imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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domingo, 20 de setembro de 2009

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Bruxaria, Antiga Religião, Religião da Deusa ou simplesmente A Arte, são nomes usados para referir-se à antiga crença de que todo o Universo faz parte do corpo da Grande Mãe, A Deusa, que o cria e nutre. A Mãe que era Uma no princípio e que criou a manifestação dividindo-se em partes de si mesma sem, no entanto, jamais perder a Unidade. A Mãe que dá à luz o novo, o amadurece, o ceifa e o traz à luz novamente em diferentes formatos na eterna dança espiralada da vida.

A Bruxaria é a religião de culto a essa Grande Mãe Criadora de Tudo e imanente na natureza. A Deusa é a Mãe Terra sobre na qual existimos e, ao caminhar, estamos pisando o corpo dela, aqui e agora. Também é a Mãe Lua que controla as marés da fertilidade e da psique. Ela é nosso corpo e o fogo que anima nosso espírito. A criação, manutenção, destruição e recriação. Ela muda tudo que Ela toca e mantém o Universo em movimento. Ela o movimenta, pois o Universo é Seu corpo e Ela dança!

Ela é a Terra que pisamos, os animais, as plantas, a água, o ar, o fogo, as cores do arco-íris, o meu corpo e o seu corpo. A Deusa está em todas as coisas. Para a Religião da Deusa cada pessoa, animal, planta ou pedra tanto é parte do corpo e espírito da Deusa Mãe quanto é um espírito em si, um ser individual com vontade própria. Todos igualmente sagrados, pois todos são a Deusa. A Vida é o grande valor e respeitá-la a maior obrigação. Faça o que quiser sem a ninguém prejudicar é o dogma da Arte!

Essa lei é uma conseqüência da lei do retorno em que os bruxos acreditam. Uma vez que somos todos interligados em uma única Teia da Vida, tudo que se faz gera um efeito que retornará para nós. E retorna três vezes mais a partir do momento em que se assume um compromisso sacerdotal com a Deusa. É a chamada Lei Tríplice. Mais conhecimento, mais responsabilidade!

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..............................................A DEUSA



A Deusa é a Terra que pisamos, os animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas. Ela é Aquela que Canta na Natureza. A Deusa é a criadora primordial. A Deusa também é a Senhora da Lua. É cultuada em três aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente e aos inícios, a Mãe representada na Lua Cheia que traz a plenitude e maturidade e a Anciã sábia, iniciadora e guardiã dos mistérios, simbolizada na Lua Minguante. A Deusa é a própria natureza e seus ciclos. Está em nós e além de nós. Ela tem dez mil nomes e várias faces, possui em Si todas as possibilidades.

Mas porque Deusa, porque A chamamos Mãe e não Pai? A diferença entre considerar A Divina Consciência como Deusa ou Deus, Mãe ou Pai, não é tanto o sexo da Divindade em si, que no fundo abarca a ambos e ainda mais. A Divindade, em última instância é o Grande Mistério contendo em Si todas as possibilidades. Ela é incognoscível e, no entanto a representamos à nossa imagem e semelhança. A diferença é que quando A colocamos no lugar de nossa Mãe, nos fazemos íntimos Dela, buscamos seu colo, somos parte de Seu corpo, habitamos seu Útero, gozamos de seu prazer e sofremos com sua dor.

Quando chamamos a Divindade Pai, colocamo-la no lugar social do poder, de estabelecer regras e limites. Ela está fora e longe de nós, nos observando.

Ela é tudo isso naturalmente, tanto imanente quanto transcendente. Ela pode até mesmo permanecer em silêncio para os que não crêem na sua existência. Ela nos fala dentro de nossas consciências através das formas que Lhe damos, pois, enquanto mistério, Ela não pode ser apreendida e classificada. Podemos apenas vivenciar a Sua Presença que se assemelha ao toque suave de uma bruma, nos acaricia e preenche com o encanto e a magia.

Independente da religião que alguém siga, conhecer a Deusa e suas histórias, entrar em contato com a Sacralidade do Feminino é fundamental para a saúde psíquica. Tanto homens quanto mulheres, somos masculinos e femininos, animus e anima. Se existe um aspecto masculino da Divindade, um Deus, existe certamente um aspecto feminino, a Deusa. E é disso que trata a Criação - as energias femininas e masculinas juntando-se para criar vida nova. Sem a mulher não pode existir vida nova. Sem a Sacralidade do Feminino não honramos a Vida!

Nesse momento histórico precisamos mais do que nunca da Deusa e dos valores que Ela traz: ecologia, solidariedade, feminismo e sacralidade do feminino, do corpo e do sexo, criatividade, tolerância, direitos individuais e coletivos, cooperação, beleza, harmonia, assertividade sadia, equilíbrio e tantos mais de que precisamos.

Para nós mulheres, principalmente, conhecer a Deusa e suas várias faces é fundamental, pois se os seres humanos foram criados à semelhança do Criador, e existe apenas um Deus masculino, à imagem de quem foram criadas as mulheres? Como as meninas podem aprender a ser mulheres sem a Deusa? Sem as histórias da Deusa que modelos temos para a construção de uma auto-imagem saudável? Os limitados papéis tradicionais? Esses já não nos servem mais!

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................................................O DEUS



O Deus da Arte é muito diferente do Deus patriarcal. Ele só existe por amor à Deusa e se revela apenas através Dela. Só podemos cultuá-lo adequadamente quando mergulharmos na Deusa e nos despirmos do Deus do patriarcado. Ele é o Deus Cornífero, o macho na sua plenitude, o Deus fálico da fertilidade, o poder que fertiliza todas as coisas existentes na terra. Senhor dos Chifres, ele é força e poder, músculos e vitalidade, cheira a sexo e promessas. Ele é o Senhor das Coisas Selvagens, o Deus da Dança da Vida, O Falo Ereto Fertilizador, o parceiro da Senhora dos Grãos.

Ele nasce da Deusa no auge do inverno, cresce na primavera e se apaixona por Ela. Fazem amor por todo o verão, engravidando a Deusa e a Terra. Após a colheita, no outono, o Deus Cornífero morre para renascer da Deusa no próximo inverno, reiniciando o ciclo da vida e das estações. O Relacionamento da Deusa e do Deus contém em si os próprios ciclos da natureza onde, no Verão o Amor do Casal Divino traz força e fertilidade à Terra e no inverno, enquanto ele aguarda o momento certo de renascer, nada cresce pois a vida repousa no ventre da Grande Mãe.

Ele é o Deus dos animais e da caça, seus chifres representam virilidade, fertilidade, vitalidade, fartura e a ligação com as energias da Natureza. O livro “A Dança Cósmica das Feiticeiras”, de Starhawk, traz uma das melhores definições possíveis do Deus Cornífero e a sua relação com a Deusa:

"A Deusa é aquilo que tudo envolve, o solo do ser; o Deus é aquele que é dado à luz, a sua imagem espelhada, o seu outro pólo. Ela é a terra; ele é o grão. Ela é o céu que tudo abarca; ele é o sol, sua bola de fogo. Ela é a Roda; ele o Viajante. Dele é o sacrifício da vida pela morte, a fim de que a vida possa continuar. Ela é a mãe e Destruidora; ele é tudo que nasce e é destruído."

Enquanto Ela é eterna e nunca morre, Ele é o ciclo do tempo, morre, renasce, cresce, fertiliza doando-se novamente, fertilizando os campos com sua própria vida!

Costumamos cantar para Ele quando colhemos o trigo e preparamos o pão (ou outro alimento qualquer, mas o pão é tradicional!) porque Ele era a planta que consentiu em morrer para nos alimentar! E cantamos para que Ele possa renascer de suas sementes como a nova planta que nos alimentará novamente!

Para Ela cantamos sempre, e sempre primeiro para Ela, porque somos parte Dela. Assim como Ele, somos suas sementes, fruto de Seu Útero Sagrado e morreremos e renasceremos segundo a Dádiva Dela, da Senhora de toda a vida-morte-vida! Ela é tudo que conhecemos, mas é ainda muito mais do que poderíamos conceber, pois Ela é o mistério, imanente e transcendente! Ser bruxa(o) é amá-la em tudo à nossa volta, é saber que vivemos num universo sagrado onde tudo é vivo, tudo é parte do corpo Dela, e portanto Nela somos um Só, fios de uma grande teia!

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