imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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domingo, 9 de janeiro de 2011

LILITH -- O PODER QUE REGE O UNIVERSO

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No início das eras existia a Grande Deusa, e a Deusa era a própria Terra, Gaia, e a Terra era a Deusa. As origens do culto à Grande Deusa são encontradas na penumbra do tempo pré-histórico. A Deusa governou por milhares e milhares de anos, anos em que a Terra vivia os ciclos lunares perfeitamente em harmonia com a vida orgânica da Mãe. Ao longo do tempo a Grande Mãe foi sendo arrasada e relegada à escuridão, e iniciou o triunfo do mais patriarcal dos arquétipos, aquele do Grande Deus Pai, Allah, IHVH, que foi completamente adotado com o crescimento do judaísmo, do cristianismo e da religião muçulmana. Foi somente na forma atenuada de Maria, Mãe de Deus, que alguns aspectos da Grande Deusa foram deixados subsistir. Várias Madonnas antigas ainda são resquícios do culto à Grande Deusa.

A figura de Lilith – A Lua Negra – representa um dos aspectos da Grande Deusa. Na antiga Babilônia ela era reverenciada como Lilitu, Ishtar ou Lamschtu. A mitologia judia já a colocou nos reinos mais obscuros dos demônios da noite, reino de Satã, capaz de subjugar os homens e matar crianças. O cristianismo fez dela uma prostituta por causa do medo que ela despertava nos homens.

http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=03651

Nossa civilização é doentia, hipócrita, psicopata. Autoridades religiosas nos ensinaram que somos pecadores, que somos um erro da Natureza, um erro de Deus: estranha concepção do Divino.

Deus seria um pai incompetente, que mandou seu filho único sofrer, de maneira inútil, para salvar a turma de vagabundos que somos e fracassou. Não é bem assim: Deus não é neurótico, nem somos vagabundos.

Há cinco mil anos atrás, mais ou menos, ocorreu uma revolução, quando a humanidade passou da vida perigosa da caça, devendo enfrentar feras, para a vida mais tranqüila dos pastores de rebanho. Antes, quem dominava era a mãe, a vida, a intuição da mãe, capaz de avisar os caçadores: "Não vão por aí, tem feras. Mas, para lá, vão encontrar caça." Com a vida mais tranqüila dos pastores, essa faculdade pareceu menos importante e o Pai pôde tomar o Poder. Ele tinha medo do Poder feminino: proibiu. Faz cinco mil anos que é proibido ser mulher. Ser mulher é um pecado imperdoável em um mundo patriarcal. A Bíblia começa pela culpa, continua pela culpa, acaba no Apocalipse da culpa e a culpa é de quem? Da mulher!

A imagem máxima em nosso mundo interior é a imagem de um Deus Pai. E a Mãe? Fazemos de Deus uma palavra masculina: é um erro de gramática que, de maneira sutil, condiciona nosso inconsciente. Rezamos o "Pai Nosso", sem perceber que essa oração distorce nossa inteligência, nossa alma, nossa sensibilidade, nosso destino. Deveríamos rezar "Pai Nosso, Mãe Nossa. Mãe Nossa, Pai Nosso". Os Evangelhos contam que Jesus ensinou essa oração. Os Evangelhos não estão bem informados. Existe ainda um monólito da Babilônia, gravado dois mil anos antes de Cristo, que contém, palavra por palavra, essa oração patriarcal. Somos condicionados a perceber apenas a metade masculina do Divino, apenas a metade masculina da Realidade. Mas quem percebe apenas a metade, não é capaz de compreender a metade! Esse mundo que rejeitou a dimensão feminina da Realidade não é um mundo masculino, mas apenas um mundo patriarcal, um mundo de pastores de ovelhas. Até hoje, algumas pessoas se dizem Pastores. Não somos ovelhas. Somos gente.

Jung, de maneira confusa, fala dos arquétipos que condicionam o inconsciente coletivo. Os egípcios antigos tinham uma concepção clara dos arquétipos. Usavam, conscientemente, os arquétipos. Quando mudava a época, o momento da evolução, tinham a energia, a coragem de destruir templos, para edificar novos templos aos novos Deuses, aos novos arquétipos capazes de orientar uma civilização. A civilização deles perdurou quatro mil anos.

O novo arquétipo capaz de orientar nossa civilização patriarcal em agonia, o novo Deus é a Deusa. Claro que o Divino, no plano espiritual, não tem forma, nem masculina, nem feminina. Mas, no plano astral, no subconsciente, tem uma forma. Consoante a forma que subconscientemente damos ao Divino, a forma que, subconscientemente, damos à Realidade, nossa vida é neurótica ou sadia. Nossa vida era neurótica.

Estamos diante do desconhecido. Os valores femininos foram rejeitados. Nenhuma teoria pode nos ajudar. Uma teoria é apenas um fragmento de Realidade e, pior ainda, lida apenas com o conhecido. Mas, se usarmos a imagem simbólica da Deusa, se imaginarmos e amarmos a imagem máxima do feminino, vamos fazer isso de maneira racional, sabendo o que estamos fazendo. Nossa imaginação vai compreender. Nossa sensibilidade vai compreender.

Vamos sentir, perceber a imensa dimensão feminina do Universo.
Então, vamos também perceber a verdadeira dimensão masculina da Realidade. Vamos perceber a Realidade e a Realidade é linda: é divina.

Para descer ao mais profundo, precisa subir ao mais alto.
Para dominar o subconsciente mais escuro, precisa ter acesso ao supraconsciente. A viagem para encontrar Lilith começa com uma viagem a Urano, uma viagem ao supraconsciente.

...Uma figura misteriosa sai das trevas,
uma mulher vestida de noite,
uma mulher de uma grande e profunda beleza,
Lilith, a Deusa da noite profunda,
a Deusa rejeitada, está se aproximando.
A antiga Deusa dos bilhões de anos.
O tempo de um sorriso para você e Ela já desapareceu.
Mas o primeiro contato com sua alma profunda está feito.
Você sabe: Ela voltará...


http://www.dassigny.com.br/lilith.shtml



ENIGMA

Na luz da Lua Negra
Tu não sabes quem sou
Por tráz dos meus véus
Ocultas sombras
Fugidias
Dos meus dias de luz
Ouve meu canto
Meu pranto
Meu acalanto
Deita em meu peito
Em meu abismo profundo
Entra em meu mundo
Te levo aos céus
Ou ao inferno
Eterno
Terno
De caricia dos vales
Do meu escuro
Penetra em minha selva
Bebe minha seiva
Deixa teu sêmen
Teu suor
Teu sangue
Basta um corte
Antes da morte
Mas eu deito a sorte
A doce beleza
Com delicadeza
Rasga meus véus
Sou fêmea lasciva
Deusa despida
Amoral
Chama imortal
Princípio e precipício
De todas as formas
Embarca
E abarca a imensidão
De meus oceanos estelares
Minhas trevas lunares
E minha luz
Que te conduz em equilíbrio
Sobre o fio da navalha
No Éden dos desejos
Te faço mais forte
Sob as cicatrizes
Dos meus punhais
Não tenho rivais
Eu sou todas
A que tem asas
A que tem garras
A que tem fel
A que tem mel
Eternamente
Rosa dos ventres
Rosa dos ventos
Rosa dos tempos
Rosa dos templos
Decifra-me!
Em minha face de luz
Ou te devoro
Em minha face de sombras...

Porto Alegre,09/12/2009


http://desombrasedeluzanna-paim.blogspot.com/2009/12/enigma.html

2 comentários:

William Garibaldi disse...

Foi a Bruxa de Évora quem me trouxe até aqui! Nanaime... ela seria a primeira Pombogira... na religiosidade que sigo...
Escontro Lilith e um Texto sublime!
A grande viagem a verdade sobre o Cristo que nos foi maqueada...
Gostei!
Voltarei com calma pra reler este post e muitos outros...
Encontrei amigos que amo ali te seguindo... a Astrid e a Maria Oliveira... então... senti-me em casa!

Muito prazer!

Rubens Queiroz disse...

O que nos fala a lua?
A lua como a rua,
nos ensina a pensar.
As flores nos ensinam
a nos perfumar.
Os morcegos a ouvir.

Quando era pequeno,
costumava contar
estrelas, com o tempo
perdi esse hábito
e muitos mais,
descobri no amor,
a dor, mas o caminho
para a eternidade,
descobri a vaidade,
lixo do luxo humano,
aprendi a calar,
esqueci como falar.