"Não
acredito
em Deus porque
nunca o vi. Se ele quisesse
que eu acreditasse nele, sem dúvida
que viria falar comigo. E entraria pela minha
porta adentro dizendo- me, 'Aqui estou!' Mas se Deus
é a colmeia e a abelha, o pólen e o néctar e o sol e a lua,então
acredito nela e acredito nela a toda hora, e a minha vida é toda uma
oração e uma missa e uma comunhão com os olhos, com os ouvidos.
Eu a honro vivendo espontaneamente, como uma mulher que
abre os olhos e verdadeiramente enxerga, e chamo-a
colmeia e abelha e pólen e sol e lua, e eu a amo
sem pensar nela, e penso nela
vendo e ouvindo,
e ando com
ela."
(Interpretação da Mestra Abelha do "O Guardador de Rebanhos" do poeta português Fernando Pessoa)
(...) A Mestra Abelha sabe que tudo nasce da mulher.
O que para você é o universo, é para nós o yoni- verso, a própria criação é uma doce canção do yoni.
O macho nunca deu à luz alguma coisa.
Ele pode ser a semente, pode ser a concepção, mas sem a recepção e a criatividade, não pode haver nascimento.
Por isso nós vimos o Grande Yoni como O Vazio, como o Parente Eterno segurando a Bisavó e o Bisavô, e vemos o início dos ensinamentos que dizem respeito à sexualidade alquímica, onde nossa Terra se manifesta como o centro sexual do nosso Universo.
E assim, no Grande Vazio, havia algo dentro do nada, a pura luz do coração, a energia em forma mental, e disto, inspiração, expiração, inclusão, Bisavó, a fêmea, o ovo, o receptivo, o criativo.
E então a exalação, a explosão, a semente, o ativo, o Parente se vendo em seus dois lados e fazendo amor, e, a partir disto, criou a si mesmo em todas as formas e em todas as coisas.
Este é o verso yoni no qual temos o nosso ser e este é o contexto no qual desejo que escute o que se segue.(...)
(...)Para a maioria das pessoas no Ocidente, o yoni é pecado, vergonha, folhas de figueira!
Mas ele não é um recipiente passivo, e sim uma inteligência, e o trabalho empreendido com inteligência é o nosso fulcro.
Nenhuma religião, na prática, foi boa com as mulheres, todas representam século após século de opressão.
As mulheres no Caminho do Pólen estão plenas de poder.
Não empoderadas como muitas mulheres o estão nos dias atuais e em nossa época, quando, numa tentativa de adquirir um poder que lhes foi tirado, elas muitas vezes se tornam uma imitação dos homens.
O SOL e a Terra não competem entre si, eles são opostos.
Observe a natureza: a oposição cria o grande todo, a harmonia.
A competição destrói.
As Melissas não competem com os homens; em vez disso elas entendem que seus poderes enquanto mulheres podem ser sensuais, sexuais, luxuriantes, apaixonados, até mesmo libertinos, e que isto não as torna um objeto para você ou qualquer outro homem.
De fato, é o poder das Melissas que faz nascer todas as coisas: sexualidade, emoção, mente, corpo e espírito.
Nosso tesouro está na colmeia de nosso conhecimento, pois somos coletoras de mel da mente. (...)
(...) A Abelha Rainha sabe que as Melissas se incidem em dois agrupamentos distintos, dois tipos primários atraídos para este trabalho: o tipo maternal e o tipo magnético.
Cada uma de minhas filhas, minhas Melissas, se inclina em vários graus para um ou outro desses extremos.
Se ela for puramente do tipo maternal, pedirá pouco, além de ser fecundada, ano após ano, proteção e provimento para sua prole, quer isto seja um ritual, um sonho sagrado, ou realmente uma criança.
Se ela for do tipo magnético, e fiel às leis de sua natureza, ela não se negará a ninguém que a chame em nome da tradição.
Solicitada pelos poderes do sexo feminino dentro dela, é por natureza desapiedada, é solitária e livre para se movimentar e, se leal a si mesma, ela não se liga nem por uma hora a outro, além da comunhão perene que mantém com a colmeia.(...)
(...) Há outro tipo de abelha que também se movimenta de flor em flor, mas não sorve néctar.
Em vez disso, devora a flor com todos os seus sentidos; inalando a fragrância, saboreando o gosto, absorvendo a cor.
Ela assimila a canção de alegria evocada pela luz do sol nas pétalas.
De volta a colmeia, ela também partilha seu prêmio com a comunidade.
As abelhas se reúnem em um círculo, e cada uma dança expressando as benesses que coletou: dança a alegria, dança o esplendor, dança o deleite.
Uma a uma, elas acrescentam a sua parte para encher o caldeirão no centro.
Então todas dançam juntas, em torno do caldeirão, cantando louvores a face visível dos espíritos.
A mistura resultante amadurecerá e fermentará se tornando um mel que também é rico e doce - e para a maioria das pessoas completamente invisível. (...)
"O Antigo Mistério Feminino da Sexualidade Sagrada - O Caminho Xamânico da Abelha", Simon Buxton, Editora ProlíBera
Imagens: Sami Edelstein
2 comentários:
Com muita sorte na minha direção, acolhibesre livro em minhas mãos, nestas bibliotecas comunitárias, onde você leva um.livro para o graciosamente, e depois o devolve. Ou o fica mais, para estudo, e dois outro no.lugar. tenho.grande admiração por esta comunidade- As Abelhas e a sensibilidade desta sociedade tão sutil e essencial a vida na Terra, como a conhecemos. Obrigada Universo! Shop!
Uau,achei sensacional e ajudou eu enxergar, melhor todas as Melissas de minha vida.
Gratidão.
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