atmosfera psíquica própria, a energia de quem ensina, quando é real, permite um catalisar do processo de aprendizagem, baixa a energia de ativação necessária para se alcançar certos resultados.
O método proposto pela escola Tolteca é muito sutil. Num nível alterado de consciência, num nível especifico, onde a lembrança do dia a dia fica mais fraca, um nível que não é lembrado no dia a dia, neste nível ocorre outra parte do treinamento do aprendiz. Aqui ele recebe conhecimentos de grande poder, conhecimentos que estarão protegidos pelo esquecimento até que o aprendiz tenha energia suficiente para acessar tal nível por si. Por isso ler a obra de C.C. implica em compreender que tudo que é apresentado tem uma complexidade muito maior.
C.C. começa seu caminho público quando aparece na mídia e vira guru alternativo, padrinho da nova Era, pela exaltação dos alucinógenos como caminho para se tornar "um homem de conhecimento". Quando chega em Viagem a Ixtlan ele muda suas colocações revelando que os aspectos mais importantes do saber que estava recebendo não eram de forma alguma as viagens que tivera sob efeito das plantas de poder.
E coloca que partes que havia anotado e deixado de lado se revelavam agora a espinha dorsal do sistema que começava a vislumbrar atrás dos atos aparentemente malucos de seu informante índio. Um velho, que exceto por um companheiro ainda mais louco, D. Genaro que representava ser realmente demente e capaz de fazer coisas que estarreciam a mente linear, parecia viver isolado e fora do mundo em algum ponto do México, na região de Sonora.
Quando C.C. lançou Viagem a Ixtlan, seu trabalho de mestrado, obteve uma resposta diferente da mídia. Pouco a pouco os meios de comunicação passaram a desgostar de sua mensagem, o governo mexicano, conhecido por uma política sistemática de extermínio dos povos nativos, ainda hoje em andamento, vide Chiapas, ficou preocupado. Os povos nativos de todo o continente pela primeira vez tinham suas reais tradições trazidas a tona, quando digo reais digo suas tradições esotéricas, não o arremedo exterior que ficou reproduzido pelos sobreviventes, exilados de si mesmos, como os africanos vieram exilados de sua terra. E neste continente, por estarem exilados de si mesmos, não puderam levar nada, nada sobrou e o mito da puerilidade dos ritos e crenças dos nativos dessas terras ganhou força.
Mas um grupo continuou ensinando seu aprendiz sem se ocupar disso. Escrever os livros era uma tarefa que C.C. recebera de seu mestre iniciador e cumpri-la era sua missão. Viagem a Ixtlan é um livro de acesso ao Xamanismo guerreiro. E é importante notar que estamos falando de Xamanismo Guerreiro. O Xamanismo que sobreviveu graças aos iniciados dos clãs guerreiros que sobreviveram aos massacres, primeiro de outras tribos em guerras várias, como os Astecas já um século antes da Conquista, depois dos invasores de além do oceano, que vinham para dizimar e apagar da história da ancestral civilização que se manifestava em muitas formas por todo o continente.
O fato é que aquele grupo vem da linhagem guerreira por isso nada mais ilusório que querer fazer proselitismo das idéias de Carlos Castaneda. A obra é o relato de uma linhagem, um partilhar de conhecimentos úteis a quem segue um determinado caminho. Como todo caminho rumo ao despertar tem muitas idéias que servem a todos que desejam um vida mais plena e forte, mas as nuances mais importantes do processo é algo específico para quem busca o despertar na forma que os(as) xamãs guerreiros(as) consideram a mais adequada para se tornar um ser pleno quando adentrarmos outros mundos. Entrar em outros mundos, atingir outros estados de consciência com autonomia e liberdade não como servos de criaturas ancestrais que já vivem nestas outras esferas e tem a terrível mania de nos tomar sob sua tutela, a um pesado preço: Nossa liberdade.
É nesse contexto que C.C. aprende e certo dia caminhando numa cidade do interior do México tem outro "assalto a sua razão". O caipira , o índio eremita estava na cidade grande, de terno e gravata, meias combinando como D. Juan mesmo chama a atenção. E começa uma nova fse do aprendizado. Um conceito complexo é apresentado : Tonal e Nagual. E a obra ganha nova profundidade, conhecimentos complexos são aprensetados e o inusitado também entra em cena. D. Juan Matus e D. Genaro desaparecem.
Antes disso criam um drama inciático catártico e como ato final Carlos Castaneda vai pular num precipício voluntariamente junto com outros aprendizes, corroborando em si e por si, os ensinamentos que havia recebido. O interessante é que em toda a história subseqüente a trajetória iniciática fica mais forte e os conhecimentos que acompanham a narrativa são dos mais interessantes. Carlos Castaneda justifica a publicação de sua obra como resultado de um "acidente". D. Juan quando o encontrou pensou que ele, C.C. fosse um nagual, um homem dividido, alguém com um tipo de energia suficientemente elaborada para não apenas aprender a complexa arte da magia tolteca mas também ser um guia de um grupo de xamãs.
No Xamanismo Tolteca não há mestres, gurus ou nada disso, existem apenas homens e mulheres que tem suas posições no grupo, de acordo com seus "ventos" ou conformações energéticas. O líder do grupo é um homem ou mulher que tenha uma energia extra, chamados de Naguais. Um homem ou mulher nagual, graças a sua energia extra pode ajudar o grupo a ir além da vastidão da Eternidade, rumo aos reais objetivos dos "Nuevos Videntes": Liberdade Total! Mas com o passar do tempo descobriu que C.C.não tinha energia para continuar a linhagem. Daí que C.C. e suas companheiras, só citadas nos últimos livros, resolvem publicar relatos de toda sua busca e uma parte dos ensinamentos recebidos, já que fechavam a porta dessa linhagem não queriam que tal saber simplesmente deixasse esse mundo. Se isto é exato, se de fato ocorreu assim ou é apenas uma esperta manobra do espreitador C.C. para apesentar sua obra ao mundo e escapar da condição de messias e guru que ainda assim lhe foi imputada, fica em segundo plano. O fato é que tivemos acesso a essa linhagem de conhecimento que apresenta conceitos complexos e diferentes, ancestrais em sua origem, originais em sua forma de colocar.
F.A.-Nuvem que passa
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