imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

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sábado, 29 de dezembro de 2012

2013... WHERE ARE YOU GOING FROM HERE

Where Are We Going From Here


On a long road, miles to go
Its winding and cold and its covered with snow
But I ask you what we all want to know
Where are we going from here...

Lines on my face , lines on my hands
Lead to a future I don't understand
Some things don't go as they're planned...
Where are we going from here...

Tracing the trails through the mirrors of time
Spinning in circles with riddles in rhyme
We lose our way, trying to find
Searching to find our way home...
Trying to find our way home...

As the day dies, with tears in our eyes
There's too few hellos and too many goodbyes
Silence answers our cries...where are we going from here...

We're all on this road, with miles to go
Braving new pathways into the unknown
But who do you ask, when no one really knows
Where we are going from here...
 
TRADUÇÃO
 
Numa longa estrada
Milhas por vir
Está ventando frio e tudo esta coberto de neve
Mas te  pergunto o que todos nós queremos saber
Para onde estamos indo daqui?
 
Linhas em meu rosto
Linhas em minhas mãos
Levando a um futuro que não entendo
Algumas coisas não acontecem como planejadas
Para onde estamos indo daqui?

Traçando trilhas através dos espelhos do tempo
Girando em círculos com enigmas em rima
Perdemos nosso caminho tentando encontrar,
Procurando encontrar nosso caminho para casa...
Tentando encontrar nosso caminho para casa

Quando o dia morre
Com lágrimas em nossos olhos
Há poucos "olás" e
Muitos "Adeus"
O silêncio responde nosso lamento
Para onde estamos indo daqui?

Estamos todos nesta estrada
Com milhas por vir
Desbravando novos caminhos ao desconhecido
Mas a quem você pergunta,
Quando ninguém realmente sabe
Para onde estamos indo daqui...
 
Where Are We Going From Here, Blackmore's Night

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ÀS QUE NUNCA CHEGARÃO A SÁBIAS ANCIÃS



É neste mês de Inverno que vos evoco
ao ver-vos galhos secos. Engelhadas. Lívidas.
Neste mês de Natal em que vosso presépio
...
é a espera da morte e não da vida.
E pergunto a ti, oh! Deusa,
quantas idades tu tiveste,
como te incorporaste em cada uma delas,
e como és tu afinal na mulher velha?
Recuso-me a ver-te tão intemporal
que te esquecesses,
que não tivesses piedade delas.
Não das mulheres de cunho antigo,
mas das degradadas,
das que nunca chegarão a sábias anciãs!
Das que já não são macio orvalho
nem em neons brilham
das que estão a um canto gastas ou doentes
das que como bestas trabalharam
das que foram amestradas para gaudío de plateias
das que estão atordoadas
em lares, em casas, em buracos de solidão
onde pelos seus pavores passam ratazanas.
E assim vão apodrecendo aqui na terra.
Explica-me este horror
onde não vislumbro nenhuma redenção humana.
Ilumina-as, em qualquer parte do universo onde TU estejas!
Tu, que até do estrume dás alimento à Vida.
Aqui, só posso falar delas.
E faço-o exactamente hoje, antes da festiva consoada.
Quem dera num memorial gravá-las
para que de algum modo fossem recordadas.
Mas Tu, Lilith, podes acender a chama que as conforte.
E seja ainda a Tua luz que as redima!


Graça Mota

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A MÃE



O poder que percorre meu corpo percorre o teu.
O amor que flui aqui, flui aí.
A diferença entre nós, nos une,
Os opostos se abraçam
Para formar o mistério da união.
O Amor envolve tudo,
É Mãe de todos,
A sempre Virgem Maria,
De onde veio o Pai,
O Filho e o Espírito.
Se assim não fosse
Vão seria o Amém
Que só existe pelo Amor.

F.A.


Imagem: The Saint, Sammy Edelstein

http://pistasdocaminho.blogspot.com.br/2012/12/a-mae-de-todos.html

VIDA E POESIA



A vida é Poesia e música, caminho, encontro, planícies, ar. A existência é poema e barulho, estrada, distância, labirinto, gases sufocantes. E a violência feita contra um ser, qualquer ser, é feita contra todos e contra o Eterno!

O amor é mesmo semear atos de bondade! A sabedoria é nunca chamá-las de semente! E o coração é o universo onde a vida é privilegiada com Paz. Ali não há gritos, mortes, violação – somente música, e serenidade, e lealdade, e afeto, e delicadeza!
(...)
Caminhos largos para pessoas, porque, afinal, um jardim não é sem pessoas. E não se aborreça se elas criarem passagens entre flores, de terra socada apenas, para irem e virem – e estarem, porque essa é a vida de ser humano: abrir passagens - mas, não destruir o jardim. Não queira mais que isso! As borboletas e anjos ficam por conta do Eterno.

Transforme a vida numa casa, mas não use material descartável. Ela deve durar e trazer saudades, e deve deixar lembranças, lançar raízes profundas e dar frutos. Abra as janelas em todas as direções e erga um teto alto, que acompanhe o telhado, a fim de ter bastante ar e música espalhada como unção e bênção humanas.

Na casa, filho, tenha poucas coisas – mais pessoas! Nenhum negócio e muitos encontros. Entre coisas, prefira as simples, rústicas e duradouras. Entre pessoas, as plenamente humanas. E, entre elas, as mulheres! Especialmente as que cheiram Poesia e possam ser chamadas “Bênção de Deus”, pois os seus sentidos são desenvolvidos mais que em pessoas, o seu cheiro é mais agradável e quando abrem a boca, levam Poetas para todos os mundos.

...E não se esqueça do café – ele é vital. Feito, (nunca por empregadas), em coadores de pano. E servido, (nunca para apressados), em xícaras pequenas, brancas, de ferro esmaltado. Tudo deve ser demoradamente vivido e visto, cheirado, degustado, escutado, falado e compreendido – nunca amanhã! Por isso mesmo, a sua casa deve ser o encontro de pessoas boas, coração – e música, muita música! E poesia – muita Poesia!


© Pietro Nardella-Dellova. A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS. Ed. Scortecci, 2009, pág 31-33

http://ancoraseasas.blogspot.com.br/2011/06/poesia-na-casa-e-no-caminho.html

domingo, 23 de dezembro de 2012

RESOLUÇÕES

 

 Que eu seja como a que tece o pano na floresta,profundamente escondida.
Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.
Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.

Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios.
Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima,nas árvores desenhadas no céu luminoso.
Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.
Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundancia.

Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.
Que sejamos inocentes e despretensiosos.
Que eu seja capaz de gratidão.
 
Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno.
Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.
Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha.

Que eu não me incline a auto-piedade.
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos circulos de pedra,como raposa ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso.
Que meu olhar seja direto e minha mão firme.

Que minha porta se abra aqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.
Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega a minha porta.
Que se percam na jornada labiríntica.
Que eles voltem.

Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me peçam.
Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.
Que o lugar onde habito seja como uma floresta.

Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.
Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento, ou o orgulhoso crescer das árvores.
Por isso, eu jogo fora a minha roupa.
Que eu possa conservar a fé,sempre!

Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.
Que eu saiba que não tenho opção,e assim mesmo escolha como a cantiga é feita,em alegria e e com amor.
Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.

Quando falhar, que eu me conceda o perdão.
Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo. 

(Rae Beth)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

POEMA DE YULE




Uma Senhora carrega seu filho nos braços atravessa a noite escura

...
caminha serena nada teme sempre avança pela floresta pelos campos montanhas e pela alma de seus protegidos ela vem suave trazer a luz de seu pequeno filho para aqueles que

creem no amor supremo dedicado às criaturas por seus criadores é uma caminhada em círculo que se eleva e pelo coração nos carrega ao alto da sacralidade uma Senhora caminha

por trilhas escuras
caminha segura e leva nos braços seu maior amor para doar à todos aqueles que aceitar o presente iluminado.....

Que venha o Yule no meu, no teu coração....

que venha a névoa, o frio....o gelo....a neve..... que venha o que vier
a luz do pequeno aquece sustenta, acende.... quem tem olhos de ver e coração de sentir....

andemos pois... andemos a roda e sejamos sempre abençoados....
pela eternidade.....
 
Encontrado no facebook

domingo, 9 de dezembro de 2012

GERAÇÃO COLHEITA FELIZ


Cientistas dizem que fazer malabarismo com e-mail, celular e outras fontes de informação muda a maneira como as pessoas pensam. Nossa concentração está sendo prejudicada pelo fluxo intenso de informação.
Esse fluxo causa um impulso primitivo de resposta a oportunidades ou ameaças imediatas. O estímulo provoca excitação - liberação de dopamina- que vicia. Na sua ausência, vem o tédio. Enquanto muita gente diz que fazer várias coisas ao mesmo tempo aumenta a produtividade, pesquisas mostram o contrário: As multitarefas dificultam a concentração e a seleção necessárias para ignorar informações irrelevantes. E mesmo depois que a pessoa se desliga, o pensamento fragmentado continua.
Para estudiosos de Stanford, a dificuldade de se concentrar só no que interessa mostra um conflito cerebral, que vem da nossa evolução. Parte do cérebro age como uma torre de controle, ajudando a pessoa a se concentrar nas prioridades. Partes primitivas, como as que processam a visão e o som, querem que ela preste atenção às novas informações, bombardeando a torre de controle.
Funções baixas do cérebro passam por cima de objetivos maiores, como montar uma cabana, para alertar sobre o perigo de um leão por perto. No mundo moderno, o barulho do e-mail chegando passa por cima do objetivo de escrever um plano de negócios ou jogar bola com o filho.
Mas outras pesquisas mostram que o cérebro também se adapta. Usuários de internet têm mais atividade cerebral do que não usuários. Eles estão ganhando novos circuitos de neurônios.
LER NA INTERNET
Em seu novo livro "The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains" o escritor norte-americano Nicholas Carr examina a história da leitura e a ciência de como o uso de diferentes mídias afeta nossa mente. Explorando como a sociedade passou da tradição oral para a palavra escrita e depois para a internet, ele detalha como nosso cérebro se reprograma para se ajustar às novas fontes de informação. Ler na internet mudou fundamentalmente a forma como usamos nosso cérebro.

A quantidade de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas combinada com incessantes interrupções na forma de mensagens de texto, e-mails, atualizações do Facebook, tweets, etc fez com que nossas mentes se acostumassem a catalogar, arquivar e pesquisar informações. Desta forma, desenvolvemos habilidades para tomar decisões rapidamente, especialmente visuais. Por outro lado, cada vez lemos menos livros, ensaios e textos longos – que nos ajudariam a ter foco, concentração, introspecção e contemplação. Ele diz que estamos nos tornando mais bibliotecários – aptos a encontrar informações de forma rápida e escolher as melhores partes – do que acadêmicos que podem analisar e interpretar dados.
A ausência de foco obstrui nossa memória de longo prazo e nos torna mais distraídos. "Nós não nos envolvemos com as funções de interpretação de nossos cérebros", diz. Ele ainda afirma que, por séculos, os livros protegeram nossos cérebros de distrações, ao fazer nossas mentes focalizarem um tema por vez.

Com aparelhos como o Kindle e o iPad, que incorporam dispositivos digitais de leitura, tornando-se comuns, Carr prevê que os livros também mudarão. "Novas formas de leitura requerem novas formas de escrita". Se escritores suprem a necessidade crônica de uma sociedade distraída, eles inevitavelmente evitarão argumentos complexos que requerem atenção prolongada e escreverão de forma concisa e aos pedaços, Carr prevê.
Ele inclusive sugere um exercício para aqueles que sentem que a internet os tornou incapazes de se concentrarem: diminuam o ritmo, desliguem a web e pratiquem habilidades de contemplação, introspecção e reflexão. "É bem claro pelo que já sabemos sobre a ciência do cérebro que, se você não exercita habilidades cognitivas específicas, você acaba as perdendo. Se você se distrai facilmente, não pensará da mesma forma que pensa se você presta atenção".

Ou seja, estamos desenvolvendo uma nova raça humana, diferente na forma de pensar e interagir entre si e com as coisas ao nosso redor. O Homem desenvolve as ferramentas e acaba sendo moldado por elas, e tem sido assim desde a pré-história. Sem habilidade pra INTERPRETAR, ficaremos mais burros. Aliás, já estamos! Basta ver como nossa sociedade está alheia ao mensalão e como isso mal influenciou o resultado das eleições. Num tempo onde só recebemos as informações e estamos muito distraídos pra processá-las, para o Homer Simpson brasileiro o NÚCLEO PRINCIPAL de um partido ser condenado à prisão por fazer uma quadrilha pra desviar dinheiro público e comprar apoio político não significa que o mesmo partido (que inclusive apóia os membros da quadrilha) vá fazer isso uma vez eleito à prefeitura de sua cidade. Esse tipo de raciocínio realmente me impressiona, e me lembra do comercial da Apple em 1984, com a massa dominada de boca aberta em frente a um telão. Hoje não temos mais o domínio da TV, mas as massas continuam passivas, atadas a certas mídias seja por paixão ou manipulação.
Outra coisa que notei é a proliferação dos jogos casuais. Antigamente você tinha de levar seu videogame pra TV da sala (a única na casa), montar a caixinha RF atrás dela e jogar um jogo até o fim sem poder salvá-lo. Exigia tempo, esforço, treino, aperfeiçoamento. Vivíamos sem ver o final de muitos jogos, e sobrevivemos a essa frustração. Hoje podemos pegar o celular na fila do consultório e jogar pelo tempo exato até ser chamado. Com possibilidade de salvar o progresso, com continues infinitos, com uma curva de aprendizado fácil e o próprio jogo dá dicas de como superar as dificuldades. Não há comprometimento do jogador com o jogo, e o jogo é que implora por sua atenção, lhe dando itens, ouro, badges e outras bugingangas pra que você se sinta feliz "ganhando". Joguei Draw Somethingcom algumas pessoas no exterior e enquanto estávamos acertando um o desenho do outro tudo ia bem. 10, 20 rounds se passavam com trocas diárias de desenho. Mas bastava perder uma vez e o placar voltar pra zero pra nunca mais ver essa pessoa de novo. Pessoas criadas a leite com pêra, que nunca jogaramRiver Raid e não suportam o mínimo de frustração.
Essa é a geração - ou melhor, sociedade - "Colheita feliz", cada vez mais reagindo somente a estímulos, com o cão de Pavlov.
E a espiritualidade, como fica? Todos sabemos que o contato interno com o Divino depende da meditação, da introspecção. Será que a verdadeira espiritualidade vai se perder, desta vez não por proibições, mas sim por pura falta de capacidade das pessoas? Ou ficará esquecida num mar de informações irrelevantes?