imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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domingo, 12 de abril de 2009

A RESSURREIÇÃO CRÍSTICA E A NATUREZA

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A maioria dos povos antigos do Hemisfério Norte - os nórdicos, os celtas, os egípcios, os gregos, só para citar alguns - seguiam uma religião extremamente ligada à Natureza e a seus ciclos.

A Primavera era a época de celebrações do renascimento de vários Deuses e Deusas (Dioníso e Perséfone na Grécia, Osíris no Egito, Tammuz e Inanna na Suméria, entre outros). A Igreja Católica manteve a mesma tradição - como fez com outras festas pagãs transformadas em festejos cristãos - celebrando a ressurreição de Jesus na mesma época da celebração dos Deuses sacrificados. Essa época refere-se precisamente ao domingo seguinte à primeira Lua Cheia após o Equinócio da Primavera. " Mas estamos no Outono!" dirá você. Pois é! No Hemisfério Norte as celebrações cristãs ficam em sintonia com os ciclos da Natureza, mas infelizmente no Hemisfério Sul isto não ocorre. Todo mundo sabe que as estações são invertidas no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. A América do Sul foi colonizada por europeus cristãos, sem nenhum vínculo com a Natureza, seus ciclos e ritos pagãos. Bom, isto explica tudo. Trouxeram seus costumes e tradições e pronto! A Ressureição Crística, e aí entra não só Jesus, como todos os Deuses Crísticos, é momento de esperança, de recomeço, alegria e amor, exatamente o que marca a Primavera. Os Antigos sabiam disto e celebravam seus Deuses de acordo com as energias cósmicas e telúricas, que variam em função do ciclo da Natureza de cada região específica, sendo opostas nos dois hemisférios.

Para a maioria das pessoas isto tudo parece não ter importância nenhuma mas para quem segue o Paganismo, o Xamanismo, o caminho da Deusa, a Arte, a Wicca, ou qualquer caminho espiritual que tem como base a Natureza e seus ciclos, os símbolos ficam meio que fora do lugar, para não dizer totalmente. Um bom exemplo é o dia de finados que é comemorado aqui em plena Primavera, sendo comemorado corretamente no HN no meio do Outono, na mesma época em que muitas religiões pagãs, como a Wicca e a Trdição Celta, comemoram Samhain, o Dia dos Ancestrais.

Bom, é claro que as coisas vão continuar da mesma forma até porque o Vaticano não é nem um pouco flexível. Ele não segue os ciclos da Natureza, ele não segue a Deusa, muito pelo contrário, a Igreja Católica transformou-A no Espírito Santo; por isso em vez de dizer-se " em nome do Pai, da Mãe e do Filho", diz-se... Ah, você já sabe! Mas isto é outra história... Felizmente as religiões intimamente ligadas à Natureza, embora minoria, têm a liberdade de adaptarem seus ritos a Seus ciclos, não perdendo a conexão com Ela.

Mirella Faur em seu livro O Anuário da Grande Mãe defende que as celebrações pagãs aqui no HS sejam juntas com o HN, alegando que já há toda uma egrégora formada há milênios pelos povos do HN em torno dessas celebrações, tanto pagãs, quanto cristãs. Concordo que hajam essas egrégoras e isto é importante. Mas Mirella, embora viva no Brasil, é romena e acredito que isto possa interferir na sua decisão. Eu, pessoalmente, por mais que admire o trabalho de Mirella não posso concordar com isso, pois acho totalmente contraditório que religiões que têm como base a Mãe Natureza e seus ciclos não sincronizem seus ritos com Ela. Ao meu ver as egrégoras existem também nos ciclos da Natureza e de acordo com eles. Neste caso concordo totalmente com Starhawk em A Dança Cósmica das Feiticeiras. Ela propõe uma observação e daí uma adaptabilidade dos rituais ao meio ambiente da região do praticante. Pois num país como o Brasil, por exemplo, a estação do inverno na região norte é completamente diferente da região sul.

Bom, as celebrações cristãs não vão trocar de datas, não vamos mudar isto, mas podemos tomar consciência das coisas e tirarmos nossas próprias conclusões. Ou você é daqueles que acha que a ignorância é uma bênção? Você pode não ver valor nenhum nas questões que levanto aqui, principalmente na importância que dou à Natureza e seus ciclos. Mas comece a prestar mais atenção em você e nos acontecimentos na sua vida. Comece a perceber como você fica em cada estação e até mesmo nas fases da Lua (principalmente se você for mulher). Tente ser fiel a você mesmo. Não tente se sentir assim ou assado só porque acha que deve, só porque o externo diz que você tem que estar sempre da mesma maneira. Se respeite! E a melhor forma de fazer isto é se observar e se conhecer. Comece a se questionar. Por exemplo, por que você tem mais tesão na Primavera do que no Inverno? Por que você tem mais sono no Inverno? Por que você está mais extrovertido no Verão? Bom, você pode continuar daí e se aprofundar, não é? Perceba-se junto aos ciclos da Mãe Natureza! Quem sabe você não anda bem porque não está sintonizado com esses ciclos? E você sabe realmente o que é estar bem? As vezes não é o que você pensa, ou o que te fazem pensar! Você só vai saber se for fiel a você mesmo, o tempo todo. E não é fácil, mas é preciso tentar!

http://www.annaleao.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=28

Veja também http://www.templodeavalon.com/modules/articles/article.php?id=38

Um comentário:

casa da poesia disse...

texto interessante!...bem-haja!...e para ti...

"Abvum D'bashmaia"...!?...