imagem: Jia Lu, Illuminated

"EM CADA CORAÇÃO HÁ UMA JANELA PARA OUTROS CORAÇÕES.ELES NÃO ESTÃO SEPARADOS,COMO DOIS CORPOS;MAS,ASSIM COMO DUAS LÂMPADAS QUE NÃO ESTÃO JUNTAS,SUA LUZ SE UNE NUM SÓ FEIXE."

(Jalaluddin Rumi)

A MULHER DESPERTADA PARA SUA DEUSA INTERIOR,CAMINHA SERENAMENTE ENTRE A DOR E AS VERDADES DA ALMA,CONSCIENTE DA META ESTABELECIDA E DA PLENITUDE A SER ALCANÇADA.

BLOG COM MEUS POEMAS:

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domingo, 30 de novembro de 2008

FALANDO SOBRE SEXO




A educação sexual na civilização dominante é tremendamente artificial e tardia, na maioria dos lares não há um diálogo aberto e franco quanto a esta temática.
A relação entre emoção e sexo é apenas uma das facetas desta multifacetada questão.
No ato sexual encontramos o homem novamente preocupado em exercer seu poder dominador e com os modismos recentes há agora uma exigência do homem para que a mulher sinta prazer, uma cobrança, pois sente o macho que sua condição de conquistador estará ameaçada se não conseguir produzir prazer na parceira.
As muitas faces da dominação masculina.
Antes era pecaminoso e vergonhoso a mulher sentir prazer, agora ela “tem” que ter prazer para o parceiro sentir-se o poderoso sedutor.
Assim , o homem cobra da mulher o prazer, o gozo para garantir que seu papel é perfeito, ele não apenas possuí a mulher, mas é tão poderoso que a faz sentir prazer.
Esse é o enfoque para muitos.
“Eu dou prazer a minha parceira”.
Aliás os termos associados ao ato sexual denotam bem como ele é encarado.
“Possuir uma mulher”; “Fazer amor”; são dois termos que revelam a profunda incompreensão por detrás da sexualidade. Pensem nos outros!
Não podemos deixar de lembrar que existe um componente biológico, instintivo no sexo, regulado por hormônios e mecanismos outros puramente ligados a continuidade da espécie.
O renascimento do feminino pode nos levar a um novo enfoque da questão sexual.
Novamente gostaria de lembrar que considero o renascer do feminino como algo muito importante não só às mulheres, mas também a nós homens que podemos recuperar o contato com nossa anima em toda sua amplitude e assim recuperar nossa condição de homens, perdida quando a civilização dominante nos limitou a sermos machos.
Mas o homem ao dominar o mundo impôs também quais seriam os arquétipos permitidos a mulher, assim a mãe se tornou a via predominante, ao lado da virgem.
A mulher pode então ser mãe, ou ser pura e virgem, mas é desprezada, de forma explicita ou implícita se ousa aderir a outros arquétipos, não oficiais.
Antes de mais nada o que é o Tantra?
SObre este termo existem linhas tão contraditórias que seria bom começarmos por estabelecer o que entendemos por Tantra.
Ao contrário das religiões que conhecemos , alguns ramos orientais não colocam o sexo como algo pecaminoso ou maligno.
Consideram que o sexo, como algo dotado de poder, pois é capaz de gerar uma vida, coisa que você nunca conseguiria rezando, por exemplo.
Como dizia um ocultista que conheci, com seu jeito irreverente:
- “Reze trinta terços ao lado de uma mulher e ela quando muito dormirá, mas uma única relação sexual concluída e o milagre da vida se manifesta.”
A mulher tem uma característica que noto é ignorada por grande parte delas.
Enquanto nós homens desde a puberdade até a andropausa somos sempre férteis, as mulheres todo mês tem um período no qual não são férteis.
Isso é muito revolucionário.
Vocês mulheres tem um período no qual estão livres do domínio biológico do instinto, não há um estímulo hormonal gritando:
“ Misturem os genes, continuem a espécie.”
A profundidade dessa informação não foi ainda suficientemente compreendida pela maioria.
Eu posso apenas dizer o que vejo nas mulheres xamãs com as quais convivo, que sabem ser a famosa T.P.M. (tensão pré menstrual) apenas um sinal da imensa porta que pode se abrir para todas as mulheres nesse período.
O nível de poder que observo nas minhas companheiras nesse período é algo que não posso descrever aqui, apenas citar, numa pálida alusão a este ser maravilhoso chamado mulher que felizmente pude aprender a respeitar e amar me libertando do condicionamento desta cultura decadente que ainda nos domina.
Portanto para um verdadeiro tantrista a mulher é o mistério supremo.
É a face amante da Deusa, que nos permite ir além de nossos limites, que nos nutre de uma nova energia, a qual não temos como encontrar em outra fonte.
Se a face mãe da Deusa nos amamentou quando éramos indefesas crianças é a amante que nos dá esse novo alimento que nos torna homens de fato, orgasticamente felizes.
A felicidade é profundamente ligada a realização orgástica, mas a realização orgástica não é apenas sexual.
Nossa relação com a energia pessoal é muito equivocada.
Se não temos energia nos sentimos enfraquecidos, sem resistência.
Mas quando a energia está presente muitos se sentem agitados , sem saber o que fazer com ela.
Quantas vezes ouvimos frases do tipo: “Preciso descarregar um pouco , estou com muita energia.”
E para muitos o sexo é essa via de descarregar.
Note assim que tais pessoas praticam o sexo no sentido oposto do tantrista.
Eles se “descarregam” com o sexo, enquanto um Tantrista carrega-se .
Este carregar é importante e aqui está uma das chaves que os Xamãs vêm quando tentam entender a subjugação da mulher pelo homem.
Grande parte dos homens não conhece o prazer além do prazer animal, puro instinto.
Como já citei atrás o homem tem uma constância do período fértil.
É a velha justificativa masculina para o comportamento volúvel e infiel que a grande maioria apresenta.
Eu entendo bem isso...
Assim muitos homens vão ao sexo, para “descarregar” tensões.
Exercer sua vontade de poder, domínio ou manifestar outros pontos de desequilíbrio, pois não podemos deixar de considerar uma análise fundamental da sociedade dominante.
Ela é neurótica.
E essa neurose vem implantada em todos os cidadãos e cidadãs ajustados e ajustadas ao sistema.
Ajustados!
Neste sexo feito com muita fome, com sede terrível, num jogo onde fantasmas interiores, fantasias e projeções acompanham o estimular dos corpos em níveis crescentes de tesão o quem comparece para a grande fusão, que é o orgasmo, não é a essência mas os egos, as máscaras, as personalidades.
Qual o problema ?
Temos também muitas personalidades, a social, a familiar, a do trabalho, a de amantes.
Como somos como amantes?
Temos essa clara noção dessa face do Deus e Deusa?
Somos o Galhudo, o homem viril e guerreiro que na plenitude de seu poder e de sua vontade se funde à amante, à Terra, à mulher plena que na plenitude de seu poder e de sua vontade é parceira na dança que ambos juntos agora executam?
Esse tipo de consciência, de fusão com o Deus e a Deusa não pode ser alcançado pela personalidade.
Embora uma falsa personalidade possa ser gerada e tomar contato com esses arquétipos essa falsa personalidade é um perigo.
Pelo que sei as mulheres podem também Ter no Sol seu parceiro, mas aqui também entramos no campo dos mistérios.
O poder da mulher é fascinante .
A aparente fragilidade e desequilíbrio que encontramos em muitas mulheres tem a mesma fonte do aparente subdesenvolvimento que as populações negras estão presas em nosso mundo ocidental.
A linha dentro da qual foram criadas leva a este estado.
Cada ser é o momento e pode pelo momento trabalhar o que vem até ele nos fluxos do existir.
Mas se é criado dentro de um contexto que não lhe permita o pleno desenvolvimento de suas capacidades e mais, reprime e cria condições para prejudicar esse desenvolvimento é óbvio que a causa desse efeito não precisa ser buscado em passados tão remotos.
O mesmo ocorre com a mulher.
Uma mulher é enfraquecida desde cedo, limitada e muitas vezes tem pobres exemplos submissos e frágeis dentro do seu lar para se espelhar.
Como a população negra, ainda se recuperando da condição desumana a qual foi exposta por tanto tempo, isolados de sua linha cultural e doutrinados para se sentirem inferiores.
A analogia devia ser bem meditada sobre quem quer entender técnicas de dominação e limitação do desenvolvimento.
A mulher pela sua condição receptiva pode participar do ato sexual mesmo não estando estimulada.
A famosa cena na qual o homem afoito “possuí” uma mulher que enquanto geme e pede mais olha no relógio para saber se o ‘tempo’ cobrado já passou faz parte do folclore cinematográfico de nossa cultura.
Esse aparente domínio do homem sobre o ato sexual também permite a mulher ser vítima de violências inconcebíveis por parte do macho dominador nas mais diferentes culturas.
O homem macho, que é diferente do homem masculino, tem no sexo uma de suas bases de afirmação.
Desde a adolescência é a quantidade de conquistas e não a qualidade que os homens costumam apresentar como prova de sua “virilidade”.
Me lembro de meu próprio exemplo, da necessidade que tinha e a via em meus amigos, de “catar umas minas”.
Era um jogo social, uma atividade em que nos reuníamos em certos lugares determinados, impostos socialmente também, depois armávamos o que ia rolar e íamos caçar.
No outro dia na piscina do clube , na casa de alguém ou num bar era o momento dos comentários sobre o que tinha ocorrido, o que tinha “ rolado”.
Noto em grande parte dos homens com os quais convivo que não houve um amadurecer dessa fase.
Pelos papos , pela forma que colocam suas “conquistas” fica claro que ainda abordam o tema sobre o mesmo enfoque.
Aliás eu insisto sempre que poucos homens abandonam a adolescência, pois as questões que observamos ser o centro de gravidade nas questões masculinas são as mesmas desde a adolescência, apenas mudando matizes, mas permanecendo na mesma cor.
E é a maturidade que marca o momento no qual a qualidade vale mais que a quantidade.
Assim tenho percebido como tantrista que a mulher foi tragada pela famosa revolução sexual e como em outros campos acredita que sua liberdade é apenas imitar o homem em seus desatinos.
Depois de se sentir o prazer tântrico o outro nível se torna muito insonso.
A feminilidade não é fragilidade, muito pelo contrário, é um outro nível de manifestação de um poder sublime.
Uma mulher plena que tive o verdadeiro prazer de conhecer certa vez me deu um exemplo da força feminina, comparando-a a luz do sol.
O mesmo poder que mantém planetas girando ao seu redor é capaz de atravessar a vidraça sem quebrá-la e tocar suavemente a face da criança que dorme.
É esse poder que sentimos acordar no sexo tântrico, quando nos unimos num nível muito profundo a parceira, quando nossas almas comungam e nossos corpos se fundem.
Quando junto com o prazer das zonas erógenas se estimulando, cada célula do corpo descobre ser também erógena, cada respiração, cada murmúrio é ampliar o prazer que cala a mente , traz paz ao coração e na coluna ereta, que não é reta, pois o próprio mundo é curvo, flui o poder seminal.
Olhos se tornam também fogueiras, onde mergulhamos no mistério do feminino, que pode ser citado, mas só é compreendido se experimentado.
E não tenho dúvidas que muitos homens ainda fazem a guerra por nunca terem sido amados por nunca terem sido felizes, em seu desequilíbrio é como se vingam de nós que o somos.
Guerrero/Nuvem que passa
Encontrado em http://pistasdocaminho.blogspot.com/2008_08_01_archive.html,postagem de 12/08/2008

ESPELHO ENEVOADO



Há quatro mil anos, existia um jovem que morava perto de uma cidade rodeada de montanhas. O rapaz estudava para se tornar um xamã Tolteca, aprendia a sabedoria de seus ancestrais, mas discordava daquilo que aprendia. Algo dentro dele, dizia que existia algo mais além do que ele aprendia com seus professores.

Certo dia, enquanto descansava numa caverna, caiu num sono profundo e sonhou que via seu próprio corpo dormindo profundamente. Abandonou a caverna numa noite em que a lua nova encontrava-se no seu ápice. A noite estava clara, e ele ao olhar o céu viu milhares de estrelas. Um arrepio percorreu todo o seu ser, e ele sentiu que algo estava transformando sua vida para sempre. Olhou para suas mãos, sentiu o seu corpo e escutou sua própria voz que sai de seus lábios dizendo: “Sou feito de luz e de estrelas.”

Visualizou novamente as estrelas no céu e percebeu que não eram estrelas que criavam a luz, mas antes a luz que criava as estrelas. “Tudo é feito de luz”, acrescentou ele, “e o espaço no meio não é vazio.” Ele soube tudo o que existe num ser vivo, e que a luz é a mensageira da vida, porque está viva e contém todas as informações.

Passou a compreender que embora fosse feito de estrelas, ele não era essas estrelas. “Sou o que existe entre as estrelas”, pensou. Chamou as estrelas de tonal e a luz entre elas, de nagual, e soube que o que criava a harmonia e o espaço entre os dois é a Vida ou Intenção. Sem a Vida, o tonal e o nagual não poderiam existir. A Vida é a força do absoluto, do supremo, do Criador que cria tudo.

Foi isso o que ele descobriu: tudo o que existe é uma manifestação do ser que denominamos Deus. Tudo é Deus. E ele chegou à conclusão de que a percepção humana é apenas a luz que percebe a luz. Também viu que a matéria é um espelho – tudo é um espelho que reflete e cria imagens dessa luz – e o mundo da ilusão, o Sonho, é apenas fumaça que não permite enxergarmos o que realmente somos. “O verdadeiro nós é puro amor, pura luz”, disse ele.

Essa compreensão mudou sua vida. Uma vez que ele soube quem realmente era, olhou ao redor para os outros seres humanos e para o restante da natureza e ficou surpreso com o que viu. Viu a ele mesmo em tudo – em cada ser humano, em cada animal, em cada árvore, na água, na chuva, nas nuvens, na terra. E viu que a Vida misturava o tonal e o nagual de formas diferentes para criar bilhões de manifestações da Vida.

Naqueles poucos momentos ele compreendeu tudo. Ficou muito excitado, e seu coração encheu-se de paz. Mal podia esperar para contar a seu povo o que descobrira. Mas não encontrava palavras para explicar. Tentou falar com os outros, mas eles não conseguiam entender. Eles haviam percebido que o rapaz havia mudado, que algo deslumbrante se irradiava da sua voz e de seus olhos. Observaram que ele não julgava mais as pessoas e as coisas. Ele não se parecia mais com os outros.

O rapaz entendia as outras pessoas muito bem, mas ninguém conseguia entende-lo. Acreditavam que ele fosse a encarnação viva do Criador, ele sorriu quando escutou estes comentários à cerca de sua pessoa, e lhes falou: “É verdade. Sou o Criador, Mas vocês também o são. Somos o mesmo, eu e vocês. Somos imagens de luz.


Somos Deus.”


Mas mesmo assim, as pessoas não o compreendiam. Havia descoberto que era um espelho para as outras pessoas, um espelho no qual podia observar a si mesmo. “Todos nós somos um espelho.” Viu a si mesmo em todos, mas ninguém o viu como eles mesmos. Compreendeu que as outras pessoas estavam sonhando, mas sem consciência, sem saber o que realmente eram. Não podiam vê-lo como eles mesmos porque havia um nevoeiro entre os espelhos. E essa parede era construída pela interpretação das imagens de luz – o Sonho dos seres humanos.

Então ele percebeu que logo iria esquecer tudo o que aprendera. Queria lembrar-se de todas as visões que tivera; portanto decidiu chamar a si mesmo de Espelho Enevoado, para que sempre soubesse que a matéria é um espelho e que a névoa do meio é o que nos impede de saber quem somos. Ele disse: “Sou Espelho Enevoado, porque estou vendo a mim mesmo em todos vocês, mas nós não reconhecemos um ao outro por causa do nevoeiro entre nós. Esse nevoeiro é um Sonho, e o espelho é você, o Sonhador.”

Extraído da obra de Don Miguel Ruiz

MEDITAÇÂO



Meditação é um estado da mente.
Ou da não-mente.
Concentração é a técnica para alcançá-lo.
Postura é a forma física para atingi-lo.
Concentração e postura são as duas faces, mental e física, da moeda meditativa.
Meditação é clareza, iluminação, êxtase, silêncio.
Definir meditação não é meditação.
Paz sem limites, êxtase incomensurável, terror místico do eu.
Palavras.
Meditar vai além das palavras. A voz do silêncio. A flor de Kashyapa.
O escrito não pode ser meditação, é no máximo uma definição sobre, uma tentativa intelectual de ampliar limites conceituais, aproximando-se sem nunca chegar ao real. O dedo apontando para a Lua.
A postura firme do lótus, a clareza tranqüila do lago são metáforas naturais da meditação.
Sentar em lótus, contemplar o lago quase nunca tranqüilo da mente, observar os pensamentos ondulantes, estar ciente do fluxo da respiração: eis uma técnica para o kensho.
Orar não é meditar. Entoar mantrans não é meditar. Visualizar mandalas não é meditar. Resolver koans também não.
Essas são técnicas, ferramentas de concentração.
Meditar é um estado onde se processa o fim do diálogo interno.
Como eu posso conversar incessantemente comigo mesmo?
Ao conversar comigo mesmo não sou um, sou muitos.
Ao conversar comigo mesmo em voz alta dirão: - Louco!
Ao conversar comigo mesmo mentalmente encubro a loucura.
A loucura é uma doença da mente.
A maioria de nós padece dessa doença e por isso não a percebemos como tal. Tornou-se lugar comum. Normal. Assim o doente considera-se são. Os valores se invertem. Não nos tocamos dessa inversão, eventualmente? São acessos de cura, lampejos de saúde, insights da alma que ainda resiste.
Estamos a tanto tempo doentes que nos esquecemos de nossa condição de natural saúde.
O eu, eu e mais eu é a doença da mente.
Meditação é a cura.
Curar-se é nos tornarmos aquilo que somos: Budas. Humanos. Condutos do Espírito.
Quem em mim conversa, discute, pensa comigo?
Se assim é como posso estar em paz?
Meditar é transcender esse pensar de eu, eu e mais eu.
Então me torno um:
Concentração.
Então me torno nenhum:
Meditação.
Nesse vazio há plenitude.
Nisso consiste o caminho.
Quem conhecendo a meta buscará algo fora dela?
Nossa natureza, nossa essência é essa mesma iluminação.
Estamos distantes de nós mesmos. Sem paz, desconhecendo a nós mesmos.
Se não temos paz em nossa mente como vamos ter paz em nosso mundo?
O exterior reflete o interior.
E apesar de todas as nossas palavras, de toda a nossa cultura, ainda não sabemos a resposta:
Quem sou eu?
Meditação é a resposta não discursiva a essa questão, é a revelação de nossa natureza.
Nossa natureza não é diversa da Natureza. Somos parte daquilo que acreditamos ilusoriamente ser externo a nós mesmos. Vencer essa ilusão dual é um passo no caminho da meditação.
O caminho da meditação, então, pode ser definido como uma ecologia do espírito, pois restabelecemos o equilíbrio natural com nós mesmos.
Assim, ao descobrirmos quem somos nós entenderemos, de fato, o seguinte koan, variante zen do axioma gnóstico.
Um discípulo perguntou ao seu mestre Zen:
"Como posso fazer com que as montanhas, os rios e a grande Terra me beneficiem?"
Respondeu o mestre:
"Vós deveis beneficiar as montanhas, os rios e a grande Terra."
Koan: A mente Zen é a nutrição da Terra. A mente da Terra é a nossa nutrição.
Fernando Augusto
05/02/08

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

BIODANZA,A DANÇA DA VIDA



Biodança, dança da vida.
por Centro de Biodanza da Tijuca - CBT - marcossousa@msconsultoriabiocentrica.com.br



Estruturada pelo Princípio Biocêntrico, seu primeiro e maior paradigma, foi criada há mais de quarenta e cinco anos por Rolando Toro Araneda, psicólogo, antropólogo, poeta e pesquisador chileno.

Como conceito, Biodança – Dança da Vida – é um sistema de aceleração de processo integrativo mediante ambiente enriquecido pela música, dança (movimento pleno de sentido), processo feedback e encontro, bem como, um sistema de integração afetivo-humana, de renovação orgânica, de reeducação afetiva e de reaprendizagem das funções originárias da vida. É também considerada uma inovadora ciência.

Conhecida e registrada internacionalmente como Biodanza – Sistema Rolando Toro, tendo como símbolo uma garça em movimento, é até hoje pesquisada e desenvolvida pelo seu criador, presidente da International Biocentric Foundation – IBF – que, com sedes no Chile e na Itália, normatiza, regula e controla no Brasil e no mundo a riquíssima Metodologia de Biodança.

No Brasil, praticamente em todos os Estados existem Associações-Escolas de Biodanza Rolando Toro, responsáveis pela formação em nível de pós-graduação dos facilitadores que, depois de formados, tornam-se profissionais diplomados e registrados pela International Biocentric Foundation – IBF. E, assim, estão autorizados a trabalhar e a especializar-se na inovadora metodologia de Biodança, bem como com o inovador Sistema Biocêntrico. Também existem, em todo território nacional, grupos de desenvolvimento em Biodança, gerando benefícios aos participantes nos níveis pessoal e profissional.

Apesar de ser uma metodologia recente, já ganhou seu espaço no mundo com escolas de formação de facilitadores, funcionando plenamente em diversos países - França, Espanha, Inglaterra, EUA, Argentina, Chile, Austrália, Itália, Portugal, Japão, Paraguai, Peru, Uruguai, entre outros – realizando, assim, um grande sonho do seu criador.

As áreas de aplicação de Biodanza – Sistema Rolando Toro, são as organizações humanas, educação e saúde, como uma reeducação para a vida e complementação terapêutica.

Existem eventos anuais de Biodança no Brasil e no mundo: encontros regionais e congressos internacionais. No mês de Junho de 2008 aconteceram, em Lignano Sabbiadoro, na Itália, o VIII Congresso Mundial de Biodanza e o IV Congresso Europeu de Biodanza. E, aqui no Brasil, entre 13 e 16 de Agosto de 2009, acontecerá, em Búzios, o X Congresso Latino Americano de Biodanza.

O Inconsciente Vital, também criado por Rolando Toro, refere-se ao “comportamento coerente e, de certo modo, intencional das células e dos tecidos” que mantêm os organismos vivos; com o Inconsciente Pessoal, de Sigmund Freud, e o Inconsciente Coletivo de Carl Jung, forma um sistema completo.

O Inconsciente Vital é, assim, um comportamento que gera regularidade e mantém estáveis as funções orgânicas; possui uma grande autonomia em relação à consciência e ao comportamento humano. Suas manifestações durante a vida cotidiana são o humor endógeno, o bem- estar sinestésico e o estado geral de saúde.

A importância do conceito de “inconsciente vital” está em sua possibilidade de influir em nossos estados de humor. O inconsciente vital está em sintonia com a essência viva do universo; quando a sintonia é perturbada inicia-se a doença. O ato de cura será compreendido, assim, como um movimento destinado a recuperar essa “sintonia vital” com o universo.

A base conceitual da Biodança provém de uma profunda meditação sobre a vida, do desejo de fazer renascer em nós a alegria, o prazer e a glória de viver. Vivemos numa sociedade onde as demonstrações de amor, de ternura, de beleza foram sendo esquecidas. Vivemos, com certeza, a nostalgia do amor.

A Biodança se volta para o desenvolvimento e o fortalecimento dos Potenciais Genéticos ou Linhas de Vivências (vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência), estimulando sua expressão através da vivência. Os exercícios e danças cumprem sua função reguladora atuando sobre o centro das emoções – o sistema límbico-hipotalâmico.

Como primeiro paradigma da Biodança, o Princípio Biocêntrico coloca seu interesse em um universo compreendido como um sistema vivo. O reino da vida abrange muito mais que os vegetais, os animais e o homem. Tudo o que existe, dos neutrinos ao quasar, da pedra ao pensamento mais sutil, faz parte deste sistema vivo prodigioso. Segundo o Princípio Biocêntrico, o universo existe porque existe a vida e, não, o contrário.

Fonte bibliográfica: ARANEDA, Rolando Toro, "Biodanza", Editora Olavobrás-EPB, 2002, São Paulo-SP

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ESPIRAL DA VIDA



"A vida é como uma espiral e não como uma linha reta. Passado e futuro se encontram em um infinito presente".

A espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também pára, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. A vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre, reencontrar-se e se renovar.

As espirais também circulam dentro de nós, a energia circula em espiral, é onde a matéria e o espírito mais perfeitamente se encontram, e o tempo, por ele mesmo, não existe. Os nativos lembram as diversidades da vida e dos caminhos, e não compreendem o mundo de forma linear, o seguir em frente em uma única direção como se a vida fosse uma linha reta traçada entre um ponto de início e um de término.
O destino é sempre ir além. O grande desafio de todo ser, por natureza um guerreiro trilhando as estradas das espirais da vida, é essa busca, é o retorno, é a partida, é caminhar em círculos/ciclos assim como caminha a natureza, pois somos parte dela. É fazer girar a roda do tempo, não nos prendendo em nenhum ponto em específico porque, assim, podemos vislumbrar os mais diversos pontos que compõem a espiral.

Sobre as formas espiraladas e circulares, Alce Negro, dos Oglala Sioux coloca o seguinte: "Tudo que o poder do mundo faz é feito em círculo. O ceú é redondo e tenho ouvido que a terra é redonda como uma bola, e assim também o são as estrelas. O vento, em sua força máxima, rodopia. Os pássaros fazem seus ninhos em círculos, pois a religião deles é a mesma que a nossa. O sol nasce e desaparece em círculo em sua sucessão, e sempre retornam outra vez ao ponto de partida. A vida do homem é um círculo, que vai da infância até a infância, e assim acontece com tudo que é movido pela força. Nossas tendas eram redondas como os ninhos das aves, e sempre eram dispostas em círculo, o aro da nação, o ninho de muitos ninhos, onde o Grande Espírito quis que nós chocássemos nossos filhos".

Para os antigos celtas essa é toda a essência do mistério da vida. O circular, o espiralado. O tempo, uma das triplas linhas tão importantes para o imaginário celta, se retorce em torno de si mesmo. Os astecas achavam que certas flores que tinham em seu centro espirais, eram a alegria do mundo, mostrando o ciclo do sol, quando nasce e se põe, as estações, solstícios, ciclos assim como a vida dos homens. Os orientais falam da kundalini, do fluxo de uma energia em espiral, dos redemoinhos energéticos que perambulam nossos corpos.

Como vórtex de energia, as espirais encontradas em vestígios antigos expressavam um entendimento do cosmos, da energia vibrante, da vida, ou o seu contrário. Tradicionalmente, os ancestrais compreenderam que espirais no sentido horário representavam o nascer, o sol, a vida, o mundo de cima, a transformação pelas experiências exteriores. Para o sentido anti-horário, representavam a lua, a morte, o outro mundo, o mundo de baixo, o mundo dos sonhos e alucinações, intuição, as experiências transformadoras vindas do nosso interior.
Para os hindus, o que no nosso mundo terrestre era no sentido anti-horário, para a esquerda, no mundo de baixo, no outro mundo, correspondia ao sentido horário. Hoje sabe-se que esses simbolismos expressam as funções cerebrais, o lado esquerdo do cérebro regula o lado direito de nosso corpo, o lado direito regula o lado esquerdo do corpo. Nem bom, nem mal, apenas diversidades que compõe o universo, uma perfeita simbiose, uma perfeita composição de energias.

Se vermos vários locais sagrados dos antepassados, desde o paleolítico, em qualquer parte do mundo, notaremos sempre a compreensão circular e espiralada. A espiral é a energia vital, é a energia em movimento, é a própria jornada.

http://www.comunidade-espiritual.com

O PODER DO AMOR



Acredita no amor e vive-o plenamente.

Qualquer expressão de afetividade propicia renovação de entusiasmo, de qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.

O amor não é somente um meio, porém o fim essencial da vida.

Emanado pelo sentimento que se aprimora, o amor expressa-se, a princípio, asselvajado, instintivo, na área da sensação, e depura-se lentamente, agigantando-se no campo da emoção.

Quando fruído, estimula o organismo e oferece-lhe reações imunológicas, que proporcionam resistência às células para enfrentar os invasores perniciosos, que são com batidos pelos glóbulos brancos vigilantes.

A força do amor levanta as energias alquebradas, e torna-se essencial para a preservação da vida.

Quando diminui, cedendo lugar aos mecanismos de reação pelo ciúme, pelo ressentimento, pelo ódio, favorece a degeneração da energia vital, preservadora do equilíbrio fisiopsíquico, ensejando a instalação de enfermidades variadas, que trabalham pela consumpção dos equipamentos orgânicos...

Situação alguma, por mais constrangedora, ou desafio, por maior que se apresente, nas suas expressões agressivas, merecem que te niveles à violência, abandonando o recurso valioso do amor.

Competir com os não-amáveis é tornar-se pior do que eles, que lamentavelmente ainda não despertaram para a realidade superior da vida.

Amá-los é a alternativa única à tua disposição, que deves utilizar, de forma a não te impregnares das energias deletérias que eles exalam.

Envolvê-los em ondas de afetividade é ato de sabedoria e recurso terapêutico valioso, que lhes modificará a conduta, senão de imediato, com certeza oportunamente.

O amor solucionará todos os teus problemas. Não impedirá, porém, que os tenhas, que sejas agredido, que experimentes incompreensão, mas te facultará permanecer em paz contigo mesmo.

É possível que não lhe vejas a florescência, naquele a quem o ofertas, no entanto, a sociedade do amanhã vê-lo-á enfrutecer e beneficiar as criaturas que virão depois de ti. E isto, sim, é o que importa.

Quando tudo pareça conspirar contra os teus sentimentos de amor, e a desordem aumentar, o crime triunfar, a loucura aturdir as pessoas em volta, ainda aí não duvides do seu poder. Ama com mais vigor e tranqüilidade, porque esta é a tua missão na Terra -Amar sempre.

Crucificado, sob superlativa humilhação, Jesus prosseguiu amando e em paz, iniciando uma Era Nova para a Humanidade, que agora lhe tributa razão e amor.

Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Recebido de Soraya Souza

PAI/MÃE NOSSO VERDADEIRO



Foi com surpresa e alegria que descobri esse Pai Nosso como realmente foi pronunciado por Jesus e deturpado pela Igreja por tanto tempo,e que agora está sendo revelado em sua verdadeira forma.
Não me considero mais cristã,sou pagã e seguidora da Deusa Mãe,mas para mim é impossível fugir as minhas raizes,o que me foi ensinado e programado desde que abri os olhos para o mundo,as crenças católicas,e confesso que tenho uma profunda admiração e respeito pelo mestre Jesus,e uma adoração pela Mãe Maria,agora vistos por mim com "olhos pagãos" e sabendo de suas histórias verdadeiras.
Aqui está o texto que encontrei no livro Reiki-Apostilas Oficiais,de Johnny De'Carli,pgs 225/226

O Pai Nosso é uma oração muito poderosa.Atavés dela nos conectamos com uma enorme força vibratória.Possui 7 chaves capazes de ativar os 7 principais chakras.A versão atual do Pai Nosso derivou da que está escrita,em aramaico,numa pedra branca de mármore,em Jerusalém-Palestina,no Monte das Oliveiras.O aramaico era um idioma originário da Alta Mesopotãmia(sec vi a.C.)e a lingua usada pelos povos da região.Jesus sempre falava ao povo em idioma aramaico.A tradução direta do aramaico para o português nos mostra como esta oração é bela,profunda e verdadeira,condizente com o Mestre Jesus.

PAI-NOSSO
(traduzido direto do aramaico)

"Pai/Mãe,respiração da Vida,Fonte do som,Ação sem palavras,Criador/a do Cosmos!
Faça sua Luz brilhar dentro de nós,entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho,respirando apenas o sentimento que emana do Senhor/a.Nosso eu,no mesmo passo,possa estar com o Seu,para que caminhemos como reis e rainhas com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só,em toda a Luz,assim como em todas as formas,em toda a existência individual,assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,pois assim sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda,e nos liberte de tudo aquilo que impede o nosso crescimento.
Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento de que o Senhor/a é o Poder e a Glória do mundo,a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.
Que assim seja!"

Belíssima oração,me senti realmente "reconectada" com o Pai/Mãe da Vida!
E pensar sobre o que fizeram a Igreja e os seus bispos e os seus papas com toda a beleza da doutrina original!...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

DIVINA PRESENÇA





Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: “Isso é um assombro!”. E assim era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da Natureza e do ser humano.
Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria do sorriso do filho, ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos.
Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí, eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a PRESENÇA que anima a Natureza e os seres.
Se a luz da vida era um assombro de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa grandiosidade.
Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro! E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a Natureza eram expressões maravilhosas dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a dizerem: “Que assombro!”
Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o “terno assombro” que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo.
E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegisto, que dizia no antigo Egito: “O TODO está em tudo! O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração”.
O TODO ou A PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê.
O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e poder dizer de coração: “Caramba, que assombro!”
Wagner Borges

INICIAÇÂO



Há muitas moradas no espaço do coração.

Uma delas é o palácio espiritual, onde estão as jóias da paz.

Dentro desse palácio, existem muitas salas de iniciação. Porém, normalmente, essas salas estão vazias.

Poucos homens adentram esse recinto espiritual em busca da iniciação real.

A maioria é barrada na entrada desse palácio que reside dentro do coração, porque deseja receber a iniciação espiritual portando velhos dramas, carregando antigas mágoas.

Eles chegam aos portões do coração espiritual e querem arrombar a porta com sua arrogância. Entretanto, existem guardas que não permitem a entrada de "brutamontes" que carregam em seu seio o orgulho, a ganância, o ódio.

Esses guardiões, postados na entrada dos salões de iniciação, conseguem observar na aura da pessoa os valores necessários e só deixam passar aqueles com real intenção de crescimento e de progresso, aqueles que querem servir ao grande plano de regeneração da humanidade.

A maioria das pessoas que aporta a esse palácio e a essas salas espera ganhar alguma coisa na iniciação, quando, em verdade, elas precisam perder.

Iniciar-se é perder! É perder a arrogância, o ego.

Ninguém ganha nada ao iniciar-se em um caminho espiritual, só perde.

Perde as tolices, perde o eu. E ao perder a imaturidade, a própria pessoa nota um vasto potencial dentro de si mesma.

As luzes do Bem começam a surgir e ela então nota um tesouro espiritual resplandecente brilhando em todas as partes: dentro de si mesma e em todos os seres.

Então, esta pessoa, iniciada pelos hierofantes* do silêncio, só deseja servir, não deseja poder. Ela já não se prende a nenhuma linha em particular. E nela surge o brilho daquelas jóias da paz dentro de seu coração.

Aos salões da espiritualidade, só têm acesso aqueles de alma aberta e que trabalham generosamente a favor do progresso de todos os seres indistintamente, progresso real de todos.

Ser iniciado é ser um serviçal do Amor Maior que governa a existência e que dá vida a todos.

Não significa erguer a cabeça com arrogância, mas simplesmente erguer os olhos em direção às muitas moradas do Pai Celestial, além da Terra.

Significa agradecer as possibilidades de crescimento, de trabalho digno e a oportunidade de prosseguir.

Ser iniciado significa manifestar cada vez mais intenso brilho no olhar, um olhar que vence toda treva, sem agredi-la.

O iniciado perdeu muito, pois no caminho da iniciação real ele foi deixando as quimeras, as ilusões e desprendendo-se da ganância.

O iniciado não é mais a mesma pessoa. Morreu o homem velho, sequioso do poder; renasceu um ser dourado que alegra-se ao participar de alguma atividade produtiva e generosa a favor da humanidade.

Que todos aqueles que trilham os caminhos da Espiritualidade busquem sinceramente as salas espirituais do palácio que existe dentro do próprio coração. E que cheguem até essas salas portando a humildade real e o imenso desejo de servir ao grande plano de progresso.

Não há diploma nas salas espirituais, não há grau, promessa ou ritual. O que existe é o amor aplicado, o silêncio, a inspiração profunda, em que o aspirante à iniciação percebe, sem que ninguém lhe diga, aquela luz magnânima que a tudo compreende.

Nas salas da iniciação não há palavras, só amor, inspiração e silêncio.

hierofantes* Mestre Iniciador

- Os Iniciados -
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges)
www.ippb.org.br

VITIMAS DA HONRA



Em Lahore,no Paquistão,o pequeno Ahsan,de 12 anos,conduz sua mãe,Naeema Bibi,de 40 anos,até a porta da casa,para pegar um taxi.Cega,ela depende inteiramente de seus 3 filhos-2 meninos e 1 menina.As crianças a levam p/ a cidade,alimentam-na e vão com ela ao banheiro.
Naeema não foi cega a vida toda.Tres anos atrás,após ser agredida pelo marido repetidas vezes,resolveu se divorciar,já que o homem tb não oferecia à familia boas condições de vida.
A resposta do marido foi rápida e brutal:jogou ácido sulfúrico no rosto da esposa,o que a desfigurou e deixou cicatrizes horrendas em todo o corpo.Foi assim que ela ficou cega.O cônjuge fugiu e nunca foi preso.
Naeema é apenas mais uma vitima da patologia machista que há seculos grassa no Paquistão.Esse mal é responsável por dezenas de milhares de mulheres estarem sujeitas a abusos,e até mesmo mortes,em nome da "preservação da honra" da familia.
Pedir divórcio,recusar-se a casar com o homem escolhido pela familia ou ser vitima de estrupo podem resultar nesse tipo de ação.
Pouco noticiada no Ocidente,essa crise humanitária apresenta nsº expressivos:
ente 70% e 90% das 83 milhões de paquistanesas já foram atacadas ou sofreram outras formas de agressão doméstica pelos maridos,futuros maridos ou membros da familia,de acordo com os dados do Human Rights Watch(HRW).
Mais de 4100 homicidios em nome da honra-assassinatos de mulheres pq os parentes achavam que elas envergonhavam sua familia-ocorreram entre 2001 e 2004,segundo o Ministério do Interior do Paquistão.
Cerca de 290 mulheres foram mortas e 750 ficaram com ferimentos permanentes ou foram desfiguradas como resultado do ataque com ácido(isso só em 2002),de acordo com o HRW.
Meninas e mulheres ente 14 e 25 anos são as vitimas mais comuns.Os motivos das agressões variam:vingança,obsessão,ciumes,suspeita de infidelidade,"não cooperação" sexual e recusa a se submeter à vontade dos homens.
Depois de sofrer as agressões,as mulheres são banidas da familia e não conseguem arrumar emprego.Outras vezes,elas são confinadas em casa e isoladas socialmente.
"O sexo muitas vezes está baseado no abuso e na violência,e exemplos horriveis são comuns em muitas sociedades que ainda aceitam a discriminação,a exploração e a violência contra as mulheres",assinala Andreia Bottner,diretor do Escritorio Internacional p/ Assuntos Femininos do Departamento do Estado,dos Estados Unidos."Em muitas partes do mundo,as mulheres ainda não são protegidas pela lei,nem tem acesso direto a Justiça.Isso é inaceitavel."

Mais em Revista Planeta,ed. 435 dezembro de 2008-pag 70/72

Uma em cada três mulheres é alvo de violência na sua vida

Em média, uma mulher em cada três sofre de violência na sua vida, desde espancamentos a relações sexuais impostas ou outras formas de maus-tratos, segundo um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, divulgado em Outubro. 25 de Novembro é Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e realizam-se várias manifestações e colóquios em todo o mundo.

Em Portugal, a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) assinala o dia com a divulgação de um estudo encarado como uma forma de "denunciar e alertar as autoridades e a sociedade para uma situação preocupante em Portugal", nas palavras de Elisabete Rodriques.

Entre Novembro de 2005 e o mesmo mês deste ano morreram em Portugal 37 mulheres vítimas de violência doméstica, revela o estudo apresentado sexta-feira pela UMAR.

O Dia Internacional para a eliminação da violência doméstica é uma iniciativa da ONU e do Conselho da Europa e serve para debater e da visibilidade às vítimas da violência, quer através de espancamento, violência conjugal, crimes de honra ou casamentos forçados.

Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, entre 40 a 70 por cento das mulheres assassinadas são-no pelo seu marido ou companheiro. Em França, cada três dias, uma mulher é morta pelo seu companheiro, segundo o governo francês

No Brasil, uma mulher é espancada em cada 15 segundos, ou seja, 2,1 milhões por ano, segundo a organização não governamental Agenda.

Em África, a violência contra as mulheres passa pelas mutilações genitais, sofridas por 130 milhões de raparigas no mundo, segundo a ONU, mas também por um número recorde de mulheres infectadas pelo vírus da sida por não utilização do preservativo.

Na Guiné-Bissau, a violência doméstica, sobretudo contra mulheres e crianças, tem sofrido nos últimos anos um "aumento alarmante". Francisca Pereira, presidente da Rede Nacional contra a Violência do Género e da Criança, indicou que, em 2005, as autoridades competentes do país registaram "pelo menos 427 casos".

No Sudeste Asiático, crimes de honra e discriminações são o dia a dia de muitas mulheres. No Afeganistão, os suicídios por imolação de jovens adolescentes obrigadas a casamentos forçados estão a aumentar, estima a ONG alemã Medica Mondiale. Os casamentos forçados representam, naquele país, entre 60 a 80 por cento das uniões, segundo a comissão independente de defesa dos direitos humanos afegã.

http://www.everyoneweb.fr/projectomemorial/Pr_Update_Knooppunt_Inhoud.aspx?WebID=projectomemorial&BoomID=B1&KnooppuntID=K466&LG=

E nessas horas de escuridão,quando vejo tais abusos contra o Feminino,eu me pergunto o que está ao meu alcance para "fazer a diferença" e conseguir de alguma forma mudar esse estigma no mundo...

CONHECENDO DEUS



No dia seguinte, ainda de madrugada, minha filha Tina, de quatorze anos, irrompe em prantos no meu quarto. Tina é uma sensitiva incrivelmente bem dotada e... apavorada pelos dons que possui.

— Mamãe, você não vai acreditar no que me aconteceu!
Contou que entrara em um estado esquisito e que, de repente, se viu em um local parecido com o hall de uma universidade. Muitas pessoas entravam e saíam, mas ela sabia que estava no lugar para onde os mortos vão. Tina ficou muito alegre por pensar:

— Oba! Agora vou me encontrar com o Arthur...

— Você não veio aqui para isso — uma voz cortou os seus Pensamentos.

Tina se voltou, deparando-se com uma luzinha muito enigmática. Via a luz à sua frente, mas sabia que era una com ela. A luzinha levou-a para executar várias tarefas, em diversos níveis. Dava-lhe uma ajuda substancial, inclusive estimulando-a a não desistir, quando a dificuldade era muito grande. E assim, de nível em nível, chegaram a um platô. E aí Tina encontrou a mim e a diversas outras pessoas que desconhecia. Estávamos umas ao lado das outras, espaçadamente. Minha filha contou-me que havia qualquer coisa, não evidente, que envolvia cada uma de nós e que não permitia que nos comunicássemos entre nós e com ela. (Seria um campo de força?) E foi após essa observação que a minha menina olhou para a frente.

— Mamãe, caí num êxtase imediato. Jamais fui e serei mais completa e feliz do que o fui naquele momento. À minha frente existia uma luz maravilhosa e cheia de amor, e eu soube que aquela energia luminosa é o que chamamos DEUS. De repente, a senhora começou a falar. Não ouvi um som, mas sabia que a senhora estava dando contas a Deus de como aceitou a morte de Arthur. E Deus estava muito satisfeito com a senhora. As outras pessoas também falavam e Deus foi ficando cada vez mais luminoso, tão luminoso e brilhante que eu não podia vê-lo sem ficar ofuscada. (Ver experiência de Robert Monroe, no Armazém de Loosh~Amo)

Então eu soube: Deus é uma grande energia omnisciente. Mas tem uma fraqueza: não pode experienciar nada, por ser omnisciente.
Deus explodiu de si mesmo um monte de centelhas e as cobriu da matéria, para que elas experienciassem por ele, e depois trouxessem a experiência de volta, para que ele se tornasse cada vez mais sábio.
Nós somos esses pedaços de Deus e estamos aqui para levar experiência para ele. Quando é hora de voltar de Deus, para colheras experiências, há uma reunião e Deus nos dá uma coleção das experiências que ele deseja que façamos. Escolhemos as que mais gostaríamos de viver. Então, Deus escolhe onde vamos nascer. Há um grupo de PAIS e MÃES, e todos estão dormindo nas suas camas na Terra, mas estão acordados lá, e são escolhidos os que podem facilitar os acontecimentos para nós. Sabe, mãe, os que vão colocar agente na boca do forno!
Nós nascemos, mas esquecemos tudo, senão o jogo perderia a graça. Quando chegam aquelas experiências, as que escolhemos, Deus nos dá o direito de vivê-las do jeito que quisermos: enlouquecer, suicidar, brigar, adoecer ou crescer com elas. É isto o que Deus quer, porque assim vai ter a experiência completa, cujos resultados poderão ser aproveitados como ajuda aos vivos e àqueles que chamamos de mortos e em outros planos também. Mãe, eu não queria mais voltar de lá. Estou apaixonada por Deus. Eu tinha tudo lá... Era como se estivesse vivendo mil vidas felizes ao mesmo tempo. Mas a minha luzinha me puxou, com muita força, de volta para o meu corpo. E... eu quero voltar, lá tudo é muito emocionante. Aqui é muito enjoado e sempre igual!

A essência desse depoimento da minha filha Ana Christina, a Tina, foi o que eu havia recebido em NVC, um dia antes, e que, impossibilitada, não transmitira a ninguém.

É impressionante comparar este relato de 1983 com o de Robert Monroe, cujo livro Viagens além do universo só iria ser editado dois anos após, em 1985, nos Estados Unidos

Mais em http://holosgaia.blogspot.com/


A Serpente representa a consciência da Terra, é a consciência do mundo natural, FEMININA e ecológica, representa o eterno poder do FEMININO, e como somos filhos da Terra, essa consciência também se expressa em nossos corpos, em nosso corpo ela é a serpente Kundalini dos iogues. O objetivo da consciência da Terra é nos conectar com ela para que nos libertemos da mente do predador(ler no fim do texto o que são os Predadores). O uso sábio e sóbrio de plantas de poder é uma forma de nos conectarmos a essa consciência e promover o despertar da serpente Kundalini. Muitos caminhantes do Xamanismo de plantas de poder não ignoram a capacidade de estimular a Serpente Kundalini de plantas de poder como a Ayahuasca. Algo que exige do praticante grande equilíbrio ao lidar com esta Força. Não é à toa que a serpente é o clássico símbolo da Medicina, pois Ela é a medicina contra o parasita que é o predador. Ao nos conectarmos com a consciência da Terra adquirimos a harmonia e a paz interior que implica na cura da mente doentia do predador.

O cultivo do brilho da consciência em conjunção com o uso sóbrio e sábio de plantas de poder é outro fator para o despertar e o desenvolvimento da Kundalini.

NEM TODOS PRECISAM DO AUXÍLIO DE PLANTAS DE PODER.

O uso de plantas de poder é uma forma de nos conectarmos com a consciência da Terra. Alguns, em especial as MULHERES, já possuem essa conexão por si. O uso de plantas de poder não pode ser indiscriminado. Deve estar em harmonia com a energia e a configuração de cada um. Cada um tem uma planta que lhe é favorável, tornando-se assim um aliado.

Já o cultivo do brilho da consciência é fundamental.

Este brilho é a fonte de alimento dos predadores.

Também é a fonte de alimento de nossa alma, de nosso corpo de energia.

“Consciência alimenta consciência”.

Através de nossas emoções alimentamos outros seres.

Os predadores criam traumas emocionais que sustentam um determinado padrão de energia que permite a sua subsistência. Precisamos cortar-lhes a comida. Precisamos deixar de sentir MEDO.


Por aí dá para perceber porque as religiões teístas e patriarcais perseguiram e perseguem o FEMININO até hoje. A MULHER não está tão sujeita ao predador como o homem, então teve que ser sujeitada pela FORÇA. A caixa de percepção que é o ÚTERO FEMININO teve que ser domado pela FORÇA, pelo PRECONCEITO, pela REPRESSÃO, pelo REBAIXAMENTO da MULHER e pela PROIBIÇÃO dela como SACERDOTISA. Não há MULHERES ocupando posições de destaque no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo, as 3 grandes religiões do mundo.

Por aí dá para perceber porque fomos afastados do mundo natural, da Natureza e fomos trancafiados em grandes cidades, em enormes humaneiros, onde homens não são mais seres humanos, não são mais mamíferos em harmonia com o meio, são parasitas que se reproduzem destruindo tudo a sua volta.
F.A. em http://pistasdocaminho.blogspot.com/

NOta:PREDADORES

No sonhar eles, os PREDADORES, têm a capacidade de se metamorfosear. Mas não apenas no sonhar. Parece haver diferentes tipos conforme o tipo de energia com que se alimentam. São seres naturais, pertencem a Natureza, num outro nível de realidade, mas bem próxima a nossa realidade. São inteligentes, organizados e nos atingem em nosso ponto fraco, intensificando nosso diálogo interno nas questões que nos preocupam ou que nos fazem vibrar dentro de uma emoção negativa. Parece haver uma predileção, por exemplo, pelos fanáticos religiosos. Lógico.

Nossas armas são disciplina e silêncio interior.

Diferentes tradições nativas os reconhecem, reconhecem a existência dos predadores

Há uma tribo africana, os Zulus, onde os deuses são vistos como inimigos do homem.
Esses deuses, que são em verdade os predadores, são chamados de chitauli, que significa os ditadores que nos transmitem a lei.

Temos isso também na mitologia grega, especialmente no mito de Prometeu, onde os deuses se opõem a entrega do fogo ao homem. Deuses, hein!?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Sinto-me ligada a algo que me sustem e está acima de tudo o que é bom ou mau…Algo que é Mãe, que é Mar…que é AMAR.
Algo essencial, interior, como um ritmo doce, um respirar.
Podia até dizer que me sinto inspirada…inspirada ou respirada.
Respirada por algo que em mim se abre como uma rosa de mil pétalas…que é como um rio que corre ou brota da nascente sem saber onde vai desaguar.
As palavras são as margens em que essa água desliza…as palavras que são banhadas pela sua frescura ou doçura ou canto…ouço-a rejubilar.
São as águas matriciais, as águas abençoadas das fontes e dos lagos…as águas da Deusa Mãe.
É ela quem me abraça e embala no seu canto.
É a Terra e a Natureza inteira que em mim respira e espera este enlace, este respeito, este amor por todos os elementos, pelas árvores, plantas, flores, animais, peixes; tudo o que habita nesta terra e neste mar; tudo o que nasce e morre ao abrigo das mesmas e eternas leis, desde o princípio dos tempos e que o Homem deixou de respeitar e destruiu pela força da espada…
Mas a Mãe espera, a Natureza anseia este diálogo, este fervor, esta união da Mulher e da Deusa, o restaurar do Feminino Sagrado e a união verdadeira com o homem e o céu.

E é o Cálice, o Cálice da Vida que contém o sangue da Deusa Mãe, que nos regenera todos os dias e liga às profundezas da Terra que hoje devemos erguer nas nossas mãos, no nosso coração, e elevá-lo ao Céu e agradecer.
Agradecer este respirar, este ar, tal com este mar imenso que nos rodeia e que e que é AMAR
rosa leonor em http://rosaleonor.blogspot.com/

domingo, 23 de novembro de 2008

FOCINHOS



.
Ah, se as pessoas soubessem o que há
por trás de um focinho,
Focinho úmido, geladinho,
Preto, marrom, desbotadinho.


Ah, se as pessoas soubessem
o valor de um focinho,
Focinho medroso ou metido,
Focinho manhoso, carinhoso,
Simples amigos focinhos.


Ah, se as pessoas tivessem ao menos um focinho,
Não sobre o própio rosto,
Mas em carne, pelo e osso,
Fonte pura de carinho.


Ah, se as pessoas protegessem os focinhos,
Focinhos que vivem sozinhos,
Amores desperdiçados, focinhos amargurados,
Focinhos pra todo lado.


Ah, se as pessoas conhecessem os focinhos,
Quanto amor, quanto carinho,
Anjos peludos, sem narizinhos;
Anjos fofos atrás de focinhos.

Ah, se eu pudesse ver todos os focinhos,
Amados e acolhidos,
Crianças da criação, anjos de bem querer,
Focinhos em plena evolução.


Ah, se as pessoas soubessem,
Quanto amor e dedicação,
Quanta vida, quanta paixão,
Quanto vale o amor de um cão ou de um gatão.
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(Autoria Desconhecida)

REFLEXÕES SOBRE O GÊNESIS



»GÊNESIS 3

1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito.
E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2 Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,

3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.

4 Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis.

5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.

6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.

7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

8 E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.

9 Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?

10 Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.

11 Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?

12 Ao que respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi.

13 Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi.

14 Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

15 Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

17 E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.

18 Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo.

19 Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.

20 Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes.

21 E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.

22 Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de NÓS, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.

23 O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.

24 E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.

Comentários e indagações ao texto de Gênesis 3.

Quem é NÓS? Se Deus, que é único, não estava só, quem estava com ele nas mesmas condições de conhecimento do bem e do mal?

Se for dito que eram o Filho e o Espírito Santo, não há nada no texto que ateste isso. No texto apenas a Serpente, detinha também esse conhecimento do bem e do mal.

No original em hebraico Deus é Elohim, uma palavra no plural, que significa Deuses. Deus é Elohá.

Ao comerem do fruto da árvore do conhecimento o casal original não morreu tal como "Deus" disse. Por conseqüência "Deus" mentiu e a serpente disse a verdade.

Apenas a árvore do conhecimento era proibida, a árvore da vida não. Assim deduz-se que ao terem acesso a esta árvore o casal original era imortal. Assim o texto é paradoxal, pois foram expulsos do Éden para que não tivessem acesso a algo que já tinham. Aliás o texto é paradoxal porque "Deus" mente, "Deus" não é Deus, na verdade, são Deuses, e expulsa o homem de ter acesso a eternidade para que ele não se equiparasse a eles próprios. Os deuses não queriam que o homem se tornasse como eles, por isso foi expulso.

Que Deuses são esses? Seriam Deuses? Ou seriam outra coisa?
Ao comerem do fruto da árvore do conhecimento o casal original não morreu tal como "Deus" disse. Por conseqüência "Deus" mentiu e a serpente disse a verdade.

Apenas a árvore do conhecimento era proibida, a árvore da vida não. Assim deduz-se que ao terem acesso a esta árvore o casal original era imortal. Assim o texto é paradoxal, pois foram expulsos do Éden para que não tivessem acesso a algo que já tinham. Aliás o texto é paradoxal porque "Deus" mente, "Deus" não é Deus, na verdade, são Deuses, e expulsa o homem de ter acesso a eternidade para que ele não se equiparasse a eles próprios. Os deuses não queriam que o homem se tornasse como eles, por isso foi expulso.


Que Deuses são esses? Seriam Deuses? Ou seriam outra coisa? Que tipo de ser passeia pelo jardim do Éden ao fim da tarde sem saber o que se passa, pergunta “onde estás” e diz-se Deus?


O casal primordial tinha acesso aos frutos da árvore da vida, então, era de se supor imortal, mas imortalidade esta dependente do consumo de tal fruto. Não seria por isso a proibição e a expulsão do Éden, esse clube dos deuses? A morte para o casal primordial veio pela falta de acesso a árvore da vida e não por ter comido da árvore do conhecimento.

Não ilustra bem a proibição de acesso a árvore do conhecimento o desejo de manter uma exclusividade pelo poder por parte de seres que se intitulam deuses?


F.A.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

UM POUCO MAIS DE CONHECIMENTO XAMÂNICO...





Esta posição confortável que temos na vida, este estar numa casa, com comida, cercado de distrações, tudo isto, é de uma ilusão ímpar.
Para manter tudo isso temos que de alguma forma doar nossa energia a este sistema.
E dia após dia, a tal luta pela sobrevivência pode nos tirar a energia da vida, pouco a pouco, nos sugando.
Este nosso primeiro desafio, aprender a responder as demandas do meio sem nos destruirmos para isso.
Isso não é uma metáfora.

MATRIX não é mera metáfora, é descritiva da condição humana.
Para alguns povos a realidade é composta em essência de infinitas linhas de energia se estendendo ao infinito em todas as direções mas sem nunca se cruzarem.
Percebam que essa imagem é inacessível a mente usual.
Não temos experiência em perceber um cenário assim. Linhas em todas as direções mas nunca se cruzam.
Nós seres humanos somos aglomerados de pedaços dessas linhas.
Dizer pedaços seria uma aproximação.
O fato é que somos igual uma bexiga cheia de fios de fibra ótica
Mas a quase totalidade dos fios está apagada, está adormecida.
Nesta bola toda, só um feixe de fios está aceso.
Um feixe de fios que ocupa um posição central na bola, no sentido longitudinal e na altura de 2 / 3 da bola há um ponto de brilho intenso.
Esse ponto tem ao seu redor um halo, um brilho.
É esse brilho que ativa esse feixe único que está aceso.
Esse feixe está em ressonância com um feixe externo, com um dos grandes feixes que existem.
Os feixes , internos e externos em ressonância assim estão porque dos incontáveis fios de energia que passam por esta bola de fibras óticas, apenas um pequeno feixe passa por esse ponto, esse ponto que "aglutina" a percepção.
É o brilho ao redor do ponto que estimula a "consciência" nas fibras que estão dentro da bola.
Assim as fibras selecionadas pelo ponto que aglutina a percepção acendem fibras iguais no interior do casulo, com o brilho da consciência.E nos tornamos conscientes de um mundo.
Como emitir um som numa corda de violão e outra afinada no mesmo tom, ressonar.
Enquanto o ponto continuar aglutinando as mesmas fibras vamos viver na mesma realidade.
O que chamamos educação quer formal quer informal, é uma tática para forçar o ponto de aglutinação a se fixar numa freqüência, isto é, num conjunto de fibras que é o "campo comum" onde foi criada essa civilização dominante.
Fixados nessas fibras, estamos com nossa consciência presa a mesma descrição da realidade de todos a nossa volta.
Se deslocarmos esse ponto que aglutina a percepção para outras fibras, ou seja para outra área da nossa bola luminosa, da bola luminosa que somos , vamos alterar completamente a percepção temos da realidade e se mudarmos o suficiente o mundo que chamamos de real vai desaparecer e estaremos noutro mundo.
Sonhando a principio, mas se mudarmos profundamente o ponto de aglutinação de sua posição vamos entrar com toda nossa fisicalidade, integralmente, em outros mundos, vamos sumir desse mundo.
Segundo Mariano Aureliano contou a Isidoro Baltazar temos 600 mundos inteiros que podemos ir, ou seja , 600 pontos dentro da bola luminosa que somos, que ao deslocar o ponto de aglutinação para lá, vamos entrar em mundos outros.
O que surpreende nessa abordagem da realidade é sua amplitude e simplicidade.
Os físicos quando descobriram o comportamento das sub-partículas e da luz, ficaram perdidos tentando adaptar suas observações da realidade a teoria newtoniana, até que perceberam que o problema não era no comportamento do mundo que lhes era desvendado em seus ciclotrons ,mas o modelo que usavam de paradigma.
Esse modelo de realidade apresentado pelo Doutor Carlos Castaneda, um cientista social que foi noutra cultura, julgada extinta, recuperar uma abordagem da realidade que está para a magia e o esoterismo convencional, como a física quântica está para a física Newtoniana.
No entanto pontes se constroem com física newtoniana. O homem foi a Lua usando física newtoniana nos cálculos da rota e manobras.
Por isso o chamado a este caminho é para poucos (as).
É para quem já sentiu a busca do mais que humano em nós.
Além do humano, além de nossa forma humana estão as metas desse caminho.
Ele existe em muitas tradições, os Taoístas, Andarilhos do Deserto, descendente dos Aesires, discipulos do Tathagata, nos que usam o Arco Íris, Bifrost, enfim em muitos ramos esse antigos conhecimentos vicejaram e amadureceram até chegar ao nosso momento, ao nosso tempo espaço.

O xamanismo guerreiro pretende, antes de mais nada, liberdade sobre si mesmo.
O corpo humano metaboliza a energia telúrica e a energia do sol.
Também as energias estelares e planetárias são processadas pelo corpo, mas em doses mínimas, pois o tipo de limitação perceptual ao qual estamos presos, nos impede de perceber plenamente as energias cósmicas que incidem sobre nós, tanto quanto a luz do sol.
Físicos sabem que neutrinos passam por nós a todo instante e por vezes se surpreendem quando em seus experimentos partículas vindas do espaço, que chama de raios cósmicos, atravessam anteparos e afetam seus experimentos.
Nós recebemos energias das mais diversas em nossos corpos.
Ao metabolizarmos estas energias inconscientemente, respondemos com emocionalismos ou pensamentos a tais estímulos.
Assim racionalismos e emocionalismos nos levam a agir e agindo acreditamos que estamos fazendo, quando na realidade está tudo acontecendo, estamos apenas respondendo ao que os astros, nossas influências genéticas, a alma coletiva da Terra, o tonal dos tempos e tantos outros fatores, 48 em nosso mundo, nos levam a fazer.
E enquanto apenas respondemos mecanicamente nossa energia é levada embora.
Sim, a energia destinada a fazer de nós navegantes da Eternidade, exploradores dos mistérios da existência, não em teoria ou "filosofações" mas na prática, numa viagem empolgante pelos mistérios da existência, esta energia é sugada e levada embora para alimentar seres de outro mundo.
E nós nos limitamos a este mundo a este tempo, crendo que os objetivos reais da vida é ter o carro do ano, ter status, representar papéis para ser bem quisto, querido(a) e aprovado pelo meio.
Com a desculpa que mais tarde teremos tempo para nós passamos a vida correndo atrás de uma das formas de prisão desse sistema.

"Dinheiro".
Dinheiro é um meio, mas quando ele se torna um fim em si mesmo, passamos a por toda a energia nele, na sua busca. Assim vive a maior parte do mundo, preocupado (a) com dinheiro, atrás de dinheiro.Mas o dinheiro é algo simbólico, não tem valor em si.
Portanto colocamos uma energia tremenda em algo que em si nào tem valor.
Para onde vai essa montanha de energia que dedicamos ao "dinheiro".
Deus, no sentido que este termo foi construído nessa cultura dominante e Dinheiro, são os dois conceitos vazios aos quais a maior parte da humanidade dedica sua energia.
E dedicando sua energia a conceitos vazios em si esta energia acaba indo para algum lugar
Portanto o caminho do xamanismo guerreiro é um caminho de liberdade.

Liberdade total, mas aqui e agora a liberdade mínima necessária para trilharmos de fato o Caminho e não apenas fantasiarmos em achismos e desculpas mil que nos levam a um semi agir, a um mecanicismo servil.
Como na lenda da tigresa, temos que nos recordar que somos tigres criados entre ovelhas e por isso deturpados em nossa realidade.
Urge que despertemos para nossa real condição, urge que voltemos, discreta e sobriamente, a nossa realidade essencial. Esse é o começo de tudo para quem busca a Liberdade.
Deixar o rebanho e fazer isso com tal sutileza que ninguém perceba o fato
F.A.-Nuvem Que Passa

ECONOMIA MUNDIAL-INTERLIGAÇÂO DA CRISE ECONÔMICA

Éric Toussaint analisa a interligação das crises

A explosão das crises alimentar, econômica e financeira em 2007-2008 mostra o quão interligadas estão as economias do planeta. É preciso arrancar o mal pela raiz. As soluções para que elas sejam favoráveis aos povos e à natureza devem ser internacionais e sistêmicas. A humanidade não poderá contentar-se com meias medidas. A análise é de Éric Toussaint.
Éric Toussaint

Em 2007-2008, mais de metade da população viu as suas condições de vida degradarem-se gravemente, pois foi confrontada pelo forte aumento do preço dos alimentos. Esta situação originou protestos massivos em pelo menos quinze países na primeira metade de 2008.
O número de pessoas afetadas pele fome agravou-se em várias dezenas de milhões, e centenas de milhões viram o acesso aos alimentos restringir-se (e, conseqüentemente, a outros bens e serviços vitais).
Tudo isto seguido das decisões tomadas por um punhado de empresas de setor "agrobusiness" (produtores de agro-combustíveis) e do sector financeiro (investidores institucionais que contribuem para a manipulação do processo de produção agrícola), que se beneficiaram do apoio de Washigton e da Comissão Europeia.
No entanto, a parte das exportações na produção mundial de alimentos continua débil. Apenas uma pequena parte do arroz, do trigo ou do milho produzida mundialmente é exportada, a esmagadora maioria da produção é consumida internamente.
Mas são os preços dos mercados de exportação que determinam os preços nos mercados locais. Ora, os preços de exportação são fixados nos EUA, designadamente, em três bolsas (Chicago, Minneapolis, Kansas City). Conseqüentemente, o preço do arroz, do trigo e do milho em Timbuctu, no México, em Nairobi, em Islamabad é diretamente influenciado pela evolução do curso desses grãos nos mercados bolsistas americanos.
Em 2008, perante a urgência, e sob pena de serem derrubadas pelos motins nos quatro cantos do planeta, as autoridades dos países em desenvolvimento tomaram medidas para garantir o acesso da população aos elementos básicos.
Se chegamos a esta situação, foi porque durante várias décadas, os governos renunciaram progressivamente ao apoio dos pequenos locais - que são majoritariamente os pequenos produtores - com grãos, e adotaram as receitas neoliberais ditadas por instituições como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, no âmbito dos programas de ajustamento estrutural e de redução da pobreza
Em nome da luta contra a pobreza, estas instituições convenceram os governos a executar políticas que reproduzem, reforçam a pobreza.
Mais, durante os últimos anos, numerosos governos assinaram acordos bilaterais (especialmente, acordos de livre comércio) que agravaram ainda mais a situação.
As negociações da Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio trouxeram igualmente conseqüências nefastas. Que aconteceu?

1º Ato - Os países em desenvolvimento renunciaram à proteção aduaneira que lhes permitia colocar os camponeses locais ao abrigo da concorrência dos produtores externos, principalmente das grandes firmas de agro-exportação norte-americanas e européias.
Estas invadiram os mercados locais com produtos agrícolas vendidos abaixo do custo de produção dos agricultores e criadores locais, o que os conduz à falência (muitos destes acabam por emigrar para as grandes cidades dos seus países ou dos países industrializados).
Seguindo a OMC, os subsídios concedidos pelos países do Norte às grandes empresas agrícolas do mercado interno não constituem uma violação das regras anti-dumping.
Como escreveu Jacque Berthelot: "para o homem comum, existe dumping se exportar a preços inferiores ao custo médio de produção do país exportador; mas já não existe dumping se se exportar ao preço interno, mesmo que este seja inferior ao custo médio de produção".
EM suma, os países da União Européia, dos EUA ou de outros países exportadores podem invadir os mercados dos outros com produtos agrícolas que beneficiam de importantes subsídio internos.
O milho exportado para o México pelo EUA é um caso emblemático.
Por causa do tratado de livre comércio entre os EUA, o Canadá e o México, este abandonou a sua proteção aduaneira face aos vizinhos do Norte,
As exportações americanas de milho para o México cresceram nove vezes entre 1993 (último ano antes da celebração do tratado) e 2006.
Centenas de milhares de famílias mexicanas tiveram de renunciar à produção de milho, pois este custará mais do que aquele importado dos EUA (produzido com tecnologia industrial subsidiada). Isto constitui não apenas um drama econômico, mas também uma perda de identidade, pois o milho é símbolo de vida na cultura mexicana, principalmente, entre povos de origem maia.
Uma grande parte dos produtores do milho abandonou os campos e partiu para as grandes cidades industriais mexicanas ou norte-americanas à procura de trabalho.

2º Ato - O México, que doravante depende dos EUA para nutrir a sua população, confronta-se com uma aumento brutal dos preços, provocado, por um lado, pela especulação nas bolsas de Chicago, Minneapolis e Kansas City e, por outro, pela produção de etanol no vizinho do Norte.
Os produtores de milho mexicano já não conseguem satisfazer a procura interna, e os consumidores são confrontados com uma explosão de preços do seu alimento base, a tortilla, este crepe de milho que substitui o pão ou a taça de arroz consumidas noutras latitudes.
Em 2007, enormes protestos populares sacudiram o México.
Em condições específicas, as mesmas causas produzirão, grosso modo, os mesmos efeitos.
A interligação dos mercados alimentares à escala mundial chegou a um nível jamais conhecido anteriormente.
A crise alimentar mundial coloca a nu o principal motor da sociedade capitalista: a procura do lucro privado máximo a curto prazo.
Para os capitalistas, os alimentos não são mais que uma mercadoria que vendem ao maior lucro possível.
O alimento, condição essencial para manter vivos os seres humanos, é transformado num puro instrumento de lucro.
Deve pôr-se fim a esta lógica mortífera.
Deve abolir-se o controle sobre os grandes meios de produção e de comercialização e dar prioridade a uma política de soberania alimentar.
A Crise Econômica e Financeira Em 2007-2008 estourou igualmente a principal crise econômica e financeira internacional desde 1929.
Se não fosse a intervenção massiva e concertada dos poderes públicos, que se tornaram o seguro dos bancos ladrões, a atual crise teria já proporções muito mais amplas
Também aqui, a interligação é impressionante.
Entre 31 de Dezembro de 2007 e fins de setembro de 2008, todas as bolsas do mundo sofreram uma baixa muito significativa, entre 25 a 35% - por vezes mais - para as bolsas dos países mais industrializados, até 60% para a China, passando por 50% para a Rússia e a Turquia.
A montagem colossal de dívidas privadas, criação pura de capital fictício, acabou por explodir de país em país industrializado, começando pelos EUA, a economia mais endividada do mundo.
Com efeito, a soma das suas dívidas pública e privada elevou-se, em 2008, a 50 trilhões de dólares, ou seja, 350% do PIB.
Esta crise econômica e financeira que já afetou todo o planeta, afetará ainda mais os países em desenvolvimento que se crêem ainda protegidos.
A mundialização capitalista não soltou ou não desligou as economias.
Pelo contrário, países como China, Brasil, Índia ou Rússia não estão ao abrigo da crise e isto é só o início.
A Crise Climática Os efeitos das alterações climáticas desapareceram da atualidade, suplantadas pela crise financeira.
Contudo, o processo está em curso à escala mundial, e também aqui a interligação é evidente. Determinadas populações de países "pobres" serão mais fortemente afetadas do que as dos países "ricos" mas ninguém sairá incólume.
A conjugação destas três crises mostra aos povos a necessidade de se libertarem da sociedade capitalista e do seu modelo produtivo.
A ligação entre as crises capitalistas põe em evidência a necessidade de um programa anticapitalista e revolucionário em escala planetária.
As soluções para que elas sejam favoráveis aos povos e à Natureza serão internacionais e sistêmicas.
A humanidade não poderá contentar-se com meias medidas.

* Éric Toussaint é presidente do Comitê belga para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

COMPROMETA-SE CONSIGO MESMO

A maioria dos relacionamentos é uma conspiração para que ambos os parceiros se traiam e evitem assumir um compromisso consigo mesmo.Uma pessoa usa a outra como um substituto para a entrega verdadeira da presença do amor interior.
O único jeito de evitar os relacionamentos co-dependentes, decepcinantes para ambos, é fazer amizade com o eu, respeitá-lo, amá-lo e aceitá-lo. Então é possível construir um relacionamento sobre a verdade da coerência consigo mesmo.
Esse é o novo paradigma dos relacionamentos.No novo paradigma, o meu compromisso de amar você é sempre uma extensão do meu compromisso de amar a mim mesmo. Pelo fato de amar você, o meu compromisso com o eu se expande para incluir você.
Eu estou, portanto, compromissado com nós dois ao mesmo tempo.Nos relacionamentos que pertencem ao antigo paradigma, o compromisso com o eu é corrompido pelo compromisso com o outro. Na tentativa de agradar a outra pessoa, o eu é abandonado.
Uma vez que o eu abandonado é incapaz de amar, esse é um circulo vicioso de atração e rejeição. Primeiro o eu é excluído e depois o outro é excluído.Todo relacionamento verdadeiro tem de ser construído sobre o alicerce da aceitação de si mesmo e do amor-próprio.
Esse é o gesto espiritual básico, que abre a porta para o potencial da intimidade.
Se você se manteve fiel a si mesmo, aprendeu a dar amor a si mesmo. Como você respondeu ao chamado do seu coração, o Bem Amado apareceu na sua porta da frente, sem nem sequer ser anunciado. Essa não é uma formula mágica, mas o fruto de uma prática espiritual compromissada.
Pare para respirar e se conectar. Pare para ser, para encontrar a sua alegria e para sair em busca dela. Pare de olhar para fora. Reserve um dia, uma semana, um mês para olhar para dentro de si mesmo.Assuma um compromisso consigo mesmo.
Os seus pensamentos e sentimentos precisam da sua aprovação.Por um momento, pare de procurar satisfação fora de si mesmo. Faça o que o deixa feliz. Não questione nem se desculpe por fazer isso.Cuide de si mesmo com gentileza e generosidade.
Coma o que tem vontade de comer.
Durma quanto quiser.
Energize-se em todos os níveis do seu ser.
Não abra mão de nada.
Comprometa-se consigo mesmo.
Faça isso durante uma hora por dia, todo dia, sem falhar um dia. Ou faça isso um dia por semana, toda semana, sem falhar um dia.
Reserve esse tempo para você, como se fosse um presente.É assim que você começa a se conhecer melhor. É assim que desenvolve um compromisso consigo mesmo.
Sem esse compromisso, você não realizará nada de valor nesta vida. Se nunca assumir um compromisso consigo mesmo, como fará isso com outra pessoa?
Existem milhões de pessoas que acham que têem um compromisso com outra pessoa, no entanto, muito poucas têem um compromisso consigo mesmas.
A maioria delas usa esse “compromisso” com outra pessoa para evitar o compromisso consigo mesmo.A idéia de que os outros podem dar algo para o eu ou tirar algo dele é uma ilusão. Ninguém pode lhe dar o que você não tem ou tirar o que você já tem. Só o que é ilusório pode ser dado ou tirado.
Ferrini no livro
O Silêncio do Coração: A Aceitação Do Eu, Ed. Pensamento.
.
“Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda.” Carl Gustav Jung

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A DESTRUIDORA DE MITOS

A destruidora de mitos
Texto de Murilo Nunes de Azevedo
Nascida na Rússia na noite das feiticeiras, Blavatsky sempre foi acompanhada de perto pelo sobrenatural. Dotada de incríveis poderes sensoriais, fundou a Sociedade Teosófica, enfrentou os preconceitos e a ignorância, foi perseguida. A sabedoria oriental deve a ela a sua redescoberta e reavaliação. Blavatsky influenciou Gandhi e Nehru, previu a bomba atõmica, mostrou o poder oculto do som e forneceu os dados para a descoberta da biblioteca secreta de Tun Huang.
.Helena Petrovna Blavatsky é uma das mais extraordinárias personagens da nossa época. Mas que não é reconhecida, nem citada, pois quem faz a História são os pretensos sábios contra os quais ela tanto se bateu. A sua atuação no século 19 foi a de uma verdadeira guerrilheira do espírito.
.Nascida, segundo a velha tradição russa, na noite das feiticeiras, na noite de 12 de agosto, na cidade de Ekatiroslav, no ano de 1831, teve a acompanhá-la, desde o nascimento, a presença do sobrenatural. O seu batizado, realizado com a pompa tradicional da Igreja ortodoxa, resultou em graves queimaduras para o Pope celebrante. Começaram, então, a falar dela. Uma série de circunstâncias levou a isso. Entrou no mundo quando grassava uma terrível epidemia de cólera. A sua hipersensibilidade e o temperamento estranho atraíam sobre si a curiosidade popular. Como criança, adorava ficar só nos escuros subterrâneos do palácio de seu avô. Lá, iam encontrá-la muitas vezes, encondida numa masmorra, perdida em seus pensamentos. Irrequieta, sonhadora, adorava cavalgar, em pêlo, em fogosos cavalos pelas estepes.
Recebeu uma educação tradicional. Sabia tocar piano com mestria, a ponto de, anos depois, em Londres, ter realizado vários concertos.
. Chegando ao Egito, depois de ter abandonado o seu velho marido, o general Niceford Blavatsky, com quem viveu três meses virtualmente prisioneira, a sua vida é um torvelinho. Devemos lembrar que, na época, os transportes eram demorados e precários. A falta de informações um fato. Acompanhar os itinerários das viagens de Blavatsky é uma aventura que poucos poderão executar na nossa época.Vamos encontrá-la nas mais recônditas regiões. No Líbano, recebendo instruções dos druzos. Na India, nas montanhas da fronteira norte, tentando penetrar no Tibete. Nos Estados Unidos e Canadá, convivendo com os peles vermelhas, aprendendo as suas artes, ou com os feiticeiros vodus de Nova Orleans. Podemos deparar com ela sacolejando nas caravanas, cruzando o continente americano em busca do Pacífico. Na América Central e do Sul. Ou viajando de navio para o Japão em 1856. Ali entrou em contato com a mais esotérica das seitas: os iamabuchis, que moram nas montanhas próximas a Quioto. Em 1857 está no Kashimir, Ladak na fronteira do Tibete, na Birmânia e Java. Retorna à Europa. Viaja para o Cáucaso. Volta à Itália. Passa pelos Balcãs.Em 1867 é ferida na batalha de Mentana, no dia 2 de novembro, lutando ao lado de Garibaldi. Recupera-se em Florença. De 1868 a 1870 permanece no Tibete, num mosteiro da região de Chigtze, em companhia de seu mestre. Afunda numa explosão do navio Eumonia, no Mediterrâneo, entre as ilhas de Doxos e Hidra. Recebe assistência do governo grego que a remete, a pedido, para Alexandria. Depois é uma sucessão de locais: Cairo, Síria, Palestina, Rússia, Romênia, 1874, nos Estados Unidos em Vermont.
.Funda, em Nova York, a Sociedade Teosófica, em 1875. Escreve sem parar. Nasce Isis Sem Véu, em 1876. Em 1878 naturaliza-se norte-americana. Parte para a índia em companhia do seu grande colaborador coronel Henry Steel Olcott. Bombaim — 1879, cruza a índia. Ceilão —1880, onde se torna budista. De 1881 a 1885 vive na índia uma vida de superatividade em todos os campos. Em 1888, já muito doente, escreve como uma desesperada A Doutrina Secreta. Era a sua obra-prima. Uma síntese do pensamento humano. Uma teoria unificada do espírito humano. Como conseqüência, sofre todos os ataques. É considerada uma charlatã, uma vigarista. A Sociedade de Pesquisas Psíquicas, de Londres, envia um médico, o dr. Hogson, para a India, a fim de pesquisar os estranhos acontecimentos que ali se passavam. As conclusões apressadas e tendenciosas denunciam Blavatsky de forjar as cartas dos seus mestres, de utilizar gabinetes falsos para as suas materializações etc. O casal Coulomb, que se prestou a isso, tinha sido auxiliado por Blavatsky quando se encontrava passando necessidades no Cairo. Invejosos com a notoriedade de H. P. B. e instigados pelas missões religiosas e pelo Governo inglês, que via com maus olhos a crescente valorização da teosofia na Índia, armaram todo o esquema.
O fato é revelado com detalhes, entre outros, anos depois, pelo livro de Jacques Lantier, publicado em 1970, intitulado La Theosophie ou 1'Invasion de Ia Spiritualité Orientale. Helena Petrovna Blavatsky, verdadeira mártir do século 19, falece no dia 8 de maio de 1891, na cidade de Londres. As sementes da renovação do século 20 estavam lançadas.O mundo em que viveu o final do século 19, onde transcorre a vida de Blavatsky, caracteriza-se pelo aparecimento da ciência moderna. O materialismo era evidente nos mais diversos campos. Foi o período áureo da Inglaterra, da rainha Vitória, das missões religiosas cristãs para converter os infiéis. Do nascimento das estradas de ferro, e grandes fábricas inglesas, começando a poluir a paisagem. Do trabalho escravo das mulheres e crianças. Da iluminação a gás. Do cancã e da valsa. Os espartilhos, os grandes decotes, as sobrecasacas e as barbas fartas. A moral era a vitoriana. Escolhiam-se as palavras para que não hou­vesse o perigo de falsas identificações com o corpo humano. Foi a grande era da depravação. Dos grandes interesses comerciais.O deus todo-poderoso era o dinheiro. Em seu nome procurava-se modificar os hábitos e tradições dos povos submetidos ao colonialismo. Tudo aquilo que era a favor da manutenção de um estado de dependência, de conformismo, era apoiado. Tudo que podia fazer despertar a consciência dos valores culturais próprios dos países dominados, era perseguido. Blavatsky denuncia esse fato em vários trechos da sua obra. É a grande revolta contra a supressão do sublime direito de cada um ser ele mesmo. Ela se opunha, "com a forma mais forte possível, a tudo que se aproximasse da fé dogmática e do fanatismo". Logicamente teve contra si a resistência dos doutores da ciência. Em qualquer dos ramos da ciência exata, foi levada a sério.Escarnecer e rejeitar a priori — tal era a atitude que prevaleceu no século 19. H. P. B. dizia: "Somente neste, porque no século 20, os eruditos principiarão a reconhecer que a Doutrina Secreta não foi nem inventada nem exagerada, mas, pelo contrário, simplesmente delineada; e, por fim, que os seus ensinamentos são anteriores aos Vedas. Não vai nisso pretendermos o dom da profecia: é uma simples e despresumida afirmação, baseada no conhecimento de fatos. De cem em cem anos surge uma tentativa de mostrar ao mundo que o ocultismo não é uma vã superstição. Uma vez que se possa, de algum modo, entreabrir a porta, ela ir-se-á abrindo cada vez mais em séculos sucessivos".Graças ao estudo aprofundado dos textos das mais diferentes épocas e tradições, podemos encontrar aquilo que nos une por trás da aparência das formas. fanatismo dos cristãos dos pri­meiros séculos e da Idade Média, como tam­bém ocorreu depois com os sectários do islamismo, preferiu viver no obscurantismo e na ignorância".anotava em Doutrina Secreta: "É possível que as mentes da atual geração não estejam maduras para a recepção de verdades ocultas ... Chegou a hora de verificarmos se as paredes da moderna Jericó são tão inexpugnáveis que nenhum ocultista tocador de trompa possa fazê-las ruir".O ocultista não admite que nada, desde o grão de pó mais minúsculo até uma super-galáxia, seja inorgânico, sem vida. O átomo é a própria vida. Toda essa hierarquia de poderes — que vai desde o contido no todo até o mais relativo — está dirigida por consciências. Essas consciências são para o homem de ciência apenas leis. Há entretanto entre elas uma coordenação. A ciência oculta estabelece que da vida una, primordial, informe e incriada, procede o universo. Primeiro do caos primordial, profundo, frio, homogêneo, nasce a luz, o fogo. Dele, tudo procede em escalas decrescentes de materialização. Seguem-se, nessa descida do sutil ao denso, os estágios do ar, água, terra. Evidentemente, o éter, fogo, ar, água e terra não são os elementos a que normalmente nos referimos quando usamos essas palavras. Sakti é o poder latente no uno sem segundo. Contido no coração do um, Sakti é o desejo que leva à limitação, à multiplicação. É o poder feminino por excelência. Um aforismo cabalista diz: "uma pedra torna-se uma planta, um animal, um homem e um espírito. O espírito torna-se Deus". É o ciclo fechado que procede da centelha primordial, do filho pródigo que busca a casa do pai por caminhos distintos, sem ter, entretanto, nunca se afastado dela. Como dizia Hermes Trimegistos no Egito: "Nada na terra é real. Há somente aparências.
O homem é transitório e, portanto, não é real, pois é sujeito à vida e à morte. Só a realidade primordial o é. Aquilo que não tem cor nem forma, que não muda. A matéria é, portanto, uma sombra do espírito. Apesar de tudo, há o relativo, o contingente, o ilusório. O imutável se transforma no transitório pela força do poder (Sakti).
O fantástico e o maravilhoso estão constantemente presentes na obra que deve ser lida de espirito aberto.As noites e dias do universo.
.A cosmogênese revelada pela Doutrina Secreta é extremamente absorvente. O cosmo e todos os bilhões de corpos nele contidos, adquirem a característica de um organismo vivo. Pulsa, respira, nasce, cresce, envelhece como tudo mais. Os chamados dias e noites de Brahma da antiga tradição hindu, que nos chegam nas páginas dos Puranas, muito antes de qualquer aproximação científica dos acontecimentos, nos dão uma imagem extraordinariamente moderna do universo. As idades, a sucessão de nascimentos e mortes, são apresentadas com os detalhes de um tratamento matemático. E os números, que antes pareciam profundamente irreais, adquirem sob a luz forte da ciência atual uma veracidade incontestável. Foi por essa porta que entrei no mundo encantado do pensamento oriental. Foi ela que me abriu a visão de uma das mais extraordinárias aventuras com que pode sonhar o espírito humano. Segundo a mitologia da Índia, existem vários ciclos mundiais. Cada um deles é subdividido em quatro yugas que são as tradicionais idades da mitologia greco-romana.
. É a teoria do universo em expansão, em pleno vigor, muito antes da astronomia moderna e seus aparelhos sensíveis. Esse número é aceito pela ciência como sendo o da Idade do Sol.
. Esfinge. Oráculo. Magia. Todas essas insinuações eram reforçadas pelo seu corpanzil, as suas manias bruscas, o modo espalhafatoso de vestir e as manifestações paranormais que a acompanhavam sempre. E, principalmente, por seus olhos esbugalhados, profundos e que atraem quem os contempla. A atração do abismo, ou da Luz.
Revista Planeta (anos 70)