imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

RADICAL FAERIES--ESPIRITUALIDADE GAY

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"Está na moda hoje encorajar os homens a serem sensíveis. Entretanto, este encorajamento é parcialmente lembra a tentativa de fazer um homem aleijado a correr." Herb Goldberg, The Hazards of Being Male.

Se as histórias e tradições da bruxaria forem esquecidas e difamadas, então a espiritualidade gay em todo lugar seria praticamente erradicada. Em uma tentativa de reivindicar a sua justa posição de respeito na espiritualidade pagã, os Radical Faeries começaram quietamente a reunir energia em 1978. No Sudoeste, várias convenções espirituais do tema paganismo e da contra-cultura gay eram as sementes do que é hoje um ramo muito necessário do paganismo.

Os gays, embora a cultura atual tente negá-lo, existiram em todas as raças, religiões e sociedades do mundo. Uma cultura em que os gays e as lésbicas eram honrados e respeitados eram as tribos dos nativos americanos. Uma autora que tem nos suprido com uma grande quantidade de informação sobre gays e seus papéis nestas tribos é Paula Gunn Allen. Entre os seus muitos livros, The Sacred Hoop é um bom livro falando de feminismo, cultura nativo americana e gays dentro de muitas tribos. Allen cita a autora Judy Grahn (Another Mother Tongue: Gay Words Gay Worlds), que, por sua vez, citou a antropóloga Sue Ellen Jacobs em um afigura de "... 88 tribos cujos atributos culturais registrados incluem referências à homossexualidade, com vinte destas incluindo referências específicas ao lesbianismo" (p. 197). o­nze tribos negaram (para forasteiros) qualquer prática de homossexualidade. Allen afirma que isto "... indica a presença de lesbianismo e homossexualidade em todas as áreas da América do Norte" (p. 197). Diferentes tribos nativo americanas tinham muitos nomes diferentes para gays e lésbicas. Mas a palavra que as pessoas mais conhecem e usam hoje é berdache, significando "homem vestido de mulher" (Este termo tem sido mal utilizado tanto para lésbicas quanto para homens gays das tribos. É uma palavra francesa que veio de uma palavra árabe para um garoto que fosse escravo sexual ou para um garoto de programa. Infelizmente, o nome pegou.



Radical Faeries estão hoje trabalhando para ganhar o status e a honra que um dia foi tida pelos berdaches. Por causa da opressiva influência dos colonizadores cristãos e da falta de linguagens escritas dos nativo americanos, os papéis e vidas das lésbicas e dos gays dentro das tribos é difícil de averiguar. Histórias de xamãs que se vestiam de mulheres e faziam o trabalho de mulheres não são incomuns. Nem é incomum ler sobre uma garota que abdicou do seu sexo físico, vestiu-se como um homem, tomou o nome de um homem e fez o trabalho de um homem. Ela freqüentemente foi considerada pela tribo como portadora de grandes poderes. Nós só podemos assumir que quando a história diz que uma mulher tomava uma "esposa", o seu relacionamento era conjugal tanto quanto emocional. As pessoas que mudavam de sexo eram venerados pelos nativo americanos. Muitos xamãs e curandeiros eram berdaches. Eles eram as pessoas sábias da tribo: aqueles que tinham visões, falavam com os espíritos e sabiam interpretar os sonhos. Hoje, Radical Faeries estão tentando reivindicar o seu passado berdache.

Há poucos grupos ou organizações que trabalham com as necessidades espirituais da comunidade gay; alguns indivíduos na comunidade gay à vezes acham que viver a experiência gay não é o que eles esperavam que fosse. Margot Adler entrevistou Jody, um membro dos Radical Faeries que sentia que a cultura gay "... era uma paródia opressiva da cultura heterossexual. Tomava parte principalmente em bares, aonde a música é alta e as pessoas não são encorajadas a falar ou formar ligações ou cuidar uns dos outros" (Adler, p.341).

Muitos homens têm achado uma irmandade de outras pessoas com as mesmas necessidades espirituais em grupos de Radical Faeries. Eles sentem orgulho em serem diferentes das pessoas "hétero"; eles acreditam que a habilidade de mudar os papéis sexuais pode tornar o "andar entre os mundos" mais fácil. Eles acreditam que a sua "energia homossexual" é um ingrediente principal em trabalhos mágicos. Os Radical Faeries não procuram se assemelhar à comunidade hétero dizendo que a única diferença entre eles e os heterossexuais é o que eles fazem na cama. Eles recuram essa assimilação, pois traz perda de comunidade e inspiração. Eles acreditam que a única coisa que eles têm em comum é o que eles fazem na cama (Adler, p.344).



Radical Faeries também fazem coisas muito diferentes das que a comunidade pagã tradicional faz. Eles não estão interessados em rituais formais; a maioria dos seus rituais é completamente espontâneo. Eles são anarquistas públicos que utilizam o humor e o surrealismo para chocar as pessoas. Eles freqüentemente levam a sua anarquia para os festivais e encontros pagãos. Eles arruinaram um ritual formal em um encontro pagão ao irem para lá gritando "Atenção! Aqui a espontaneidade é proibida! Nós somos a polícia de espontaneidade!" (Adler, p.346). Eles tem levado a "dança do chá" da comunidade gay aos encontros pagãos - o que parece muito fora de lugar em uma programação fixa. Homens (gays e héteros) vestem roupas de mulher e dançam música popular. Embora pareça tolo, é freqüentemente bem sucedido. Eles não controlam as suas experiências ou tentam censurar as energias que as suas experiências trazem. Eles acreditam que o controle de energia e das sensações é um grande problema da sociedade e o caminho para remediar isto é através da espontaneidade e da brincadeira.

Quando gays tornam-se uma comunidade religiosa para direcionamento espiritual, eles freqüentemente não são bem-vindos. Vergonhosamente, isto às vezes também é verdade na comunidade pagã. Por causa desta pesada confiança na polaridade física masculino/feminino, tradicionalistas na comunidade pagã freqüentemente não sabem o que fazer com gays e qual é o seu lugar no paganismo. O livro The Complete Art of Witchcraft (1975), de Sybil Leek, inclui um capítilo sobre "O Lugar do Homossexual na Bruxaria". Este capítulo cai no sexismo (em mais de um sentido), na inveja e na auto-importância. Em A Witches Bible Compleat, Janet e Stewart Farrar incluem uma pequena seção em seu livro (Part II, p.170), dizendo-nos quão "absolutamente heterossexuais" e como, embora eles tenham amigos gays, eles não acreditam que covens gays possam funcionar porque a wicca foi construída sobre um "masculinidade e feminilidade natural da mente, do corpo e do espírito." O livro Persuasions of the Witch's Craft (1989), por T.M. Luhrmann, é um livro ao estilo do Drawing Down the Moon, mas o seu tema está restrito aos bruxos ingleses. O autor aponta a evidência do conservadorismo destes bruxos em suas atittudes a respeito de considerar a permissão de gays em seus covens. Um indivíduo iluminado (que eu tenho certeza que teve muitas experiências em primeira-mão deste tipo!) disse "... você não pode trabalhar magicamente com um homossexual. Homossexuais simplesmente não criam a corrente." (p.64).

Não é apenas a atitude e a anarquia dos Radical Faeries (ou de qualquer outro grupo gay da Arte) que incomodam as pessoas; é a sua própria presença. Starhawk escreve em Dreaming the Dark:

Ver homens que deliberadamente abraçam as características associadas às mulheres (suavidade, tolice, vontade de cuidar dos outros, vulnerabilidade) pode ser terríveis para outros homem porque tanto da identidade masculina na cultura alienada depende da diferença deles com as mulheres, que é definida negativamente. Ainda assim, além do medo pode haver poder para redefinir o self masculino positivamente como uma todo enraizado, não como uma parte separada. (p. 142).



Esta é a chave de porque a comunidade pagã tradicional sente-se perturbada por homens gays em sua religião. Estes homens estão quebrando os papéis sexuais e jogando-os no lixo. Como as mulheres em covens separatistas feministas, eles homens têm rejeitado os papéis tradicionais designados pela sociedade; ambos estão se movendo em território desconhecido. O que eles irão achar lá? O que eles trarão de lá? Em que sentido isto irá alterar a comunidade pagã ou possivelmente a cultura popular? O que será abandonado e o que será ganho? Estas são as perguntas que a comunidade pagã deveria estar perguntando a si mesma. São perguntas ameaçadoras porque muitas das respostas podem ser radicais. Se nós começarmos a escutar estas pessoas - aqueles que estão vivendo fora de todas as estruturas, dos papéis e das normas que nós fomos ensinados - e começar a viver as nossas vidas em liberdade e harmonia, nós iremos realizar um dos maiores experimentos já feitos até hoje. Podemos viver sem hierarquia? Hierarquia é algo mais do que uma sociedade dominadora? Como nós podemos funcionar sem papéis sexuais?

Por cinco mil anos, os princípios e as moralidades de um mundo androcrático têm sido o nosso inconsciente coletivo. O nosso subconsciente se confunde quando começamos a considerar alternativas. Aquela voz invejosa e sexista fala de dentro de nós quando ela é ameaçada por novas escolhas. A comunidade pagã - os revolucionários originais e os resistentes - é um lugar primário aonde as "táticas de guerrilhas" dos "rebeldes" feministas e gays podem formar raízes e sobreviver. A Arte é um solo fértil para as sementes do dissentimento.

2 comentários:

Alberto JR. disse...

olha, ao meu ver a deusa naum daria um passo em criar os homens gays sabendo que isso prejudicaria a terra, o amor nao escolhe sexo ele escolhe almas ser um gay nesta vida é uma forma de nos redimir de coisas erradas que fizemos e de nos integrar inteiramente a Deusa pois temos dois sexos um masculino e um feminino, sendo assim, naum importa se vc é gay desde que sua alma respeite os ensinamento da grande mãe e ainda digo que o maior ferimento que uma mae poderia levar é ver um filho seu sofrendo por ser algo que nunca imaginou que seria....

Anônimo disse...

Achei a reportagem sensacional.. Também tenho um blog d espiritualidade LGBT... chama-se "evolucaolgbt.blogspot.com"...

Amor e Paz