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A definição precisa dessa energia arquetípica é "ser completa em si mesma".Tal estado de completude torna possível compreender por que,na mitologia,a Virgem é frequentemente citada como solteira pois "ela não tem necessidade do outro para torná-la inteira".Suas roupas brancas enfatizam sua capacidade de irradiar autenticidade;nada permanece na sombra e todos os aspectos do eu são abraçados em nome do amor.Em essência,qualquer pessoa que exemplifique a Virgem é uma ameaça para aqueles que controlam os outros pela manipulação,humilhação,culpa e medo,pois ela não pode ser coagida pela chantagem emocional.É por essa razão que,nos últimos 2 mil anos,sua imagem tem sido frequentemente corrompida,sendo retratada como imatura e não maculada pelas alegrias da vida.
Contudo,o impacto da Virgem sobre nossa existência não pode nunca ser apagado.Ela é nosso eu superior que transporta o projeto espiritual que escolhemos manifestar durante essa vida.Seu maior desejo é que cheguemos a amar e aceitar todos os aspectos de nós mesmos,de modo que possamos também irradiar a pura luz da autenticidade.Com isso em mente,ela nos fala por meio da pequena voz da intuição,ajudando-nos a navegar nosso caminho em meio aos turbilhões da ilusão e ao redor das pedras da estagnação.Ela fornece orientações simples para nos ajudar a manter o foco na realização do destino de nossa alma.
A Virgem nunca nos abandona,permanecendo conosco durante os momentos mais escuros,quando dúvidas ou temores quase nos derrotam,ou quando surgem encruzilhadas em nossa vida.Ela conhece intimamente nosso projeto e gentilmente nos empurra em direção ao destino de nossa alma.Isso é mais profundo do que podemos imaginar,pois a Virgem tem um papel muito profundo,identificado,nos contos mitológicos de Roma,com as vestais e as sacerdotisas da Virgem Brígida,na Irlanda.Essas jovens mulheres eram especialmente treinadas para serem as guardiãs do fogo familiar e,em particular, para guardar o "fogo perpétuo",o qual nunca era permitido extinguir.
Os romanos e outros povos antigos adoravam o coração,seja de um indivíduo,seja de uma civilização,sabendo que sem ele o crescimento e a criatividade rapidamente estagnariam,levando à morte do organismo.Eles sabiam que o coração era mais do que uma simples bomba,e viam-no como um transformador de energia que transportava um indivíduo ou uma cultura através dos vários domínios da multidimensionalidade,até que se pudesse escolher viver fora dos limites de tempo e espaço e conhecer a imortalidade.A maioria de nós experimentou tal liberdade em momentos de alegria,de felicidade profunda e no estado de graça do começo do amor.O tempo parece parar,nossas sensações tornam-se intensas,as cores ficam mais brilhantes e nos sentimos como se a abundância do mundo nos estivesse sendo oferecida em uma bandeja.
É esse mesmo estado de consciência que estamos encarando atualmente,conforme nos alinhamos com o coração da Grande Mãe no centro da galáxia.Tudo o que é necessário é fornecer à ela amor suficiente para alimentar o fogo,que agirá como o ímpeto para a nossa viajem ao vazio atemporal,com seu oceano de possibilidades.E é aí que entra a Virgem.O maior interessa dela é que vivamos em completude - onde há fusão entre vida nossa interior e exterior e entre nosso mundo do espírito e da matéria.Ela sabe que,conforme manifestamos na realidade cada aspecto de nosso projeto espiritual e,depois,atraímos sua essência para nosso coração em nome do amor,nosso fogo torna mais brilhante nosso corpo de luz,e podemos nos mover com facilidade entre as dimensões.As cargas que impedem tal movimento incluem a bagagem que trazemos do passado,histórias não terminadas,ilusões do futuro e ligação com a crença de que controlamos nossa vida.É por meio da orientação da Virgem que,finalmente,liberamos nossa realidade redundante e adentramos o desconhecido para,uma vez mais,sermos aquecidos por nosso fogo perpétuo...
(continua...)
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