imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

ESPIRITUALIDADE E MORTE


Todos nós temos ainda memória recente dos valores da terra, bastando recuar em alguns casos uma ou duas gerações para termos sangue rural, sangue da terra, suor do trabalho árduo pela sobrevivência. Está nos valores que nos foram subtilmente transmitidos.


... Consideramos que a morte não é assunto e que a espiritualidade é algo que cada um guarda para si...


Nas comunidades humanas onde as pessoas vivem realmente em comunidade, tribos independentes e auto-sustentáveis desde tempos imemoriais, a morte é algo importante e celebrado, ritualizado e valorizado, sacralizado. A vida está sempre mais em perigo. A ligação à natureza coloca esses humanos em contacto diário com a morte. Matam o que comem, não compram empacotado. Sentem a morte perto e por isso não podem fazer de conta que não é importante e não existe.


E quanto à espiritualidade. Não se trata de religião. Trata-se de estar ligado ao nosso lado transcendente. E esse é o laço que une pessoas às pessoas. Pessoas à Terra e à Vida. Pessoas aos bichos e às plantas. Aos elementos. Aos minerais.É através de laços de espiritualidade que respeitam em laços de profunda gratidão os predadores e as presas, e assumem o seu papel na cadeia alimentar com respeito por ambos.


Os seus deuses não são mais do que simbólicas formas de gratidão, veneração e assombro, perante o que são os espíritos dos animais. Os espíritos das plantas. O espírito das flores. O espírito da água. Do fogo. E tudo isso torna as suas vidas mágicas. E as suas mortes dignas...


A espiritualidade pode ser vivida no silêncio com que caminhamos juntos sob um magnífico céu estrelado .

Pode ser vivida quando sentimos o nosso respirar no momento em que o suor escorre e o sacho recorta a carne da terra de onde a vida irá rebentar forte e cheia de sol.

Pode ser quando parimos. Pode ser quando abraçamos um amigo que perdeu um filho.

São os nossos limites.

E isso pode ser partilhado de muitas maneiras.

Apenas é riqueza pura estarmos conscientes disto, e celebrarmos isto, e transmitirmos isto às gerações vindouras através do nosso exemplo.


Fonte:Sofia Machado,Facebook,grupo Mulheres Fenomenais

Imagem:Maria J. William,"Legacy"

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