imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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sábado, 2 de julho de 2011

CARTA DE UMA MULHER INDÍGENA




Eu sou uma mulher indígena, filha da terra e do sol, pertenço a uma raça milenária  que hoje conservo como um tesouro ... convivo com aquilo que me rodeia, chuva, vento, montanhas, céu ... Eu estou feliz nesta solidão ... Eu tenho tempo para contar as estrelas, tempo para conseguir meus sonhos, para dançar com os pássaros sentindo o ar fresco da amanhecer e em silêncio falar com animais,com as plantas, com os espíritos ...



Semear com a Lua  os frutos do alimento, tingir a lã para fazer os tecidos, estudar medicina como minha avó me ensinou, cantando o novo dia.


Sei amar simplesmente com fidelidade e ternura ... Sou mulher indígena, mulher como a Mãe Terra, fértil, calma, protetora e forte.


Eu não sei de economia ou bancos, política ou subvenção.Mas eu sei quando meu mundo está em perigo e sei quando as coisas são boas ou não.


Eu não entendo muitas coisas, as pessoas do governo que vêm com muitas promessas, palavras ao ar quando há eleições e depois nada, quem vem  querer mudar o meu mundo, minhas roupas, minha espiritualidade ... aqueles que roubam, os que experimentam com os meus filhos, ou  retiram seus órgãos para os ricos, os que mentem, os que tomam as minhas terras, os que me exploram, eles trocam a minha arte e meus tecidos por alimentos ou bebidas alcoólicas e pagam uma ninharia pelo  trabalho de meses para vender em cidades distantes da Europa.


Eu não entendo aqueles que vêm como meus amigos para me tirar conhecimento, que vêm com grandes máquinas para cortar a floresta, que cortam a terra para obter seu sangue, que escondem lixo nas latas para nos contaminar, o que nos coloca vacinas, experimentando com o meu sangue, aqueles vêm com boa fé e crêem que vêm para ajudár-me  a  me integrar para me confundir, que me colocam sapatos,  querem mudar meus costumes ancestrais, que me olham como um bicho raro e tiram fotos,  querem que eu dançe por dinheiro, que vêm com muitas palavras bonitas para construir igrejas em nossos lugares sagrados, aqueles que procuram me escravizar com coisas fora da minha cultura, que vêm armados para nos expulsar de nossas terras, aos estrangeiros que vêm de férias enfrentando os militares e voltam  protegidos a suas terras distantes ... às vezes as coisas pioram para o nosso povo, prende-nos, matam-nos ...


Eu não entendo aqueles que me desprezam, que me ignoram, eles não se importam comigo e roubam tudo, até minha dignidade ...


Sou mulher indígena e  sei que quero mudar as coisas,essas coisas que dóem por dentro e vão se agravando com a impotência; falta de moradia, destruição, palavras quebradas, a indiferença, o desamor e  o sentimento de estar sendo constantemente violada.


Eu quero gritar: Deixe-me em paz ... Eu quero viver de forma simples, com a terra e com o meu povo, rindo, que cria,  e que vibra com a vida assim como ela é, sem mudar as coisas, que compartilha, que acaricia, que não tem pressa e ama sem esperar nada, que não se aborrece ...


Eu quero me respeitem, eu sou uma mulher da terra, forte como a árvore que resiste ao vento, como um junco na correnteza, como a montanha mais alta, colibrí frágil e doce como os entardeceres.


Eu sou mulher indígena, filha da terra e do sol e mesmo que eu não entenda muitas coisas, se eu quero, eu tenho esperança e sei que as coisas podem mudar.



TEXTO ORIGINAL:

Soy una mujer indígena, hija de la tierra y el sol, pertenezco a una raza con una cultura milenaria que hoy conservo como un tesoro…Convivo con lo que me rodea, con la lluvia, el viento, la montaña, el cielo…Soy feliz en estas soledades…tengo tiempo para contar las estrellas, tiempo para poner mis sueños al día, para danzar con los pájaros sintiendo el aire fresco del amanecer y hablar en silencio con los animales, con las plantas, con los espíritus…



Sé sembrar con la Luna los frutos del alimento, teñir la lana para hacer el tejido, hacer medicina como me enseñó mi abuela, cantar al nuevo día.


Sé amar sencillamente con fidelidad y con ternura…Soy mujer indígena, mujer como la Madre tierra,fértil, callada, protectora y fuerte.


Yo no sé de economía, ni de bancos, ni de política ni subvenciones.Pero si sé cuando mi mundo está en peligro y sé cuándo las cosas son buenas o no.


No entiendo de muchas cosas, a la gente del gobierno que vienen con muchas promesas,palabras de aire cuando hay elecciones y después nada, a los que vienen a querer cambiar mi mundo, mis vestidos, mi espiritualidad…los que roban, los que experimentan con mis hijos,o les sacan sus órganos para los winkas ricos,los que mienten, los que me sacan las tierras, los que me explotan, los que intercambian mi arte y mis tejidos por comida o alcohol y me pagan una miseria por el trabajo de meses para venderlos en las ciudades lejanas de Europa.


No entiendo a los que se hacen mis amigos para sacarme conocimientos, los que vienen con grandes máquinas para talar el bosque,los que agujerean la tierra para sacarle su sangre, los que esconden en la comunidad basura en bidones para contaminarnos, los que nos ponen vacunas, los que experimentan con mi sangre, los que tienen buena fe y creen que vienen a ayudarme a integrar-me para confundirme, los que me ponen zapatos, los que quieren cambiar mis costumbres ancestrales, los que me miran como un bicho raro y me sacan fotos, los que quieren que baile por dinero, los que vienen con muchas palabras bonitas a hacer iglesias en nuestros lugares sagrados, los que intentan esclavizarme con dependencias ajenas a mi cultura, los que entran armados en nuestras tierras para echarnos, a los extranjeros que vienen de vacaciones de guerrilla a enfrentarme con los militares y luegos e van protegidos a sus lejanas tierras…a veces las cosas se ponen peor para nuestra gente, nos apresan, nos matan…


Tampoco entiendo a los que me desprecian, los que me ignoran, los que no les importo nada y me roban todo, hasta mi dignidad…


Soy mujer indígena y sé lo que quiero cambiar cosas, esas cosas que duelen dentro y se van agrandando como la impotencia, el desamparo, la destrucción, las palabras incumplidas, el desamor y ese sentimiento de estar siendo violada constantemente.


Quiero gritar¡ Déjen-me en paz!… Quiero seguir viviendo así simplemente, con la tierra y mi gente, la que ríe, la que crea, la que vibra la vida así como es, sin alterar las cosas, la que comparte, la que acaricia, la que no tiene prisa y ama sin esperar nada, la que no se aburre…


Quiero que me respeten, soy mujer de la tierra, fuerte como el árbol que resiste al viento, como el junco en la corriente, firme como la montaña más alta, frágil como el colibríy, dulce como los atardeceres.


Soy mujer indígena, hija de la tierra y el sol y aunque no entienda muchas cosas,se lo que quiero, tengo esperanza y sé que las cosas van a cambiar.

Encontrado no facebook, no mural de Raul Rivera

Um comentário:

Don Juan disse...

Ola, sem querer , caí aqui no blog e ainda bem , pois , estou de pleno acordo com esta carta...encantadíssimo com a descrição , pois , adoro a natureza e as pessoas simples...que , lá bem no fundo sabem muito bem o que dizem.

Abraço